O estômago doía se contorcendo de fome, os músculos dos braços tremiam conforme a mente só queria continuar, ir até a última flexão, como o bom soldado que era. Suor descia a face enquanto pequenos flocos de neve caiam e escorriam pelo corpo quente feito lágrimas. Estava chegando perto, ao fim, e do seu limite.
“Duzentos e oitenta um, Duzentos e oitenta dois...” Contava mentalmente assustando a ideia de que haveriam mais exercício, que não estava só no começo mais no fim.
Houve um suspiro, um alívio, que transcendia os ossos e penetrava a alma, pois finalmente tinha acabado. Só torcia pra que a lembrança daquela mulher, por quem se atraia, não voltasse, não era real e tão pouco devia sentir algo por ela. Queria balançar a cabeça em um ato espontâneo para expulsar a ideia, mas se o fizesse Raydon saberia, perceberia antes mesmo que terminasse o gesto.
- Pode se sentar Orion. – Disse o homem sem fitá-lo. – É isso mesmo que
O coração martelava os tímpanos em uma pulsação rápida conforme os pensamentos tentavam se organizar. Não daria tempo, já podia sentir o contato da pele contra a lâmina etérea... se recompôs a força quando sentiu o líquido quente e vermelho escorrendo da palma, e despencando ao tablado negro. A adaga atravessa a pele sem esforço e ao simples toque.Orion ignorou que sua mão estava se fechando, que podia perder algum dedo, e que não conseguir usar mais seu arco sem eles, ou qualquer arma, e apenas canalizou a mana à mão. Não podia negar que uma parte sua tinha medo, que desejava fechar os olhos, como uma criança assustada, mas se negou esse desejo e permaneceu de olhos abertos, queria ver.A mão assim como os dedos ganhavam um brilho opaco, e consistente, de um azul frigido e o garoto começou, fosse por receio, excesso de confiança ou por odiar tanto a dúvida que se pôs a, apertar a lâmina contra os dedos com toda a sua força.
- Não está errado, mas também não está completamente certo. Na verdade essa resposta é vaga demais – Alfinetou Raydon inclinado os olhos ao garoto. – Você vai canalizar mana a lâmina etérea e com a mão direita ira apertar. – O comandante fez uma pausa, talvez dramática, ensaiada ou calculada, fitou o horizonte sobre a casa e continuou falando. – Perder os dedos só será uma incentivo pra você aprender mais rápido, a canalizar e a estabelecer dois fluxos diferentes de éter.Orion franziu a testa duplamente confuso se perguntando como aquela pequena lâmina podia ser tão útil, ou de que maneira seria usada pra fazer aquelas duas coisas. Mas assim que recebeu a explicação tudo ficou mais claro, porém ainda não conseguia compreender de maneira clara aquilo acontecendo.- Não faça essa cara de confuso, ela, não combina com você. – Disse Raydon pondo a lâmina etérea em sua pequena bainha de couro negro. – Poucas coisas combinam pra dizer a verdade.
Aylilyns ajustou a posição dos pés, ergueu os olhos do chão e apertou o punho da espada com mais força. Não queria errar, ou estar errada, mas dessa vez tinha a plena certeza que sua postura estava correta. Não tinha como não estar, as pernas estavam afastadas, mas não demais, os joelhos levemente curvados, os quadril encaixado e o tronco reto. Não tinha como ficar melhor, nem se nascesse segurando uma espada. Por isso buscou aprovação no rosto de Malcon, que a rodeava com um olhar algoz e com uma expressão tensa no rosto.- Quantas vezes vou ter que repetir a mesma coisa? – Desabafou o homem com um misto de aprovação relutante com frustração ressonante na voz, mas isso não o impediu de chutar a panturrilha da princesa. – Não basta ter uma boa postura tem que se manter firme, haja o que houver. – Prosseguiu o moreno andando em voltar da garota caída. – Levante, só a poeira tem que se acostumar a ficar no chão, Aylilins. – Ordenou fitando o horizonte on
Aylilins recuou uma passo, tinha sempre uma sensação estranha quando estava muito perto do irmão, era como se uma fera a estivesse espreitando e não Garret com sua face angelical, voltou os dedos ao pomo da espada, mas ficou relutante em puxá-la quando algo venho a mente. Então respirou fundo e sacou a lâmina pondo-a afrente do corpo, com a postura perfeita e se mantendo firme, nem um exército poderia derrubá-la.- Estou aprendendo a me defender Garret e não me parece tão errado, já que o castelo foi atacado dias atrás. – Respondeu a princesa fitando o rosto detalhado do irmão, os traços suaves e o cabelos loiros ornamentado com uma coroa prata sobre sua cabeça. – Nosso pai não verá nem um problema nisso, terá uma coisa a menos pra se preocupar. – Blefou a garota usando todas as instrução de combate de Raydon, não desvie os olhos do seu oponente, nunca duvide e mantenha o equilíbrio entre o ataque e a defesa.- Eu não estaria tão certo disso. –
O imperador Kripnor estava sentado no trono, com o cetro descansando em seu colo, e a mão embrenhada na barba farta, enquanto coçava o queixo. Os olhos verdes esquadrinhavam os três sucessores ao trono, cada um deles tinha suas qualidades, mas nem um dos seus dois filhos era como Ailyn, o filho de seu irmão. O governante desviou os olhos aos seus soldados, todos eles bem alinhados, vestindo a roupa vermelha pondo destaque a armadura negra e a máscara de lobos sobre o capacete em suas cabeças. Qualquer um daqueles homens poderiam ser usados para o trair, tirar sua vida ou fazer parte de uma conspiração. Mas isso era uma tolice, um conto de fadas criado pelos nobres que desejavam tanto se assentar aonde estava. Aqueles homens, soldados, filhos de sua alcateia nunca o trariam, não manchariam sua honra e nunca levantariam a espada contra seu líder e rei. Porém um deles o havia traído, sacado sua espada e cravado nas suas costas, alguém entre eles tinha abdicado da sua honra.
O comandante sabia que não podia mentir, que não tinha como mentir e que não conseguiria mesmo se quisesse. Conhecia aquela proibição tão bem que só de ouvir as primeira sílabas a reconheceria, mesmos se fosse apenas um sussurro distante. Ele pensou, não podia dizer a verdade, ao menos não toda ela. Os olhos castanhos escuros do comandante se prenderam ao brilho do certo real, da pedra lapidada, que emitia um pulsar constante que o mantinha sobre controle e idôneo a qualquer inverdade. Mas uma vez um artefato real tomava sua completa liberdade e lhe dava a imposição de uma nova regra, e de uma jurisdição forçada que não conduzia com a utopia que tanto sonhava.- Eu o desfiei, mas ele preferiu enfrentar outro soldado que estou treinando. – Respondeu Malcon se libertando da necessidade de responder a questão do imperador, e lutando consigo mesmo. Uma parte dele queria entregar Aylilins, deseja gritar aos quatro ventos todos os seus segredos, porém foram os incontáve
O imperador Kripnor se inclui pra trás se apoiando no encontro estofado do trono. Algo não batia, não fazia sentindo em seus pensamentos, mas não era isso que tornava a ideia impossível. Só era uma jogada inusitada e calculada demais.- Qual é o nome do soldado que está treinando Comandante Malcon? – Indagou o governante derrubando seus olhos afiados entre seus possíveis sucessores. “Enfim a havia uma lobo entre eles!” Foi o que suspirou em seu coração e o que trouxe um sutil sorriso em seus lábios. – Do que derrotou meu filho Garret? – Prosseguiu desviando seus olhos ao único negro na fila, do qual não tinha seu sangue, porém um dos poucos digno de sua total confiança. Só por isso não cogitava a ideia que perturbava sua mente, resistia a vontade de desvendar o segredo que, o fez, ou, poderia fazer, erguer sua espada conta alguém do seu sangue. Mas todos tinham o direito de ter seus segredos, inclusive ele, o rei.O moreno deu um passo a frente,
Malcon preferia morrer a responder aquela pergunta, já estava pronto pra morrer mais a vida de Aylilins não seria a mesma depois que desse a repostas. Ele tentou resistir mais o encanto, a proibição da mentira, o obrigava a dizer a verdade não importando o quanto quisesse esconder as palavras em sua mente.- Responda! – Gritou o imperador sentindo a hesitação do seu melhor homem, e a sua lealdade sendo ameaçada pela ausência de palavras, e percebendo o silêncio cobrindo a sala do trono real, feito uma faísca em um celeiro de feno que rapidamente dava a luz a um apavorante incêndio. Kripnor se preparou para algo, pra ver o espetáculo que estava preste a acontecer bem a sua frente. – Vamos ver quanto tempo você vai aguentar antes se que a dor seja insuportável. – Continuou o governador-mor com um misto de coisas e de expressões presas no rosto. – Tormentis vincula! – Proferiu o ruivo dando o comando pra segunda etapa do encanto.Não de