- Não está errado, mas também não está completamente certo. Na verdade essa resposta é vaga demais – Alfinetou Raydon inclinado os olhos ao garoto. – Você vai canalizar mana a lâmina etérea e com a mão direita ira apertar. – O comandante fez uma pausa, talvez dramática, ensaiada ou calculada, fitou o horizonte sobre a casa e continuou falando. – Perder os dedos só será uma incentivo pra você aprender mais rápido, a canalizar e a estabelecer dois fluxos diferentes de éter.
Orion franziu a testa duplamente confuso se perguntando como aquela pequena lâmina podia ser tão útil, ou de que maneira seria usada pra fazer aquelas duas coisas. Mas assim que recebeu a explicação tudo ficou mais claro, porém ainda não conseguia compreender de maneira clara aquilo acontecendo.
- Não faça essa cara de confuso, ela, não combina com você. – Disse Raydon pondo a lâmina etérea em sua pequena bainha de couro negro. – Poucas coisas combinam pra dizer a verdade.
Aylilyns ajustou a posição dos pés, ergueu os olhos do chão e apertou o punho da espada com mais força. Não queria errar, ou estar errada, mas dessa vez tinha a plena certeza que sua postura estava correta. Não tinha como não estar, as pernas estavam afastadas, mas não demais, os joelhos levemente curvados, os quadril encaixado e o tronco reto. Não tinha como ficar melhor, nem se nascesse segurando uma espada. Por isso buscou aprovação no rosto de Malcon, que a rodeava com um olhar algoz e com uma expressão tensa no rosto.- Quantas vezes vou ter que repetir a mesma coisa? – Desabafou o homem com um misto de aprovação relutante com frustração ressonante na voz, mas isso não o impediu de chutar a panturrilha da princesa. – Não basta ter uma boa postura tem que se manter firme, haja o que houver. – Prosseguiu o moreno andando em voltar da garota caída. – Levante, só a poeira tem que se acostumar a ficar no chão, Aylilins. – Ordenou fitando o horizonte on
Aylilins recuou uma passo, tinha sempre uma sensação estranha quando estava muito perto do irmão, era como se uma fera a estivesse espreitando e não Garret com sua face angelical, voltou os dedos ao pomo da espada, mas ficou relutante em puxá-la quando algo venho a mente. Então respirou fundo e sacou a lâmina pondo-a afrente do corpo, com a postura perfeita e se mantendo firme, nem um exército poderia derrubá-la.- Estou aprendendo a me defender Garret e não me parece tão errado, já que o castelo foi atacado dias atrás. – Respondeu a princesa fitando o rosto detalhado do irmão, os traços suaves e o cabelos loiros ornamentado com uma coroa prata sobre sua cabeça. – Nosso pai não verá nem um problema nisso, terá uma coisa a menos pra se preocupar. – Blefou a garota usando todas as instrução de combate de Raydon, não desvie os olhos do seu oponente, nunca duvide e mantenha o equilíbrio entre o ataque e a defesa.- Eu não estaria tão certo disso. –
O imperador Kripnor estava sentado no trono, com o cetro descansando em seu colo, e a mão embrenhada na barba farta, enquanto coçava o queixo. Os olhos verdes esquadrinhavam os três sucessores ao trono, cada um deles tinha suas qualidades, mas nem um dos seus dois filhos era como Ailyn, o filho de seu irmão. O governante desviou os olhos aos seus soldados, todos eles bem alinhados, vestindo a roupa vermelha pondo destaque a armadura negra e a máscara de lobos sobre o capacete em suas cabeças. Qualquer um daqueles homens poderiam ser usados para o trair, tirar sua vida ou fazer parte de uma conspiração. Mas isso era uma tolice, um conto de fadas criado pelos nobres que desejavam tanto se assentar aonde estava. Aqueles homens, soldados, filhos de sua alcateia nunca o trariam, não manchariam sua honra e nunca levantariam a espada contra seu líder e rei. Porém um deles o havia traído, sacado sua espada e cravado nas suas costas, alguém entre eles tinha abdicado da sua honra.
O comandante sabia que não podia mentir, que não tinha como mentir e que não conseguiria mesmo se quisesse. Conhecia aquela proibição tão bem que só de ouvir as primeira sílabas a reconheceria, mesmos se fosse apenas um sussurro distante. Ele pensou, não podia dizer a verdade, ao menos não toda ela. Os olhos castanhos escuros do comandante se prenderam ao brilho do certo real, da pedra lapidada, que emitia um pulsar constante que o mantinha sobre controle e idôneo a qualquer inverdade. Mas uma vez um artefato real tomava sua completa liberdade e lhe dava a imposição de uma nova regra, e de uma jurisdição forçada que não conduzia com a utopia que tanto sonhava.- Eu o desfiei, mas ele preferiu enfrentar outro soldado que estou treinando. – Respondeu Malcon se libertando da necessidade de responder a questão do imperador, e lutando consigo mesmo. Uma parte dele queria entregar Aylilins, deseja gritar aos quatro ventos todos os seus segredos, porém foram os incontáve
O imperador Kripnor se inclui pra trás se apoiando no encontro estofado do trono. Algo não batia, não fazia sentindo em seus pensamentos, mas não era isso que tornava a ideia impossível. Só era uma jogada inusitada e calculada demais.- Qual é o nome do soldado que está treinando Comandante Malcon? – Indagou o governante derrubando seus olhos afiados entre seus possíveis sucessores. “Enfim a havia uma lobo entre eles!” Foi o que suspirou em seu coração e o que trouxe um sutil sorriso em seus lábios. – Do que derrotou meu filho Garret? – Prosseguiu desviando seus olhos ao único negro na fila, do qual não tinha seu sangue, porém um dos poucos digno de sua total confiança. Só por isso não cogitava a ideia que perturbava sua mente, resistia a vontade de desvendar o segredo que, o fez, ou, poderia fazer, erguer sua espada conta alguém do seu sangue. Mas todos tinham o direito de ter seus segredos, inclusive ele, o rei.O moreno deu um passo a frente,
Malcon preferia morrer a responder aquela pergunta, já estava pronto pra morrer mais a vida de Aylilins não seria a mesma depois que desse a repostas. Ele tentou resistir mais o encanto, a proibição da mentira, o obrigava a dizer a verdade não importando o quanto quisesse esconder as palavras em sua mente.- Responda! – Gritou o imperador sentindo a hesitação do seu melhor homem, e a sua lealdade sendo ameaçada pela ausência de palavras, e percebendo o silêncio cobrindo a sala do trono real, feito uma faísca em um celeiro de feno que rapidamente dava a luz a um apavorante incêndio. Kripnor se preparou para algo, pra ver o espetáculo que estava preste a acontecer bem a sua frente. – Vamos ver quanto tempo você vai aguentar antes se que a dor seja insuportável. – Continuou o governador-mor com um misto de coisas e de expressões presas no rosto. – Tormentis vincula! – Proferiu o ruivo dando o comando pra segunda etapa do encanto.Não de
Kripnor viu seu sobrinho se aproximar, pisar no primeiro degraus de marfim e automaticamente sua cabeça se inclinou ao lobo de olhos vermelhos, a furiosa estátua cinza capaz de matar qualquer homem como se não fosse nada. Uma espécie de pavor tornou conta dos seus pensamentos, nublou seus olhos por poucos instantes e quando as ires verdes se voltaram pra Ailyns só viram um punho vindo em direção ao rosto. Não houve tempo pra nada, só pra cair entre os degraus brancos. Foi rápido demais pra que reagisse, estava preocupado com outra coisa e o que temia aconteceu, como deveria acontecer.Por alguns instantes a visão do imperador ficou turva, só havia a confusão dourada do teto, o desfoque e os pontos escuros que preenchiam a visão. Kripnor esperou um aviso antes do ataque, qualquer ruído mínimo mais sabia que não haveria e tão pouco houve. A coroa foi jogada pra trás com o impacto, quicou na escada, deslizou pelos pés do Príncipe Callon e terminando o círculo que com
Os olhos de Orion abandonavam o tablado negro, onde uma gota de sangue congelava ao poucos manchando de vermelho o quadrado de pedra. Não parecia real mesmo tendo visto com seus próprios olhos, mesmo que os ossos da mão ainda sentissem a dor sem haver nem um corte, apenas a cicatriz recém formada. Era a melhor mentira que ganhava os tons claros da verdade, mas como a ilusão condensada no horizonte tinha que deixar que cada um encontrasse a verdade ou que acreditasse no que estava dispostos em seus olhos sendo uma ilusão ou não, cabiam a eles se apegar ou não a miragem que estava a diante. Mas ele sabia que o sol nunca nasceria com um fulgor resplandecente capaz de ofuscar e esquentar qualquer coisa, na verdade era apenas uma bola pálida que trazia alguma luz, entre as nuvens cinzas, brancas e negras, mais não calor. Só por isso voltou a fitar a mentor, os cabelos castanhos que adquiriram um tom negro na frágil luz do dia, os olhos densos escuros e a barba que cobria o rosto pouco angu