o mafioso tem coração
o mafioso tem coração
Por: Dani fernanda
capítulo 1

Julia narrando

Mais um dia se inicia, trancada dentro de casa, sem amigos, sem vida social, apenas absorvendo lições sobre como comandar uma empresa. Minha mãe entra no quarto e me lembra que meu pai está me esperando.

"Mãe, eu não quero ir com o papai para a empresa! A senhora sabe que não é isso que quero para a minha vida!" - minha voz transmite tristeza.

"A vida é feita de escolhas, filha, e tenho certeza de que isso é o melhor para você. Agora vá logo antes que seu pai fique bravo!" - a resposta de minha mãe ecoa em meus ouvidos.

Respiro fundo, sabendo que nada do que eu diga fará diferença. Assim que minha mãe sai, troco de roupa e me preparo para o dia que me aguarda.

Meu pai me repreende assim que me vê: "Quando você irá aprender a ter responsabilidade e acordar na hora certa?"

"Desculpa, pai," respondo, evitando seu olhar.

O silêncio nos acompanha até a empresa, refletindo a falta de assuntos entre nós. As conversas se resumem a como eu devo cuidar do império familiar, um legado que ele insiste que devemos manter.

"Consegue mudar essa expressão?" - meu pai questiona, em um tom sério. "Sei que não gosta da ideia de cuidar das empresas, mas é bom ir se acostumando, pois esse é seu futuro."

"Eu sei," é a única resposta que consigo articular, ciente da dificuldade de lidar com meu pai.

O dia na empresa se arrasta, a monotonia e o desinteresse me sufocam. Trabalhar em algo que não me realiza não é agradável. No caminho de volta para casa, meu pai traz à tona uma conversa que me deixa atônita.

"Como assim, pai?" pergunto, incrédula.

"É isso mesmo que você ouviu," sua firmeza me deixa sem palavras.

Ao chegar em casa, desabado com minha mãe sobre a decisão de meu pai, percebo que ela já sabia. A ausência de comunicação me entristece.

"Eu não acredito, por que não me contou, mãe?" questiono, com voz carregada de tristeza.

"Ela não tinha que ter falado nada!" - meu pai interrompe, firme. "Eu já decidi sobre seu futuro, e sua passagem é para amanhã cedo, então veja se arruma suas coisas sem reclamar!"

Corro para o quarto, incapaz de debater com meu pai. O desespero toma conta de mim, e a ideia de fugir passa pela minha mente.

Enquanto arrumo minha mala, uma notificação em meu celular chama minha atenção. "As vagas para novas modelos acabam de ser abertas, você não vai ficar de fora dessa oportunidade não é?"

Será essa a minha chance? A agência de modelos fica na mesma cidade que a empresa de meu pai. Sem pensar muito, me inscrevo, torcendo por uma resposta positiva. A ansiedade toma conta de mim, e a incerteza do futuro me atormenta.

No dia seguinte, a primeira coisa que faço é verificar meu e-mail em busca de uma resposta. A decepção toma conta de mim ao não encontrar nada. Ainda assim, não perco a esperança. Pego minhas malas e desço, encontrando meus pais me esperando.

"Vou sentir sua falta, filha," minha mãe me abraça.

"Anda, não quero me atrasar para a empresa," resmunga meu pai, pegando minhas malas.

Meu pai não demonstra sentimentos, mas eu estou indo morar em outro país. Custava a ele fingir que se importa?

"Assim que chegar lá, terá um motorista te esperando para te levar ao seu apartamento, e assim que deixar as malas, vá direto para a empresa!" - meu pai informa, enquanto chegamos ao aeroporto.

Ele me deixa ali, sem se despedir. Sinto a indiferença dele, e isso me incomoda. "Respira, Julia, tudo vai dar certo," repito para mim mesma, pois uma coisa é certa: não desistirei do meu sonho.

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