capítulo 3

Júlia narrando

A viagem até os Estados Unidos foi bem tranquila, porém a sensação de estar dando tudo errado na minha vida aumentava a cada segundo.

A angústia de não ter tido nenhum retorno da agência, me entristece ainda mais. Eu estava começando a achar que meu destino seria igual ao de meu pai! Trancado em salas resolvendo negócios das empresas.

Como meu pai havia dito, havia um motorista me esperando no aeroporto. Tudo isso era medo de que eu não cumprisse com as ordens dele.

*O que me admira é ele ser um jovem muito bonito por sinal, imaginei um velho chato igual meu pai*

“Boa tarde, eu irei te levar até seu apartamento” - me olhou de jeito sério.

Eu apenas o olhei e logo entrei no carro, eu queria puxar assunto mas *o medo dele ser mais um dos capachos do meu pai, me consumia.*

Enquanto seguíamos caminho eu estava admirando a paisagem, as ruas dos Estados Unidos eram bem movimentadas e isso chamava minha atenção, já que fui criada em um ambiente fechado.

“É tudo diferente pra você não é?” - Me assusto com a voz dele.

“Sim” - É o que consigo responder, eu estava me perguntando do porquê ele ter puxado assunto comigo. “Me desculpa a pergunta, Mas porque está puxando assunto assim do nada ?”

Eu queria saber qual era a dele, afinal a 5 minutos ele mal olhou em meu rosto.

“Eu deveria ter me apresentado antes, peço desculpas por isso! Meu nome é Rafael, sou motorista da empresa de seu pai! E fui encarregado de te acompanhar durante sua estadia aqui.” - sinto sua voz um pouco mais doce.

“Meu pai pediu para que me vigiasse ?” - disse logo sem enrolação.

Vejo que ele dá uma pausa na resposta, parecia estar pensando nas palavras certas para usar.

“Pode dizer, eu conheço muito bem o pai que tenho!” - digo já sabendo da resposta

“Sim, disse para que eu fosse seus olhos e seus ouvidos aqui!” - Eu sabia, que meu pai não iria me deixar sozinha. “ Mas fique tranquila, Não irei dizer nada a ele.”

Essa última frase, eu não estava conseguindo acreditar que ele iria desobedecer as ordens de meu pai!

“Porque ?” - Eu estava curiosa sobre a resposta.

“Apesar do seu pai me pagar muito bem,eu não acho justo isso que ele faz com você! Acredito que todo mundo tem o direito de viver e descobrir coisas novas” - eu podia sentir a sinceridade dele nas palavras.

Eu confesso que fiquei um pouco aliviada, mas a sensação de estar sendo vigiada pelo meu pai, ainda estava presente!

“Eu vou te esperar aqui embaixo” - disse ele assim que paramos o carro - “Eu ainda preciso te levar para a empresa, porém depois você está livre para conhecer a cidade”.

Eu estava exausta, só queria poder relaxar um pouco antes de começar uma vida nova.

Embora o apartamento seja maravilhoso, o sentimento de estar longe de casa crescia cada vez mais.

Saio dos meus pensamentos ao escutar a notificação de meu celular. “Parabéns, você foi uma das selecionadas para a agência de moda. Por favor, esteja em nossa agência na semana que vem”.

Aquela mensagem despertou uma esperança que eu já havia perdido. Eu estava sem acreditar que fui uma das selecionadas.

Acabo me esquecendo de que Rafael me aguardava lá embaixo.

“Me desculpa, eu acabei me distraindo” - digo correndo em direção ao carro.

“Tá tudo bem” - responde ele com uma voz doce.

Seguimos até a empresa da família em uma conversa animada e ele me diz que gosta de correr em pistas especiais para corrida e me convida para ver ele correr.

Após conhecer a empresa e me apresentar para todos, desço até o estacionamento e encontro Rafael à minha espera.

“Estou indo para a pista, você quer ir junto” - sugere ele.

Acabo aceitando, afinal é uma chance de conhecer pessoas novas.

O som dos motores, indicavam que havíamos chegado no local da corrida, eram tantos carros e tantas pessoas que eu estava encantada, pois tudo era novo para mim.

Enquanto Rafael cumprimentava seus amigos, eu observava um rapaz alto encostado em um carro preto. Eu estava ficando louca, mas poderia jurar que ele também me encarava!

“Vem Julia, quero te apresentar um amigo” - disse segurando minha mão. Um gesto que me pegou de surpresa.

Rafael me guiou até o homem que eu tanto olhava, o som dos carros eram tão altos que estava difícil de conversar, eu poderia jurar que Rafael havia me falado o nome dele, mas eu não havia entendido.

Então vejo o rapaz me olhar profundamente, e se afastar com um de seus amigos. Ele me deixou com um ar de curiosidade e mistério, eu queria saber mais sobre ele! Mas, será que eu o verei novamente?

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