capítulo 5

Júlia narrando

“Vem Julia, a corrida Vai começar” - saio dos meus pensamentos com Rafael me chamando.

Sigo Rafael até uma pista onde haviam vários carros, o som dos motores me fazia ir a loucura, eu nunca havia visto algo assim! Eu fiquei fascinada pelo que estava vendo.

Porém tudo que é bom, dura pouco! Voltei para a realidade com a voz de Rafael me lembrando que amanhã eu começava na empresa.

“É melhor irmos, afinal amanhã é seu primeiro dia de trabalho, e melhor você descansar” - afirma ele preocupado comigo

Eu até o agradeci, pois ninguém havia se preocupado assim comigo! Eu sei parece coisa boba, mas é que nem meus pais se preocupavam com o fato de estar cansada ou algo do tipo!

No final da noite Rafael me deixou em casa, eu o agradeci pela noite maravilhosa que eu tive, por um segundo eu consegui esquecer de todos os problemas que eu estava enfrentando.

Eu subi as escadas do prédio lentamente, como se estivesse absorvendo cada momento daquela noite. As luzes da cidade refletiam nas janelas, criando um espetáculo de cores no chão do corredor. A mente ainda vagava pela pista de corrida, o cheiro de gasolina e o som ensurdecedor dos motores acelerando a cada curva. Senti um arrepio subir pela espinha ao lembrar da sensação de estar tão perto de algo tão visceral e intenso.

Ao chegar à porta do meu apartamento, me dei conta de que Rafael havia despertado algo dentro de mim, uma faísca que eu não sabia que estava ali. A forma como ele me olhou, com aquela mistura de preocupação e ternura, me desarmou. Ninguém jamais tinha se importado desse jeito, e essa constatação me fez sentir uma onda de gratidão, mas também de tristeza.

Ao entrar em casa, fui recebida pelo silêncio habitual, um contraste gritante com o barulho e a emoção de mais cedo. O apartamento parecia frio, impessoal, como se não pertencesse a mim. Coloquei as chaves na mesa de centro e tirei os sapatos, sentindo o chão gelado sob os pés. Caminhei até o quarto, passando pela sala vazia e pelas paredes decoradas com fotos que de alguma forma pareciam pertencer a uma vida distante, uma vida que não era minha.

Quando me deitei na cama, fechei os olhos e respirei fundo, tentando acalmar os pensamentos que dançavam na minha cabeça. Eu sabia que o dia seguinte seria importante, meu primeiro dia de trabalho na nova empresa. Rafael estava certo, eu precisava descansar. Mas a excitação e a apreensão não me deixavam em paz.

Fiquei ali, deitada, ouvindo o silêncio do apartamento, e pela primeira vez em muito tempo, me permiti sonhar. Sonhei com possibilidades, com novos começos e, talvez, com a esperança de que alguém como Rafael pudesse fazer parte da minha vida. Alguém que se importasse de verdade, que me visse como eu era, e não como as expectativas que me cercavam.

Finalmente, o cansaço começou a tomar conta, e meus olhos pesaram. À medida que o sono me envolvia, uma última imagem me veio à mente: a de Rafael sorrindo para mim, com aquele olhar que parecia dizer que tudo ficaria bem, que eu estava segura. E com essa sensação, eu me deixei levar pelo sono, pronta para enfrentar o novo dia que me aguardava.

Me despertei com a sensação de que algo em minha vida iria mudar, eu sorri por alguns segundos lembrando da sensação boa que eu havia sentido ontem! Mas logo a angústia toma conta, pois eu havia lembrado que havia uma empresa na qual eu não queria fazer parte a minha espera!

Porém tudo muda com a notificação que eu havia visto em meu celular *Parabéns, você foi uma das pré-selecionadas para a agência de modelo dos Estados Unidos, em breve mandaremos mais informações* será que essa era minha chance de viver meu sonho? Será que eu irei conseguir passar pela pré-seleção? Essas perguntas ecoavam em minha mente!

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