Liguei para Cristina algumas vezes, mas ela por sua vez não atendeu. Eu estava me sentindo extremamente culpada, não conseguia imaginar o que ela estava pensando de mim naquele momento. Resolvi jantar antes que ele chegasse aquela noite, mas para meu azar. Assim que chegou, ele já veio até a sala de estar. Não olhei para ele, apenas continuei minha refeição. Logo ele tratou de sentar-se. Alguns minutos se passaram, e Felipa logo veio. - senhor taho, o que vai querer? - o mesmo que minha esposa Felipa. - ela olhou para mim. - gostaria da minha opinião senhor taho? - franzi o cenho. - claro, Felipa. - esse purê que ela está comendo não é a melhor opção, engorda. Irei trazer um alimento mais saudável para o senhor, está bem? - eu encarei aquela mulher, e não podia acreditar que estava ouvindo aquilo. Ele assentiu para ela. - certo Felipa, obrigado. - por nada senhor. - e logo ela se foi. Eu fiquei imóvel naquela cadeira, enquanto ele tomava um suco. - eu gostaria de saber até qu
Esperei pacientemente pela chegada dele naquela noite, estava sentada em minha cama. Quando ouvi o carro estacionando na garagem, após alguns minutos ouvi seus passos pelo corredor. Logo me pus de pé, e segui em direção ao seu quarto. A porta estava entre aberta, e ele estava terminando de tirar seus sapatos. Logo ele se voltou para mim. - o que quer? - adentrei um pouco mais. - sua tia Hyu me mandou mensagem, ela nos convidou para um jantar com sua família. - ele me deu as costas rapidamente. - nós não vamos. - eu já confirmei nossa presença. - então desmarque, não vamos. - franzi o cenho, e cruzei os braços. - não vou desmarcar nada, nós iremos sim. - ele tirou sua camiseta, jogando-a sobre a cama. Suas costas estavam tão tensas, novamente eu vi aquelas marcas e senti um nó na garganta. Ele se voltou para mim novamente, tentei não olhar para seu peitoral. - se eu disse que não vamos, não vamos. - ela nos convidou Henry, sim nós vamos. - me virei e lhe dei as costas. - por q
O silêncio constrangedor que se instalou ali foi insuportável. Eu não sabia para onde olhar, Henry parecia uma estátua de tão imóvel que estava. Emiho continou olhando de um para o outro, até que Cristina resolveu tomar a frente.- tia Emiho, como é bom revê-la. - Logo ela puxou Emiho para um abraço, que a mulher retribuiu de imediato. - deixe-me olhar para você, está tão linda querida. - Cristina sorriu. - cada dia mais parecida com sua mãe. - Henry ficou ainda mais tenso, como se tivesse levado um soco no estômago. Me aproximei dela. - senhora Emiho, é um prazer. Eu... Ouvi coisas muito boas sobre você. - ela segurou minhas mãos.- você parece ser uma excelente pessoa minha querida, fico feliz que Henry tenha conhecido alguém bom. - lentamente ela me soltou, e se voltou para ele. Que parecia não respirar. - e você querido, como está? Ela se aproximou ainda mais, os olhos dele se arregalaram. E ele fechou os punhos, olhei para Cristina tentando entender o que estava acontecendo.
Puxei ele com força, tentando tirá-lo do box do banheiro. Mas ele realmente estava desacordado. - ah pelo o amor de Deus! É sério que você fez isso comigo? - esbravejei tentando levantá-lo mais uma vez. - como você pode ser tão dificultoso até mesmo desacordado? - sem demora tratei de descer até o andar de baixo, e pedir ajuda a um dos seguranças que de imediato subiu para me ajudar. Tratei de levar comigo um pouco de café também, para tentar acordá-lo. Quando voltei ao quarto, seus olhos já estavam abertos. Enquanto o segurança colocava ele em cima da cama. - eu estou bem. - balbuciava de forma rouca. Me empertiguei. - obrigada, pode se retirar agora. - o homem assentiu e logo o fez, encarei ele naquele estado. - olha só para você, acha isso bonito Henry? - mas ele mal estava acordado. - por Deus, espere um minuto. - logo tratei de ir até seu closet, e pegar para ele uma calça de moletom. Rapidamente voltei para seu lado novamente. - aqui, você precisa vestir isso. - não... E
A casa estava enfim pronta, cada cômodo, cada sala. Estava finalizado, tudo estava como Henry planejou. Apenas para me deixar mal, mas naquela altura do campeonato eu já não me importava mais. Estava tão exausta de tudo, que resolvi guardar aquela decepção para mim mesma. Estava no jardim já preparando tudo, quando Erick chegou. - até que enfim. - ele se aproximou prontamente. - na verdade hoje eu não vim como seu jardineiro. - franzi o cenho. - como assim? - tenho um torneio de surfe para participar, e... Gostaria de perguntar se a minha patroa número um gostaria de me acompanhar? - sorri olhando para ele. - está me convidando para assistir você? - para torcer por mim, você pode comprar aquelas roupas de líderes de torcida e... - bati em seu ombro, e pensei um pouco. - eu não sei, talvez não seja uma boa ideia. - ah qual é! Vamos lá por favor, são só duas horas. - ele fez um beicinho, e pensei em recusar. Mas eu não podia, e eu não queria. - tudo bem, só me deixe pôr uma ro
Liguei para meu pai muitas vezes durante aquela manhã, queria falar com ele. Saber mais sobre aquilo, aquela história não saia da minha cabeça. Principalmente por ter visto aquele homem, por saber que os dois eram tão amigos. - pai... Quando o senhor ouvir essa mensagem, por favor, me liga. Tá bom? - mas não houve resposta. Eu senti um aperto no coração, estava na sala de jantar tentando fazer contato. mas ele não havia falado nada, estava em silêncio. - se eu fosse você desistiria, o que você acha que vai ganhar com isso? - ele me questionou cheio de si. - só quero saber se meu pai está bem. - ele sorriu sem felicidade. - é claro que está, é um a menos para ele. - o encarei furiosa.- você quer parar de insinuar essas merdas sobre meu pai? - ele parou de sorrir. - insinuar? Querida eu estou falando apenas os fatos. - dessa vez fui eu quem riu sem felicidade, deixei o celular um pouco de lado e respirei fundo. Ele me encarou, e franziu o cenho. - que merda é essa no seu pescoço?
Após sair da casa dos taho, fui até a casa de meu pai. Haviam alguns carros na entrada, e logo imaginei o que me esperava. Haviam vários de seus velhos amigos pela sala, usando ternos pretos e conversando baixinho. No centro da sala, estava meu pai falando com alguns homens. Respirei fundo e fui até ele, até que senti uma mão em meu ombro. Ao olhar para o lado, avistei Henry. - o que está fazendo aqui? - sou um dos membros da empresa, lembra? - assenti e encarei meu pai novamente. - olhe ao redor, para todos esses engravatados. Todos eles tem rabo preso em alguma coisa, todos eles... Tem algum segredo. - olhei em seus olhos. - que tal você parar com isso? - todos eles tem acusações iguais, ou piores do que Hector Miller. - senti um nó na garganta. - mas eles... Tem um bom álibi. - ele olhou em direção ao meu pai, que havia me visto e estava vindo em minha direção. - o que você quis... - minha filha. - ele me puxou para um abraço, Henry logo deu alguns passos para trás. Me dei
Deitei naquela noite, mas o sono me faltou. Olhei meu celular, e haviam muitas mensagens de meu pai. Mas eu não respondi nenhuma. Estava cansada de me revirar na cama, então desci até a cozinha no meio da madrugada e comecei a atacar a geladeira. Sentei no balcão da cozinha, e não me importei com mais nada naquele momento. Me sobressaltei quando ele adentrou na cozinha, Henry estava apenas com sua calça de moletom azul. Ele franziu o cenho ao me ver ali, e logo me empertiguei. - o que faz acordada a essa hora Katherine? - não consegui dormir. - ele ficou me encarando da porta por alguns instantes, até que foi até a geladeira. Eu o fitei de onde estava, mas logo desviei o olhar. Ele se recostou contra a pia, e me encarou comendo todo aquele sorvete. - você vai passar mal. - olhei para o pote em minhas mãos, era realmente muito grande. - quer um pouco? - estendi em sua direção, ele ergueu uma sobrancelha. - não. - ele se manteve ali, parado olhando para o corredor. - você acorda