O silêncio constrangedor que se instalou ali foi insuportável. Eu não sabia para onde olhar, Henry parecia uma estátua de tão imóvel que estava. Emiho continou olhando de um para o outro, até que Cristina resolveu tomar a frente.- tia Emiho, como é bom revê-la. - Logo ela puxou Emiho para um abraço, que a mulher retribuiu de imediato. - deixe-me olhar para você, está tão linda querida. - Cristina sorriu. - cada dia mais parecida com sua mãe. - Henry ficou ainda mais tenso, como se tivesse levado um soco no estômago. Me aproximei dela. - senhora Emiho, é um prazer. Eu... Ouvi coisas muito boas sobre você. - ela segurou minhas mãos.- você parece ser uma excelente pessoa minha querida, fico feliz que Henry tenha conhecido alguém bom. - lentamente ela me soltou, e se voltou para ele. Que parecia não respirar. - e você querido, como está? Ela se aproximou ainda mais, os olhos dele se arregalaram. E ele fechou os punhos, olhei para Cristina tentando entender o que estava acontecendo.
Puxei ele com força, tentando tirá-lo do box do banheiro. Mas ele realmente estava desacordado. - ah pelo o amor de Deus! É sério que você fez isso comigo? - esbravejei tentando levantá-lo mais uma vez. - como você pode ser tão dificultoso até mesmo desacordado? - sem demora tratei de descer até o andar de baixo, e pedir ajuda a um dos seguranças que de imediato subiu para me ajudar. Tratei de levar comigo um pouco de café também, para tentar acordá-lo. Quando voltei ao quarto, seus olhos já estavam abertos. Enquanto o segurança colocava ele em cima da cama. - eu estou bem. - balbuciava de forma rouca. Me empertiguei. - obrigada, pode se retirar agora. - o homem assentiu e logo o fez, encarei ele naquele estado. - olha só para você, acha isso bonito Henry? - mas ele mal estava acordado. - por Deus, espere um minuto. - logo tratei de ir até seu closet, e pegar para ele uma calça de moletom. Rapidamente voltei para seu lado novamente. - aqui, você precisa vestir isso. - não... E
A casa estava enfim pronta, cada cômodo, cada sala. Estava finalizado, tudo estava como Henry planejou. Apenas para me deixar mal, mas naquela altura do campeonato eu já não me importava mais. Estava tão exausta de tudo, que resolvi guardar aquela decepção para mim mesma. Estava no jardim já preparando tudo, quando Erick chegou. - até que enfim. - ele se aproximou prontamente. - na verdade hoje eu não vim como seu jardineiro. - franzi o cenho. - como assim? - tenho um torneio de surfe para participar, e... Gostaria de perguntar se a minha patroa número um gostaria de me acompanhar? - sorri olhando para ele. - está me convidando para assistir você? - para torcer por mim, você pode comprar aquelas roupas de líderes de torcida e... - bati em seu ombro, e pensei um pouco. - eu não sei, talvez não seja uma boa ideia. - ah qual é! Vamos lá por favor, são só duas horas. - ele fez um beicinho, e pensei em recusar. Mas eu não podia, e eu não queria. - tudo bem, só me deixe pôr uma ro
Liguei para meu pai muitas vezes durante aquela manhã, queria falar com ele. Saber mais sobre aquilo, aquela história não saia da minha cabeça. Principalmente por ter visto aquele homem, por saber que os dois eram tão amigos. - pai... Quando o senhor ouvir essa mensagem, por favor, me liga. Tá bom? - mas não houve resposta. Eu senti um aperto no coração, estava na sala de jantar tentando fazer contato. mas ele não havia falado nada, estava em silêncio. - se eu fosse você desistiria, o que você acha que vai ganhar com isso? - ele me questionou cheio de si. - só quero saber se meu pai está bem. - ele sorriu sem felicidade. - é claro que está, é um a menos para ele. - o encarei furiosa.- você quer parar de insinuar essas merdas sobre meu pai? - ele parou de sorrir. - insinuar? Querida eu estou falando apenas os fatos. - dessa vez fui eu quem riu sem felicidade, deixei o celular um pouco de lado e respirei fundo. Ele me encarou, e franziu o cenho. - que merda é essa no seu pescoço?
Após sair da casa dos taho, fui até a casa de meu pai. Haviam alguns carros na entrada, e logo imaginei o que me esperava. Haviam vários de seus velhos amigos pela sala, usando ternos pretos e conversando baixinho. No centro da sala, estava meu pai falando com alguns homens. Respirei fundo e fui até ele, até que senti uma mão em meu ombro. Ao olhar para o lado, avistei Henry. - o que está fazendo aqui? - sou um dos membros da empresa, lembra? - assenti e encarei meu pai novamente. - olhe ao redor, para todos esses engravatados. Todos eles tem rabo preso em alguma coisa, todos eles... Tem algum segredo. - olhei em seus olhos. - que tal você parar com isso? - todos eles tem acusações iguais, ou piores do que Hector Miller. - senti um nó na garganta. - mas eles... Tem um bom álibi. - ele olhou em direção ao meu pai, que havia me visto e estava vindo em minha direção. - o que você quis... - minha filha. - ele me puxou para um abraço, Henry logo deu alguns passos para trás. Me dei
Deitei naquela noite, mas o sono me faltou. Olhei meu celular, e haviam muitas mensagens de meu pai. Mas eu não respondi nenhuma. Estava cansada de me revirar na cama, então desci até a cozinha no meio da madrugada e comecei a atacar a geladeira. Sentei no balcão da cozinha, e não me importei com mais nada naquele momento. Me sobressaltei quando ele adentrou na cozinha, Henry estava apenas com sua calça de moletom azul. Ele franziu o cenho ao me ver ali, e logo me empertiguei. - o que faz acordada a essa hora Katherine? - não consegui dormir. - ele ficou me encarando da porta por alguns instantes, até que foi até a geladeira. Eu o fitei de onde estava, mas logo desviei o olhar. Ele se recostou contra a pia, e me encarou comendo todo aquele sorvete. - você vai passar mal. - olhei para o pote em minhas mãos, era realmente muito grande. - quer um pouco? - estendi em sua direção, ele ergueu uma sobrancelha. - não. - ele se manteve ali, parado olhando para o corredor. - você acorda
- eu já disse a você que se regar assim vai matar as flores! - Erick me repreendeu, fazendo-me acordar do meu transe momentâneo. - você está no mundo da lua esses dias, o que aconteceu? Não sei se tinha coragem de contar a ele nada, na verdade... Eu não tinha. Eu era extremamente covarde. - estava pensando em escrever. - ele me fitou. - e por que não escreve? - o encarei. - acho que tenho algum tipo de bloqueio criativo, as ideias parecem estar... Presas em minha mente. - ele se empertigou. - é só... Parar de ter o bloqueio criativo. - olhei para ele ironicamente. - nossa muito obrigada pela ideia genial. - só estava tentando ser útil. - você é mais útil quieto. - ele pôs a mão sobre o peito indignado. - você andou vendo os noticiários? Muitos estão falando sobre Hector Miller, um empresário famoso que foi morto. - disse prontamente, ele desviou o olhar. Eu franzi o cenho. - você o conhecia? - por alto, esses empresários sempre tem contatos uns com os outros. Ele era um am
Logo quando meu pai se foi, tratei de subir até meu quarto e ligar para Cristina convidando-a para a viagem. Ela negou algumas vezes, mas após muita insistência ela enfim aceitou. Eu estava começando a fazer as malas, quando ouvi a porta do meu se abrindo. Quando me virei, Henry estava parado ao lado da cama me encarando. - posso ajudar? - por quê esse interesse repentino em uma viagem Katherine? - franzi o cenho. - é sempre bom fazer uma viagem. - você estava extremamente nervosa com seu pai, mas agora... Está disposta a viajar com ele para fora da cidade. Me desculpe, mas há algo muito estranho aí. - dei de ombros. - se você acha estranho, eu não posso fazer nada para mudar sua mente, é uma viagem que estava ansiosa para fazer. Eu... Só quero sair um pouco dessa casa, dessa cidade e respirar. - seus olhos continuaram em mim, ainda buscando por alguma coisa. - além do mais eu convidei sua irmã também, e ela aceitou. - ele se sobressaltou rapidamente. - só pode estar brincando