Vahem corria o mais rápido que seu corpo conseguia aguentar, saltando por árvores e bosques como Canary jamais viu. Ela sabia que se tentasse saltar das costas do macho, de nada adiantaria. Os licanos de Vahem, corriam ao seu lado, formando uma espécie de proteção para o macho. Canary sentia seu coração acelerado, a cada salto que o macho dava. Após muita correria, eles enfim avistaram montanha vermelha e antes que se desse conta, Canary já estava passando pelos portões. Vahem enfim desacelerou, e Canary saltou de suas costas. O macho se voltou para ela de imediato, enquanto ela encarava o portão de entrada. -- nem pense nisso. -- sua voz rouca soou grave. -- você me trouxe a força de volta Vahem, eu não queria estar aqui, eu não quero estar aqui! Qualquer relacionamento que tínhamos... Acabou! -- furiosa ela andou até os portões, mas Vahem saltou contra ela. Canary se sobressaltou, voltando para trás. De imediato os portões foram fechados, e ela engoliu em seco. -- então é isso
*Merydia*Ela resolveu deixar Vahem e Canary sozinhos, eles precisavam daquele momento. Merydia resolveu subir até seu quarto, e tentar dormir um pouco. Quando ela passou em frente ao quarto de Markus, ela parou por um instante. Seu coração acelerou, ela ainda estava muito machucada e de luto pelo o que havia acontecido, mas ela sentia falta dele. Lentamente ela se aproximou da porta, abrindo-a vagarosamente. O quarto estava quase escuro, havia apenas um candeeiro. Markus estava deitado na cama, encolhido em um canto. Respirando pesadamente. Ela se aproximou e o fitou de onde estava. Merydia sentia os olhos ardendo. Markus não tinha culpa do que havia acontecido, ele também havia perdido algo. Ela tentou se aproximar e tocá-lo, mas ela foi covarde e desistiu. Logo ela saiu do quarto, e voltou correndo para o seu. **** Quando acordou pela manhã, aquele parecia um novo dia enfim. Por mais que seu coração e sua mente ainda estivessem machucados demais,
Canary estava deitada ao lado de Vahem, ouvindo sua respiração pesada, enquanto sua cabeça estava deitada em seu peito. Na noite passada os dois resolveram que ficariam apenas juntos, ela não queria estragar aquele momento. Queria apenas ficar deitada ao lado de Vahem, seu parceiro, seu marido. Ela beijou levemente seu pescoço. Ele apertou mais firmemente sua cintura, Canary sorriu. Tudo parecia bem, mas ainda em sua cabeça, a voz de Klaus ecoava. As coisas que haviam sido ditas e... Feitas entre os dois, ecoavam em sua mente. Canary quase havia cedido, e dormido com Klaus, ela estremeceu. -- no que você tanto pensa? - ela se sobressaltou, a fêmea jurava que ele dormia. -- nada... Nada demais. -- ele apertou mais fortemente sua cintura, contra seu corpo. -- eu amo tanto seu calor, sinto que faltava um pedaço de mim, quando você não estava aqui... Minha Canary. Ele sussurrou contra seu ouvido, fazendo-a suspirar. Ela ergueu o rosto para olhar para ele, o macho parecia em paz, feli
Canary não sabia se aquilo que via era fruto de sua imaginação, ou realidade. Vahem se pressionou mais forte contra ela, Canary engoliu em seco e tocou seu ombro. -- Vahem... Vahem, Klaus está aqui. -- ela sussurrou quase sem voz. Rapidamente, Vahem se afastou dela e olhou para onde Canary olhava, assustada. Ela estremeceu, quando ele também avistou o irmão ali. -- merda! -- ele gruniu enquanto pegava a calça, que estava no canto do quarto, e cobria Canary com o cobertor. O olhar negro de Klaus, estava vidrado em Canary. Vahem rapidamente se pôs de pé, Klaus abriu um sorriso cheio de dentes. -- calma irmãozinho. -- como diabos você entrou aqui? -- Klaus deu de ombros, enquanto Vahem se colocava em posição. -- eu conheço esse castelo como a palma de minha mão, sei cada entrada secreta, cada cantinho escondido! Posso entrar e sair daqui... Quando quiser. - Canary sentiu o ódio emanando de sua voz, enquanto ela pegava sua camisola e a vestia novamente. -- é melhor você sair daqui,
Depois que Klaus desapareceu na escuridão daquela passagem secreta, ninguém no palácio dormiu. Vahem ordenou que uma busca intensa se iniciasse no palácio, em busca de cada passagem secreta, que poderia existir ali. Os licanos obedeceram, e uma busca árdua começou. Canary não havia dormido nem um pouco, ela não parava de pensar no que havia acontecido. Nas coisas que foram ditas, e no que ela sentiu naquele quarto. Ela precisou sair um pouco de dentro do palácio. para sua sorte, Merydia a encontrou e as duas andaram pelas redondezas, indo em direção a aldeia. Ela ficou feliz por se aproximar um pouco mais das pessoas que ali viviam. Todos pareciam um tanto nervosos com sua presença, mas ela procurou não ser invasiva. Merydia logo notou como a amiga estava quieta, e pensativa. -- quer nadar nua no rio? -- Canary voltou seu olhar para ela imediatamente, lhe arrancando uma risada. -- eu gostei da proposta, mas estou cansada demais, para nadar agora. -- Merydia assentiu, segurando s
*Merydia* Ela estava sentada ao lado de Markus, que já estava quieto há um bom tempo. Ela resolveu que não diria nada, Verona era uma mãe terrível, mas ainda era sua mãe. E ele havia acabado de perdê-la.-- não sei onde está meu pai. Ele sussurrou baixinho, Merydia se sobressaltou. -- o que? -- ele sumiu, quando ela caiu! Não sei onde ele está... -- Ele começou a rir de forma sonora, ela tocou sua mão, mas ele não estava bem. -- Markus, você precisa respirar! Precisa pensar no que aconteceu. -- ele se pôs de pé. -- não tenho nada pra pensar Merydia, ela morreu! Enfim ela morreu. -- dava para sentir a dor em suas palavras. Ela se pôs de pé e tocou seu rosto. -- sente aqui, vamos conversar. -- ele se afastou de seu toque. -- eu não quero conversar, quero beber até esquecer quem eu sou. -- ele começou a andar em direção ao palácio. -- Markus... -- vamos beber Merydia! -- ele gargalhou enquanto ia em direção aos portões do palácio. Ela engoliu em seco, quando se aproximou, e av
Canary estava em uma sala grande e arejada do palácio, enquanto algumas mulheres traziam para ela vários modelitos de vestidos cerimônias. A coroação já estava batendo a porta, e aparentemente, ela precisava de um belo vestido. As mulheres espetavam agulhas nas saias do vestido, apertavam em certos lugares, e afrouxavam em outros. Ela já estava detestando aquela situação. Quando de repente, Vahem adentrou na sala. Ao vê-la naquela posição, com aquela cara de que não aguentava mais. Seus lábios se curvaram para cima. Canary lhe lançou um olhar cortante. -- diga alguma coisa, Vahem. -- ela disse entre dentes. Ele pigarreou se aproximando. -- bem... eu gostei muito deste. -- é claro que gostou. -- ele piscou para ela. -- se bem que eu prefiro você com bem menos roupas. -- as costureiras ficaram vermelhas se encarando, Canary o encarou furiosa. Enquanto ele não parava de rir. -- eu já estou exausta de ficar nessa posição, esse vestido me dá calor. -- ela bufou. -- só mais alguns
Canary estava encarando o grande palácio, tudo estava tão organizado e arrumado. Haviam flâmulas de meia luas para todo canto, flores de todas as cores, enfeites reais distantes. E mais a frente os tronos. Agora haviam dois. Canary engoliu em seco quando acordou naquela noite, desceu as escadas e se deparou com aquele segundo trono. Seu coração acelerou dentro do peito, quando viu que os dois eram do mesmo tamanho. Merydia havia explicado que o trono da rainha era sempre o menor, mas Vahem havia feito questão de que os dois fossem iguais. Ela sorriu, sentindo a garganta apertada. -- não sabia que havia alguém aqui, a essa hora. -- Canary se virou rapidamente, e avistou Daros. O homem usava apenas uma calça vermelho cor vinho, e um sobretudo marrom. Ela se sobressaltou ao ver o quão forte ele era. -- estava sem sono. -- é a ansiedade da coroação. Ele se aproximou prontamente, ficando ao seu lado. O homem era alto, mas não tanto quanto Klaus. Ela estremeceu ao ter esse pensamento.