— Sim, você consegue levantar? — N-Não… Estou tão fraca. — Eu vou te levantar…Você pode segurar em mim? — A-Acho que sim… — Muito bem, querida… Muito bem! Em seguida meu corpo foi erguido. Apoiei minha cabeça em seu peito, inalando seu cheiro, abracei seu pescoço. Ele deve ter ido pela entrada privada de funcionários, porque eu pude sentir seguindo por um caminho diferente. Todo o tempo ele dizia palavras para mim, e apesar de eu estar mentalmente distante, suas palavras eram dóceis, amáveis, ele acariciava meu cabelo. Finalmente chegamos em casa. Pude sentir ele afastando o corpo para me deixar deitada no sofá. Agarrei com mais força seu pescoço. Não queria que ele me deixasse, eu precisava dele ali comigo, cuidando de mim, me segurando para que eu não afundasse na escuridão. — Não me deixe Thomas — disse com os lábios praticamente colados ao seu pescoço, onde sentia seu cheiro, sua pele. Ele nem hesitou quando disse: — Eu não a deixarei Alice. Eu vou p
— Thomas, não! Eu não estava tentando me matar. — Ajeitei meu tom. — Thomas, eu agradeço muito por não ter contado a ninguém, mas eu prometo que tô bem, melhor ainda, se isso voltar a acontecer eu juro que procuro ajuda, no entanto estou bem. — Dei meio sorriso. Ele com certeza não acreditou, mas assentiu, provavelmente evitando uma discussão. Levantei rápido demais e acabei deixando a xícara cair, seu líquido escorreu por todo o chão de mármore. Quando abaixei para recolher os cacos, percebi que tinha cortado um dedo, e que ele sangrava, líquido vermelho misturava ao chá no chão, fazendo-me lembrar de Victor. Sua vida esvaindo, sangue escorrendo de sua garganta, eu tentando tampar o corte, não parava de sangrar… Não parava. Quando dei por mim, estava tremendo tanto, que os cacos caíram da minha mão, eu chorava silenciosamente. Antes que a próxima lágrima caísse, a mão de Thomas a enxugou, não sei quanto tempo ele ficou agachado na minha frente. Mas pelo jeito que ele me olhava,
JAMIE Deixar Alice com alguém que eu não conhecia foi uma das coisas mais difíceis que já fiz. Engolir meu orgulho e botá-la em primeiro lugar, por cuidado, por amor. A verdade é que eu morria de medo por amolecer… A palavra ainda corria estranha na minha mente, mas, com certeza, era amor. Minha escolha foi por ela, para ter apenas uma vez um olhar que não estivesse revestido de ódio. Seria menos pior se eu tivesse escolhido simplesmente algum soldado do meu pai, talvez Martinelli ou Salvatore. Só que não pude. Minha primeira opção sempre foi Colle, mas o imbecil não podia. Então me indicou Thomas. Não vou mentir, nunca tive nada contra o homem, no entanto não gosto de ninguém que não seja eu perto da minha Alice. Ainda mais sendo alguém com duas bolas entre as pernas. Seu histórico era impressionante, dificilmente um dos homens do meu pai seria eficiente como ele. E Colle havia me garantido que Thomas era bom e responsável, o tipo de homem que deitaria no arame farpado para você
ALICE — Thomas, qual a possibilidade de você pedir comida chinesa para mim? Ele me olhou com estranheza. — Cansei, sabe. Eu realmente estou com fome. Você está certo, não estou me alimentando bem. Entrei na dispensa e fingi procurar o número no quadro. — Sabe, botei por aqui na dispensa…, mas não acho… Eu havia planejado isso há muito tempo. Não podia dar errado, não podia. Ele, como o cavalheiro que era, entrou na dispensa comigo para ajudar. Antes que eu pensasse em mudar de ideia, corri e o tranquei na dispensa. — Alice? — seu tom não era alto. — O que está fazendo? Abra a porta. — Desculpe, mas não posso. Eu sinto muito. — Antes que eu pudesse escutar o que ele fosse dizer para me convencer do contrário, corri, botei minhas calças, um casaco grande de moletom, e saí. Seus gritos e batidas na porta foram perdendo força a cada degrau que eu descia para a minha liberdade. Um arrepio percorreu todo o meu corpo quando pisei na boate. Tocava ‘Greatest love of al
ALICE Eu me assustei com ele. Seu andar era lento, o olhar predatório, tentei me afastar de seu toque, mas ele me puxou, me prendendo. Ele me olhou nos olhos e pude perceber um momento de confusão se passando entre eles. Me puxou para tão perto que eu pude sentir seus músculos rígidos por baixo da camisa. Ele cheirava bem, e seu hálito invadiu meu espaço. A partir daquele momento eu não pude ver mais ninguém, como se tudo passasse em câmera lenta. Havia apenas eu, ele e a remix de Greatest love of all. Todo o resto havia morrido, enquanto mesmo que houvesse todo um mundo de batalha interna em seus olhos. Ele soltou um grunhidinho baixo, como se tivesse irritado. Então puxou minha nuca em sua direção E me beijou. THOMAS Eu havia assinado minha sentença de morte no momento em que segurei sua mão para levá-la embora. Eu não consegui. Eu sabia que era errado. Em níveis infinitos. Mas porra, eu não podia, eu não vi mais nada. Era como se o mundo parasse em nossa volta. Então eu a puxei
— Alice, Alice… Meu nome foi chamado algumas vezes antes que eu acordasse realmente… — Principessa. Meu sono finalmente esvaiu-se. Desperto-me lentamente, bocejo, viro de lado e encontro Jamie já arrumado. — Ei, olá. — Ele abre um grande sorriso sincero. Meus pensamentos aos poucos começam a se formular, e me lembro da noite passada. Meu coração acelera, posso sentir que ele leu minha reação de choque. — Mais um pesadelo? — ele indaga, lendo minha feição. — Não, sim, quero dizer, não me lembro. Ele se aproximou da cama, como se fosse acariciar meu rosto. Então seu dedo deslizou pela minha bochecha, carinhosamente. Pega meu queixo, levantou entre o polegar e indicador e falou: — Esteja daqui a dez minutos no meu escritório. Thomas Arrependimento, medo, insegurança. Eu já lhes falei que sou bom em ler pessoas? Alice estava morrendo de medo. Eu também. Não vou mentir, eu nunca tinha feito algo assim, mas também não era um covarde, eu sabia o que estava faz
Voltamos à estaca zero. Não tinha coragem de encarar Thomas, poderia ser simples, eu ser só uma mulher adúltera. Mas era bem pior que isso, eu era uma mulher adúltera de um mafioso. Eu não tinha amor à vida. Ou estava extremamente surtada. Em qualquer uma das hipóteses um de nós dois acabaria morto. Eu estava sentada no sofá da sala, tendo uma ampla visão dele picando uma cebola. Era folga da cozinheira, nós normalmente pedíamos comida nestes dias, mas ele resolveu fazer a sua própria. Ele não tentava mais falar comigo, embora seus olhos cruzassem com os meus constantemente. Tinha a súbita sensação que a qualquer momento ele falaria algo. Mas então ele desviava o olhar e trancava a mandíbula. Alguns minutos depois a comida estava pronta. Realmente parecia magnífico, e embora eu quase não comia, ainda mais àquela hora, minha barriga vibrou de fome com o cheiro. Ele gentilmente pôs a mesa, ainda sem me dirigir a palavra. Porém a mesa foi arrumada apenas para uma pessoa. Viro-me pronta p
Entendi que essa era a brecha para cortar o assunto. No momento não podia lidar com um Jamie possessivo, ainda mais um violento. Embora suspeitasse que ele não mais me faria mal. — Problemas no trabalho? Seu olhar se suavizou e suas mãos se afrouxaram no volante. — Estamos tendo problemas com a família que lidera um cassino e alguns negócios perto do nosso. Pelo menos nossos principais suspeitos são os Palermo. Tenho que investigar, não se acusa uma família de algo tão sério. Caso contrário, seria como dar um tiro no próprio pé, e liderar uma guerra sem causa. Embora o poder de fogo deles seja quase insignificante em frente ao nosso, sei que não são burros. Com certeza é só a ponta do Iceberg. Uau. Eu realmente não esperava que ele me dissesse. — E por que eles comprariam uma guerra com vocês, mesmo sabendo que o poder de vocês é bem maior? Não seria burrice? — No posso dizer que é um truque de mestre. Mas quem não quer ser grande? O motivo é sempre o mesmo. Poder, p