Jamie não compreendeu meu silêncio à mesa. Ele tentava conversar, mas eu não podia. Estava afogada em mágoa. Isso era culpa dele. É culpa de Jamie! É culpa de Jamie! Minha consciência gritava, fazendo com que todo progresso que fizéramos até então fosse por água abaixo. Não queria mais me comover com sua história de infância infeliz. Não queria! Não precisava entender seus motivos. — Você está calada ele disse na viagem de volta. Não podia responder. Estava triste, enojada com a minha vida, não importava o quanto Jamie quisesse agir comigo normalmente. Não me importava o quanto ele tentasse, o quanto se importasse, nós não éramos um casal normal, sob circunstâncias normais. Ele sempre será o homem que ameaçou meu pai. Que me tirou do berço familiar, que se obcecou por mim, e me fez viver uma vida que não me pertencia. Não podia me esquecer disso, do que ele tirou de mim, o que me custou, o que eu perdi. A Vivian só me lembrou o que eu estava me esquecendo. Eu e Jamie não éram
Lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto. Não sabia quando começara a chorar. Passei a mão limpando e percebi que já era dia, e que Jamie já não estava mais ali. Ao lado da cama encontrei o aparelho celular que Jamie me dera, em baixo um bilhete com sua caligrafia. “Eu gostaria de poder fazer muito mais que isso por você. Não estou mais rastreando suas ligações, pode ligar para seus pais, Nicole, não ouvirei nada. Apenas use com sabedoria. Jamie. Ps: Se arrume estamos recebendo visitas.” Embora meu coração palpitasse de alegria, estava muito nervosa, eu finalmente falaria com meus pais. Finalmente. Por outro lado, eu temia. Como eles estariam? Será que já se habituaram à minha falta? Será que Jamie cumprira suas promessas? Meus dedos passaram pela lista de contatos, quase pressionando o discador mas então desisto, quase ligo novamente, e logo depois desisto. Resolvo descer primeiro e receber quem quer fosse a visita. Após me arrumar devidamente, calcei chinelos co
— Aproxime-se dele para deixá-lo sem espaço para golpes ou use uma guarda sólida para bloquear muitos dos seus golpes. Certifique-se de golpear de volta pelo menos para manter a luta ou então você acabará como um saco de pancadas. — Jamie! — disse abaixando o tronco e apoiando as mãos nos joelhos cansada. —Mal comecei e já quero desistir — eu disse, ofegante. — Alice, você mal começou e estou admirado em como é magnífica. Um grande erro dos lutadores principalmente iniciantes é estar focando em muita força ao invés de também na velocidade, resistência, equilíbrio, precisão. Força física não é tudo. Use isso aqui — apontou em direção à minha cabeça. — A melhor coisa que pode fazer ao se encontrar em uma posição que esteja correndo perigo e estiver por conta própria é ver como ele se move e ver onde ele está exposto. Aprenda sobre ele e acerte-o sem gastar muita energia. Guarde sua energia para o ataque final. Se coloca em posição de ataque novamente. — Suas mãos devem estar
Mais tarde quando Thomas me levou para casa, me sentei em minha cama com as mãos firmes segurando o celular. Meu coração batia rápido, minhas mãos suavam. Depois de tanto pular o número acabei discando para o número de Nicole. O telefone chamou duas vezes antes de alguém atender. — Olá! — ouvi uma voz infantil que eu conhecia, Nicholas. — Olá! — tentou de novo. Queria atravessar a linha telefônica e abraçá-lo. Meus olhos estavam cheios de lágrimas. De repente o telefone foi tirado da mão dele, e a voz doce de Nicole irradiou para o meu lado da linha. — Oh Deus! — sua voz é risonha. — Eu espero que não tenha desligado. Olá? Com quem eu falo? Eu queria falar, eu desejava falar, mas estava tão receosa, fazia tanto tempo. — Nicole — minha voz é um miado. — Sou eu, Alice. — Santo Deus! — ela falou alto. Pude até ver seus olhos arregalados e ela provavelmente sentando-se para não cair. — Alice! Deus, faz tanto tempo! Por onde andou? Seu outro número estava indis
Rápido, ele puxou minha blusa para baixo, expondo meus seios, sem perder tempo, ele chupou sem pudor e eu joguei a cabeça para trás, drogada com a sensação. Ele rodeou um com a língua, enquanto massageava o bico do outro. Beliscava e então chupava, lentamente. Fez exatamente a mesma coisa com o outro. Gemi alto, quando um choque de puro prazer percorreu meu corpo, após ele sugar ferozmente meu seio e prender o bico entre os dentes, puxando-o lentamente. Logo juntou os dois com a mão, e continuou a tortura sexual, sugando, beijando, mordendo, de um seio ao outro. Queria gritar de prazer. Minha entrada gritava por atenção. Enquanto ele sugava com maestria meu seio, meu corpo se enroscava no seu. Não me importava como era errado, que não devia fazer. Eu precisava. Meu corpo precisava. Era apenas como se só houvesse nós dois no mundo. — Santo Deus! — gemo. Pude sentir um pequeno sorriso enquanto ele continuava os beijos. — Geme… — disse enquanto segurava meu seio com a mão e chupava
JAMIEOs últimos dias foram uma tremenda loucura. Eu tinha realmente voltado à ativa. Estar fazendo tudo aquilo de novo despertava um sentimento primal de matar em mim. E eu o fiz. Com prazer. Eu precisava descobrir tudo o que estava acontecendo, e para isso, usei todas as minhas ferramentas. Infelizmente, mesmo com todo esforço, pela primeira vez não estava conseguindo chegar a lugar nenhum. Sim, eu tinha contatos, mas até nesse processo eu teria que esperar. Eu havia dado um bom dinheiro para um policial corrupto me atualizar sobre tudo em relação àqueles “desaparecimentos”. E ele só o fazia porque acreditava realmente que não estava envolvendo os Gambino. Sonegação de impostos, jogos de azar, esquadrões da morte, tráfico de armas… sim. Venda de mulheres, não! De forma alguma. Até nós tínhamos nossos princípios, eram meio distorcidos, no entanto ainda eram princípios. Eu não estava com o mínimo de paciência para qualquer evento dos Gambino, ainda mais com as peças fora de eixo co
Alice Eu tive o melhor orgasmo da minha vida e o mais arriscado também. Não tive outro momento a sós com Thomas, Jamie esteve conosco desde então. Tudo ia bem, eu tentava ignorar tanto quanto ele o que tínhamos feito na noite anterior. Foi um erro, não deveria ter acontecido, mantermos o máximo de distância um do outro era a melhor solução. Ele estava me olhando quando Jamie me levou para a pista de dança vazia. Tentei argumentar para que não dançássemos, mas Jamie estava convicto. Quando Whitney Houston começou a tocar, e ele sem vergonha nenhuma me embalou eu realmente me surpreendi. Ele estava sendo doce e gentil. Quase parecia aquele Jamie que conhecera pouco mais de um ano antes. Aquilo só me enchia de mais tristeza. Por que as coisas tiveram que ser assim? Por que nossas vidas foram condenadas por nossos pais, por que tivemos que assumir um compromisso feito por eles? Perdendo nossas próprias identidades? Jamie era tão vítima quanto eu. Sua gaiola ainda mais apertada que
Eu estava sendo ignorada com sucesso. Estávamos há vinte minutos dentro do carro, e Thomas não me dirigira uma maldita palavra. Agora era oficial, ele me odiava. — Aquele ravióli estava delicioso — eu disse, esperando que ele pelo menos trocasse uma palavra comigo. — Sim, estava — respondeu ainda sem me olhar, sua voz sem emoção e totalmente seca. — O champanhe estava fantástico. — Encarei-o na tentativa que me desse atenção. — Humm. — Se limitou a um simples aceno de cabeça. Tomando coragem, completamente atordoada depois de perceber que ele não me responderia, pergunto sem rodeios. — Será que você está de alguma forma chateado comigo? — Não. — Garantiu. — Só estou trabalhando. — Mas você parece tão… — Olha. — Me cortou. — Eu só estou… sabe, ver vocês dois juntos… Engoliu seco, e vi suas mãos apertando o volante com força. Então era disso que se tratava? Ele ficou chateado por ver eu e Jamie juntos. Como eu poderia explicar a ele que não amava Jamie? Que es