— Eu não sou seu motorista particular, portanto você virá comigo na frente. — Ele passou por mim e abriu a porta do passageiro do seu Cadillac CT6, em seguida entrou. Eu não entendia a sua irritação, embora suspeitasse que se dava ao fato de ele ter que ficar como uma babá. Como se não fosse o suficiente, Jamie instruiu para que ele retornasse para casa comigo em segurança. Thomas, sempre ficava estranho como estava comigo sozinho. Ele pigarreou alto, arrancando-me dos meus pensamentos. Olhei para ele ainda sem entender nada, as grandes mãos apoiadas no volante, sua mandíbula trancada, ele me olhava sério. — O-o que foi? — perguntei baixo. Ele soltou seu cinto de segurança e aproximou-se rápido de mim. Seu cheiro invadindo meu espaço, sua loção pós barba, seu rosto, tudo tão próximo a mim… Sua mão percorreu suavemente o lado da minha coxa, enquanto o outro passou por cima do meu ombro. Então ele puxou o cinto de segurança e encaixou para mim. Meu corpo congelou, sua mão era quen
Vergonha bateu firme em mim quando eu me levantei de manhã, Jamie, como sempre, voltou tarde, acordou cedo, e em seguida voltou ao trabalho. E eu novamente estava sozinha. Com Thomas, sim, eu senti vergonha, por ter me exposto, por tê-lo beijado. Deus! A forma que ele me afastou. Mais parecia que eu tinha lepra, e as coisas que ele disse! Ele foi cruel! Ele realmente achava que eu queria estar aqui? Ele não sabia nada sobre mim! Ninguém sabia. Levantei, vesti minha roupa de academia, liguei meu iPod e desci para pegar uma água e caminhar. Thomas estava sentado no banco da cozinha, e apesar de eu não ter me virado, era capaz de sentir seus olhos em mim. Eu peguei a água e me virei para caminhar. Ainda sem encará-lo. — Sobre ontem… — ele disse se levantando e andando atrás de mim. — Apenas esqueça — disse baixo, me virando para ele. — Eu não deveria ter feito aquilo, eu… — Não. Você não deveria ter feito aquilo. — Ele ajustou o colarinho, e seus olhos se perderam para longe
— Sim, você consegue levantar? — N-Não… Estou tão fraca. — Eu vou te levantar…Você pode segurar em mim? — A-Acho que sim… — Muito bem, querida… Muito bem! Em seguida meu corpo foi erguido. Apoiei minha cabeça em seu peito, inalando seu cheiro, abracei seu pescoço. Ele deve ter ido pela entrada privada de funcionários, porque eu pude sentir seguindo por um caminho diferente. Todo o tempo ele dizia palavras para mim, e apesar de eu estar mentalmente distante, suas palavras eram dóceis, amáveis, ele acariciava meu cabelo. Finalmente chegamos em casa. Pude sentir ele afastando o corpo para me deixar deitada no sofá. Agarrei com mais força seu pescoço. Não queria que ele me deixasse, eu precisava dele ali comigo, cuidando de mim, me segurando para que eu não afundasse na escuridão. — Não me deixe Thomas — disse com os lábios praticamente colados ao seu pescoço, onde sentia seu cheiro, sua pele. Ele nem hesitou quando disse: — Eu não a deixarei Alice. Eu vou p
— Thomas, não! Eu não estava tentando me matar. — Ajeitei meu tom. — Thomas, eu agradeço muito por não ter contado a ninguém, mas eu prometo que tô bem, melhor ainda, se isso voltar a acontecer eu juro que procuro ajuda, no entanto estou bem. — Dei meio sorriso. Ele com certeza não acreditou, mas assentiu, provavelmente evitando uma discussão. Levantei rápido demais e acabei deixando a xícara cair, seu líquido escorreu por todo o chão de mármore. Quando abaixei para recolher os cacos, percebi que tinha cortado um dedo, e que ele sangrava, líquido vermelho misturava ao chá no chão, fazendo-me lembrar de Victor. Sua vida esvaindo, sangue escorrendo de sua garganta, eu tentando tampar o corte, não parava de sangrar… Não parava. Quando dei por mim, estava tremendo tanto, que os cacos caíram da minha mão, eu chorava silenciosamente. Antes que a próxima lágrima caísse, a mão de Thomas a enxugou, não sei quanto tempo ele ficou agachado na minha frente. Mas pelo jeito que ele me olhava,
JAMIE Deixar Alice com alguém que eu não conhecia foi uma das coisas mais difíceis que já fiz. Engolir meu orgulho e botá-la em primeiro lugar, por cuidado, por amor. A verdade é que eu morria de medo por amolecer… A palavra ainda corria estranha na minha mente, mas, com certeza, era amor. Minha escolha foi por ela, para ter apenas uma vez um olhar que não estivesse revestido de ódio. Seria menos pior se eu tivesse escolhido simplesmente algum soldado do meu pai, talvez Martinelli ou Salvatore. Só que não pude. Minha primeira opção sempre foi Colle, mas o imbecil não podia. Então me indicou Thomas. Não vou mentir, nunca tive nada contra o homem, no entanto não gosto de ninguém que não seja eu perto da minha Alice. Ainda mais sendo alguém com duas bolas entre as pernas. Seu histórico era impressionante, dificilmente um dos homens do meu pai seria eficiente como ele. E Colle havia me garantido que Thomas era bom e responsável, o tipo de homem que deitaria no arame farpado para você
ALICE — Thomas, qual a possibilidade de você pedir comida chinesa para mim? Ele me olhou com estranheza. — Cansei, sabe. Eu realmente estou com fome. Você está certo, não estou me alimentando bem. Entrei na dispensa e fingi procurar o número no quadro. — Sabe, botei por aqui na dispensa…, mas não acho… Eu havia planejado isso há muito tempo. Não podia dar errado, não podia. Ele, como o cavalheiro que era, entrou na dispensa comigo para ajudar. Antes que eu pensasse em mudar de ideia, corri e o tranquei na dispensa. — Alice? — seu tom não era alto. — O que está fazendo? Abra a porta. — Desculpe, mas não posso. Eu sinto muito. — Antes que eu pudesse escutar o que ele fosse dizer para me convencer do contrário, corri, botei minhas calças, um casaco grande de moletom, e saí. Seus gritos e batidas na porta foram perdendo força a cada degrau que eu descia para a minha liberdade. Um arrepio percorreu todo o meu corpo quando pisei na boate. Tocava ‘Greatest love of al
ALICE Eu me assustei com ele. Seu andar era lento, o olhar predatório, tentei me afastar de seu toque, mas ele me puxou, me prendendo. Ele me olhou nos olhos e pude perceber um momento de confusão se passando entre eles. Me puxou para tão perto que eu pude sentir seus músculos rígidos por baixo da camisa. Ele cheirava bem, e seu hálito invadiu meu espaço. A partir daquele momento eu não pude ver mais ninguém, como se tudo passasse em câmera lenta. Havia apenas eu, ele e a remix de Greatest love of all. Todo o resto havia morrido, enquanto mesmo que houvesse todo um mundo de batalha interna em seus olhos. Ele soltou um grunhidinho baixo, como se tivesse irritado. Então puxou minha nuca em sua direção E me beijou. THOMAS Eu havia assinado minha sentença de morte no momento em que segurei sua mão para levá-la embora. Eu não consegui. Eu sabia que era errado. Em níveis infinitos. Mas porra, eu não podia, eu não vi mais nada. Era como se o mundo parasse em nossa volta. Então eu a puxei
— Alice, Alice… Meu nome foi chamado algumas vezes antes que eu acordasse realmente… — Principessa. Meu sono finalmente esvaiu-se. Desperto-me lentamente, bocejo, viro de lado e encontro Jamie já arrumado. — Ei, olá. — Ele abre um grande sorriso sincero. Meus pensamentos aos poucos começam a se formular, e me lembro da noite passada. Meu coração acelera, posso sentir que ele leu minha reação de choque. — Mais um pesadelo? — ele indaga, lendo minha feição. — Não, sim, quero dizer, não me lembro. Ele se aproximou da cama, como se fosse acariciar meu rosto. Então seu dedo deslizou pela minha bochecha, carinhosamente. Pega meu queixo, levantou entre o polegar e indicador e falou: — Esteja daqui a dez minutos no meu escritório. Thomas Arrependimento, medo, insegurança. Eu já lhes falei que sou bom em ler pessoas? Alice estava morrendo de medo. Eu também. Não vou mentir, eu nunca tinha feito algo assim, mas também não era um covarde, eu sabia o que estava faz