Zeus Galanis
Anos atrás.
Está um final de tarde fria com presenças de nuvens pesadas no céu, com raios cortando o horizonte mostrando que essa noite cairá uma tempestade.
— É um milagre senhor, o trânsito está uma maravilha chegaremos em 10 minutos — Matt meu motorista chama minha atenção — Parece que seu xará resolveu dá um show hoje senhor — ele diz rindo.
— Parece que sim — comento sem muito animo e respiro fundo, a Atenas, a cidade que acolheu a mim e a meus irmãos, onde finalmente conseguimos mudar nossa realidade, onde em fim tivemos uma adolescência tranquila com aqueles que nos escolheu como filhos.
— Chegamos senhor — Matt me tira dos meus devaneios.
— Tire o final de semana de folga Matt, vou visitar Poseidon com minha noiva, nos vemos na segunda — faz meses que não vejo aquele peixinho safado, me deixou sozinho no comando da empresa o mês inteiro, mas tudo bem.
Saio da garagem, caminho em direção a mansão e estranho o fato de estar tudo desligado, não lembro de ter dado folga para os funcionários, enfim, subo as escadas em direção ao segundo andar rumo ao meu quarto, doido para chegar e fazer um chamego gostoso com a Audrey minha noiva, estamos juntos a dois anos, conheci a Aud quando ela veio para Atenas participar de um desfile de moda que aconteceu em um dos meus hotéis, acabamos nos esbarrando pelos corredores e começamos a sair, tínhamos uma sintonia muito boa, fomos nos aproximando e engatamos um relacionamento que para mim se tornou cômodo.
Quando chego no final da escada vejo o corredor escuro e apenas a luz do meu quarto está acesa, congelo no lugar, meus pés congelam e não consigo mover um milésimo do lugar, pois comecei a escutar gemidos, os gemidos da Audrey eu conheceria em qualquer lugar pois era daquela forma que ela gemia quando eu estava a satisfazendo.
É preciso uma força de Hércules para sair do lugar, ando lentamente até a porta do meu quarto e o que os meus olhos veem meu coração não quer acreditar, Audrey esta cavalgando em cima de um cara enquanto segura outro com as mãos, fico chocado e sinto que meu coração vai sair pela boca de tão acelerado, mas então sinto uma ira insana tomar conta do meu ser.
— Audrey — quando grito seu nome um trovão ecoa pelo quarto fazendo os três se assustarem.
— Calma Z eu posso explicar — a ordinária ainda tem a cara de p.a.u de vir em minha direção para se explicar, enrolada em um lençol, ela chora e implora por perdão —Perdão Z eu não tenho culpa eles me obrigaram, acredita em mim.
— Calma aí — um deles fala se aproximando — Não te obrigamos a nada — sem paciência o calo com um soco bem no meio da boca.
— Ei, relaxa aí meu chapa está maluco? — o outro vem acudir o amigo.
— Qual foi? Vai encarar? — pergunto já partindo para cima deles com socos e ponta pés, eles até tentam revidar mas não conseguem, tenho anos de escola de artes marciais como forma de descarregar minha tensão, então não são páreo para mim.
— Para Zeus você vai matá-los — Audrey grita e vem me segurar, a empurro em cima da cama.
— Vou contar até três e quero vocês fora da minha casa — não foi preciso nem começar a contar, eles mesmo machucados pegaram suas roupas e sumiram do quarto na rapidez de Aquiles.
— Z... — Audrey se aproxima chorando — Acredita em mim, eles me forçaram — pela primeira vez na noite eu olhei nos olhos dela e não vi nenhum pingo de arrependimento.
— Quero que você arrume todas as suas tralhas e saia agora da minha casa e não esqueça nada pois você não voltará para pegar, suma da minha vida e quando eu voltar não quero te ver aqui entendeu?
— Meu perdoa meu am...
— Calada! — grito sem paciência e mais um trovão ecoa pelo quarto — Não quero ouvir nada de você sua vagabunda, como eu pude me enganar por tantos anos.
— Mas está caindo uma tempestade lá fora — ela ainda tenta argumentar.
— Não me importo.
— Eu não tenho para onde ir Z — e lágrimas grossas descem pelo seu rosto.
— Isso não me importa, já dei o meu recado — quando eu ia saindo do quarto escuto sua risada e rapidamente me viro.
— Sabe Zeus, para um CEO extremamente inteligente você até que foi muito bobinho, eu nunca te amei seu bobo, estava com você por conveniência. Olha a minha surpresa quando o CEO da rede de hotéis Galanis se interessou por mim? — ela sorri debochada — Mas o que eu gosto você não pode me dá, eu queria conhecer o mundo Zeus, você nunca quis sair dessa m*****a Grécia, qual a vantagem de ser rica e não sair desse lugar de merda, não ter uma trepada sacana ? — questiona maléfica — Eu sempre trair você seu idiota, para um cara de 26 anos você é muito besta e tem atitudes de velho, nunca saia comigo, o mais frio dos irmãos Galanis, eu me contentei com seu dinheiro não com você, você nunca vai encontrar uma mulher que ature suas fraquezas, seus pesadelos você vai acabar sozinho igual a seu ...
— Mudança de planos — a pego pelo braço, pego sua bolsa no chão do quarto, uma roupa e saio puxando-a em direção a saída
— Me solta seu brutamonte — ela grita e esperneia, mas como sou mais forte a levo com facilidade até a frente da mansão, a jogo lá no meio da chuva com suas coisas
— Suma da minha vida, nunca mais apareça na minha frente senão eu sou capaz de dar uma surra em você — volto correndo para mansão me tranco no escritório e começo a beber como nunca bebi antes, jurando para mim mesmo nunca mais me apaixonar!
Zeus Galanis Dias atuais. Tram tram tram tram. Desperto com o som insistente do alarme me tirando de um sonho conturbado, será possível que nunca terei paz?! Me estico na cama até o criado-mudo e desligo o alarme, saio da cama pelado, não gosto de dormir de outra forma, e caminho para o banheiro fazer minha higiene matinal. Saio do banheiro com meu roupão cinza, caminho para o closet onde coloco uma cueca boxe, visto meu terno preto e estou pronto para mais um dia de trabalho.Caminho em direção a cozinha e vejo minha governanta terminando de colocar a mesa do café. — Bom dia, Teté — Tereza trabalha para minha família desde que eu era apenas uma criança rebelde, ela se mudou para Nova York para que eu não ficasse sozinho, já que minha família reside na Grécia. — Bom dia meu querido — ela se vira e deposita um beijo na minha testa — Como foi a noite? — Agitada como sempre, mas vamos seguindo. Já conseguiu a nova funcionaria? — a Tereza já está de idade e não pode ficar com todos
Zeus Galanis Já faz uma hora e meia que corro pelo Central Parck, hoje é sábado e não precisei ir para o hotel, teria o final de semana livre para relaxar, após uma semana inteira árdua de trabalho. Faz uma semana que a funcionará que Teté contratou trabalha para mim, porém nunca nos encontramos, mas sempre que chego em casa, após um dia cansativo de reuniões tem uma comida deliciosa e como sempre seus bilhetinhos se referindo a mim como um senhor de idade avançada. Ao contrário da Teté a nova funcionária não dorme no trabalho e como minha semana foi agitada sempre chego em casa mais tarde e a Manuela não está mais, porém a casa está sempre impecável. Chego em frente ao meu prédio, sigo para as escadas, hoje eu estou com a energia de Hércules, porém esbarro com uma pessoa no hall do prédio. — Opa desculpe — a moça havia se desequilibrado e caído com o tombo, percebo que é o avião loiro do elevador de uns dias atrás — A senhorita se machucou? — dou-lhe a mão para ajudá-la a levanta
Zeus Galanis Já é final de tarde quando observo através dos vidros da janela do meu escritório, o céu de Nova York nublado, mostrando que a noite seria de chuva intensa, sem contar o frio de lascar, Bóreas está por essas bandas. Absorto em meus pensamentos, divago para a jovem senhorita que está trabalhando em minha casa, sinceramente não sei como meus pensamentos foram voltados para aquele par de olhos azuis penetrantes. Faz duas semanas desde a última vez que a vi, quando lhe dei carona após sair da boate. A simples menção da boate me faz lembrar das palavras de Pedro. — Ela era de quem pagasse mais. Não entendo por que aquilo me incomodou tanto, a final não a conhecia, por tanto não deveria sentir nada. Chego à conclusão que pode ser desejo reprimido, embora eu não seja muito adepto a morenas, preciso me satisfazer em alguma mulher e descarregar essa tensão, provavelmente depois esquecerei da jovem Manuela. Assim que esse pensamento passa por minha cabeça assusto-me, pois n
Zeus Galanis Dor de cabeça, é nesse estado que deixo a sala de reuniões. Muitos problemas para resolver, entre novas parcerias a funcionários descontentes, do que adianta uma grande equipe se no fim tudo fica em minhas costas?! Caminho pelo corredor em direção ao elevador e logo Hades se junta a mim. — Irmão, é hoje que a noite pega fogo! — Fala Hades todo energético, como ele consegue se manter assim após aquela reunião tão chata? — Frouxo do jeito que é? Duvido — brinco com ele para tentar descontrair e espantar essa dor de cabeça dos infernos. — Ha ha ha grande piadista você — fala revirando os olhos e se endireitando para entrar no elevador comigo — Vou te mostrar o frouxo, bastardo e você nunca mais me chamará dessa forma — fala pegando naquilo que ele chama de pênis. Com certeza eu peguei toda a beleza e charme para mim, se formos opostos de tudo creio que esse pênis dele não é grande coisa, ele que não me escute. Esse pensamento me faz rir. Antes de irmos para o cassino
Zeus Galanis Já sentiram a sensação de estar morrendo? Pois foi assim que eu me sentir quando faltou ar nos meus pulmões e as vistas escureceram até eu perder os sentidos de uma vez, nunca fiquei tão mal após beber, sempre fui duro na queda e me sentir impotente e frágil diante de uma situação inusitada me fez repensar muito sobre a minha vida. Desde o episódio com a minha quase futura esposa que eu me fechei para qualquer relacionamento, me mudei, me afastei da minha família, do lugar onde finalmente pude viver em paz e crescer como um adolescente normal. Sempre fui um cara reservado, sempre tentei seguir em frente, afastando um pouco os fantasmas que me atormentavam, e quando eu conheci aquela m*****a eu pensei ter me apaixonado. Sempre percebi seu ar superior de ante de pessoas com uma classe média inferior a nossa, mas nunca me importei muito, estava cego e me deixando levar por um sentimento tolo que nem era de verdade. Pensar em sentimentos me faz lembrar de um par de olhos a
Zeus Galanis Saboreio aquela deliciosa salada de frutas feita pela Manuela, já comi quase a bandeja inteira. Quando termino volto para sala e a encontro pronta para ir embora, quando de repente um raio ecoa pela sala a fazendo pular de susto. A Televisão está ligada e começa a passar uma matéria falando da tempestade que cai na cidade naquele final de tarde, onde é anunciado a reclusão de todos em suas respectivas casas, vejo a Manuela se assustar. — Como voltarei para casa?! — coloca as mãos no rosto em desespero. — Pode ficar aqui, tem quarto de hóspedes no apartamento você não pode se arriscar saindo pelas ruas chuvosas de Nova York — falo preocupado. — Eu aceitarei ficar senhor, mas posso dormir aqui pela sala mesmo ou até mesmo no quarto da senhora Tereza não acho que ela irá se importar — diz ruborizada, essa mulher não cansa de ser linda? — Não tem necessidade, pode ficar no quarto de hóspedes — insisto. — Senhor, prefiro ficar na sala, não me leve a mal, mas não quer
Zeus Galanis Ela se afasta de mim bruscamente, eu fico estático por alguns segundos não acreditando que ela pôde me rejeitar dessa forma, até que escaro seus grandes olhos azuis amedrontados. Como que ela pode ser uma mulher decidida como quando me questionou na boate e ao mesmo tempo ser tão delicada e sensível mesmo depois de seu passado. — Tenho que voltar para os meus afazeres, com licença — desperto de meus pensamentos com sua doce voz e quando percebo ela já saiu do meu campo de visão. Dane-se, resolvo não a importunar e saio do meu apartamento seguindo para o do meu irmão, antes que eu bata na porta uma mulher sai de lá bufando de raiva e eu acho que conheço, puta merda! É aquela gostosinha que a Manuela me pegou dando uns amassos, não acredito! Entro no apartamento a tempo de ver meu irmão apenas de cueca largado no sofá com o pensamento longe e não percebe minha presença. — Pelo visto sua “maratona de série” foi muito boa — dito isso ele se levanta perdido com tamanho s
Zeus Galanis No dia seguinte enquanto tomo meu café totalmente, ignorado pela Manuela, leio uma matéria na internet falando que a frente fria passou e todos podem sair da quarentena, é um alívio, pois poderei acompanhar o estrago causado no meu hotel. Termino meu café, me arrumo e sigo para o hotel, mas quando abro a porta do apartamento encontro Poseidon saindo do elevador. — Fala mano — chega me saudando — Vim tomar café da manhã com meu irmão preferido, que Hades não me ouça — fala a última parte cochichando como se tivesse mais alguém além de nós dois. — Chegou tarde, já tomei café e estou de saída. — Estou com fome cara, eu sei que você tem cozinheira aí, Teté me disse que conseguiu contratar uma moça antes de viajar — fala com cara de cachorro sem dono — Não aguento mais comer comida enlatada. — Ah está bom, mas seja rápido quero chegar logo no hotel para ver o tamanho do estrago — falo, por fim, rendido. Caminho para a cozinha e encontro a Manuela concentrada em um livro,