CAPITULO 3

Zeus Galanis

Já é final de tarde quando observo através dos vidros da janela do meu escritório, o céu de Nova York nublado, mostrando que a noite seria de chuva intensa, sem contar o frio de lascar, Bóreas está por essas bandas.

Absorto em meus pensamentos, divago para a jovem senhorita que está trabalhando em minha casa, sinceramente não sei como meus pensamentos foram voltados para aquele par de olhos azuis penetrantes.

Faz duas semanas desde a última vez que a vi, quando lhe dei carona após sair da boate. A simples menção da boate me faz lembrar das palavras de Pedro.

 — Ela era de quem pagasse mais.

Não entendo por que aquilo me incomodou tanto, a final não a conhecia, por tanto não deveria sentir nada.

Chego à conclusão que pode ser desejo reprimido, embora eu não seja muito adepto a morenas, preciso me satisfazer em alguma mulher e descarregar essa tensão, provavelmente depois esquecerei da jovem Manuela. 

Assim que esse pensamento passa por minha cabeça assusto-me, pois nunca lembro o nome de minhas conquistas, hora, o que estou pensando?

Essa garota não é minha conquista, é só uma funcionária.

— Senhor Zeus — meus pensamentos são interrompidos pela minha secretária — Bati na porta mas o senhor estava tão concentrado que não escutou, bom, já vou indo até amanhã, vai precisar de alguma coisa ainda?

— Não. Pode ir.

Desligo meu computador, pego minha pasta e sigo rumo ao elevador, quando chego nas ruas movimentadas daquela enorme cidade a chuva começa a cair.

Embalado pelo som da chuva resolvo mudar minha direção e em vez de para casa resolvo ir para o Fetiche Club, uma  boate onde rola todo tipo de sexo que quiser, onde seus sonhos mais eróticos podem se tornar realidade, é lá que esquecerei aqueles malditos olhos azuis.

Chegando em meu destino caminho para o bar, peço uma dose de Whisky e enquanto bebo olho em volta procurando uma presa, sinto olhares de várias mulheres em mim e dou um sorrisinho de canto presunçoso.

Resolvo subir para o segundo andar onde toda a putaria acontece, lá é possível ver de tudo, desde BDSM á Tripla Penetração, essa parte, não curto muito e não julgo quem gosta, só não gosto de dividir. Vou seguindo pelos corredores apreciando cada show que ali está sendo apresentado, não sou santo, gosto de frequentar o Club, mas nunca de ser visto em meu momento de prazer, embora assista a quem gosta de protagonizar esse tipo de espetáculo.

No final do corredor, no último quarto avisto uma loira apreciando através do vidro o show que se desenrola naquele quarto, acho que encontrei a presa dessa noite.

— Apreciando a vista? — pergunto parando ao seu lado e observo o casal que protagoniza um belo espetáculo em nossa frente.  

— Sem dúvidas é uma bela vista — ela diz maliciosa e me olha de cima a baixo, pelo seu olhar de luxúria acho que aprovou.

— Está acompanhada ou posso te fazer companhia? — questiono.

— Companhia de telespectador ou companhia em algum quarto daqui? — pergunta direta.

A avalio com mais precisão, ela está vestida em um vestido tubinho super curto e colado que mais parece ter sido costurado em seu corpo, uma maquiagem carregada, é um pouco vulgar, mas é só o que procuro essa noite.

A levo para meu apartamento o mais rápido que consigo, pois preciso relaxar, já é a segunda mulher que levo para minha casa só para transar e as coisas andam mal se continuar dessa forma. 

                        *******

— Você realmente faz jus ao nome de Deus grego que tem — escuto a mulher que a pouco estive compartilhando o mesmo espaço físico se pronunciar, enquanto visto minha cueca e lhe chamo um táxi pelo aplicativo já pagando a corrida como um bom cavalheiro.

— O táxi chegará em dez minutos, melhor ser rápida, não quero vê-la quando eu voltar — a deixo bufando de raiva no quarto de hóspedes e sigo para o meu quarto, para tirar esse cheiro de sexo do meu corpo.

Embora tenha ido ao Club me divertir não quis transar lá, quis dá um motivo para minha cabeça não pensar naquela bruxinha de olhos azuis, sim bruxa que me lançou um feitiço, pois é a única explicação que tenho, pois nem quando estou enterrado em outra mulher paro de pensar nela.

Sei o quanto é errado se envolver com funcionárias, já senti na pele o peso de um envolvimento desses altamente antiético, eu e meus irmãos sofremos muito no passado por uma escolha errada dessas, vinda de uma pessoa que deveria nos proteger.

E com péssimas lembranças do passado adormeço ainda de roupão em minha cama.

                     ***********

Desperto em um sobressalto após mais um pesadelo.

— Ótimo essas lembranças nunca me deixarão em paz — reclamo sozinho.

Levanto, faço minha higiene matinal, visto meu habitual terno preto, pego minha pasta e sigo para mais um dia de trabalho, porém ao chegar na sala sinto um cheiro gostoso de café vindo da cozinha, não resisto e vou até lá encontrando a bela Manuela arrumando a mesa do café da manhã.

Fico alguns segundos vendo o desenrolar da cena e apreciando a bela visão de seu traseiro destacado na calça de moletom rosa, até que ela nota minha presença e dá um sobressalto de susto fazendo seus grandes mamilos saltares na blusinha de manga folgada que veste me fazendo arfar e ficar duro imediatamente, que merda, coloco a pasta na minha frente.

— Bom dia, tomei a ousadia de preparar um café para o senhor, já que cheguei e percebi que ainda não tinha saído, espero que goste e com licença — diz e em seguida sai do meu campo de visão, parecendo que está fugindo de mim, mal esperando minha resposta.

Sento-me e me sirvo daquele delicioso banquete no qual ela havia preparado para meu desjejum.

Termino tudo e sigo para meu quarto, escovo os dentes e quando estou indo para a escada uma cantoria baixa, porém afinada vindo do quarto de hóspedes me chama a atenção e como se estivesse enfeitiçado vou até lá.

Da porta avisto a jovem Manuela limpar o quarto enquanto canta uma música baixinho, mas, de repente, ela para quando algo gruda eu seu pé a fazendo levantar o mesmo e pegar o que ali está grudado.

— Puta merda! — exclamo baixinho quando ela pega o preservativo que eu havia usado na noite anterior e com cara de nojo se vira dando de cara comigo parado na porta, o que vejo em seus olhos não consigo decifrar.

— Pode tirar o dia de amanhã de folga, farei uma viagem a negócios então está dispensada — me viro de costas e sigo rumo ao meu destino me recriminando por não ter jogado aquele caralho no lixo.

Ah quer saber?

Dane-se, ela é paga para limpar meu apartamento, não entendo porque me importo tanto com o que ela deve ter pensado de mim ou sentido por ter que limpar meu quarto de fodas. É quarto de fodas acabei de inventar.

Amanhã irei em Las Vegas para uma reunião de negócios e encontrarei Hades, pois somos nós que dirigimos a empresa em comum acordo, após os compromissos curtirei a noite, a final o que acontece em Vegas fica em Vegas, a cidade do pecado.

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