CAPITULO 4

Zeus Galanis

Dor de cabeça, é nesse estado que deixo a sala de reuniões. Muitos problemas para resolver, entre novas parcerias a funcionários descontentes, do que adianta uma grande equipe se no fim tudo fica em minhas costas?!

 Caminho pelo corredor em direção ao elevador e logo Hades se junta a mim.

— Irmão, é hoje que a noite pega fogo! — Fala Hades todo energético, como ele consegue se manter assim após aquela reunião tão chata?

— Frouxo do jeito que é? Duvido — brinco com ele para tentar descontrair e espantar essa dor de cabeça dos infernos.

— Ha ha ha grande piadista você — fala revirando os olhos e se endireitando para entrar no elevador comigo — Vou te mostrar o frouxo, bastardo e você nunca mais me chamará dessa forma — fala pegando naquilo que ele chama de pênis. 

Com certeza eu peguei toda a beleza e charme para mim, se formos opostos de tudo creio que esse pênis dele não é grande coisa, ele que não me escute. Esse pensamento me faz rir.

Antes de irmos para o cassino vou no quarto onde estou hospedado e tomo um longo banho, pego um barbeador e deixo tudo em ordem. Após sair do banheiro visto uma cueca boxe preta, uma calça jeans também preta e uma blusa gola polo azul-marinho, penteio meus cabelos e finalizo com um perfume e estou pronto.

Ouço meu celular notificar e vejo que é uma mensagem do meu irmão avisando que já está me esperando no carro, no estacionamento do hotel. Pego minha carteira e a chave do quarto, ao trancar a porta grandes olhos azuis aparecem em minha mente e logo trato de afastá-los, pois hoje ninguém me segura.  

— Até quem em fim a Cinderela apareceu, achei que não ia mais — fala meu irmão assim que entro no carro.

— Ao contrário de você eu gosto de estar ao gosto das mulheres — digo e faço sinal para que o motorista siga em frente.

— Sei, por mim elas que lutem, eu sou o que sou não mudarei por mulher nenhuma — diz firme me fazendo pensar se algum dia meu irmão morderá essa língua.

— Então vamos ver se pega alguém hoje! — falo o desafiando.

— É um desafio Zeus? — pergunta divertido. 

— Sim e quem ganhar fica uma semana de férias! — assim que término de falar Hades abre um sorriso de orelha a orelha.

— Fechado maninho, e se prepara para tomar conta de tudo sozinho, pois eu vou te ensinar como fisgar mulher! — diz contando vitória antes do tempo.

Não me aguento e solto uma gargalhada, até parece que eu vou perder pra ele, que apesar de ser meu gêmeo o supero com toda certeza no quesito beleza.

Paramos em frente ao cassino e eu sou o primeiro a descer do carro, Hades logo está ao meu lado e adentramos o local, não me perco muito em detalhes de decoração apenas que aqui está cheio de bebidas, jogos, mulheres e tudo a nossa disposição. Vamos ao bar e pedimos duas doses de Whisky e então analisamos o local, e antes que eu possa concluir minha análise Hades me puxa pela camisa para falar em meu ouvido.

— Eu já sei por onde começar, até mais perdedor — fala e some na multidão.

Fico ali mais uns minutos analisando o local até que, passa em minha frente uma mulher com longos cabelos pretos. A observo de costas, não pode ser, ela não pode estar aqui. Sem nem pensar duas vezes deixo a bebida no balcão e vou atrás dela, coloco a mão em seu ombro e ela se vira para mim, nesse momento sinto meu coração acelerar, prendo o ar por alguns segundos, mas então noto que não é a minha Manuela. Pensar nela como minha parece tão errado, mas ao mesmo tempo tão certo.

Um misto de alivio e decepção toma conta de mim, solto seu ombro peço desculpas e volto para o bar. 

Desde quando uma mulher mexe tanto comigo apenas com uma simples troca de olhares, não entendo como aquela jovem pode atormentar meus pensamentos a todo momento depois do que eu passei jurei não me interessar emocionalmente por nenhuma mulher, mas chego à conclusão que ninguém mexeu comigo como a jovem Manuela sem ao menos me tocar, beijar ou ...

Pensar nela de forma intima me faz ficar apertado nas calças e me sinto um adolescente em plena puberdade, e com esses pensamentos viajo para uma conversa com minha mãe.

    Flash Back on

 

— Não se machuque tanto meu filho amado, eu nunca gostei daquela vadia mesmo minha mãe fala terna alisando meus cabelos  Você não merece tamanho sofrimento meu bem, depois de tudo que você e seus irmãos passaram não é justo que sofram mais nessa vida, vocês merecem toda a felicidade do mundo.

Sinto lágrimas caírem em meu rosto e olho para cima e vejo minha mãe chorando e me sinto ainda pior por estar lhe causando sofrimento.

— Mãe ela... meu filho — não consigo terminar pois um bolo se forma na minha garganta e seguro a vontade de chorar.

— Eu sei raiozinho — faço careta para aquele apelido horroroso, piegas e broxante — Eu nunca gostei daquela vadia mesmo mas jamais imaginei que ela seria capaz de algo tão baixo e cruel é como sofrer duas vezes pela mesma perda — ela diz triste — Mas eu sei que a mulher merecedora do seu coração e do seu amor existe, aquela que vai bagunçar seus pensamentos e te mostrar o real significado da palavra amor, pois você não amava aquela mocreia, a senhora Zeus Galanis está por aí e quando a encontrar não fuja assustado, não a deixe escapar— ela finaliza 

Flash back off

Não pode ser!

Ela é só uma jovem funcionária que me despertou um louco desejo e só preciso saciá-lo, amor é para os fracos e sinto dizer mãe, mas senhora estava errada, eu não amo, eu fodo, em todos os sentidos da palavra.

Perdi a conta de quantas doses de Whisky eu bebi, paro quando sinto uma tontura e uma leve falta de ar.

Preciso sair daqui — penso

 Caminho cambaleando em direção a saída, mas sou interceptado por uma moça.

— Precisa de ajuda bonitão — ela pergunta solicita passando a mão em meu peitoral.

 Tento me curvar antes que o pior aconteça, mas é tarde e vomito em cima da moça que tentava da em cima de mim, e caralho que vexame, sinto muito náusea.

— Seu filho da puta, olha o que você fez — grita, já não basta o som alto ela tinha que gritar perto do meu ouvido.

— Não fala da minha mã.. — Não consigo terminar de defender minha amada mãe e já estou vomitando em cima da moça novamente, ela até reclama, mas não ouço mais, caminho para a saída e dessa vez sem ser interrompido.

Ao chegar na calçada me escoro no poste e passo muito mal, sinto tudo girar, e mais jatos de vômito saem da minha boa me deixando fraco.

 Sinto meu celular vibrar e o pego, com muita dificuldade identifico quem é, atendendo logo que reconheço o meu irmão caçula.

— Fala irmão, eu já estou quase no cassino — Poseidon fala assim que atendo.

— Me ajuda, estou muito mal — suando frio eu o corto, mas não consigo terminar de falar pois tudo ao meu redor se apaga.

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