Zeus Galanis
Já sentiram a sensação de estar morrendo?
Pois foi assim que eu me sentir quando faltou ar nos meus pulmões e as vistas escureceram até eu perder os sentidos de uma vez, nunca fiquei tão mal após beber, sempre fui duro na queda e me sentir impotente e frágil diante de uma situação inusitada me fez repensar muito sobre a minha vida.
Desde o episódio com a minha quase futura esposa que eu me fechei para qualquer relacionamento, me mudei, me afastei da minha família, do lugar onde finalmente pude viver em paz e crescer como um adolescente normal. Sempre fui um cara reservado, sempre tentei seguir em frente, afastando um pouco os fantasmas que me atormentavam, e quando eu conheci aquela m*****a eu pensei ter me apaixonado. Sempre percebi seu ar superior de ante de pessoas com uma classe média inferior a nossa, mas nunca me importei muito, estava cego e me deixando levar por um sentimento tolo que nem era de verdade.
Pensar em sentimentos me faz lembrar de um par de olhos azuis que tanto me atormentam, pensar na jovem Manuela me faz sentir bem como se ela fosse a calmaria em meio as tempestades na qual vivo e isso faz com que eu me questione, sobre meu antigo relacionamento e percebo que o que eu tinha com aquela filha do satã não era amor ou paixão, era algo mais cômodo sem sentimentos profundos, pois ela nunca mexeu comigo tanto quanto a jovem e doce Manuela, talvez não tão doce lembrando das palavras de Pedro ELA ERA DE QUEM PAGASSE MAIS e essa simples lembrança me faz enrijecer.
Não que eu seja preconceituoso, mas eu tinha logo que me interessar por uma mulher da vida, não, nunca daríamos certo, saber que ela já foi de muitos caras faz com que eu volte para um fatídico dia quando eu descobrir os cornos que eu levava e isso dói demais, pode ser só meu ego falando mais alto mas não quero pagar para ver.
O que fazer?!
— Estou tão preocupada filho — ouço essa voz que reconheço de longe ser a minha mãe — Isso nunca aconteceu, estou com muito medo — percebo tensão em suas palavras.
O que minha mãe faz aqui?
Tento abrir os olhos, mas estão tão pesados.
Onde eu estou a final?
— Vai ficar tudo bem mãe, Zeus é forte e descobriremos quem fez isso com ele — meu irmão Poseidon se pronuncia, tento mais uma vez abrir os olhos para cumprimentar meu irmão caçula, mas não consigo — E quando o encontrar ele vai se arrepender de ter mexido com a família Galanis e isso é uma promessa — fala frio.
— Olha aqui menino, você não vá me deixar preocupada. Quer me vê cheia de cabelos brancos antes da hora? — Mãe, que saudade — Além do mais, Theo está à frente desse caso, não vá querer dá uma de justiceiro — ela o repreende e nesse momento finalmente consigo abrir os olhos, mas logo me arrependo, pois, a claridade me atinge em cheio —Raiozinho mamãe está aqui — minha mãe não cansa de me constranger e posso jurar que meu irmão está se segurando para não rir.
— Água — consigo pronunciar com dificuldade.
Minha mãe aperta um botão que está ao lado da cama em que estou deitado e acho que é para chamar o médico, depois se afasta para pegar um copo com água e me ajuda a beber.
— Você nos deu um susto maninho — meu irmão chega perto de mim, toca meu ombro com carinho e noto preocupação em seus olhos.
— Não sei o que aconteceu só — sou interrompido pelo médico que entra no meu quarto com uma enfermeira e acho que estou doente pois nem reparar maliciosamente na moça eu reparo, mas ao contrário de mim ela fica babando e não sabe para onde olha se para Poseidon ou para mim mesmo invalido nessa cama.
— Olá Zeus sou o Dr. Diogo como está se sentindo? — pergunta olhando o prontuário.
— Um pouco enjoado e uma leve dor de cabeça, quando poderei sair daqui? — pergunto logo impaciente pois não gosto de hospital.
— Bom, embora esse mal estar esteja presente você já terá alta, apenas receitarei uns remédios caso a dor persista, não sei se sua família lhe contou você foi drogado — drogado? Por quem? penso — E essa droga misturada com alguma bebida lhe causou todo esse transtorno, apenas tome cuidado da próxima vez, aqui está sua alta, agora tenho que ir atender outros pacientes — caminha até a porta, mas antes de sair completamente se vira — Vamos Soraya — chama a enfermeira que eu nem lembrava e que estava parada feito uma estátua.
Essas mulheres sabem nem disfarçar!
— Creio que deve estar tentando pensar em algum culpado — fala meu irmão, e na verdade nem tinha parado para pensar direito.
— Por enquanto estou chocado — falo com dificuldade e a voz rouca — Mas iremos encontrá-los mais cedo ou mais tarde, agora quero apenas voltar para casa, onde está Hades?
— Seu irmão teve que voltar hoje cedo para Nova York parece que teve um incêndio na sua sala e ele teve que ir às pressas — falou minha mãe — Seu pai está tão preocupado, vou ali ligar para ele enquanto você se ajeita filho — sai do quarto deixando-me sozinho com um Poseidon pensativo.
— Seja lá quem for que esteja por trás desses atentados vai pagar caro — fala meu irmão frio — Entendo que existem muitas pessoas ruins querendo nos fazer mal e algumas por conta da nossa posição mas não consigo pensar em um nome.
— Iremos encontrá-los — afirmo ainda com um pouco de dificuldade — Quanto tempo fiquei desacordado?
— Algumas horas, quando cheguei no cassino te encontrei desmaiado perto de um porte e naquele momento meu chão se abriu, não sei o que faria se algo acontecesse com você ou alguém da nossa família — com pesar — Você entende que isso pode ser por minha causa ?
— Não se culpe tanto irmão, vamos ficar bem e eu sei me cuidar caçula, e você só fez o seu trabalho, mas outra hora voltamos a conversar sobre isso agora venha dá um abraço no seu irmão mais velho.
Pode parecer coisa de maricas, mas eu e meus irmão somos muitos apegados, embora cada um viva em sua bolha vivendo com a dor de formas diferentes somos muito gratos pela segunda chance que a vida nos deu e isso sim é amor, o que eu sinto pelos irmãos e meus pais, o resto é apenas fantasia.
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Minha mãe voltou pra a Grécia e eu voltei para Nova York com Poseidon, ele foi para seu apartamento embaixo do meu.
Finalmente em casa, depois de algumas horinhas de jatinho finalmente posso descansar na minha aconchegante cama e pensar nesse final de semana agitado.
Minha bebida batizada, minha sala incendiada, como que tudo isso aconteceu em baixo do meu nariz e eu não pude fazer nada?
Terei que ter uma conversa com minha equipe de segurança acompanhado do meu amigo detetive, Theo e acharei esse maldito que está mexendo com quem não deveria.
— Desculpe senhor — ouço uma voz doce e hesitante vim da porta do meu quarto — Não sabia que o senhor estaria aqui, volto outra hora — então sai correndo e estranho sua atitude até perceber que estou apenas de cueca deitado na cama.
Até parece que ela nunca viu outros homens seminus e até mesmo, nus, esse pensamento me causa um aperto no peito e uma falta de ar, pensar nela com outros homens me deixa morto de raiva.
Ah Manuela o que você está fazendo comigo sua bruxinha?
Resolvo tirar o dia de folga hoje, aliás, que escolha eu tenho, minha sala está destruída e lembrar me faz sentir tanto ódio do culpado.
Aproveitar que Poseidon estará na frente de toda a reforma e descansar uns dias, por meus pensamentos em ordem.
Resolvo levantar, coloco uma calça moletom e sigo para a sala, chegando lá encontro uma Manuela totalmente alheia ao que acontece ao seu redor olhando o céu nublado pelo vidro, mas está a quase dois metros de distância.
Faço um barulho com a garganta e ela se vira assustada, encara meu peito desnudo e suas bochechas ficam super vermelhas a deixando ainda mais linda e por um segundo esqueço como é que respira.
— Tomei a liberdade de lhe preparar um lanche senhor — fala ainda ruborizada — Já fiz todas as minhas ocupações do dia, estava apenas admirando o céu — se justifica temendo uma repreensão.
— Eu adoraria doce Manuela — saboreio seu nome e noto um certo, receio, atravessar seus olhos.
— Irei pôr a mesa, com licença senhor — sai em direção a cozinha e eu volto a respirar normalmente, essa mulher será minha ruína, penso e caminho atrás dela.
Zeus Galanis Saboreio aquela deliciosa salada de frutas feita pela Manuela, já comi quase a bandeja inteira. Quando termino volto para sala e a encontro pronta para ir embora, quando de repente um raio ecoa pela sala a fazendo pular de susto. A Televisão está ligada e começa a passar uma matéria falando da tempestade que cai na cidade naquele final de tarde, onde é anunciado a reclusão de todos em suas respectivas casas, vejo a Manuela se assustar. — Como voltarei para casa?! — coloca as mãos no rosto em desespero. — Pode ficar aqui, tem quarto de hóspedes no apartamento você não pode se arriscar saindo pelas ruas chuvosas de Nova York — falo preocupado. — Eu aceitarei ficar senhor, mas posso dormir aqui pela sala mesmo ou até mesmo no quarto da senhora Tereza não acho que ela irá se importar — diz ruborizada, essa mulher não cansa de ser linda? — Não tem necessidade, pode ficar no quarto de hóspedes — insisto. — Senhor, prefiro ficar na sala, não me leve a mal, mas não quer
Zeus Galanis Ela se afasta de mim bruscamente, eu fico estático por alguns segundos não acreditando que ela pôde me rejeitar dessa forma, até que escaro seus grandes olhos azuis amedrontados. Como que ela pode ser uma mulher decidida como quando me questionou na boate e ao mesmo tempo ser tão delicada e sensível mesmo depois de seu passado. — Tenho que voltar para os meus afazeres, com licença — desperto de meus pensamentos com sua doce voz e quando percebo ela já saiu do meu campo de visão. Dane-se, resolvo não a importunar e saio do meu apartamento seguindo para o do meu irmão, antes que eu bata na porta uma mulher sai de lá bufando de raiva e eu acho que conheço, puta merda! É aquela gostosinha que a Manuela me pegou dando uns amassos, não acredito! Entro no apartamento a tempo de ver meu irmão apenas de cueca largado no sofá com o pensamento longe e não percebe minha presença. — Pelo visto sua “maratona de série” foi muito boa — dito isso ele se levanta perdido com tamanho s
Zeus Galanis No dia seguinte enquanto tomo meu café totalmente, ignorado pela Manuela, leio uma matéria na internet falando que a frente fria passou e todos podem sair da quarentena, é um alívio, pois poderei acompanhar o estrago causado no meu hotel. Termino meu café, me arrumo e sigo para o hotel, mas quando abro a porta do apartamento encontro Poseidon saindo do elevador. — Fala mano — chega me saudando — Vim tomar café da manhã com meu irmão preferido, que Hades não me ouça — fala a última parte cochichando como se tivesse mais alguém além de nós dois. — Chegou tarde, já tomei café e estou de saída. — Estou com fome cara, eu sei que você tem cozinheira aí, Teté me disse que conseguiu contratar uma moça antes de viajar — fala com cara de cachorro sem dono — Não aguento mais comer comida enlatada. — Ah está bom, mas seja rápido quero chegar logo no hotel para ver o tamanho do estrago — falo, por fim, rendido. Caminho para a cozinha e encontro a Manuela concentrada em um livro,
Zeus Galanis Acordo sobressaltado e ofegante após mais um miserável pesadelo, marcas do passado que luto para esquecer, mas estão enraizadas no meu ser a ponto de quase me deixar louco. Resolvo levantar e fazer minha higiene matinal, hoje não terei que ir ao hotel, pois já está tudo encaminhado para a nova reforma e se precisarem de mim, ligarão. Saio do banheiro, vou para o closet, visto uma calça moletom cinza, Nova York como já era de se esperar está fria e cinza, resolvo ficar sem camisa, a casa tem aquecedor mesmo, sigo em direção a cozinha o cheiro de café está muito convidativo. — Bom dia Manuela — saldo a jovem que está coando o café quando adentro o local. — Bom dia, senhor — fala e então vira a cabeça em minha direção me analisando minunciosamente parando em seguida no meu peito nu e ficando levemente ruborizada, que gracinha, então de repente o café quente começa a cair para o lado queimando sua delicada mão — Ai ai ai — ela grita e corro igual Aquiles para o seu lado,
Zeus Galanis Foi um dia exaustivo, problemas deveria ser meu nome do meio, a caminho de casa observo a cidade de pedras que é Nova York, tão cinza, tão viva, minha mãe não entende como me acostumei aqui tão fácil depois de crescer cercado pela imensidão azul do mar Egeu, nem eu sei por que gosto de viver aqui, talvez por que não me traz lembranças. Chego no meu apartamento e está tudo muito arrumado em um clima de boate boemia, tenho que admitir, Poseidon sabe se meter em confusão quando quer e eu um louco por permitir isso no meu apartamento. Caminho pelo apartamento, vendo um monte de gente pra lá e para cá terminando os últimos detalhes, na área da piscina vejo muitas mesas e cadeiras a sua volta, um pequeno bar já está montando e o DJ já prepara o som. — Você chegou irmão — Poseidon vem até mim vestindo uma bermuda preta com uma camisa de gola polo cinza com um tênis preto finalizando seu traje. — Por que eu permitir essa festa mesmo? — pergunto levemente incomodado, no fim eu
Zeus Galanis — O que você quer? — ouço Manuela com a voz embargada. — Eu quero você — responde Pedro cinicamente — Sabe, lembrar os velhos tempos eu, você, um sofá ou uma cama não sou exigente sabe disso. Raiva me consome, fico em ponto de entrar lá e socar a cara do desgraçado por desejar tê-la, ela é minha caramba, só não sabe ainda, mas o que mais irrita é que não posso simplesmente entrar lá e socar o filho da puta. — Por favor Pedro, alguém vai entrar aqui — fala com medo, medo de serem pegos? Estou quase enfartando aqui de ódio. — Calma Manuzinha, ninguém vai sentir nossa falta, podemos aproveitar, vai ser gostoso, você vai gostar, ainda está como a deixei? Sabe que vou ficar triste se a resposta for não, sabe que estou te procurando a muito tempo? — pergunta, mas não obtém resposta — Te vi aquele dia na boate e só, você anda fugindo muito de mim, me deixou magoado — fala com a voz rouca. — Pedro não por fav...— então ela se cala e eu penso duas vezes antes de abrir a por
Manuela Smith A vida realmente é uma filha da mãe as vezes, agora deitada na cama observando o teto branco do quarto, começo a repensar em todos os acontecimentos da minha vida, quando tudo começou a ruir? Desde a morte de meus pais que uma dor sufocante se apodera do meu ser, não é fácil ser sozinha no mundo, vagando pela terra sem ter onde chamar de lar, muito menos ter alguém para voltar. Passei um tempo sozinha tomada pela dor do luto, mas minha amiga Stephanie me ajudou a seguir em frente e com o tempo fui me sentindo confiante em voltar a ser a mesma Manuela alegre e divertida que sempre fui com minha família. A um tempo conheci um rapaz, Pedro, na verdade um monstro, mas só descobrir tarde demais, porém, enquanto estava na inocência pensei gostar daquele patife que tornou a minha vida um inferno, e bom, naquela época a Manu doce que sonhava com contos de fadas morreu. Começo a relembrar dos últimos acontecimentos, em Pedro tentando me forçar a ter relações, em Zeus me ajudan
Zeus Galanis Sinto uma raiva mortal ao escutar aquelas palavras, nenhuma mulher merece passar por um relacionamento abusivo, e esse sentimento que aflora no meu ser por essa jovem é desconcertante, nunca me sentir dessa forma, desejo tomá-la para mim para cuidar e proteger, mas tenho que ter calma ela já sofreu demais, tenho que mostrá-la que posso cuidar dela, ser um homem bom que ela merece, embora haja controvertias. Ela ainda está em meus braços chorando o que me machuca, não sei o que falar para acalmá-la, pois tudo que sinto é raiva daquele desgraçado, me enganando, me fazendo acreditar que ela era prostituta. — Desculpe pela cena, na maioria das vezes não sou tão sentimental — fala quando sai do meu abraço — É que relembrar tudo machuca e saber que não posso me defender sozinha é agoniante, logo eu que não tenho ninguém no mundo — fala. — Tem a mim — falo alisando seu belo rosto e encarando seus olhos azuis, ela dá uma gargalhada nervosa. — O senhor é apenas meu patrão, que