CAPITULO 5

Zeus Galanis

Já sentiram a sensação de estar morrendo?

Pois foi assim que eu me sentir quando faltou ar nos meus pulmões e as vistas escureceram até eu perder os sentidos de uma vez, nunca fiquei tão mal após beber, sempre fui duro na queda e me sentir impotente e frágil diante de uma situação inusitada me fez repensar muito sobre a minha vida.

Desde o episódio com a minha quase futura esposa que eu me fechei para qualquer relacionamento, me mudei, me afastei da minha família, do lugar onde finalmente pude viver em paz e crescer como um adolescente normal. Sempre fui um cara reservado, sempre tentei seguir em frente, afastando um pouco os fantasmas que me atormentavam, e quando eu conheci aquela m*****a eu pensei ter me apaixonado. Sempre percebi seu ar superior de ante de pessoas com uma classe média inferior a nossa, mas nunca me importei muito, estava cego e me deixando levar por um sentimento tolo que nem era de verdade.

Pensar em sentimentos me faz lembrar de um par de olhos azuis que tanto me atormentam, pensar na jovem Manuela me faz  sentir bem como se ela fosse a calmaria em meio as tempestades na qual vivo e isso faz com que eu me questione, sobre meu antigo relacionamento e percebo que o que eu tinha com aquela filha do satã não era amor ou paixão, era algo mais cômodo sem sentimentos profundos, pois ela nunca mexeu comigo tanto quanto a jovem e doce Manuela, talvez não tão doce lembrando das palavras de Pedro ELA ERA DE QUEM PAGASSE MAIS e essa simples lembrança me faz enrijecer.

Não que eu seja preconceituoso, mas eu tinha logo que me interessar por uma mulher da vida, não, nunca daríamos certo, saber que ela já foi de muitos caras faz com que eu volte para um fatídico dia quando eu descobrir os cornos que eu levava e isso dói demais, pode ser só meu ego falando mais alto mas não quero pagar para ver.

 O que fazer?!

— Estou tão preocupada filho — ouço essa voz que reconheço de longe ser a minha mãe — Isso nunca aconteceu, estou com muito medo — percebo tensão em suas palavras.

O que minha mãe faz aqui?

Tento abrir os olhos, mas estão tão pesados.

Onde eu estou a final?

—  Vai ficar tudo bem mãe, Zeus é forte e descobriremos quem fez isso com ele — meu irmão Poseidon se pronuncia, tento mais uma vez abrir os olhos para cumprimentar meu irmão caçula, mas não consigo — E quando o encontrar ele vai se arrepender de ter mexido com a família Galanis e isso é uma promessa — fala frio.

— Olha aqui menino, você não vá me deixar preocupada. Quer me vê cheia de cabelos brancos antes da hora? —  Mãe, que saudade — Além do mais, Theo está à frente desse caso, não vá querer dá uma de justiceiro — ela o repreende e nesse momento finalmente consigo abrir os olhos, mas logo me arrependo, pois, a claridade me atinge em cheio —Raiozinho mamãe está aqui — minha mãe não cansa de me constranger e posso jurar que meu irmão está se segurando para não rir.

— Água — consigo pronunciar com dificuldade.

Minha mãe aperta um botão que está ao lado da cama em que estou deitado e acho que é para chamar o médico, depois se afasta para pegar um copo com água e me ajuda a beber. 

— Você nos deu um susto maninho — meu irmão chega perto de mim, toca meu ombro com carinho e noto preocupação em seus olhos.

— Não sei o que aconteceu só — sou interrompido pelo médico que entra no meu quarto com uma enfermeira e acho que estou doente pois nem reparar maliciosamente na moça eu reparo, mas ao contrário de mim ela fica babando e não sabe para onde olha se para Poseidon ou para mim mesmo invalido nessa cama.

—  Olá Zeus sou o Dr. Diogo como está se sentindo? — pergunta olhando o prontuário. 

— Um pouco enjoado e uma leve dor de cabeça, quando poderei sair daqui? — pergunto logo impaciente pois não gosto de hospital.

— Bom, embora esse mal estar esteja presente você já terá alta, apenas receitarei uns remédios caso a dor persista, não sei se sua família lhe contou você foi drogado — drogado? Por quem? penso — E essa droga misturada com alguma bebida lhe causou todo esse transtorno, apenas tome cuidado da próxima vez, aqui está sua alta, agora tenho que ir atender outros pacientes — caminha até a porta, mas antes de sair completamente se vira — Vamos Soraya — chama a enfermeira que eu nem lembrava e que estava parada feito uma estátua. 

 Essas mulheres sabem nem disfarçar!

— Creio que deve estar tentando pensar em algum culpado — fala meu irmão, e na verdade nem tinha parado para pensar direito.

—  Por enquanto estou chocado — falo com dificuldade e a voz rouca — Mas iremos encontrá-los mais cedo ou mais tarde, agora quero apenas voltar para casa, onde está Hades? 

—  Seu irmão teve que voltar hoje cedo para Nova York parece que teve um incêndio na sua sala e ele teve que ir às pressas — falou minha mãe — Seu pai está tão preocupado, vou ali ligar para ele enquanto você se ajeita filho — sai do quarto deixando-me sozinho com um Poseidon pensativo.

— Seja lá quem for que esteja por trás desses atentados vai pagar caro —  fala meu irmão frio —  Entendo que existem muitas pessoas ruins querendo nos fazer mal e algumas por conta da nossa posição mas não consigo pensar em um nome.

— Iremos encontrá-los — afirmo ainda com um pouco de dificuldade — Quanto tempo fiquei desacordado?

— Algumas horas, quando cheguei no cassino te encontrei desmaiado perto de um porte e naquele momento meu chão se abriu, não sei o que faria se algo acontecesse com você ou alguém da nossa família —  com pesar — Você entende que isso pode ser por minha causa ?

— Não se culpe tanto irmão, vamos ficar bem e eu sei me cuidar caçula, e você só fez o seu trabalho, mas outra hora voltamos a conversar sobre isso agora venha dá um abraço no seu irmão mais velho.

Pode parecer coisa de maricas, mas eu e meus irmão somos muitos apegados, embora cada um viva em sua bolha vivendo com a dor de formas diferentes somos muito gratos pela segunda chance que a vida nos deu e isso sim é amor, o que eu sinto pelos irmãos e meus pais, o resto é apenas fantasia.

                                   ********** 

 Minha mãe voltou pra a Grécia e eu voltei para Nova York com Poseidon, ele foi para seu apartamento embaixo do meu.

Finalmente em casa, depois de algumas horinhas de jatinho finalmente posso descansar na minha aconchegante cama e pensar nesse final de semana agitado.

Minha bebida batizada, minha sala incendiada, como que tudo isso aconteceu em baixo do meu nariz e eu não pude fazer nada?

Terei que ter uma conversa com minha equipe de segurança acompanhado do meu amigo detetive, Theo e acharei esse maldito que está mexendo com quem não deveria.

— Desculpe senhor — ouço uma voz doce e hesitante vim da porta do meu quarto — Não sabia que o senhor estaria aqui, volto outra hora — então sai correndo e estranho sua atitude até perceber que estou apenas de cueca deitado na cama.

Até parece que ela nunca viu outros homens seminus e até mesmo, nus, esse pensamento me causa um aperto no peito e uma falta de ar, pensar nela com outros homens me deixa morto de raiva.

Ah Manuela o que você está fazendo comigo sua bruxinha?

Resolvo tirar o dia de folga hoje, aliás, que escolha eu tenho, minha sala está destruída e lembrar me faz sentir tanto ódio do culpado.

Aproveitar que Poseidon estará na frente de toda a reforma e descansar uns dias, por meus pensamentos em ordem.

Resolvo levantar, coloco uma calça moletom e sigo para a sala, chegando lá encontro uma Manuela totalmente alheia ao que acontece ao seu redor olhando o céu nublado pelo vidro, mas está a quase dois metros de distância. 

Faço um barulho com a garganta e ela se vira assustada, encara meu peito desnudo e suas bochechas ficam super vermelhas a deixando ainda mais linda e por um segundo esqueço como é que respira. 

— Tomei a liberdade de lhe preparar um lanche senhor — fala ainda ruborizada — Já fiz todas as minhas ocupações do dia, estava apenas admirando o céu — se justifica temendo uma repreensão. 

— Eu adoraria doce Manuela — saboreio seu nome e noto um certo, receio, atravessar seus olhos.

— Irei pôr a mesa, com licença senhor — sai em direção a cozinha e eu volto a respirar normalmente, essa mulher será minha ruína, penso e caminho atrás dela.

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