Antes que pudesse reagir, foi jogada brutalmente para dentro, seu corpo colidindo com o banco de couro. O pânico tomou conta quando sentiu um tecido áspero ser puxado sobre sua cabeça, mergulhando-a na escuridão total. Ela gritou, esperneou, tentando se soltar, mas cada movimento apenas atiçava a crueldade de seus captores.
— Cala a boca! — rosnou um deles, segurando seus braços com força. Ela continuou lutando, mas sentiu um aperto firme em seu braço. Um segundo depois, uma dor aguda perfurou sua pele. O choque tomou conta de seu corpo, seus músculos começaram a ceder, e um frio estranho percorreu suas veias. O mundo ao seu redor começou a desvanecer. Seus gritos ficaram fracos, sua força se esvaindo como areia entre os dedos. A última coisa que sentiu foi seu próprio corpo amolecendo contra o banco, enquanto a escuridão a envolvia por completo. Isabele acordou com um gemido baixo, a cabeça latejando e o corpoEle a encarou, os olhos ardendo de fúria e impotência. Confiar? Como poderia simplesmente sentar e esperar? A raiva queimava dentro dele, transformando-se em uma única certeza. — Eu vou encontrá-la. — Sua voz saiu fria, carregada de determinação. — Com ou sem a ajuda da polícia. Gabriel passou a mão pelo rosto, exasperado. — Você não está pensando direito! E se forem pessoas perigosas? — Eu não me importo com o risco. — Álvaro respirou fundo, reprimindo a dor que tentava dominá-lo. — O que me importa é trazê-la de volta. O silêncio voltou a dominar o ambiente. Gabriel sabia que não adiantava tentar convencer o filho a ficar parado. Álvaro não esperaria. Ele encontraria Isabele. E nada o impediria. A dor ainda pulsava em sua testa, mas Álvaro a ignorou completamente. Seu corpo estava moído, os músculos doloridos, mas nada importava. Isabele estava desaparecida, e ele não suportava a ideia de ficar de braços cruzados enquanto ela poderia estar sofrendo nas mãos de des
— Eu juro por tudo que é mais sagrado, Luana... se algo acontecer com ela... Ela passou a língua pelos lábios, os olhos brilhando de prazer diante do sofrimento dele. — A vida dela depende de você, Álvaro. Depende das escolhas que fizer a partir de agora. Álvaro sentiu o coração bater tão forte que parecia que ia rasgar seu peito. Luana não era humana. Era um monstro. E agora, a vida de Isabele estava nas mãos daquela mulher fria e calculista. O silêncio que pairou no ar foi sufocante. Álvaro sentia o próprio sangue ferver, as mãos crispadas em punhos tão cerrados que as unhas se enterravam na carne. Seu olhar, antes apenas de fúria, agora refletia algo ainda mais sombrio: a necessidade de vingança. Luana manteve o sorriso frio nos lábios, brincando com uma mecha de cabelo enquanto observava cada reação dele com diversão. — Você não vai conseguir nada me ameaçando, Álvaro. — Sua voz saiu baixa, cheia de falsa doçura. — Sabe disso, não sabe? Ele fechou os olhos por um insta
Luana inclinou a cabeça de lado, os olhos avaliando-o com diversão. — Você sabe que minha palavra não vale muito para você. Mas... se isso te faz dormir melhor à noite, eu prometo que Isabele será tratada bem. Desde que você faça exatamente o que eu quero e não tente rastrear esse número pela mensagem. Todos os celulares usados para entrar em contato comigo ou com você são descartáveis, ao meu comando. Álvaro cerrou os punhos, sentindo o peso da armadilha em que havia caído. Ele não podia contar com a polícia, não podia confiar nela e, pior, não tinha margem para erros. Isabele dependia dele. Luana se aproximou lentamente, os olhos brilhando com um misto de satisfação e posse. Quando chegou perto o suficiente, deslizou os dedos pelo peito dele, traçando um caminho suave até seu pescoço. — E tem mais uma coisa, Álvaro... — murmurou, envolvendo a nuca dele com os braços, puxando-o para mais perto. — Se você contar para a polícia que eu estou envolvida no sequestro... nunca mais verá
Álvaro inspirou fundo, tentando manter a calma, mas sua voz saiu carregada de raiva. — Sequestraram Isabele, aquela garota que agora é uma mulher linda e mãe do meu filho que eu sempre fui apaixonado. O semblante de Dario se fechou na hora. — E você sabe quem foi ? ou suspeita de alguém ? —Sim eu tenho certeza . Luana, a afilhada do meu pai que é obssecado por mim desde que era adolescente.— Álvaro completou, cerrando os punhos. — Mas não posso provar. E, pior, se eu contar algo a polícia ela ameaçou deixar que os bandidos matem a Isa. Dario soltou um suspiro e passou a mão pelo queixo, pensativo. — Certo... Me conta tudo. Álvaro detalhou os eventos, desde a ameaça de Luana até a ligação em que ela deixou claro que controlava os sequestradores. Dario ouviu tudo em silêncio, analisando cada detalhe. — Então, você precisa encontrar Isabele antes que ela seja vendida ou morta. — Ele assentiu, pegando um tablet na mesa. — Vamos começar pelo hotel. Você disse que os sequestrado
O ar no cativeiro era pesado, impregnado pelo cheiro de mofo e suor. O colchão fino onde Isabele estava jogada parecia um ninho de angústia e desespero. Seus pulsos doíam devido às amarras apertadas, e seus lábios estavam ressecados pela mordaça que a impedia de gritar por socorro. Ela se sentia fraca, vulnerável, e seu corpo inteiro tremia de frio e medo. A porta rangeu, arrancando-a de seus pensamentos sombrios. Seu coração acelerou ao ver mais um sequestrador entrar. Ele usava roupas escuras e uma máscara, assim como os outros, mas havia algo diferente nele. Seus movimentos eram mais hesitantes, sua postura menos ameaçadora. O homem caminhou até ela e, para sua surpresa, ajoelhou-se ao seu lado. Com gestos rápidos, desamarrou suas mãos e retirou a mordaça que sufocava sua boca. O alívio imediato da liberdade foi ofuscado pela incerteza. — Por favor… — sua voz saiu rouca e trêmula. — Me deixa ir embora…
O tempo avançava cruelmente, e cada dia que passava sem notícias de Isabele era uma ferida aberta na alma de Álvaro. Ele e Dario haviam exaurido todas as pistas, cada possível rastro do paradeiro dela se dissolvendo no vazio. Lucas continuava sendo um fantasma – não havia como provar que estava vivo, e sem essa prova, qualquer acusação contra ele parecia um delírio paranoico. A frustração corroía Álvaro por dentro. Ele se sentia impotente, esmagado pela angústia de não conseguir encontrar a mulher que amava e de ver Davi cada vez mais triste, perguntando pela mãe. Para piorar, era forçado a participar da farsa de Luana. Ela arquitetara tudo com perfeição: fingira uma gravidez inexistente e, em seguida, encenara um aborto para justificar o casamento apressado. Agora, os pais dela se mostravam radiantes com a cerimônia que se aproximava, enquanto Álvaro sufocava sob o peso de sua revolta. Mas ninguém parecia
Longe dali, em um cativeiro no meio do nada, Isabele sabia que aquele era seu único momento. Durante semanas, estivera vigiada por homens brutais, mas agora, apenas um jovem rapaz fazia sua segurança. E ele era vulnerável. Ela usou o que tinha. O olhar, a voz, a postura. Um jogo de sedução que a fez ganhar sua confiança pouco a pouco. Quando o rapaz se aproximou demais, Isabele não hesitou. Pegou um pesado jarro de barro e o estilhaçou contra sua cabeça. O homem caiu desacordado no chão. O coração de Isabele martelava no peito. Ela precisava sair dali. Abriu a porta e saiu em disparada pelo matagal. O terreno era desconhecido, a vegetação alta dificultava sua visão, mas a adrenalina a impulsionava. Seus pés descalços cortavam na terra áspera, mas a dor não importava. Então, avistou um carro. Provavelmente do sequestrador. As chaves estavam na ignição. Sem pen
Os convidados correram para ver o desfecho, incapazes de acreditar no escândalo que se desenrolava diante deles. — Solta-me! Sua desgraçada! — Luana se debatia, mas Isabele não a soltava. — Você mandou que me sequestrar! Você me separou do meu filho! E agora acha que vai se dar bem, sua cobra! Sem deixar que Luana lhe desse uma resposta ela lhe acertou outro tapa e dessa vez Luana revidou . As duas rolaram pelo chão como duas gladiadoras, as unhas cravando-se, os vestidos sendo rasgados no embate. Enquanto isso, Álvaro não conseguia conter o sorriso de felicidade. Durante meses, Dario e a própria polícia lhe disseram que seria um milagre se Isabele estivesse viva. Essa era a razão pela qual ele estava se casando com Luana – para fazê-la pagar por tê-lo privado de Isabele, se aquilo fosse realmente verdade. Seu plano era t