Elisabeth. 16:30 ― Casa da Jéssica. ― Nova York ― EUA.Ficamos conversando por um tempo, discutindo como seria nossa vida daqui para frente. Por mais que minha escolha seja voltar para a mansão dos rapazes, meu peito dói ao saber que não conviverei mais diariamente com a minha melhor amiga. Nós duas nos conhecemos desde a época em que vivíamos no orfanato, sempre fomos próximas e só nos distanciamos porque Jess tivera sorte em ser adotada por uma família consideravelmente rica, entretanto, a distância física não impediu que mantivéssemos contato e embora eu não tenha sido tão sortuda quanto ela, isso não atrapalhou em nada a nossa amizade. É por isso que prometemos uma à outra que nada nunca irá mudar, nem mesmo os momentos mais difíceis. Ao terminar de fazer minhas malas, volto minha atenção para ela, que está de braços cruzados e a cara emburrada. Sorrio. ― Amiga, não fica assim. ― Deixo a mala no canto da sala e aproximo-me dela, sentando-me ao seu lado. — Prometemos que nada i
ESSE CAPÍTULO CONTÉM ESTUPRO. SE VOCÊ É SENSÍVEL E POSSUI GATILHOS, SUGIRO QUE PULE PARA O PRÓXIMO CAPÍTULO. Elisabeth. Acordo sentindo muitas dores espalhadas no corpo e mal consigo me mover. Devagar abro meus olhos e noto que estou em um lugar nojento, que se parece com um galpão podre e escuro. Tento me mexer, mas solto um gemido de dor. Puta que pariu, que dor terrível. Olho para a minha coxa e vejo que está com uma faixa mal colocada, manchada de sangue. ― Porra! ― consigo me sentar nesse colchão velho e me encosto com dificuldade na parede, respirando fundo várias vezes. Está doendo muito, mas quase não consigo absorver a dor, visto que a porta se abre violentamente, assustando-me. Um homem muito alto aparece e se aproxima. Há várias tatuagens espalhadas pelo seu corpo extremamente forte. ― Que bom que acordou, minha querida. ― Dá um grande sorriso e para a centímetros de mim. Se eu pudesse, desapareceria através da parede, mas o homem segura o meu braço com força e m
Christopher. Após aquela ligação assustadora de Elisa, nós cinco seguimos até o local onde seu celular registrou a última localização. Chegando lá, encontramos o carro destruído e o corpo de Brian perfurado com vários tiros, manchas de sangue no carro, o que assusta pra caralho. E se Elisa estiver morta? Procuramos por todos os lados, e nada. Nem um sinal. Estamos nervosos e não aguento mais ficar sem informação, pensando no que será que pode ter acontecido ou o que está acontecendo com ela. Quem foi o filho da puta? Seguimos ao nosso galpão e, parcialmente calmos, falamos com nossos hackeadores, que trabalham secretamente para nós, executando serviços ilícitos e tentamos investigar onde ela poderia estar. Como o celular dela não dá mais nenhum sinal de vida, buscamos pelas câmeras de segurança da rua, que podem ter captado o momento em que aqueles bandidos filhos da puta a pegaram, até mesmo gravado o número da placa do veículo utilizado. Ando de um lado para o outro, impacient
Alex Thompson.Estamos esperando há mais de seis horas e sem nenhuma notícia. Nenhuma enfermeira, médico ou qualquer outro funcionário deste lugar aparece para nos tranquilizar. Estamos todos muito preocupados com o que aconteceu com a nossa garota. Permaneço em estado de choque, a visão do estado dela partiu o meu coração e estou a frangalhos, com a cabeça escorada na parede. Aqueles desgraçados de merda! Eu deveria tê-los torturado. A nossa mulher sofreu tanto e chegamos tarde demais. Escuto passos se aproximando e imediatamente abro os olhos, vendo o médico se aproximar, com uma expressão cansada no rosto. Levantamos todos juntos. ― Então, doutor? Como ela está? ― Dylan pergunta, bastante preocupado. Ele solta um longo suspiro e isso me faz engolir em seco. ― Ela sofreu muitas lesões pelo corpo e sua coxa continha um grande ferimento, mas consegui cessar a hemorragia que estava se formando, dei trinta pontos e ela precisará ficar em repouso por algum tempo. Mas… ― Mas o q
Thomas Thompson.Quando Christopher e Dylan saíram para buscar a amiga de Elisabeth, nós ficamos aqui, a observando dormir. Me sinto enjoado, não consigo parar de olhar para ela e evitar que meu estômago revire ao vislumbrar cada hematoma espalhado em seu corpo. Não paro de pensar no que ela está sentindo após passar nas garras daqueles filhos da puta e acho que vou vomitar. Por que ninguém pode ser feliz nessa porra de vida? Por que ninguém pode amar? Por que todo mundo nos julga e tentam acabar com a nossa felicidade? Isso sempre foi assim. Nossos pais foram mortos nas mãos de pessoas invejosas por se amarem, elas não suportavam ver o amor deles brilhando. Para a máfia, o amor é um sentimento de merda, que não merece ter essa atenção.Puta que pariu! A culpa me corrói. Erramos em não priorizar a segurança dela. Ficamos tão focados em tê-la novamente que ignoramos completamente a única coisa valiosa para todos nós. Por nossa culpa, ela está aqui agora, deitada e debilitada sobre a c
Thomas Thompson.Após a conversa sobre a viagem, aguardamos pelo retorno de Elisa em seu leito e logo ela aparece, toda abatida. Não existe brilho em seu olhar e isso me assusta muito, principalmente quando ela se recusa em olhar para nós ou até mesmo falar conosco, até quando Jéssica tenta puxar papo, nossa garota não responde. Sua amiga explica que essa reação é normal e que devíamos dar um tempo a ela, deixar que a própria Elisa tome iniciativa de uma conversa com todos nós. Logo Jéssica se despede, avisando que irá à creche onde Elisa trabalha para informar sobre o ocorrido e pedir uma licença de trabalho aos chefes da nossa garota, e então se vai. Nossa estadia no hospital já ultrapassa vinte e quatro horas e nem comemos nem tomamos banho ainda, pois todos estamos temerosos quanto à reação que Elisa pode ter, seja um surto ou um atentado contra si. Jéssica comentou sobre isso, também. Não queremos que nossa garota tenha nojo de si mesma e tente tirar sua própria vida. Não qu
Elisabeth. As últimas semanas tem sido uma tortura para mim. Basta eu fechar os olhos que as lembranças daquele dia inundam a minha mente, meus sonhos, minha vida. Sempre acordo aos gritos, implorando por ajuda e que eles parem de me torturar. Tentei me matar por diversas vezes, mas nunca deu certo porque um dos cinco irmãos sempre aparece e impede que eu cometa o ato. Para muitos, isso é visto como loucura da minha parte, só que está sendo muito difícil para mim tentar viver com tudo isso preso em minha mente e em meu corpo, pois sinto nojo de mim mesma. Basta olhar-me no espelho que me sinto imunda. Os meninos tentam fazer de tudo para me animar. Lorenzo faz algumas palhaçadas e eu até consigo achar um pouco de graça, mas não é suficiente para mim. Às vezes eles até tentam me levar para dar uma volta no jardim da mansão, só que não tenho vontade de sair e de fazer nada. Confesso que tenho medo de sair de dentro desta casa, medo de aquilo acontecer comigo de novo. Não confio nos se
Elisabeth. Depois que Lorenzo sai do quarto e me deixa sozinha, resolvo banhar-me para tentar relaxar um pouco. Não quero sair do quarto, mas sinto que vou acabar ficando mal se continuar aqui. Solto um pequeno suspiro ao ver o meu reflexo no espelho, estou muito magra e com olheiras abaixo dos meus olhos.Como eles ainda me amam desse jeito?Meneio a cabeça e sigo para o closet. Escolho um vestido longo preto e deixo os meus cabelos soltos, pego uma sapatilha também preta e saio do quarto depois de pronta. Olho para o corredor e não vejo ninguém. Mordo os lábios, um pouco nervosa.Será que devo sair ou não? Ando pelo corredor hesitante, desço as escadas e não encontro ninguém na sala de estar.Onde eles poderiam estar? Decido ir à cozinha e me surpreendo ao encontrá-los, ainda por cima discutindo algo que não estou por dentro. — Mas Tom… — Alex cruza os braços, com um bico nos lábios. Sorrio de leve. Ele consegue ser tão fofo quando quer.― Tom uma porra! Eu avisei que não era p