Thomas Thompson.Quando Christopher e Dylan saíram para buscar a amiga de Elisabeth, nós ficamos aqui, a observando dormir. Me sinto enjoado, não consigo parar de olhar para ela e evitar que meu estômago revire ao vislumbrar cada hematoma espalhado em seu corpo. Não paro de pensar no que ela está sentindo após passar nas garras daqueles filhos da puta e acho que vou vomitar. Por que ninguém pode ser feliz nessa porra de vida? Por que ninguém pode amar? Por que todo mundo nos julga e tentam acabar com a nossa felicidade? Isso sempre foi assim. Nossos pais foram mortos nas mãos de pessoas invejosas por se amarem, elas não suportavam ver o amor deles brilhando. Para a máfia, o amor é um sentimento de merda, que não merece ter essa atenção.Puta que pariu! A culpa me corrói. Erramos em não priorizar a segurança dela. Ficamos tão focados em tê-la novamente que ignoramos completamente a única coisa valiosa para todos nós. Por nossa culpa, ela está aqui agora, deitada e debilitada sobre a c
Thomas Thompson.Após a conversa sobre a viagem, aguardamos pelo retorno de Elisa em seu leito e logo ela aparece, toda abatida. Não existe brilho em seu olhar e isso me assusta muito, principalmente quando ela se recusa em olhar para nós ou até mesmo falar conosco, até quando Jéssica tenta puxar papo, nossa garota não responde. Sua amiga explica que essa reação é normal e que devíamos dar um tempo a ela, deixar que a própria Elisa tome iniciativa de uma conversa com todos nós. Logo Jéssica se despede, avisando que irá à creche onde Elisa trabalha para informar sobre o ocorrido e pedir uma licença de trabalho aos chefes da nossa garota, e então se vai. Nossa estadia no hospital já ultrapassa vinte e quatro horas e nem comemos nem tomamos banho ainda, pois todos estamos temerosos quanto à reação que Elisa pode ter, seja um surto ou um atentado contra si. Jéssica comentou sobre isso, também. Não queremos que nossa garota tenha nojo de si mesma e tente tirar sua própria vida. Não qu
Elisabeth. As últimas semanas tem sido uma tortura para mim. Basta eu fechar os olhos que as lembranças daquele dia inundam a minha mente, meus sonhos, minha vida. Sempre acordo aos gritos, implorando por ajuda e que eles parem de me torturar. Tentei me matar por diversas vezes, mas nunca deu certo porque um dos cinco irmãos sempre aparece e impede que eu cometa o ato. Para muitos, isso é visto como loucura da minha parte, só que está sendo muito difícil para mim tentar viver com tudo isso preso em minha mente e em meu corpo, pois sinto nojo de mim mesma. Basta olhar-me no espelho que me sinto imunda. Os meninos tentam fazer de tudo para me animar. Lorenzo faz algumas palhaçadas e eu até consigo achar um pouco de graça, mas não é suficiente para mim. Às vezes eles até tentam me levar para dar uma volta no jardim da mansão, só que não tenho vontade de sair e de fazer nada. Confesso que tenho medo de sair de dentro desta casa, medo de aquilo acontecer comigo de novo. Não confio nos se
Elisabeth. Depois que Lorenzo sai do quarto e me deixa sozinha, resolvo banhar-me para tentar relaxar um pouco. Não quero sair do quarto, mas sinto que vou acabar ficando mal se continuar aqui. Solto um pequeno suspiro ao ver o meu reflexo no espelho, estou muito magra e com olheiras abaixo dos meus olhos.Como eles ainda me amam desse jeito?Meneio a cabeça e sigo para o closet. Escolho um vestido longo preto e deixo os meus cabelos soltos, pego uma sapatilha também preta e saio do quarto depois de pronta. Olho para o corredor e não vejo ninguém. Mordo os lábios, um pouco nervosa.Será que devo sair ou não? Ando pelo corredor hesitante, desço as escadas e não encontro ninguém na sala de estar.Onde eles poderiam estar? Decido ir à cozinha e me surpreendo ao encontrá-los, ainda por cima discutindo algo que não estou por dentro. — Mas Tom… — Alex cruza os braços, com um bico nos lábios. Sorrio de leve. Ele consegue ser tão fofo quando quer.― Tom uma porra! Eu avisei que não era p
Elisabeth. ― Ah, vá se foder, Alex, você é chato pra caralho! ― Thomas fala, bem irritado com o irmão. Chegamos ao aeroporto para a nossa viagem a mais ou menos duas horas e, do nada, esses dois começaram a brigar por algo que não faço ideia do que seja. ― Pessoal, pelo amor de Deus, parem com essa briga infantil de vocês. ― Dylan ralha, um tom tão calmo que chama a atenção dos dois. ― A culpa é do Thomas, Dylan. Ele vive pegando no meu pé por coisas idiotas — Alex cruza os braços. ― Culpa minha porra nenhuma! Dylan revira os olhos, cansado dessa briga estúpida e sem sentido. ― Eu não quero saber de quem é a culpa, eu quero que vocês parem com isso agora. ― Seu tom é sério e os outros dois bufam, acatando a ordem, mas não antes de mostrarem a língua um para o outro. São mesmo infantis quando querem ser. Estamos indo para a França. Sempre quis conhecer esse lugar e parece que os meninos possuem uma casa lá, portanto, a decisão foi unânime. Todos tivemos que acordar bem ce
Elisabeth. Desapareça… ninguém vai sentir sua falta… Começo a soluçar de tanto chorar e assusto-me quando sinto alguém me abraçando, só não grito porque logo reconheço o cheiro. ― Por que está chorando, meu amor? O que está acontecendo? ― Dylan pergunta, preocupado. ― A-a-as vozes. ― Sussurro. ― Vozes? Assinto com a cabeça. ― D-d-dizendo que ninguém me ama… q-q-que eu deveria morrer. ― Gaguejo com muita dificuldade e volto a chorar, o abraçando com força. ― Meu amor, não escute essas vozes porque não é verdade. Todos nós te amamos tanto que somos capazes de fazer qualquer coisa por você. Não escute essa voz, ela está mentindo, sua vida é muito importante para nós. ― Ele beija a minha testa com carinho. ― Te amamos tanto, Elisa, lembre-se sempre disso. ― M-m-m-mas elas dizem… dizem que amei os toques daqueles homens. ― O abraço com mais força e molho a sua camisa. ― Meu amor. ― Ele passa suas mãos em meus cabelos, com carinho. ― Nós sabemos que você não gostou de nada que a
Elisabeth.Retiro-me imediatamente do jardim, sentindo uma forte dor de cabeça. Não posso estar tão louca a ponto de ficar alucinando, isso não pode acontecer, de jeito nenhum. Adentro na mansão velozmente e passo por Dylan, sem falar nada, e me esbarro em Jéssica por estar devidamente desatenta. ― Garota, que pressa é essa? ― ela pergunta, massageando o seu ombro por causa do impacto. ― N-não é nada demais. ― Desvio os meus olhos e fito o chão, não tenho coragem de encará-la, mesmo sabendo que tudo não passou de ilusão. — Só estou com dor de cabeça. Vou me deitar um pouco. ― Tudo bem, então. Tome um remédio e vá dormir. ― Ela sorri e vai embora, deixando-me sozinha no corredor. Esfrego minha testa e decido ir à biblioteca. Talvez ler algum livro possa me distrair um pouco. Ando um pouco devagar e, ao entrar, olho em volta, surpresa ao ver Lorenzo deitado no sofá de couro com as pernas para cima, de óculos de grau e lendo. Ando até ele, que tira a atenção do livro e me encara, so
Dylan Thompson. Estou no escritório resolvendo algumas coisas da máfia e logo começo a ouvir uma gritaria no andar de baixo. Que merda está acontecendo? Saio em disparada do escritório e atravesso o corredor numa velocidade inumana. — O que está havendo, pessoal? — Desço as escadas, mas paro no último degrau ao ver Elisa no chão, desacordada e com a cabeça sangrando, enquanto Alex tenta pressionar o sangue para contê-lo. — Que porra vocês estão fazendo parados aí? Temos que levá-la ao hospital imediatamente! Vamos, Lorenzo, ligue para a ambulância! — Grito, assustando-os. Não demora muito para a ambulância chegar e assisto à remoção dela com um peso chato no peito. O sangue escorre sem parar, sua pele está translúcida de tão pálida. Christopher a acompanha enquanto eu e os demais seguimos no carro logo atrás. — E Jéssica? — pergunto, sem tirar os olhos da ambulância logo à frente. — Ela saiu para dar uma volta antes de Elisa cair da escada — Alex explica. — Ela estava muito a