P.V. LUIZA
Acordei com um sorriso no rosto. Minha noite não foi das melhores, pelo menos não na festa. Agora tenho um amigo novo. E consegui melhorar um pouco a minha noite, mesmo não sendo uma das melhores companhias naquele momento.
FlashBack On
Praticamente fomos o caminho todo em silêncio, eu apenas falava o caminho para ele. Eu estou meio nervosa como se eu fosse uma adolescente com seu primeiro namoro, mas não.. Sou uma mulher casada e tenho filho. Acabei rindo com o meu pensamento.
- Que foi? – Perguntou risonho.
- Nada não. – Respondi depois de rir.
- Vai falar. – insistiu.
Respirei fundo e parando de rir.
- Não é nada de importante.
Olhei para ele sorrindo e o mesmo estava sorrindo. Que sorriso.
- Então me fala um pouco de você.
Aí merda! Não posso falar muita coisa, ainda mais que sou casada com o Robert, apenas porque ele tem muitos inimigos e eu não conheço Oliver direito. Mas o que falar? Minha vida está resumida a Robert.
- O que você quer saber? – Perguntei.
- Hum... Quantos anos você tem?
- 20 anos e você?
- 22 anos. E o que faz aqui em São Paulo?
- Eu... Estou a passeio...
Ele riu.
- Tudo bem se não quiser falar. – Menti.
Continuamos o caminho em silêncio. Percebi que estávamos quase chegando na casa do Robert, então pedi para Oliver parar um quarteirão antes. Falei que eu morava por ali mesmo.
- Você menti muito mal. – Riu – Mas tudo bem, não quer falar onde mora? Ok, mas a gente vai se ver de novo, não é?
- Sou casada. – Falei sem pensar.
Oliver riu e pegou na minha mão esquerda e a beijou.
- Eu sei, eu vi o anel.
- Não se importar com isso?
- Você não parece estar feliz no seu casamento. Então por que eu me importaria?
Fiquei sem saber o que falar ou até pensar...
- Me passa seu número?
Sim ou não? Sim ou não? Sim ou não? Sim ou não?...
- Claro.
Trocamos nosso número antes de sair do carro Oliver. Ele me abraçou e deu um beijo no canto da minha boca o que me fez corar um pouco e ele riu por eu estar tímida.
FlashBack OFF
Aquele homem é encrenca! Será mesmo que estou disposta a arriscar?... senti um braço ao meu redor me abraçando, olhei para o lado vendo Robert deitado de barriga para baixo e seu braço em cima de mim.
Era muito difícil eu acordar com uma cena dessa, tipo muito difícil mesmo e confesso que nem sei como reagir com isso. A única coisa que me lembro da noite de ontem é ter chegado e não ter encontrado o Robert em casa, claro ele estava com outra e não voltaria tão cedo.
A porta do quarto foi aberta e eu vi Gustavo entrando correndo, mas parou, olhou para mim e o Robert e sorriu malicioso.
Robert está estragando o meu filho.
- Bom dia, mamãe. – falou e deu um beijo na minha bochecha.
- Bom dia, bebê.
- Mãe. – Gustavo cruzou os bracinhos e fez bico. – Eu não sou mais bebê, eu sou um...
- Homem. – Robert completou a fala do filho.
Robert me puxou juntando nosso corpo um no outro de forma que ficássemos de conchinha e chamou o Gustavo para subir na cama.
- É mamãe, nosso filho está crescendo. – Robert falou no meu ouvido fazendo meu corpo arrepiar.
- Papai vamos no Shopping comigo e com a mamãe?
- Claro e melhor vamos passar a tarde todos juntos.
Gustavo começou a pular na cama de tão alegre que estava e se jogou em cima do Robert fazendo ele me soltar para segurar o filho. Preciso falar que minha boca estava em perfeito “O”? O Robert estava calmo e iria passar a tarde em casa e com a família? Isso está realmente acontecendo?
- Vai atrás da sua babá e coloca uma sunga para ficarmos na piscina.
Gustavo obedeceu o pai sem pensar duas vezes, Robert se espreguiçou e foi para o banheiro. Eu ainda estava deitada na cama tentando entender o que estava acontecendo.
Robert saiu minutos depois do banheiro vestindo apenas sunga, ele colocou o cabelo todo para trás e me encarou.
- Vamos?
Hã? Ele quer que eu vá para piscina com ele? Ok, isso é estranho, muito estranho.
- O que você fez com o Robert? O verdadeiro Robert?
Ele abaixou a cabeça suspirando e depois soltou uma risada baixa.
- Que tal, uma trégua? Pelo menos hoje?
Oi? Trégua? Percebi que estava demorando muito para responder.
- Tá bom. – Foi o que eu consegui falar.
[...]
Passamos a tarde toda juntos sem briga, sem indiretas, sem pequenas discussões e sem nenhum problema. Passamos em perfeita harmonia e parece que até o Gustavo notou isso dava para ver o sorriso dele maior.
Era hora de ir para o shopping, coloquei uma roupa fresca e fui arrumar o Gustavo. Eu queria colocar uma roupa fresca e sem exageros nele já que a noite estava meio abafada, mas ele não deixou e falou que tinha que ser muito lindo para pegar as gatinhas. Preferi não discutir se não a gente, não sairia dali tão cedo.
Todos prontos entramos no carro e seguimos para o shopping. Enquanto Gustavo ficou no parque brincando, ele desistiu de ficar chique para as gatinhas e me deu a blusa de frio e os sapatos, quase tirou as calças falando que estava muito calor. Robert e eu fomos para uma lanchonete de frente para o parque de lá dava para ver o Gustavo.
- Por que ele quis vir todo arrumado?
- Diz ele que era para pegar as gatinhas. – ri.
- Ele está aprendendo. – falou todo orgulhoso.
- Robert, você está estragando meu filho.
- Nosso filho. – corrigiu. – hoje foi legal poderíamos fazer isso mais vezes.
- Poderíamos?
- Sim, não ligo de estender a trégua por mais tempo.
Aí. Meu. Deus. Ele quer tentar? Tipo eu e ele? É isso que estou entendendo? O celular do Robert começou a tocar e ele pediu licença e se afastou da mesa. Eu ainda tentava entender o que estava acontecendo, mas meu celular apitou avisando que havia chegado mensagem.
“Boa noite, vamos nos ver?” – Oliver.
Meu Deus as coisas estão acontecendo muito rápido. Olhei para os lados e nenhum sinal do Robert, então aproveitei para responder o Oliver.
“ Boa noite, hoje não vai dar”
“Amanhã? Por favor.” – Oliver.
“Se der eu te aviso”
“Tá bom, beijos” – Oliver.
Não respondi a última mensagem e guardei meu celular. Minutos depois Robert apareceu com uma cara nada boa.
- Está tudo bem?
Ele respirou fundo.
- Luh, preciso falar uma coisa com você.
Luh? Ele me chamou de Luh? Alguém abduziu o Robert só pode, mas minha preocupação só aumentou.
- O que aconteceu? Alguém morreu...?!
- Ei, relaxa. – Riu – É que minha mãe me ligou e quer ver o Gustavo... Mas sem você por perto...
Revirei os olhos, antes eu era uma ótima nora, agora ela me quer bem longe dela. Se possível de toda família, mas claro meu filho ficando com eles.
- Ela está no Brasil?
- Não...
- Robert...
Não gosto nada quando o Robert faz viagens longas e ele leva meu filho junto.
- Ele vai ficar bem, sabe que eu não deixaria nada de ruim acontecer a ele.
- Mas Nova York é longe.
Robert pegou na minha mão e sorriu.
- Quer ir comigo?
- A sua mãe...
- Não precisa ir na casa dela, a gente fica em um hotel.
Pisquei algumas vezes e puxei minha mão.
- Está tudo bem, podem ir.
O que estou fazendo?
- Você não quer ir?
- Não, vou aproveitar e ver minha mãe...
- Luiza...
- Ou nem isso posso fazer? – Perguntei meio estressada.
Robert se assustou com minha mudança de humor, ele assentiu e ficamos olhando o Gustavo brincar.
Eu não queria reconquista-lo? Não queria dar uma chance para gente? Tudo mudou? Por que? Por causa da mulher que ele ficou? Não. Oliver? Mal conheço ele. O que então? Por que parece que o Robert está disposto a tentar…
Foi uma luta tirar Gustavo daquele parque, mas foi só falar que eu chamaria o Robert que ele resolveu sair. Emburrado, mas saiu. Perdi a moral com esse garoto, meu Deus.Quando Robert estacionou o carro, Gustavo já dormia no banco de trás. Enquanto Robert levou meu pequeno pro quarto eu fui para o banheiro tomar um banho, sem muita demora terminei o banho coloquei o short do pijama e um tope. Sair do banheiro e me deitei com a esperança do sonho vim.Robert entrou, passou pelo banheiro e em questão de minutos já estava deitado ao meu lado.- Vai pra casa da sua mãe, que horas?Abri meus olhos.- Não sei.- O motorista pode...- Eu tenho meu carro...- Questão de segurança...- Eu sei me defender... Você me ensinou.Ouvir ele suspirar. Raramente eu ajudava ele e os meninos a pegar uns carregamento, planejar assalto e etc. Com isso aprendi a lutar e usar uma arma.- As vezes esqueço disso.- Que horas vai amanhã? – Perguntei.- Depois do almoço. Tem certeza de que não quer ir?Tenho?-
Horas passaram e bem rápido coloquei uma roupa bem fresca e esperei o Oliver chegar. Sim eu vou sair com ele, minha mãe trabalha em um hospital e por ser médica teria que ficar lá hoje. Então para não ficar no tédio decidi ir sair com o Oliver, mas sem segundas intenções.Escutei barulho de carro estacionando e fui até a janela vendo Oliver saindo do carro, respirei fundo e caminhei até a porta abrindo a mesma antes dele bater.- Uau, você está linda. – Oliver falou me olhando de cima a baixo.- São seus olhos. – Sorrir.Eu estava usando um macacão preto com uma jaqueta jeans. Entramos no carro dele e conversamos numa boa, na maioria das vezes eu estava rindo das idiotices do Oliver, chegamos na lanchonete, procuramos uma mesa e logo fizemos nossos pedidos.- Então como está indo seu casamento? – Perguntou hesitando em me olhar.Estranhei sua pergunta.- Hã... Por que?- É que... Você parece mais feliz do que antes.Dei um meio sorriso e mordi meus lábios, o que eu iria falar? Não sab
A imagem daquele homem com a arma na cintura não saia da minha cabeça, mas preferia não pensar muito nisso. Quando sair daqui penso sobre isso. Já estou aqui, não posso me desesperar. Acho que Oliver não me machucaria. Eu acho.Oliver voltou para a sala com uma vasilha cheia de pipoca e uma garrafa de refrigerante, colocou em cima da mesinha da sala e saiu de novo logo voltando com os copos.- Então escolheu?- Sim.Olhei para a televisão e cliquei no primeiro filme que vi.- Amanhecer parte 2? – Ele fez uma careta.- Quer escolher outro?Ele riu e negou com a cabeça, eu resolvi sentar no chão e ele me acompanhou. Ficamos assistindo o filme, comemos e conversamos numa boa. Era bom estar ali com ele, eu me divertia e muito, quando chegou na parte que Bella e Edward iam transar, Oliver colocou o abraço em volta do meu ombro.- Por que naquele dia que te conheci, você estava chorando? – Ele sussurrou.Nós dois mantenhamos o olhar no filme.- Porque meu marido tinha acabado de me trair.N
Acordei já lembrando da noite de ontem, foi tudo tão bom, tão maravilhoso e tão inesquecível. Abrir meus olhos com um sorriso no rosto, olhei para o lado vendo Oliver deitado e meu sorriso só aumentou. Como ele pode ser tão perfeito?Acariciei seu rosto e dei um selinho nele. Quando me afastei vi um sorriso se formar no seu rosto e logo ele abriu os olhos.- Eu não importaria de ser acordado, assim mais vezes. – falou.- Desculpe, não era minha intenção te acordar.Oliver negou com a cabeça e se aproximou me abraçando e dando um cheiro no meu pescoço.- O que quer fazer hoje?- Tenho que ir para casa...- Ah, não Luiza... – Oliver se afastou um pouco e me encarou – Vai mesmo volta para ele?- Ele vai voltar amanhã, provavelmente de tarde. Tenho que está lá...Oliver sentou na cama de costas para mim, ainda estamos completamente nus.- O cara te trai e você ainda quer ficar com ele. – falou indignado.- Eu não fiz nada de diferente na noite passada. – Falei irônica.- A diferença é que
P.V. LUIZADepois que Oliver me deixou na casa de minha mãe, não entramos mais em contato e eu meio que agradeço por isso. Cheguei na mansão do Robert e o mesmo já havia chegado. Ouvi a voz do Gustavo me encheu de alegria.- Mamãe. – Gustavo me gritou assim que me viu.- Ai que saudades!Peguei ele no colo e o enchi ele de beijos o fazendo rir. Abracei meu pequeno bem forte fazendo ele reclamar, mas não soltei. Sentei no sofá e ajeitei o Gustavo no meu colo.- Como foi a viagem?- Foi bom.- Gostou de está com a vovó?- Sim, ela comprou um monte de brinquedos para mim mamãe. – Falou todo animado.- Mais brinquedos? Mais bagunça. – Ri.- Eu vou juntar tudinho. – Prometeu.Ri mais ainda. Sabemos que isso não vai acontecer, Gustavo junta a metade dos brinquedos e começa a enrolar para juntar o resto.- Sei. E seu pai?Gustavo ficou emburrado e apoiou a cabeça no meu ombro.- O que foi bebê?- Papai brigou comigo, mamãe.- Brigou?- Sim.- Você fez bagunça?- Não, mamãe eu não fiz. – Gust
No dia seguinte quando acordei Robert não estava mais na cama. Levantei e fiz minhas higienes, coloquei uma roupa e liguei para a Giu. Pedi que se o Robert perguntasse por mim, ela confirmasse que estou com ela. Giu concordou e não me fez perguntas. Agradeci mentalmente por isso. Avisei para a babá do Gustavo falar para o Robert que eu iria para a casa da Giu caso ele perguntasse. Hoje não acordei bem e sem paciência.Peguei meu carro e fui para a casa do Oliver. Tenho que decidir logo o que quero. Não posso e nem quero ficar desse jeito. Confesso que Oliver me faz sentir bem e não seria nada difícil estar com ele se não tivesse o Robert, mas também confesso que quero o Robert.Droga! Por que é tão difícil?Não posso deixar tudo isso ficar mais confuso ainda. Parei o carro em frente da mansão do Oliver e disquei o número dele, espero que ele esteja em casa. Precisa esta em casa.- Alô? – Falou rude assim que atendeu.- Hum.. está tudo bem?Silêncio.- Luiza?- Sim, sou eu. Está ocupad
P.V. RobertQuando resolvi sair do galpão já estava começando anoitecer, passei o dia todo fora de casa. Espero que Luiza não fique brava com isso. Como não tinha comido nada, eu e os garotos resolvemos passar numa lanchonete, antes de cada um seguir seu rumo. Antes de entrar meu celular começou a tocar, então falei para os garotos irem na frente que logo eu iria.Peguei meu celular achando que seria a Luiza me ligando para saber onde eu estava, pelo contrário, me surpreendi ao ver o nome da Viviane na tela.- Alô?- Oi Robert, tudo bem? – falou animada.- Tudo e com você?- Estou bem... atrapalho?- Não. Então o que manda?- Estou indo para São Paulo! O convite de ficar na sua casa ainda está valendo?Oh, não... A Luiza não vai gostar. Porém eu tinha falando que sim, não posso voltar atrás.- Hã... Claro, você chega quando?Talvez eu ainda tenha tempo...- Amanhã de manhã.Eu não tenho muito tempo.- Tá bom... Eu te busco no aeroporto. Me avise quando chegar.- Pode deixar, beijos.-
P.V. OLIVER- Oliver! Oliver! – Fernando entrou na minha sala gritando.- Que foi cara? Para que gritar! – Levantei da cadeira.- Você não vai acreditar quem está em São Paulo. – Ele jogou uma pasta em cima da minha mesa.Peguei a pasta e abri. Nela mostrava fotos de uma morena de cabelos longos e depois de mais algumas fotos eu conseguia reconhecer o rosto.- O que ela está fazendo aqui? – Sussurrei.- Não sei, mas você não sabe do pior...- O que?- Viviane está na casa do Robert!- Será que... ?!- Não sei, mano.Merda! Só me faltava essa.- Continuem de olho.Fernando concordou e saiu do meu escritório.Essa garota não pode atrapalhar meus planos, não agora. Com certeza ela vai dar um jeito de entrar em contato comigo. Isso é questão de tempo, mas espero que isso não atrapalhe eu e a Luiza.Luiza não pode saber que conheço a Viviane.P.V. LUIZA- Então quando ela vai embora? – insistir.- Luiza... Duas semanas, só te peço duas semanas.- Robert não estou brincando.- Caralho, Luiz