Desço as escadas torcendo para não encontrar meu pai, afinal ela poderia me jogar na masmorra por esta saindo sem sua permissão.
E lá vou eu de novo seguindo sem segurança nenhuma pela mesma estrada, será que aquele homem sobreviveu? Bom… acabei de ter a resposta, a polícia já está reunida no local a beira da floresta, traziam um corpo na maca, minha dedução é que está vivo e bem vivo porém inconsciente, mas pelo número de pancadas ele nem vai lembrar quem o acertou.Hoje a tarde eu começo meu trabalho de meio período em uma lanchonete não muito longe de casa, já que meu cartão foi bloqueado e tenho que arrumar meios de ganhar dinheiro.Não é muito comparado ao que eu tinha, eu devia ter aproveitado mais aquele valor que tinha lá em vez de querer economizar em cartão que meu pai tem controle, Aysha sempre gasta a mesada dela toda com coisas idiotas, no meu caso lá se foi toda a economia para pagar o curso que eu queria.Lanchonete tacos chimu, vou servir mesas, lavar pratos e limpar banheiros, de tudo que há de mais baixo para se fazer depois de ser de uma família rica com um pai mão de vaca.Assim que chego na recepção me entregam um avental, uma caneta e um papal, não vai ser complicado fazer os pedidos e entregar, eu sou muito boa de memória.Demorou em torno de quinze minutos até eu ter a terrível surpresa, lá estava ele atraindo olhares, aparentemente ainda não me viu, então me enfiei atrás do balcão.— Sai da frente que esse eu atendo — comentou uma das garçonete.— fica a vontade — disse indiferente indo pegar o esfregão pronta para me esconder no banheiro.— por que um homem tão elegante viria a um lugar como esse? — suspirou a balconista. — parece até um príncipe.— ain, parece até um príncipe mimimi… — murmurei baixinho em deboche, não sabia como as coisas estavam indo lá, no momento não me interessa, só queria um jeito de conseguir chegar no banheiro.— ruiva — chamou a garçonete com cara de gato escaldado. — ele disse que veio falar com você, que é para você parar de se esconder atrás do balcão — finalizou em seguida indo atender as outras mesas, suspirei resmunguei mas levantei para o encarar então ele gesticulou o dedo me chamando, todas as meninas me encararam confusas, meu deus eu só tenho 15 anos se essas barangas pensar qualquer coisa errada eu perco minha honra na casa de meu pai, certo que já não tenho, mas só faltou meu pai deduzir que uma criança que nem chegou na puberdade vai se interessar por um cara velho como um Henry, certo que 32 anos não é tão velho, mas comparando mim é.Cambaleei, tropecei , amarrei os passos, mas cheguei em sua mesa, ele estava com os braços cruzados e olhar analítico, apontou para a cadeira a sua frente para que eu sentasse, obedeci né, se ele contar ao meu pai estou ferrada.— Estou esperando você me dizer o que está fazendo — comentou me encarando enquanto me encolho pensando em uma desculpa.— bom… minha melhor amiga estava precisando de alguém para cobrir ela no trabalho já que está doente — mentir encabulada.— tente de novo, você não tem amigos e isso está claro— ok, está certo, como uma moça rica e soberba queria saber como é a vida dos pobres miseráveis que tem que trabalhar por um salário, ganhando apenas 100 dólares— Comece de novo, você nem me parece soberba — disse me olhando descrente, mas eu queria continuar a tentar o enganar, mesmo que não colasse.— tenho mil e uma desculpas, quer…— me diga a verdade — exigiu aborrecido.— ah qual é? Você é meu pai agora?— O que está acontecendo? — insistiu.— o canil que meu mascote vive está passando por crises financeiras e não tem ração para todos os cachorros, e eu quero juntar para pagar um curso que eu queria muito fazer, então… peguei esse trabalho informal e miserável para que com o dinheiro que eu vou ganhar consiga pagar meu curso e alimentar meu animal — contei e meio que até pareceu triste, eu sou tão cínica assim?— por que seu pai cortou sua mesada?— ele é assim, sempre cobra mais de mim, mas não estou reclamando, amo meu pai— Ok, então você não vai ficar em casa, como você vai me ajudar com a escarlate?— ah… isso? — suspirei apreensiva, ele me fez até perceber uma coisa chata, eu estou tentando fazer dinheiro para coisas mais importante e Aysha e ele me cercando com suas futilidades. — Olha… eu preciso de dinheiro então só a noite posso conversar com ela — quando terminei de falar ele mexeu em um dos bolsos.— Se era dinheiro que queria era só dizer, pode ficar com esse cartão, use o quanto quiser, portanto que me ajude a conquistar Aysha“Que desesperado, mas… nesse exato momento tem um cartão black na minha frente… lindo e brilhante, a saliva até escorre”— aceito o trato! — falei de forma abrupta segurando o cartão ele nem sequer pensou em soltar.— ah, que interessante, dinheiro te compra?— sim… — confirmei tentando puxar a peça. — dinheiro compra ração e meus batons… e pagar meu curso! — asseverou desesperada para que ele soltasse, naquele momento ele soltou e eu quase desequilibrei na mesa, pela primeira vez ele riu se divertindo.“E que sorriso, puta que pariu” pensei lhe encarando abobada, mas logo ele voltou a ficar sérioCap.7Scarlett (Mozart)Após o acordo ele me levou até em casa, como sempre segui no banco dos fundos, não deveria nem confiar em entrar no carro de um homem considerado perigoso, muito menos me dar a liberdade de sentar no banco da frente. E assim seguimos viagem silenciosos, eu plenamente admiro meu novo cartão, papai morreria de inveja, dou saltos e piruetas mentalmente com tanto dinheiro em minhas mãos.Assim que ele estaciona pulo do carro habilmente e sigo para entrada da minha casa sem nem mesmo olhar para trás, meu pai não pode me ver chegando com meu cunhado futuro.Subi para meu quarto onde a escarlate ainda está trancada.— Aysha, abra a porta, ele já foi — avisei, mas ela abriu a porta e me puxou bruscamente.— Eu vi pela janela, porque você está com ele? O que está acontecendo? Ele saiu atrás de você e foi te seguindo e agora vocês voltam junto— Relaxa, ele só está querendo se certificar que eu não estou aprontando, só para assegurar que seu irmão não terá dois chifres,
Cap.8Autor/narradorHenry saiu da casa de Scarlett se sentindo em triunfo, mal tinha ideia que a menina havia assinado outro nome ao invés do seu nome Scarlett Mozart.Ele dirigiu até a casa de Vicente extremamente ansioso já que era uma das coisas que mais queria ver acontecer com Vicente por pura vingança.— Nem me diga que aquela pirralha assinou o contrato — comentou quando viu o irmão entrar na mansão.— sim, ela já assinou, parabéns, você estão casados— Está achando isso engraçado? — perguntou percebendo Henry segurar o riso.— óbvio que sim, terá que esperar pela sua esposa assim como eu esperei pela minha, agora só falta você ir ao menos ser a sua esposa— ridículo, eu não quero ver ninguém, muito menos uma garota de 15 anos, que homem pensa que eu sou?— o tipo casado, mas que não pode tocar na esposa e nem ter lua de mel, falando nisso, ela é bem inteligente— Pegue ela para você se gostou e saia da minha casa se só queria me passar essa informação.— era só isso — disse s
Cap.9Scarlett (Mozart)Muitas podem dizer que estou jogando contra a sorte, mas eu digo que esse jogo é bastante lucrativo, primeiro… me livrei do casamento, segundo minha irmã vai ter um momento de felicidade e terceiro… eu tenho uma leve impressão que eu vou morrer nas mãos de Henry pela merda que eu fiz, de tudo que eu prometi, eu não posso cumprir o que prometi a ele, mas continuarei falando bem de Henry para Aysha, mesmo que seja impossível ela gostar dele, mas vou fingir está tentando ao menos é minha chance de ficar mais tempo com o cartão dele.Aysha teria que sair escondida, antes que Henry chegasse, então eu desci a escada para ficar vigiando, mas na hora que desci tive uma surpresa que nunca pensei em minha vida.— Dalila! — disse indo ao seu encontro, ela estava acompanhada por um homem alto e elegante, nem acredito que… será que é? Mas ela é tão nova, do que estou falando? Pior é que Henry está junto com eles.— Olá Scarlett, esse é meu irmão, o Vittorio — Henry o aprese
Cap.10Autor/narradorAysha chegou ao local em poucos minutos, ficou em frente a lanchonete próxima a um banco de praça olhando ao redor o procurando, as mãos trêmulas suavam, enquanto Vicente já havia a avistado, o mesmo estava dentro da lanchonete tomando um suco, assim que a viu ficou a observando discretamente, cada detalhe.Sua aparência era totalmente agradável aos seus olhos, sua roupa mais composta, seu batom rosado bem discreto, cabelos soltos castanhos, ele saiu e seguiu com um sorriso e olhar admirado.— senhorita Aleria — murmurou ao se aproximar dela, Aysha quase caiu para trás quando o viu. Suas pernas tremeram.— Meu Deus, eu estava louca… — murmurou porém Vicente ouviu. — professor desculpa… eu não devia ter vindo — disse arrependida recuando.— Você não queria vir? — perguntou confuso.— sim… mas pensando agora, isso é um erro— mas já estamos aqui, então… vamos pelo menos conversar com pouco, ok? — perguntou gentilmente.— tudo bem— e não fique tão tímida, você semp
1cap.11Vicente RavenclawSeguimos o caminho todo em uma conversa descontraída, porém como um bom observador não deixava de perceber sua vestimenta, esse lenço que ela colocou no pescoço exatamente para esconder o decote não me passou despercebido, que esperta.Bom, pode ser ela, apesar de não ser boa nos estudos, isso para mim não importa, quero uma parceira, porém não quero ter muito trabalho e lidar com alguma mulher que viva me questionando de tudo, ao menos tenho que fazer da minha prisão algo agradável, já que não tenho como correr do casamento.Assim que chegamos, estacionei o carro e abri a porta para ela me mantendo próximo o suficiente para sentir seu perfume, ela é bem tímida, sinal que realmente não teve muitos momentos com algum homem.— você pode escolher algo da lanchonete para levar para sala — lhe disse então ela seguiu até o local para escolher o que queria enquanto eu fui escolher a sala, após ela decidir por um filme de drama, já vi que minha tarde vai ser longa.—
11.2Mas o melhor parte foi quando ela desamarrou o lenço do pescoço para limpar as lágrimas, e finalmente deixando sua pele exposta, seu decote redondinho dentro da blusa de alça, podia ver o detalhe do sutiã, porém desviei os olhos, dessa vez tenho que prestar atenção no filme, que já estava longo demais para ser verdade.Por um momento até tentei assistir ao olhar novamente para ela e encontrar ela cochilando, adorável, deslizei o dorso da minha mão suavemente na maçã de seu rosto a fazendo abrir os olhos e me fitar abrindo um sorriso gentil.— acho que esse filme é longo e dramático demais — sussurrou quando aproximei meu rosto do dela, porém não respondi nada mantive nossos narizes colados até tocar seus lábios, nunca me senti tão atraído a beijar alguém como estou por ela.Puxei seu corpo colado contra o meu a envolvendo em um beijo intenso, queria sentir cada centímetro e durava de seu corpo colado ao meu, podia imaginar seus seios prensados sobre meu peitoral, ficando ainda ma
Cap.12Aysha (Mozart.)Segui para casa de táxi, porém ele não podia me levar até a entrada de minha casa, já que é uma entrada restrita, então teria que seguir a pé por 15 minutos, já que se eu ligasse para meu pai, eu teria que explicar para onde eu fui.Odeio esse lugar, tudo porque tenho que seguir por essa estrada deserta até chegar ao local onde realmente fica as residências, tudo que tem é árvores e mais árvores dos dois lados e eles acham esse lugar seguro.Até mesmo encontraram um homem quase morto aí dentro, aquilo foi assustador e ninguém sabe quem o atacou, contudo isso me fez me lembrar de Scarlett, o que aquela criança falou, se não fosse ela eu até acreditaria que ela tentaria matar alguém, mas ela se recusa até mesmo a pisar em uma barata, então ela nunca faria as coisas que fala.Continuei a seguir andando, a luz da tarde ainda iluminava a estrada, mesmo que o pôr do sol já estivesse quase todo completo. Porém no decorrer do caminho comecei a sentir um certo incômodo
12.2— Está incomodada por causa de seu noivo?— incomodada? Por ter se casado a força e imaginar o fato de ser chifruda?— não é bem assim— eu só tenho quinze anos, já cansei de falar, nem cheguei a puberdade— isso não é estranho? Você ainda não menstrua?— óbvio que não, a ciência explica que pode demorar até os 18 anos de idade, você que foi prematura e virou moça aos 13 anos, azarada— você que é atrasada, porem não esta perdendo nada, isso é uma sorte— eu sei, mas estive pensando, talvez seja melhor você parar de se encontrar mesmo que tenha sido só o primeiro encontro, é melhor parar por aqui— por que?— bom… seu marido é o Henry, se ele souber…— Ele não é meu marido, é um assassino que só quer acabar com a minha vida! — esbravejei e sai de seu quarto seguindo para meu quarto.No dia seguinte acordei com uma mensagem do professor Mathias.Ele perguntou se queria uma carona, óbvio que aceitei, pedi para ele me esperar nos limites da floresta que era onde ele poderia ficar, j