cap.6.2

Desço as escadas torcendo para não encontrar meu pai, afinal ela poderia me jogar na masmorra por esta saindo sem sua permissão.

E lá vou eu de novo seguindo sem segurança nenhuma pela mesma estrada, será que aquele homem sobreviveu? Bom… acabei de ter a resposta, a polícia já está reunida no local a beira da floresta, traziam um corpo na maca, minha dedução é que está vivo e bem vivo porém inconsciente, mas pelo número de pancadas ele nem vai lembrar quem o acertou.

Hoje a tarde eu começo meu trabalho de meio período em uma lanchonete não muito longe de casa, já que meu cartão foi bloqueado e tenho que arrumar meios de ganhar dinheiro.

Não é muito comparado ao que eu tinha, eu devia ter aproveitado mais aquele valor que tinha lá em vez de querer economizar em cartão que meu pai tem controle, Aysha sempre gasta a mesada dela toda com coisas idiotas, no meu caso lá se foi toda a economia para pagar o curso que eu queria.

Lanchonete tacos chimu, vou servir mesas, lavar pratos e limpar banheiros, de tudo que há de mais baixo para se fazer depois de ser de uma família rica com um pai mão de vaca.

Assim que chego na recepção me entregam um avental, uma caneta e um papal, não vai ser complicado fazer os pedidos e entregar, eu sou muito boa de memória.

Demorou em torno de quinze minutos até eu ter a terrível surpresa, lá estava ele atraindo olhares, aparentemente ainda não me viu, então me enfiei atrás do balcão.

— Sai da frente que esse eu atendo — comentou uma das garçonete.

— fica a vontade — disse indiferente indo pegar o esfregão pronta para me esconder no banheiro.

— por que um homem tão elegante viria a um lugar como esse? — suspirou a balconista. — parece até um príncipe.

— ain, parece até um príncipe mimimi… — murmurei baixinho em deboche, não sabia como as coisas estavam indo lá, no momento não me interessa, só queria um jeito de conseguir chegar no banheiro.

— ruiva — chamou a garçonete com cara de gato escaldado. — ele disse que veio falar com você, que é para você parar de se esconder atrás do balcão — finalizou em seguida indo atender as outras mesas, suspirei resmunguei mas levantei para o encarar então ele gesticulou o dedo me chamando, todas as meninas me encararam confusas, meu deus eu só tenho 15 anos se essas barangas pensar qualquer coisa errada eu perco minha honra na casa de meu pai, certo que já não tenho, mas só faltou meu pai deduzir que uma criança que nem chegou na puberdade vai se interessar por um cara velho como um Henry, certo que 32 anos não é tão velho, mas comparando mim é.

Cambaleei, tropecei , amarrei os passos, mas cheguei em sua mesa, ele estava com os braços cruzados e olhar analítico, apontou para a cadeira a sua frente para que eu sentasse, obedeci né, se ele contar ao meu pai estou ferrada.

— Estou esperando você me dizer o que está fazendo — comentou me encarando enquanto me encolho pensando em uma desculpa.

— bom… minha melhor amiga estava precisando de alguém para cobrir ela no trabalho já que está doente — mentir encabulada.

— tente de novo, você não tem amigos e isso está claro

— ok, está certo, como uma moça rica e soberba queria saber como é a vida dos pobres miseráveis que tem que trabalhar por um salário, ganhando apenas 100 dólares

— Comece de novo, você nem me parece soberba — disse me olhando descrente, mas eu queria continuar a tentar o enganar, mesmo que não colasse.

— tenho mil e uma desculpas, quer…

— me diga a verdade — exigiu aborrecido.

— ah qual é? Você é meu pai agora?

— O que está acontecendo? — insistiu.

— o canil que meu mascote vive está passando por crises financeiras e não tem ração para todos os cachorros, e eu quero juntar para pagar um curso que eu queria muito fazer, então… peguei esse trabalho informal e miserável para que com o dinheiro que eu vou ganhar consiga pagar meu curso e alimentar meu animal — contei e meio que até pareceu triste, eu sou tão cínica assim?

— por que seu pai cortou sua mesada?

— ele é assim, sempre cobra mais de mim, mas não estou reclamando, amo meu pai

— Ok, então você não vai ficar em casa, como você vai me ajudar com a escarlate?

— ah… isso? — suspirei apreensiva, ele me fez até perceber uma coisa chata, eu estou tentando fazer dinheiro para coisas mais importante e Aysha e ele me cercando com suas futilidades. — Olha… eu preciso de dinheiro então só a noite posso conversar com ela — quando terminei de falar ele mexeu em um dos bolsos.

— Se era dinheiro que queria era só dizer, pode ficar com esse cartão, use o quanto quiser, portanto que me ajude a conquistar Aysha

“Que desesperado, mas… nesse exato momento tem um cartão black na minha frente… lindo e brilhante, a saliva até escorre”

— aceito o trato! — falei de forma abrupta segurando o cartão ele nem sequer pensou em soltar.

— ah, que interessante, dinheiro te compra?

— sim… — confirmei tentando puxar a peça. — dinheiro compra ração e meus batons… e pagar meu curso! — asseverou desesperada para que ele soltasse, naquele momento ele soltou e eu quase desequilibrei na mesa, pela primeira vez ele riu se divertindo.

“E que sorriso, puta que pariu” pensei lhe encarando abobada, mas logo ele voltou a ficar sério

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