Cap.7
Scarlett (Mozart)Após o acordo ele me levou até em casa, como sempre segui no banco dos fundos, não deveria nem confiar em entrar no carro de um homem considerado perigoso, muito menos me dar a liberdade de sentar no banco da frente. E assim seguimos viagem silenciosos, eu plenamente admiro meu novo cartão, papai morreria de inveja, dou saltos e piruetas mentalmente com tanto dinheiro em minhas mãos.Assim que ele estaciona pulo do carro habilmente e sigo para entrada da minha casa sem nem mesmo olhar para trás, meu pai não pode me ver chegando com meu cunhado futuro.Subi para meu quarto onde a escarlate ainda está trancada.— Aysha, abra a porta, ele já foi — avisei, mas ela abriu a porta e me puxou bruscamente.— Eu vi pela janela, porque você está com ele? O que está acontecendo? Ele saiu atrás de você e foi te seguindo e agora vocês voltam junto— Relaxa, ele só está querendo se certificar que eu não estou aprontando, só para assegurar que seu irmão não terá dois chifres, diferente dele né — brinquei rindo.— Scarlett! Saía desse quarto — bradou meu pai, naquele momento me deu um frio na barriga, a tarde já havia sido perfeita a ponto de desconfiar, Aysha se escondeu debaixo da cama, que franga.— Bom, vou abrir a porta e encarar minha vergonha — assim que abrir o velho cínico me olha com um sorriso que até me dá nos nervos, cínico e falso e porque diabos Henry ainda está aqui? — o que quer? — perguntou fria.— Chegou seu dia de assinar os papéis e depois seu marido vira aqui e você conhecerá ele finalmente — explicou e Henry estava do lado dele me analisando, mentalmente eles já estão mortos na minha frente, minha roupa banhada em sangue, eu “estou com sede de sangue” Penso o encarando duramente, mas ele parece se divertir com a minha desgraça.— não vou assinar nada… — Nem bem falei e ele me puxou com toda agressividade, sabia que aquele sorriso desgraçado era para me ganhar, mas eu não sou burra.— você vai e agora — disse me arrastando até o escritório, a única coisa que tinha na sua mesa era aquela m*****a folha.— vejo que se preparou dessa vez — Comentei olhando ao redor, enquanto Henry parecia um guarda nos observando.— Você não vai fazer aquele show que fez da outra vez — asseverou me sentando na cadeira.— Porque eu tenho que assinar esse contrato tão cedo? — resmunguei— Ela e Vicente são totalmente parecidos na rebeldia — comentou Henry indiferente.— Eu vou mastigar esse papel de novo e engolir e depois vomitar — bradei irritada.— Ora, sua criança! — bradou meu pai vindo em minha direção pronto para me bater até Henry tomar a frente como um muro entre nós dois, vontade de mostrar a língua para aquele velho e debochar da cara dele é o que não falta.— Me deixe conversar com a criança rebelde, ela vai assinar esse contrato logo — disse Henry me encarando de cima do ombro.— Mas a Scarlett é muito mimada, ela nunca me ouve! — bradou meu pai.— Pode deixar comigo, ela vai entender, vou explicar a situação e então teremos isso assinado — disse ele com convicção, eu até achava ele legal, mas pelo visto nossa amizade vai acabar em um piscar de olhos, mas tenho que maneirar por causa do meu novo pretinho, nem deu tempo de aproveitar, ainda.Meu pai obedeceu que nem um cachorrinho.— Vamos começar — disse me jogando sobre a poltrona, acomodando os pés em cima da mesa.— Assine — disse indiferente se sentando do outro lado da mesa.— ah que método persuasivo, já estou obedecendo, bem agorinha — debochei— engraçada não é, como já explicamos esse casamento é apenas para segurar Vicente de forma matrimonial— não sou burra, o cara quer curtir a vida, vocês querem prender ele em casamento, mas isso não vai fazer ele ser fiel, só me tornar chifruda e é isso — disse séria e então ouvi sua risada sonora, que estranho, quando ele demonstra um pouco de bom humor é como se fosse outra pessoa, mas é quase instantâneo quando sua expressão ficou séria como se seu corpo se recusasse a ser feliz.— você pode não está errada, porém não faz diferença já que você ainda não serve como mulher, é uma bezerrinha da mamãe— isso soa ofensivo, eu já sou bem grandinha, apesar de não servir como mulher de homem nenhum ainda, e nem futuramente servirei, eu sou bem madura— estou de acordo e meninas maduras aceitam o que impõe a ela, então assine o contrato— nem pagando — bradei tentando correr até a porta e mais uma vez ele tomou a frente me impedindo — desculpa, eu até que gostei de você pensei que seria um bom amigo — disse lhe dando um chute na canela e consegui correr, mas antes que eu pudesse abrir a porta uma lâmina perfura a madeira se fincando ali com força, encarei Henry ainda tentando segurar a dor.— E de onde saiu essa tem muito mais sua pirralha ordinária — esbravejou sem gritar, enquanto… eu estou com minha cara de papai socorro, dessa vez eu queria ajuda daquele velho inútil que chamo de pai, como se ele se importasse.— Está me ameaçando de morte? Eu tenho pai, sabia?— e ele te vendeu, me poupe, ele está pouco se lixando para você até mesmo permitiu que fosse levada para Vicente se fosse necessário.— Sério? — Inquiri desconcertada.— Eu não tenho porque mentir — Naquele momento senti mais um golpe, como assim já me entregar em casamento e me deixar nas mãos de um suposto abusador? Isso não é um pai para mim, voltei à mesa e pedi o contrato a ele, agora tenho uma ideia ainda melhor. — vai assinar? — perguntou desconfiado.— Sim, eu só tenho quinze anos, não tenho controle da minha vida e me desculpe senhor Henry, eu não deveria tê-lo agredido.— muito bem, assine — ordenou então escrevi com as piores letras, mas o engraçado é que não sou eu que estou casada com esse tal Vicente e sim outra pessoa, porque eu não sou maluca de assinar um contrato de casamento ainda por cima sem nem ter chegado à puberdade, sou só uma menina e agora eu vou sair e comprar comida para meu cachorro.— assinado — comentei confiante, porém quando ele foi olhar a assinatura lhe dei um segundo chute. — lembrando que eu não vou te devolver cartão nenhum— e me chutou para dizer isso? — perguntou incrédulo guardando o papel no envelope, nunca falha.Por hora estou livre da perseguição de meu pai, Henry avisou a ele que eu já assinei o contrato.Após sair fiz a maior aquisição da minha vida, ração vitalícia para o canil, paguei quase a loja inteira, então só tínhamos que fazer os pedidos e estaria tudo pagoSegundo fui a universidade que eu quero estudar e paguei todas as parcelas do meu curso e por fim não menos importantes, meus batons vermelhos.Cap.8Autor/narradorHenry saiu da casa de Scarlett se sentindo em triunfo, mal tinha ideia que a menina havia assinado outro nome ao invés do seu nome Scarlett Mozart.Ele dirigiu até a casa de Vicente extremamente ansioso já que era uma das coisas que mais queria ver acontecer com Vicente por pura vingança.— Nem me diga que aquela pirralha assinou o contrato — comentou quando viu o irmão entrar na mansão.— sim, ela já assinou, parabéns, você estão casados— Está achando isso engraçado? — perguntou percebendo Henry segurar o riso.— óbvio que sim, terá que esperar pela sua esposa assim como eu esperei pela minha, agora só falta você ir ao menos ser a sua esposa— ridículo, eu não quero ver ninguém, muito menos uma garota de 15 anos, que homem pensa que eu sou?— o tipo casado, mas que não pode tocar na esposa e nem ter lua de mel, falando nisso, ela é bem inteligente— Pegue ela para você se gostou e saia da minha casa se só queria me passar essa informação.— era só isso — disse s
Cap.9Scarlett (Mozart)Muitas podem dizer que estou jogando contra a sorte, mas eu digo que esse jogo é bastante lucrativo, primeiro… me livrei do casamento, segundo minha irmã vai ter um momento de felicidade e terceiro… eu tenho uma leve impressão que eu vou morrer nas mãos de Henry pela merda que eu fiz, de tudo que eu prometi, eu não posso cumprir o que prometi a ele, mas continuarei falando bem de Henry para Aysha, mesmo que seja impossível ela gostar dele, mas vou fingir está tentando ao menos é minha chance de ficar mais tempo com o cartão dele.Aysha teria que sair escondida, antes que Henry chegasse, então eu desci a escada para ficar vigiando, mas na hora que desci tive uma surpresa que nunca pensei em minha vida.— Dalila! — disse indo ao seu encontro, ela estava acompanhada por um homem alto e elegante, nem acredito que… será que é? Mas ela é tão nova, do que estou falando? Pior é que Henry está junto com eles.— Olá Scarlett, esse é meu irmão, o Vittorio — Henry o aprese
Cap.10Autor/narradorAysha chegou ao local em poucos minutos, ficou em frente a lanchonete próxima a um banco de praça olhando ao redor o procurando, as mãos trêmulas suavam, enquanto Vicente já havia a avistado, o mesmo estava dentro da lanchonete tomando um suco, assim que a viu ficou a observando discretamente, cada detalhe.Sua aparência era totalmente agradável aos seus olhos, sua roupa mais composta, seu batom rosado bem discreto, cabelos soltos castanhos, ele saiu e seguiu com um sorriso e olhar admirado.— senhorita Aleria — murmurou ao se aproximar dela, Aysha quase caiu para trás quando o viu. Suas pernas tremeram.— Meu Deus, eu estava louca… — murmurou porém Vicente ouviu. — professor desculpa… eu não devia ter vindo — disse arrependida recuando.— Você não queria vir? — perguntou confuso.— sim… mas pensando agora, isso é um erro— mas já estamos aqui, então… vamos pelo menos conversar com pouco, ok? — perguntou gentilmente.— tudo bem— e não fique tão tímida, você semp
1cap.11Vicente RavenclawSeguimos o caminho todo em uma conversa descontraída, porém como um bom observador não deixava de perceber sua vestimenta, esse lenço que ela colocou no pescoço exatamente para esconder o decote não me passou despercebido, que esperta.Bom, pode ser ela, apesar de não ser boa nos estudos, isso para mim não importa, quero uma parceira, porém não quero ter muito trabalho e lidar com alguma mulher que viva me questionando de tudo, ao menos tenho que fazer da minha prisão algo agradável, já que não tenho como correr do casamento.Assim que chegamos, estacionei o carro e abri a porta para ela me mantendo próximo o suficiente para sentir seu perfume, ela é bem tímida, sinal que realmente não teve muitos momentos com algum homem.— você pode escolher algo da lanchonete para levar para sala — lhe disse então ela seguiu até o local para escolher o que queria enquanto eu fui escolher a sala, após ela decidir por um filme de drama, já vi que minha tarde vai ser longa.—
11.2Mas o melhor parte foi quando ela desamarrou o lenço do pescoço para limpar as lágrimas, e finalmente deixando sua pele exposta, seu decote redondinho dentro da blusa de alça, podia ver o detalhe do sutiã, porém desviei os olhos, dessa vez tenho que prestar atenção no filme, que já estava longo demais para ser verdade.Por um momento até tentei assistir ao olhar novamente para ela e encontrar ela cochilando, adorável, deslizei o dorso da minha mão suavemente na maçã de seu rosto a fazendo abrir os olhos e me fitar abrindo um sorriso gentil.— acho que esse filme é longo e dramático demais — sussurrou quando aproximei meu rosto do dela, porém não respondi nada mantive nossos narizes colados até tocar seus lábios, nunca me senti tão atraído a beijar alguém como estou por ela.Puxei seu corpo colado contra o meu a envolvendo em um beijo intenso, queria sentir cada centímetro e durava de seu corpo colado ao meu, podia imaginar seus seios prensados sobre meu peitoral, ficando ainda ma
Cap.12Aysha (Mozart.)Segui para casa de táxi, porém ele não podia me levar até a entrada de minha casa, já que é uma entrada restrita, então teria que seguir a pé por 15 minutos, já que se eu ligasse para meu pai, eu teria que explicar para onde eu fui.Odeio esse lugar, tudo porque tenho que seguir por essa estrada deserta até chegar ao local onde realmente fica as residências, tudo que tem é árvores e mais árvores dos dois lados e eles acham esse lugar seguro.Até mesmo encontraram um homem quase morto aí dentro, aquilo foi assustador e ninguém sabe quem o atacou, contudo isso me fez me lembrar de Scarlett, o que aquela criança falou, se não fosse ela eu até acreditaria que ela tentaria matar alguém, mas ela se recusa até mesmo a pisar em uma barata, então ela nunca faria as coisas que fala.Continuei a seguir andando, a luz da tarde ainda iluminava a estrada, mesmo que o pôr do sol já estivesse quase todo completo. Porém no decorrer do caminho comecei a sentir um certo incômodo
12.2— Está incomodada por causa de seu noivo?— incomodada? Por ter se casado a força e imaginar o fato de ser chifruda?— não é bem assim— eu só tenho quinze anos, já cansei de falar, nem cheguei a puberdade— isso não é estranho? Você ainda não menstrua?— óbvio que não, a ciência explica que pode demorar até os 18 anos de idade, você que foi prematura e virou moça aos 13 anos, azarada— você que é atrasada, porem não esta perdendo nada, isso é uma sorte— eu sei, mas estive pensando, talvez seja melhor você parar de se encontrar mesmo que tenha sido só o primeiro encontro, é melhor parar por aqui— por que?— bom… seu marido é o Henry, se ele souber…— Ele não é meu marido, é um assassino que só quer acabar com a minha vida! — esbravejei e sai de seu quarto seguindo para meu quarto.No dia seguinte acordei com uma mensagem do professor Mathias.Ele perguntou se queria uma carona, óbvio que aceitei, pedi para ele me esperar nos limites da floresta que era onde ele poderia ficar, j
Cap.13Hoje a escola liberou as meninas uma hora antes do previsto, Scarlett seguiu para o portão de entrada de sua escola e esperou Aysha ansiosa, até avistar a mesma entre a multidão vindo com suas duas amigas, Aysha rapidamente viu a irmã.— meninas sigam na frente que eu esqueci meu estojo — avisou deixando as amigas seguirem seu caminho, então Scarlett foi ao seu encontro.— Preciso de sua ajuda hoje — disse sem delongas.— O que está aprontando agora?— Nada de mais, eu me cadastrei em um curso de contabilidade e meio que preciso que um responsável autorize, já está tudo pago, porém se você não me ajudar meu pai vai cancelar a minha chance de estudar— Que dia?— ela vai ligar hoje, então temos que correr para casa — disse ansioso enquanto seguem para a saída.— sério? Eu disse para Mathias que encontraria ele meio dia na sala de música. — resmungou.— Você vai me deixar na mão? — perguntou desapontada.— obvio que não, mas e se nosso pai vier primeiro?— se ele ver primeiro ent