A bruxa materializou-se na floresta. Surpreendeu-se com o local que um cavaleiro escolheu para se refugiar durante meses. Com passos curtos, caminhou na direção de uma cabana feita de taipa e reparou que a chaminé liberava fumaça. Sorriu e ao se aproximar da entrada, a porta feita com madeira podre, partiu-se. Isabelle adentrou no local e fora abordada por um homem que segurava uma espada em sua direção.
– Adorei a recepção! – Ela sussurrou e sorriu olhando em volta.
– Saia daqui sua bruxa! – O rapaz bradou dando um golpe com sua espada no vento. Isa gargalhou e se
Ali estava ela, mais uma vez na cidade escura e deserta, parada em frente à uma casa até que confortável aos seus olhos. Aproximou-se lentamente e sorriu. Ela estava se divertindo de se vingar, era tudo que ela mais queria. Olhou para baixo, fechou seus olhos, encheu todo seu pulmão de ar e soltou um longo suspiro. Afastou-se e pequenas sombras começaram a aparecer apressadamente, correndo para todos os lados. Eram ratos. Centenas deles invadiram aquela casa e ouviram-se os gritos. Eles estavam atacando todos os moradores. Um homem despido, atravessou a porta de entrada aos berros, sendo mordido por vários roedores. Encarou a bruxa e caiu de joelhos, quando várias das sujas criaturas começaram a entrar em
Viu-se novamente na floresta, mas, em um lugar muito mais sombrio, em suas extremidades, onde homem algum em sã consciência pisaria ali. As árvores eram enormes e cheias, logo, não havia vestígio de luz. O silêncio era inquietante, ouvia-se apenas sua respiração fraca e amena. Isabelle sorriu e depois de analisar o local, deparou-se com uma caverna. A entrada da mesma era larga, assim como a escuridão que reinava ali. Estendeu sua mão direita e uma bola de luz materializou-se. Movimentando os dedos lentamente, a bolinha que iluminava um pequeno pedaço da floresta, começou a flutuar na direção daquela caverna. Na orla da floresta real, nas proximidades do castelo negro da Rainha. Anabela e Dominik se aproximavam de um misterioso encapuzado, que segurava uma cesta totalmente coberta por um pano branco. Ao chegarem no local com muito receio do que estavam fazendo. Dominik não custou em desembainhar sua espada para se mostrar ser um Príncipe muito corajoso e pronto para qualquer combate. O encapuzado gargalhou. Uma risada fraca, rouca e que julgava-lhe ser um senhor de idade. Ana, depois de olhar para todos os lados, certificando-se de que não estavam sendo seguidos e nem espionados (queriam evitar punições) falou. – Senhor! Sabes por que estamos aqui e sabes o risco que estamos correndo. Poderia nos dar o que precisamos? – Perguntou fazendo o senhor gargalhar mais uma vez. – Da primeira vez que me procuraram... – Ele respondeu e deu uma pausa. – Não obtiveram resultado algum. – Concluiu e olhou para o castelo que tinha sua coloração negra bem fraca. – O poder da14 - Complô
Isabelle, ainda em sua busca pela vingança aos que lhe estupraram, estava no cemitério do Reino de Carmim. Achou estranho o motivo de ela estar ali, já que sua magia lhe levava a quem ela queria por perto. Descalça, de vestido branco ensanguentado, começou a caminhar em busca de seu prêmio. Aproximou-se de alguns túmulos e reconheceu alguns nobres. Sorriu e continuou sua busca, até aproximar-se de uma grande árvore morta e nua. Na mesma, uma grande e grossa corda se prendia em um alto e também grosso galho. Lentamente, com seus olhos arregalados, fixou na ponta daquela corda, preso em um forte nó, o sexto cavaleiro, balançando ao vento, um cadáver asfixiado e apodrecido.
Já exauta, a Rainha Isabelle caminhava lentamente em uma outra vila, que não pertencia ao Reino de Carmim. Ela não sabia onde estava e nem se importava com isso, já que sua aparição ali não fora notada ainda. Estava procurando o oitavo cavaleiro que participou de sua humilhação macabra. A vila estava escura e silenciosa. Parecia que naquele lugar, os moradores eram fartos, pois suas casas mostravam confortos e toques de luxo. Isa sorriu e pensou: “Meus súditos poderiam ter isso, mas não merecem!”. Aproximou-se (sendo guiada por sua magia) de uma casa não muito grande e nem muito pequena. Bateu
A mesma fumaça negra que lhe levou para fora da vila de outro Reino, materializou-se em mais uma vila desconhecida, deixando naquele chão tijolado, a Rainha Isabelle. A mesma olhou para o céu e viu que estava clareando. Passou toda a madrugada caçando seus cavaleiros estupradores e estava sentindo uma verdadeira vontade de voltar para seu castelo e adormecer e depois que descansar, procurar saber o que estava acontecendo com o mesmo, para perder sua escura coloração. Alguns moradores da vila já estavam de pé. Eles eram mercadores, logo, deveriam levantar cedo para arrumarem suas barracas. Muitos deles passavam e olhavam estranhamente para Isabelle. Uma mulher de cabelo longo vermelho, de pele alva como a neve
Isabelle continuou sua busca pelo cavaleiro Yngles, mas cada tentativa, lhe levava ao fracasso. O que estava acontecendo? Ela se perguntava, até que se viu realmente irritada, pois, não estava conseguindo aquilo que queria. Perdeu um cavaleiro por ele se matar e perdeu outro por ele desaparecer do radar de sua magia... Claro, era isso que estava acontecendo, magia, ele estava sendo protegido por um poder tão forte quanto o da Rainha. Logo, Isabelle pegou-se sorrindo, ela sabia que existiam outras bruxas e bruxos pelo mundo, mas não sabia que tinha alguém tão poderoso quanto ela ou... Certo período se passou e a lua cheia finalmente se estendia no elevado céu negro estrelado. A Rainha Isabelle de Carmesim mostrava-se muito ansiosa, pois finalmente veria seu pai novamente, depois de anos. Veria também o pavor nos rostos de todos que convidou e que confirmou presença no baile que estava preste a acontecer. A mesma estava em seu aposento, sentada sobre seu criado mudo olhando-se no espelho totalmente sorridente. Já estava arrumada esperando apenas uma brecha para descer e receber seus convidados. Sorriu, levantou-se e caminhou lentamente com seus pés descalços como de costume, aproximou-se do seu leão Trev que repousava em sua cama. – Trev, amado meu. Hoje finalmente você vai conhecer o meu pai. Estou tão nervosa, você pode sentir meu nervosismo, amigo meu? – Perguntou ansiosa acariciando o felino. O mesmo, respondendo sua pergunta, lambeu sua mão. – Espero que se comporte na frente de tanta carne fresca. – Afirmou seriamente, tentando nã19 - O baile e o ritual