Na orla da floresta real, nas proximidades do castelo negro da Rainha. Anabela e Dominik se aproximavam de um misterioso encapuzado, que segurava uma cesta totalmente coberta por um pano branco. Ao chegarem no local com muito receio do que estavam fazendo. Dominik não custou em desembainhar sua espada para se mostrar ser um Príncipe muito corajoso e pronto para qualquer combate.
O encapuzado gargalhou. Uma risada fraca, rouca e que julgava-lhe ser um senhor de idade. Ana, depois de olhar para todos os lados, certificando-se de que não estavam sendo seguidos e nem espionados (queriam evitar punições) falou.
– Senhor! Sabes por que estamos aqui e sabes o risco que estamos correndo. Poderia nos dar o que precisamos? – Perguntou fazendo o senhor gargalhar mais uma vez.
– Da primeira vez que me procuraram... – Ele respondeu e deu uma pausa. – Não obtiveram resultado algum. – Concluiu e olhou para o castelo que tinha sua coloração negra bem fraca. – O poder da
Isabelle, ainda em sua busca pela vingança aos que lhe estupraram, estava no cemitério do Reino de Carmim. Achou estranho o motivo de ela estar ali, já que sua magia lhe levava a quem ela queria por perto. Descalça, de vestido branco ensanguentado, começou a caminhar em busca de seu prêmio. Aproximou-se de alguns túmulos e reconheceu alguns nobres. Sorriu e continuou sua busca, até aproximar-se de uma grande árvore morta e nua. Na mesma, uma grande e grossa corda se prendia em um alto e também grosso galho. Lentamente, com seus olhos arregalados, fixou na ponta daquela corda, preso em um forte nó, o sexto cavaleiro, balançando ao vento, um cadáver asfixiado e apodrecido.
Já exauta, a Rainha Isabelle caminhava lentamente em uma outra vila, que não pertencia ao Reino de Carmim. Ela não sabia onde estava e nem se importava com isso, já que sua aparição ali não fora notada ainda. Estava procurando o oitavo cavaleiro que participou de sua humilhação macabra. A vila estava escura e silenciosa. Parecia que naquele lugar, os moradores eram fartos, pois suas casas mostravam confortos e toques de luxo. Isa sorriu e pensou: “Meus súditos poderiam ter isso, mas não merecem!”. Aproximou-se (sendo guiada por sua magia) de uma casa não muito grande e nem muito pequena. Bateu
A mesma fumaça negra que lhe levou para fora da vila de outro Reino, materializou-se em mais uma vila desconhecida, deixando naquele chão tijolado, a Rainha Isabelle. A mesma olhou para o céu e viu que estava clareando. Passou toda a madrugada caçando seus cavaleiros estupradores e estava sentindo uma verdadeira vontade de voltar para seu castelo e adormecer e depois que descansar, procurar saber o que estava acontecendo com o mesmo, para perder sua escura coloração. Alguns moradores da vila já estavam de pé. Eles eram mercadores, logo, deveriam levantar cedo para arrumarem suas barracas. Muitos deles passavam e olhavam estranhamente para Isabelle. Uma mulher de cabelo longo vermelho, de pele alva como a neve
Isabelle continuou sua busca pelo cavaleiro Yngles, mas cada tentativa, lhe levava ao fracasso. O que estava acontecendo? Ela se perguntava, até que se viu realmente irritada, pois, não estava conseguindo aquilo que queria. Perdeu um cavaleiro por ele se matar e perdeu outro por ele desaparecer do radar de sua magia... Claro, era isso que estava acontecendo, magia, ele estava sendo protegido por um poder tão forte quanto o da Rainha. Logo, Isabelle pegou-se sorrindo, ela sabia que existiam outras bruxas e bruxos pelo mundo, mas não sabia que tinha alguém tão poderoso quanto ela ou... Certo período se passou e a lua cheia finalmente se estendia no elevado céu negro estrelado. A Rainha Isabelle de Carmesim mostrava-se muito ansiosa, pois finalmente veria seu pai novamente, depois de anos. Veria também o pavor nos rostos de todos que convidou e que confirmou presença no baile que estava preste a acontecer. A mesma estava em seu aposento, sentada sobre seu criado mudo olhando-se no espelho totalmente sorridente. Já estava arrumada esperando apenas uma brecha para descer e receber seus convidados. Sorriu, levantou-se e caminhou lentamente com seus pés descalços como de costume, aproximou-se do seu leão Trev que repousava em sua cama. – Trev, amado meu. Hoje finalmente você vai conhecer o meu pai. Estou tão nervosa, você pode sentir meu nervosismo, amigo meu? – Perguntou ansiosa acariciando o felino. O mesmo, respondendo sua pergunta, lambeu sua mão. – Espero que se comporte na frente de tanta carne fresca. – Afirmou seriamente, tentando nã19 - O baile e o ritual
O céu negro se estendia ao redor de um mar calmo com pequeninas ondulações, assim como se estendia sobre arranha-céus de uma cidade deveras movimentada. As estrelas brilhavam e pareciam sussurrar umas com as outras. A lua cheia parecia cantar majestosamente aos seus filhos mundanos. Pássaros noturnos, pairavam em busca de alimento sobre aquele mar calmo, por enquanto que outros caminhavam sobre suas patas em uma areia branca e bem fina de uma praia. Tais pássaros felizes, ouviram passos apressados em suas direções e notaram que um garoto de aproximadamente dez anos se aproximava correndo querendo agarrar cada um. Não custaram em baterem suas asas e voarem para longe dali. Eles queriam se proteger daquele gigante terrível. O garoto decepcionou-se, bateu os pés irritado e virou-se para resmungar algo ao seu pai que calmamente caminhava em sua direção. Era um rapaz jovial, corpo atlético, barba por fazer e pele amarelinha. O garoto sorriu e voltou a correr até que se
Lentamente, Isabelle fora abrindo seus olhos, sentindo seu corpo pesar, sua cabeça doer, assim como um frio insuportável. Estava apenas gripada e com febre, mas desconhecia qualquer tipo de enfermidade do nosso mundo. Quando estava completamente acordada, não arriscou se levantar. Continuou deitada, olhando para o teto, pensando no que estava lhe acontecendo. Em um mundo desconhecido chamado Brasil, sem seus poderes e sem sua imortalidade. A morte que lhe abraçou, lhe deixou de lado? Uma forte raiva lhe apoderou.Com um pouco de dificuldade, sentou-se na cama que lhe fora preparada. Olhou em volta e curiosamente, começou a namorar cada móvel, cada objeto daquele quarto. Era tudo novo para ela. As cores, os formatos, o tamanho. Levantou-se e caminhou pelo local, tocando, pegando em cada objeto, tentando identifica-los.– Tudo é tão estranho por aqui. – Sussurrou. – O
A noite já havia chegado. Isabelle vestiu-se com uma das melhores roupas que ganhou do Juan para um jantar. Ela, ele e o menino que lhe encontrou - o pequeno Cesar. Isa não conseguiu criar um afeto pela criança, mas ao máximo, tentava esconder seu desgosto com o mesmo. Um garoto que fora muito mimado pela mãe que faleceu e que tinha tudo que queria em simples pedidos chorosos. Na sala de estar. – Se você puxar meu vestido mais uma vez, arranco essa sua mão nervosa. – Isabelle enfurecida sussurrou apertando fortemente o braço do garoto que tentava sair, mas ao ouvir os passos de seu amado, adoçou. – Olha só doce menino, como sua roupa está amarrotada. – Começou a ajeitar a camisa do Cesar e em seguida lhe deu um beijo na testa. – Fofo. – Ergueu-se e virou-se. – Juan, minha paixão, você está lindo e eu faminta. – Sorriu. – Você está mais que fantástica. – Juan a cumprimentou com um abraçou e um selinho. – Lhe vi falando com o Cesar. – O coração da mulhe