A mesma fumaça negra que lhe levou para fora da vila de outro Reino, materializou-se em mais uma vila desconhecida, deixando naquele chão tijolado, a Rainha Isabelle. A mesma olhou para o céu e viu que estava clareando. Passou toda a madrugada caçando seus cavaleiros estupradores e estava sentindo uma verdadeira vontade de voltar para seu castelo e adormecer e depois que descansar, procurar saber o que estava acontecendo com o mesmo, para perder sua escura coloração.
Alguns moradores da vila já estavam de pé. Eles eram mercadores, logo, deveriam levantar cedo para arrumarem suas barracas. Muitos deles passavam e olhavam estranhamente para Isabelle. Uma mulher de cabelo longo vermelho, de pele alva como a neve
Isabelle continuou sua busca pelo cavaleiro Yngles, mas cada tentativa, lhe levava ao fracasso. O que estava acontecendo? Ela se perguntava, até que se viu realmente irritada, pois, não estava conseguindo aquilo que queria. Perdeu um cavaleiro por ele se matar e perdeu outro por ele desaparecer do radar de sua magia... Claro, era isso que estava acontecendo, magia, ele estava sendo protegido por um poder tão forte quanto o da Rainha. Logo, Isabelle pegou-se sorrindo, ela sabia que existiam outras bruxas e bruxos pelo mundo, mas não sabia que tinha alguém tão poderoso quanto ela ou... Certo período se passou e a lua cheia finalmente se estendia no elevado céu negro estrelado. A Rainha Isabelle de Carmesim mostrava-se muito ansiosa, pois finalmente veria seu pai novamente, depois de anos. Veria também o pavor nos rostos de todos que convidou e que confirmou presença no baile que estava preste a acontecer. A mesma estava em seu aposento, sentada sobre seu criado mudo olhando-se no espelho totalmente sorridente. Já estava arrumada esperando apenas uma brecha para descer e receber seus convidados. Sorriu, levantou-se e caminhou lentamente com seus pés descalços como de costume, aproximou-se do seu leão Trev que repousava em sua cama. – Trev, amado meu. Hoje finalmente você vai conhecer o meu pai. Estou tão nervosa, você pode sentir meu nervosismo, amigo meu? – Perguntou ansiosa acariciando o felino. O mesmo, respondendo sua pergunta, lambeu sua mão. – Espero que se comporte na frente de tanta carne fresca. – Afirmou seriamente, tentando nã19 - O baile e o ritual
O céu negro se estendia ao redor de um mar calmo com pequeninas ondulações, assim como se estendia sobre arranha-céus de uma cidade deveras movimentada. As estrelas brilhavam e pareciam sussurrar umas com as outras. A lua cheia parecia cantar majestosamente aos seus filhos mundanos. Pássaros noturnos, pairavam em busca de alimento sobre aquele mar calmo, por enquanto que outros caminhavam sobre suas patas em uma areia branca e bem fina de uma praia. Tais pássaros felizes, ouviram passos apressados em suas direções e notaram que um garoto de aproximadamente dez anos se aproximava correndo querendo agarrar cada um. Não custaram em baterem suas asas e voarem para longe dali. Eles queriam se proteger daquele gigante terrível. O garoto decepcionou-se, bateu os pés irritado e virou-se para resmungar algo ao seu pai que calmamente caminhava em sua direção. Era um rapaz jovial, corpo atlético, barba por fazer e pele amarelinha. O garoto sorriu e voltou a correr até que se
Lentamente, Isabelle fora abrindo seus olhos, sentindo seu corpo pesar, sua cabeça doer, assim como um frio insuportável. Estava apenas gripada e com febre, mas desconhecia qualquer tipo de enfermidade do nosso mundo. Quando estava completamente acordada, não arriscou se levantar. Continuou deitada, olhando para o teto, pensando no que estava lhe acontecendo. Em um mundo desconhecido chamado Brasil, sem seus poderes e sem sua imortalidade. A morte que lhe abraçou, lhe deixou de lado? Uma forte raiva lhe apoderou.Com um pouco de dificuldade, sentou-se na cama que lhe fora preparada. Olhou em volta e curiosamente, começou a namorar cada móvel, cada objeto daquele quarto. Era tudo novo para ela. As cores, os formatos, o tamanho. Levantou-se e caminhou pelo local, tocando, pegando em cada objeto, tentando identifica-los.– Tudo é tão estranho por aqui. – Sussurrou. – O
A noite já havia chegado. Isabelle vestiu-se com uma das melhores roupas que ganhou do Juan para um jantar. Ela, ele e o menino que lhe encontrou - o pequeno Cesar. Isa não conseguiu criar um afeto pela criança, mas ao máximo, tentava esconder seu desgosto com o mesmo. Um garoto que fora muito mimado pela mãe que faleceu e que tinha tudo que queria em simples pedidos chorosos. Na sala de estar. – Se você puxar meu vestido mais uma vez, arranco essa sua mão nervosa. – Isabelle enfurecida sussurrou apertando fortemente o braço do garoto que tentava sair, mas ao ouvir os passos de seu amado, adoçou. – Olha só doce menino, como sua roupa está amarrotada. – Começou a ajeitar a camisa do Cesar e em seguida lhe deu um beijo na testa. – Fofo. – Ergueu-se e virou-se. – Juan, minha paixão, você está lindo e eu faminta. – Sorriu. – Você está mais que fantástica. – Juan a cumprimentou com um abraçou e um selinho. – Lhe vi falando com o Cesar. – O coração da mulhe
Isabelle estava mais uma vez determinada a fazer de tudo para voltar a Carmim, já que descobriu que poderia sim fazer isso acontecer, mas tudo dependia dela. O poder da morte no nosso mundo é totalmente diferente, por esse motivo, ela não pode levar ninguém, ela simplesmente faz as pessoas se guiarem até ela. Se é que você me entendeu. Isa, toda meiga, tinha que convencer Juan, a deixar o Izuperiu ficar, mas não poderia lhe dizer que o conhecia. Isso geraria suspeitas, logo, teve uma excelente ideia que mais tarde foi mais que preciosa. No dia seguinte, quando todos acordaram cedo demais, devido ao plano. Juan saia aquele horário para trabalhar e já confiava em Isabelle para ficar sozinha em casa, mas não dispensou a babá do garoto que sempre cuidou do mesmo. Izuperiu não se incomodou de juntar as poltronas e dormi ali, para não precisar dividi a cama com sua Rainha. Acordou cheio de dor e fazendo alguns exercícios estalando cada parte travada de seu corpo.
Isabelle pensava em todas as hipóteses que existiam de voltar para seu Reino e encontrar seu final feliz, reinando após concretizar toda a sua vingança. Mas ela seria realmente feliz sem amor? Já estava ficando tarde quando o carro que portava a Rainha estacionou. O motorista formalmente levantou-se, caminhou até a porta traseira e a abriu cuidadosamente, oferecendo sua mão à Isa que a agarrou sem pensar duas vezes. Com um singelo sorriso, saiu do carro e respirou fundo, encarando a grande casa do Juan. Agradeceu ao motorista e como não precisava mais dos vossos serviços, começou a caminhar adentrando sem sua companhia. Como não possuía a chave ainda, tocou a campainha, aguardou ser recebida. A empregada abriu a porta e sem cerimonias, Isa atravessou sem nenhum cumprimento. Olhou em volta e percebeu que estava tudo diferente, Juan com toda certeza havia passado por ali. Ela sorriu, era isso que estava querendo. Lentamente subiu as escadas e cami
Finalmente seu plano estava dando realmente certo mais uma vez, mas tinha receio de tudo desandar como acontecera em Carmim, mostrando ser uma Rainha com brechas. Estava ali em pé de frente para o homem chamado Juan que jazia ajoelhado em seus pés segurando sua mão a pedindo em casamento. Isa estava rubra de envergonhada e ao mesmo tempo, sem transparecer nada, estava sentindo-se vitoriosa. Não sabia o que fazer naquele momento. Ela queria dizer SIM bem alto deixando toda sua euforia extravasar, mas toda sua encenação que realizara outrora seria em vão, já que se mostrava triste e indecisa com sua volta para seu falso lar e família. O encarou com ternura e com tristeza. Levou sua vaga mão até seu coração e respirou fundo. – Juan... – Parou de falar e mordeu o lábio inferior. – Estou completamente sem palavras... Oh! – Virou lentamente sua cabeça olhando para sua esquerda, fitando um pequeno quadro na parede. Vocês sambem, charme de mulher.