Os cabelos de kemal esvoaçavam pela brisa fresca daquele campo aberto e árido. Seus olhos já marejados de lágrimas estavam presos no semblante de apreensividade criados pelas linhas que compunham o rosto de Oliver.
__ Kemal fale alguma coisa __ suplicou Oliver. __ Não fique no silêncio, por favor.
Naquele momento à intensidade das lágrimas nos olhos de kemal se intensificaram ainda mais, fazendo com que seus olhos ficassem extremamente avermelhados. Sua respiração à aquela altura já estava acelerada ao ponto de fazer às veias dos seus braços saltarem sobre sua pele.
__ Kemal __ insistiu Oliver tocando levemente seu braço.__ Por eles kemal, por minha família irei me sacrificar, não suportaria vê-los perder tudo enquanto posso fazer alguma coisa.
Kemal direcionou seus olhos para à mão de Oliver em seu braço e de seguida ergueu sua cabeça tomando sua atenção.
__ E se entregar para aquele homem é à melhor solução? __ perguntou kemal.
Oliver engoliu em seco, suspirou e disse.
__ Nesse momento é __ exclamou.
Rapidamente Kemal começou a retirar os documentos e às passagens de comboio da sua pasta, jogando tudo na cara de Oliver o que fez com que alguns papéis caíssem ao chão.
__ VOCÊ SABE O QUE É ISSO? __ Indagou aos berros.
Sem pensar duas vezes,Oliver agachou- se ao chão para apanhar os papéis e quando pegou a primeira passagem e depois os passaportes, o mesmo travou e dos seus olhos caíram lágrimas sobre os papéis em suas mãos.
__ Esses são os papeis da nossa liberdade __ murmurou kemal __ Os papeis do que seria o início da nossa felicidade e simplesmente você quer desistir sem ao menos lutar contra o Demir Ylmaz.
Lentamente Oliver ergueu sua cabeça tomando a atenção de Kemal em pé.
__ Lutar como?
Kemal rapidamente agachou-se colocando suas duas mãos sobre o rosto de Oliver banhado de lágrimas.
__ simplesmente confia em mim, eu vou arranjar uma maneira de sairmos dessa situação, mas com o Demir você não fica, eu te prometo __ concluiu abraçando de seguida Oliver,que não exitou em entregar-se aos seus braços.
***
Na fazenda dos Ylmaz, yünkar estava na varanda do seu quarto olhando o horizonte com feição de apreensividade, enquanto esperava por notícias de Demir sobre o desaparecimento de sua mãe, a idosa sultan, que mal conseguia se comunicar com outras pessoas devido a um distúrbio mental causado pela idade.
O ar fresco daquela tarde de 30 de janeiro de 1970, passeava por seu rosto fazendo com que ela por vezes fechasse seus olhos acastanhados após o afago do vento. E sempre que os abrisse, seus olhos refletiam a luz alaranjada do sol que se despedia anunciando a noite que viria a cair em pouco tempo. Possivelmente yünkar viu no ceu misturado de cores vivas seus pensamentos de preocupação e aflição por saber onde estaria sua mãe.
Naquele momento a tristeza de sua alma, trouxe atona lembranças dolorosas do seu passado, lembranças estás que yünkar tentava enterrar por anos, mais sem ter sucesso algum.
__ A dor da perda de alguém que se ama, jamais será superada.__ murmurou em baixo tom.
Lentamente à mesma virou-se para trás e logo seus olhos seguiram caminho em direção da comoda de madeira que tinha no seu quarto com móveis luxuosos e clássicos da época em que aquele momento ocorria. Yünkar começou à caminhar até chegar a comoda, onde abriu a terceira gaveta das seis que tinham, e de dentro da mesma retirou um caderno Castanho que aparentava ser um diário.
Pegando o caderno, yünkar caminhou em direção de sua cama, onde sentou-se na borda.
Lentamente a mesma abriu a capa do caderno , e de seguida começou a esfoliar o caderno totalmente escrito à mão até travar seus dedos em um envelope de cor creme. yünkar abriu o envelope e de dentro do mesmo retirou um pedaço de papel que tinham suas pontas queimadas.__ Aquele incêndio __ murmurou passeando seus dedos pelas partes queimadas do pedaço de papel.
Dos seus olhos cairam lagrimas que pingaram directamente no papel em sua mão. Yünkar começou a ler a carta à medida em que às lembranças vinham cada vez mais atona.
" 21 de setembro de 1930
Minha amada yünkar, quando olho às estrelas todas noites, sinto seus olhos em mim, olhando por mim como você me prometeu naquele dia, você se lembra?. guardo comigo o lenço com seu perfume e nele encontro forças suficientes para suportar essa prisão e essa sentença injusta. Hoje Fui condenado à morte e sabes que sou inocente, amanhã serei executado mas levarei te comigo para sempre no meu coração. Por mim faça o que seu pai sempre quis que fizesses, aceite se casar com o Fersil Ylmaz e tente ser feliz, te amo hoje e sempre. Do seu eterno Garip Yaman. "
Após ultimar de ler a carta, os olhos de yünkar estavam totalmente marejados e de seguida murmurou.
__ Você se foi sem saber que deixou-me uma parte de si, o nosso filho, e eu tive que abandona-lo na roda dos rejeitados para salvar sua vida do meu pai que estava disposto a mata-lo se fosse necessário, e essa culpa eu vou carregar para o resto da minha vida.
***
Enquanto isso acontecia Demir e seus capangas cavalgavam em seus cavalos pelas terras da extensa fazenda, até que chegaram a aldeia dos Camponeses, um lugar repleto de cabanas onde viviam os camponeses que trabalhavam nas suas terras.
__ SAIAM TODOS, O SENHOR DEMIR YLMAZ DESEJA FALAR COM VOCÊS.__ Gritou Cetim um dos capangas.
De repente a aldeia ficou tumultuosa, dos idosos, mulheres, homens e crianças e todos estavam trajados com roupas encardidas que mais pareciam farapos velhos o que deixava em evidência à extrema pobreza em que viviam.
Minutos depois toda à aldeia estava reunida e a feição no rosto de todos era de total medo e pavor.
__ Toda aldeia está aqui, o que o senhor quer de nós?__ indagou um idoso .
__ De vocês nada à não ser às mãos do vosso trabalho __ afirmou Demir altivo em cima do seu cavalo preto. __ A minha avó Sultan desapareceu da Fazenda hoje, e por isso eu quero que todos vocês vasculhem cada grau de terra de Adana, até à encontrarem ou…
__ Ou o quê ? __ Indagou o idoso apreensivo.
__ Eu mando colocar fogo nessas cabanas imundas que vocês chamam de casa.
Naquele momento todos ficaram ainda mais apreensivos com o que acabavam de ouvir.
__ OUVIRAM O QUE O PATRÃO MANDOU, COMESSEM A PROCURAR AGORA __ DISSE CETIM.
__ Vocês têm até o cair da noite ou caso não, Vocês já sabem o que irá acontecer __ exclamou Demir.
__ Senhor e às crianças? Essas terras são perigosas de noite e… __ tentou intervir uma mulher, porém foi cortada por Demir.
__ Voces vivem nas minhas terras, bebem da minha água e comem da minha comida , por acaso vocês acharam que isso seria de graça? __ perguntou rindo sinicamente.__ O que acontece ou não com às crianças desse lugar NÃO ME IMPORTA__ Exclamou mudando sua feição para raiva.__ ISSO É PROBLEMA VOSSO E NÃO MEU, PORTANTO EU QUERO TODO MUNDO ENVOLVIDO NAS BUSCAS DA MINHA AVÓ, E SE EU DESCOBRIR QUE UM DE VOCÊS NÃO FEZ NADA, EU JURO QUE ENTREGO ESSA PESSOA AOS MEUS CÃES PARA SER DEVORADO.
__ ISSO NÃO É JUSTO, EXISTEM LEIS QUE….__ Tentou intervir o idoso porém Demir o cortou rapidamente.
__ EU SOU A LEI, EM ADANA NÃO EXISTE OUTRA LEI À NÃO SER AQUELA QUE EU DEMIR YLMAZ IMPOR.
O idoso nada respondeu e de seguida todos os camponeses começaram a se dividir para se espalharem pelas terras em busca da senhora Vahide.
***
Já havia anoitecido e na casa de Oliver, zuleyha discutia com Osman. Em um canto da sala Mert chorava encolhido enquanto tentava fechar seus olhos e ouvidos para não escutar os berros da discussão que o atormentavam.
__ Como você teve a coragem de fazer uma coisa dessas Osman?__ indagou Zuleyha em prantos. __ Como você pode vender o nosso filho para aquele homem, o Demir Ylmaz é um monstro e…
__ O OLIVER NÃO É MEU FILHO __ Gritou osman a cortando__ , EU NÃO SOU PAI DE UM INVERTIDO COMO ELE, AQUILO QUE VOCÊ CHAMA DE FILHO É UMA ABERRAÇÃO E ME AGRADEÇA POR NÃO ENTREGA-LO AO POVO, VOCÊ SABE MUITO BEM O QUE ACONTECESE COM PESSOAS COMO ELE EM ADANA.
__ EU NUNCA VOU TE PERDOAR OSMAN, NUNCAAAA! INVERTIDO OU NÃO, O OLIVER É MEU FILHO E EU NÃO VOU PERMITIR QUE VOCÊ DESTRUA A VIDA DELE POR CAUSA DE UMA DIVIDA QUE VOCÊ MESMO FEZ PARA ALIMENTAR OS SEUS VICIOS. ISSO NÃO É JUSTOOOOOO!
Naquele momento Oliver adentrou pela porta acompanhado de Kemal, e logo que o mesmo viu Mert encolhido em sua direcção, correu o logo o abraçou.
Em meio ao abraço Mert chorava e Oliver tentava acalma-lo dizendo que estava ali e que jamais iria abandona-lo.
Com cuidado Oliver se desvencilhou de mert, virou para o lado e deu de cara com sua mãe Zuleyha olhando fixadamente para algo que estava a sua trás, o quê fez com que Oliver levantasse e rapidamente virasse para tras para ver o que havia deixado sua mãe tão atônita.
__ Você? __ Indagou Oliver apreensivo.
.......Após preferir sua última palavra, Olivier arregalou seus olhos e o mesmo já estava trêmulo ao ponto de suar frio em suas mãos. A imagem daquele homem altivo em sua frente, o causou calafrios exacerbados, que atravessavam todo seu corpo aumentando à intensidade em sua espinha. Os segundos se passavam e pareciam ser eternos naquele lugar, fazendo com que o silêncio do espaço reinasse.Lentamente Oliver virou seu rosto para o lado, concretamente em direção de Zuleyha que aquela dada altura lacrimejava com uma de suas mãos tampando sua boca com o intuito de abafar a apreensividade que se fazia sentir em sua alma. Os olhos de ambos se cruzaram, Zuleyha não mais lacrimejava e sim chorava de desespero.Novamente e lentamente Oliver tomou a atenção daquele homem, o que o possibilitou ver Kemal preso entre dois dos capangas dele, ele, Demir Ylmaz que sorria sinicamente com. Kemal nada dizia por mais que
Após terminar sua conversa com Cetim, Demir caminhou em direção de Oliver a passos lentos. Já diante do mesmo Demir disse.__ Agora podemos ir embora __ exclamou e de seguida estendeu sua mão em direcção de Oliver. __ pegue minha mão, você vai precisar dela para subir no cavalo. __ concluiu e de seguida sorriu.Oliver suspirou, olhou a mão de Demir estendida para si e nada fez. Sua boca estava seca e seus lábios carnudos levemente pálidos, sua respiração à aquela altura estava ofegante e seus olhos verdes drasticamente avermelhados.__ Pegue minha mão__ insistiu Demir.Prestes a pegar a mão de Demir, Oliver travou após ouvir os berros de kemal, chamando por seu nome, fazendo seu coração palpitar.__ Kemal __ murmurou apreensivamente.Demir ra
Os olhos de todos estavam direcionados em Oliver no topo da escada. Sem entender absolutamente nada, Zeynep virou-se para o lado tomando a atenção de yünkar que aquela dada altura tinha seus olhos depositados na imagem de Oliver aparentemente em choque. O tempo parou fazendo o silêncio reinar naquele espaço, até que de repente Oliver virou-se para trás quebrando o clima presente , saindo de seguida em direção ao quarto à passos largos, onde entrou e se trancou no mesmo. Oliver caminhou até a varanda, onde depositou suas mãos sobre a sacada. Dos seus lábios surgiram sorrisos de esperança e estes foram inevitáveis para descrever à alegria que o mesmo sentia em seu coração, seus olhos brilhavam à medida em que os mesmos refletiam a luz das estrelas e da lua, até que o mesmo murmurou.__ Se isso for verdade, com certeza O Demir irá me deixar ir embora desta fazenda, poderei ser feliz ao lado de kemal. __ disse em baixo tom, audível somen
Uma hora depois, Oliver já havia feito banho, o mesmo estava com uma bata branca, pois Demir não havia permitido que ele trouxesse suas coisas de sua casa. Oliver estava em pé de braços cruzados observando Demir sentado na borda da cama enquanto tirava suas botas de coro e de seguida sua camisa, a feição em seu rosto era de tristeza e preocupação. Até que Demir levantou, dando mais ênfase ao seu corpo escultural e esculpido, o mesmo caminhou em direção de Oliver que aquela dada altura sentiu-se ainda mais intimidado.__ A vahide lhe tratará o jantar, eu vou ao banho preciso sair para resolver umas coisas __ exclamou Demir com suas mãos postas em sua cintura.Lentamente Oliver virou seu rosto para o lado, onde tinha um relógio prateado preso a parede e no mesmo marcava 23:45 minutos e de seguida voltou a tomar a atenção de Demir.__ Essa hora? __ Indagou Oli
A luz das chamas era a única à refletir nos olhos marejados de lágrimas das crianças, idosos, mulheres e homens que observavam em câmera lenta, suas casas se reduzirem em cinzas até desaparecerem pelo vento frio daquela madrugada fria de 31 de janeiro de 1970. Homens desesperados tentavam a todo custo estancar às chamas com os baldes de água trazidos do rio pelas mulheres e algumas crianças. O desespero no rosto de alguns pela ausência de seus familiares estava tão evidente e real, quanto o fogo repleto de cores vivas, desde o alaranjado ao azul.Em um canto seguro e não distante, estava uma menina de aproximadamente 5 anos, a mesma tinha seus braços cruzados e seu rosto banhado em lágrimas, ela observava sua casa desaparecer completamente em meio às chamas e nada podia fazer para impedir, por mais que assim quisesse. Aquela altura à menina se perguntava em soluços aonde estaria sua mãe e seu irmão recém nascido, o medo de não vê-los
Sem forças suficientes para segurar um mísero rolo de jornal, Oliver deixou que o mesmo deslizasse de suas mãos, até cair ao chão provocando um som estarrecedor. A passos lentos ele caminhou até ao interior do quarto, onde parou no seu centro ficando por longos minutos olhando tudo que seu campo de visão pudesse ver, desde a quadros de pintores clássicos que estavam presos às paredes, como também alguns vasos que refletiam o quão pesado era aquele lugar.O unico alívio no coração de Oliver era saber que Demir só o tocaria se este se entregasse por sua livre e espontânea vontade, pois, a ideia que Demir tinha era que um dia não muito distante, Oliver o olharia com paixão e devoção à ponto de entregar-se em seus braços. O que estava longe de ser verdade. O coração de Oliver pertencia à um único homem, e este era o kemal. * * *
__ E como você pode provar isso? __ perguntou o general.__ Simples __ Exclamou Fatdaleme o entregando a pasta de papéis em suas mãos.Por minutos o homem esfolheou a pasta, até que terminou , virou-se para o lado e disse os guardas.__ Eles estão livres….libertem-nos.Naquele momento Fatdaleme sorriu e os guardas logo acataram com a ordem do general.Enquanto isso acontecia, Zeynep levantou-se do chão complementamente desfigurada. Seu rosto aquela dada altura estava todo borrado pelo rimel que escorria dos seus olhos. A mesma começou a caminhar lentamente em direção da saída do casarão, desceu lentamente às escadas da varanda e todos os convidados rapidamente tomaram sua atenção. Alguns se riam, outros comentavam aos murmúrios, como também tinham alguns com almas piedosas que se
__ E como você pode provar isso? __ perguntou o general.__ Simples __ Exclamou Fatdaleme o entregando a pasta de papéis em suas mãos.Por minutos o homem esfolheou a pasta, até que terminou , virou-se para o lado e disse os guardas.__ Eles estão livres….libertem-nos.Naquele momento Fatdaleme sorriu e os guardas logo acataram com a ordem do general.Enquanto isso acontecia, Zeynep levantou-se do chão complementamente desfigurada. Seu rosto aquela dada altura estava todo borrado pelo rimel que escorria dos seus olhos. A mesma começou a caminhar lentamente em direção da saída do casarão, desceu lentamente às escadas da varanda e todos os convidados rapidamente tomaram sua atenção. Alguns se riam, outros comentavam aos murmúrios, como também tinham alguns com almas piedosas que se