Adana, 30 de Janeiro de 1970.
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Era uma tarde ensolarada em Adana, pelas ruas de terra oliver caminhava voltando da cidade com uma cesta de batatas. A cidade não ficava muito distante de sua casa que estava praticamente fora da cidade e próxima as fazendas de café do temido barão do tráfico, Demir ylmaz conhecido como o barão do café, que pouco visitava suas fazendas por estar mais tempo e ocupado em Istambul com seus negócios ilícitos.
Oliver caminhava pensativo e angustiado , em como poderia fazer para livrar seu pai do vício das drogas e jogos de azar como também sua mãe zuleya e seu irmão Mert do sofrimento por presenciar várias cenas de ataque de fúria do seu pai. O que o fez pensar que o mesmo teria que agir rapidamente antes de fugir com kemal o amor de sua vida, que aquela dada altura havia viajado para istanbul em busca de alguém que pudesse fazer ducumentos falsos para que eles pudessem fugir de Adana sem deixarem rastros.
__ Eu preciso fazer alguma coisa antes de fugir com o kemal, eu queria ficar mas não podemos permanecer mais tempo em adana, se alguém descobre que nós temos um relacionamento, podemos ser mortos pelo povo __ murmurou apreensivo travando seus passos.
Algum tempo depois oliver passava pelo portão da fazenda de Demir ylmaz, quando viu seu pai caminhar apressadamente pela grama em direcção à porta do enorme casarão, o mesmo rapidamente deixou cair a cesta de batatas ao chão e logo correu em direcção à porteira pegando os feros com suas duas mãos.
__ O que o meu pai faz aqui? __ murmurou apreensivamente o vendo caminhar à passos largos enquanto olhava por todos os cantos com medo de ser visto por alguém . __ Eu preciso descobrir__ concluiu o impurando o portão e entrando de seguida a passos lentos e silenciosos.
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Enquanto isso Demir estava em seu escritório na fazenda, um espaço grande e luxuoso. No meio da parede em frente à mesa de Demir estava disposto o quadro do seu falecido pai ao qual o mesmo herdou o título de barão do café, o senhor Fersil Ylmaz , havia também nesta sala um armário de vidro repleto de troféus e medalhas, do lado esquerdo a mesa tinha uma estante que cobria toda a parede com vários livros, e em um canto um pequeno sofá ao qual Demir optava em ficar quando estivesse cansado e quisesse relaxar. O mesmo analisava alguns papéis, quando de repente ouviu três toques em sua porta.
__ Pode entrar __ respondeu com sua voz extramamente grave sem tirar à atenção dos seus papéis.
Naquele instante uma mulher de cabelos castanhos e alguns fios brancos adentrou ao escritório. E era sua mãe, yunkar.
__ Meu filho aquele homem está aqui e quer falar com você.
Demir elevou sua cabeça tomando a atenção de sua mãe.
__ Quem é?
__ Ele disse que seu nome é Osman, nunca o vi, pouco saio desta fazenda para ir a cidade, em adana eu conheço quem me interessa e este homem não é o caso
Após ouvir a frase de yunkar Demir levantou rápidamente de sua cadeira e sua feição era de extrema raiva.
__ Como ele se atreve a pisar esta casa __ esbravejou batendo à mesa com seus punhos, o que fez yunkar tremer.
__ Demir o que...
__ Mande esse homem entrar e de seguida feche a porta e saia __ ordenou à cortando.
Yunkar apenas assentiu e de seguida saiu do escritório, ao chegar na sala à mesma olhou Osman de cima para baixo.
__ Você pode entrar, O barão do café o espera
__ muito obrigado senhora __ respondeu apreensivo.
Osman deu meia volta e Yunkar o olhou com desprezo enquanto o via se afastar em direcção ao escritório.
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Enquanto isso oliver corria com cuidado em direcção a porta da casarão olhando por todos os cantos para não ser visto por nenhum trabalhador da fazenda.
Demir dentro do escritório retirou uma arma da gaveta de sua mesa, verificou se a mesma tinha balas e de seguida a colocou por cima da mesa, naquele exacto momento Osman adentrou a sala fazendo com que Demir o olhasse.
__ Espero que essa visita à minha casa, seja para pagar à divida que você têm comigo__ exclamou Demir.
Osman deu três passos lentos, suas mãos tremiam e suavam de medo.
__ por isso estou aqui senhor.... Eu...
__ fale logo, você tem o meu dinheiro consigo ou não?
Osman suspirou e de seguida respondeu.
__ Não.
Os olhos de Demir rapidamente se dilataram devido à raiva que o mesmo estava à sentir. O que o fez pegar a arma por cima da mesa dar a volta e apontar em direcção de Osman.
__ Comesse à rezar, a sua dívida será paga com sua vida, maldito.
__ Por Allah senhor, eu lhe suplíco não me mate, eu tenho família, uma mulher e dois filhos, o mais novo é doente e eles precisam de mim
__ ISSO É PROBLEMA SEU, EU NÃO ME IMPORTO COM VOCÊ MUITO MENOS COM SUA FAMÍLIA __ Vociferou.
Rapidamente Osman colocou-se de joelhos.
__ Eu lhe suplíco, não me tire à vida.
__ Agora é tarde
Oliver estava diante da porta, pensado se deveria ou não entrar no casarão quando ouviu o som de um tiro, o que o fez entrar em desespero.
__ PAIIII! __ Gritou deixando escorrer lágrimas por seu rosto.
Sem pensar duas vezes oliver girou à maçaneta da porta e de seguida entrou no casarão, o que fez com que yunkar se assustasse com sua presença.
__ Quem é você?
__ Aonde está o meu pai? Eu sei que ele está aqui. __ disse atordoado olhando por todos os cantos.
__ Eu não sei quem é seu pai rapaz e com certeza ele não está aqui , portanto saia dessa casa ou eu chamo à policia __ esbravejou yunkar.
__ polícia? Isso aqui é o centro do tráfico de drogas e à senhora me fala que vai chamar a policia?
__ Muito cuidado com suas palavras, acho que você não têm ideia de com quem está a falar.
__ Tenho sim, yunkar ylmaz à mãe do barão do café que na verdade é droga
Oliver deu três passos em direcção de yunkar.
__ Eu não tenho medo da senhora muito menos do seu filho, eu só quero meu pai e eu sei que ele está aqui, daqui eu só saio com ele ou morto e ninguém vai me impedir.
Naquele momento oliver começou a gritar pelo pai, andando por todos os cantos da enorme sala, até que travou seus berros após escutar uma voz extramamente grave.
__ Que gritaria é essa? Quem é você e o que faz dentro da minha casa?
O coração de Oliver começou a bater mais forte, sua respiração já estava acelerada fazendo com que rapidamente ele virasse para trás e se deparasse com aquele homem alto e musculoso, com cabelo preto lambido em gel ,com sua barba por fazer e seu bigode visivelmente destacável em seu rosto quadrado.
O mesmo arregalou seus olhos. Naquele momento Demir perdeu completamente à feição de raiva que estava em seu rosto após ver o rosto delicado de Oliver, compostos por seus olhos verdes em sua pele branca sem nenhuma mancha, o que o fez analisá-lo ainda mais dos pés até os últimos fios dos seus cabelos castanhos.
Por segundos foi como se o mundo tivesse parado, ambos estavam estáticos e yunkar observava sem reacção nenhuma, até que naquele momento Osman surgiu na sala o que fez com oliver despertasse e fosse rapidamente abraçá-lo.
__ pai, que bom vê-lo, eu pensei que o senhor tivesse morrido.
__ O que você faz aqui Oliver? __ indagou se desvencilhando do abraço.
__ Ele é seu filho? __ perguntou Demir sem tirar os olhos de Oliver.
Osman tomou a atenção de Demir e de seguida respondeu.
__ Sim senhor.
__ Então você já têm como pagar sua dívida comigo
Osman arregalou os olhos.
__ Como assim? __ indagou.
__ Muito simples, eu quero seu filho em troca da dívida.
Naquele momento todos arregalaram seus olhos.
. . . . . . . Continua...Então você já têm como pagar sua dívida comigo __ afirmou Demir.Osman arregalou os olhos.__ Como assim? __ indagou.__ Muito simples, eu quero seu filho em troca da dívida.Naquele momento todos arregalaram seus olhos.Com feição de apreensividade Osman olhou Oliver e este tomou sua atenção de seguida, seus olhos já estavam marejados e sua boca levemente palida. Yunkar olhou Demir sem entender o real sentido da frase do seu filho, a mesma estava atônita e sem forças para rebater nenhuma frase que pudesse sanar todas às suas duvidas naquele momento . Demir por sua vez sorria direccionando seus olhos em cima de Oliver, em sua mente passavam vários feiches de memória de momentos intimos que o mesmo almeijava passar em um quarto fechado com Oliver.***Enquanto isso acontecia, kemal cavalgava em cima do seu cavalo preto em direcção a casa de Oliver, o mesmo sorria
O ambiente na sala do casarão dos Ylmaz estava extremamente tenso. Os olhos de todos estavam direcionados na arma que estava nas mãos de Demir, e o mesmo estava sedento de raiva a ponto de disparar a qualquer momento contra kemal que o encarava de cabeça erguida sem demonstrar medo ou franqueza. Dos olhos de Oliver ja caiam lágrimas intensamente após este gritar o nome de kemal em desespero. Ainda naquele espaço yunkar estava trêmula ao lado de Osman que até então estava apreensivo e cheio de culpa.__ Atira __ gritou kemal __ Eu não tenho medo de você Demir Ylmaz , precisa ser muito covarde e pouco homem para confiar somente em uma arma __ concluiu dando três passos em direção de demir.Naquele momento kemal tirou a pasta de couro que trazia, jogando-à de seguida ao chão, de imediato rasgou à camisa em tons de creme deixando expostos seus peitos.__ ATIRA__ Vociferou batendo seus peitos.Seus olhos já estavam vermelhos e dilatados de raiva.__ ke
Os cabelos de kemal esvoaçavam pela brisa fresca daquele campo aberto e árido. Seus olhos já marejados de lágrimas estavam presos no semblante de apreensividade criados pelas linhas que compunham o rosto de Oliver.__ Kemal fale alguma coisa __ suplicou Oliver. __ Não fique no silêncio, por favor.Naquele momento à intensidade das lágrimas nos olhos de kemal se intensificaram ainda mais, fazendo com que seus olhos ficassem extremamente avermelhados. Sua respiração à aquela altura já estava acelerada ao ponto de fazer às veias dos seus braços saltarem sobre sua pele.__ Kemal __ insistiu Oliver tocando levemente seu braço.__ Por eles kemal, por minha família irei me sacrificar, não suportaria vê-los perder tudo enquanto poss
Após preferir sua última palavra, Olivier arregalou seus olhos e o mesmo já estava trêmulo ao ponto de suar frio em suas mãos. A imagem daquele homem altivo em sua frente, o causou calafrios exacerbados, que atravessavam todo seu corpo aumentando à intensidade em sua espinha. Os segundos se passavam e pareciam ser eternos naquele lugar, fazendo com que o silêncio do espaço reinasse.Lentamente Oliver virou seu rosto para o lado, concretamente em direção de Zuleyha que aquela dada altura lacrimejava com uma de suas mãos tampando sua boca com o intuito de abafar a apreensividade que se fazia sentir em sua alma. Os olhos de ambos se cruzaram, Zuleyha não mais lacrimejava e sim chorava de desespero.Novamente e lentamente Oliver tomou a atenção daquele homem, o que o possibilitou ver Kemal preso entre dois dos capangas dele, ele, Demir Ylmaz que sorria sinicamente com. Kemal nada dizia por mais que
Após terminar sua conversa com Cetim, Demir caminhou em direção de Oliver a passos lentos. Já diante do mesmo Demir disse.__ Agora podemos ir embora __ exclamou e de seguida estendeu sua mão em direcção de Oliver. __ pegue minha mão, você vai precisar dela para subir no cavalo. __ concluiu e de seguida sorriu.Oliver suspirou, olhou a mão de Demir estendida para si e nada fez. Sua boca estava seca e seus lábios carnudos levemente pálidos, sua respiração à aquela altura estava ofegante e seus olhos verdes drasticamente avermelhados.__ Pegue minha mão__ insistiu Demir.Prestes a pegar a mão de Demir, Oliver travou após ouvir os berros de kemal, chamando por seu nome, fazendo seu coração palpitar.__ Kemal __ murmurou apreensivamente.Demir ra
Os olhos de todos estavam direcionados em Oliver no topo da escada. Sem entender absolutamente nada, Zeynep virou-se para o lado tomando a atenção de yünkar que aquela dada altura tinha seus olhos depositados na imagem de Oliver aparentemente em choque. O tempo parou fazendo o silêncio reinar naquele espaço, até que de repente Oliver virou-se para trás quebrando o clima presente , saindo de seguida em direção ao quarto à passos largos, onde entrou e se trancou no mesmo. Oliver caminhou até a varanda, onde depositou suas mãos sobre a sacada. Dos seus lábios surgiram sorrisos de esperança e estes foram inevitáveis para descrever à alegria que o mesmo sentia em seu coração, seus olhos brilhavam à medida em que os mesmos refletiam a luz das estrelas e da lua, até que o mesmo murmurou.__ Se isso for verdade, com certeza O Demir irá me deixar ir embora desta fazenda, poderei ser feliz ao lado de kemal. __ disse em baixo tom, audível somen
Uma hora depois, Oliver já havia feito banho, o mesmo estava com uma bata branca, pois Demir não havia permitido que ele trouxesse suas coisas de sua casa. Oliver estava em pé de braços cruzados observando Demir sentado na borda da cama enquanto tirava suas botas de coro e de seguida sua camisa, a feição em seu rosto era de tristeza e preocupação. Até que Demir levantou, dando mais ênfase ao seu corpo escultural e esculpido, o mesmo caminhou em direção de Oliver que aquela dada altura sentiu-se ainda mais intimidado.__ A vahide lhe tratará o jantar, eu vou ao banho preciso sair para resolver umas coisas __ exclamou Demir com suas mãos postas em sua cintura.Lentamente Oliver virou seu rosto para o lado, onde tinha um relógio prateado preso a parede e no mesmo marcava 23:45 minutos e de seguida voltou a tomar a atenção de Demir.__ Essa hora? __ Indagou Oli
A luz das chamas era a única à refletir nos olhos marejados de lágrimas das crianças, idosos, mulheres e homens que observavam em câmera lenta, suas casas se reduzirem em cinzas até desaparecerem pelo vento frio daquela madrugada fria de 31 de janeiro de 1970. Homens desesperados tentavam a todo custo estancar às chamas com os baldes de água trazidos do rio pelas mulheres e algumas crianças. O desespero no rosto de alguns pela ausência de seus familiares estava tão evidente e real, quanto o fogo repleto de cores vivas, desde o alaranjado ao azul.Em um canto seguro e não distante, estava uma menina de aproximadamente 5 anos, a mesma tinha seus braços cruzados e seu rosto banhado em lágrimas, ela observava sua casa desaparecer completamente em meio às chamas e nada podia fazer para impedir, por mais que assim quisesse. Aquela altura à menina se perguntava em soluços aonde estaria sua mãe e seu irmão recém nascido, o medo de não vê-los