CAPÍTULO 03
Don Antony Strondda Saio dos meus pensamentos quando alguém entra na sala VIP da boate. — Estressado, meu Don? — Susany passa as mãos nos meus ombros. — Vim ver se precisa de algo... — Ela está com aquela saia curta, estilo estudante que adoro. — Um pouco... hoje nem você vai tirar o meu stress! — Aposto que te faço relaxar... — falou de forma sexy e passou a mão no meu pau por cima da calça. — Hum... mão gostosa, Susany! Mas, hoje quero ficar sozinho. — me ajeitei na cadeira. — Tem uma coisa muito mais gostosa, aqui... — veio com a mão novamente e me irritei. — Saia, Susany! Se eu precisar dos teus agrados eu chamo! — falei mais firme, porém tentando não me irritar, pois amanhã acordarei cedo para ver a minha noiva, e pretendo estar de bom humor. Ela voltou chateada para o poli-dance, e então fiquei apenas olhando, por incrível que pareça tenho vontade de passar a noite com a Fabiana, aquela ragazza me intriga muito. . No outro dia... . Acordei e ainda estava escuro. Fui até o jardim, pois quando fico irritado as flores tem o poder de me acalmar. Assim que toquei na primeira rosa me lembrei dela... a catadora que me encanta com aquele jeito delicado. A terra estava gelada, o sol nem havia nascido. Os pássaros estavam sumidos, e eu relaxei plantando as novas mudas que separei ontem. Com cuidado coloquei uma delas num vaso, peguei o boné e fui andando pela estrada sentido à casa dela, realmente quem me vê como o Don, e me vê como eu estou agora, se não me conhece o suficiente não reconhece. Da estrada eu conseguia ver um pouco do que acontecia lá em cima, pois a casa dela ficava no alto, quase que um morro, havia mato dos lados. Sorri satisfeito quando a vi, ela estava me procurando, pois olhava de um lado para o outro, então levantei a mão e ela fez sinal para que eu subisse. O portão estava aberto, então fui devagar. Estranhei aquele lugar... haviam sacos enormes, em torno de dez, aproximadamente... e do outro lado uma pilha de sacos de lixo, e fiquei pensando em como uma moça tão linda e delicada estaria nessa vida. — Você voltou! — chegou bem perto. Hoje ela estava mais arrumada, não estava suja, e os cabelos mais alinhados. — Vim te ver! Trouxe uma muda de rosa, é tão linda como você... — entreguei e ela sorriu lindamente, vi duas covinhas no seu rosto. — Ah, meu Deus! Que lindo... você é jardineiro? — segurava o vaso com cuidado e o seu jeito delicado de o mover me fez admirá-la mais. — Pode-se dizer que sim! — sorri, gostando da brincadeira. — Acho um trabalho lindo, eu gostaria de fazer isso, mas infelizmente não posso! — olhou em volta. — Se não se importa, eu preciso continuar o trabalho, pois o meu tio está para acordar e ele fica furioso quando me enrolo... Fui perto dela e segurei nas suas mãos. — Deixa que encontro um lugar para o vaso! — vi que ela ficou olhando para a minha mão em cima da dela, parecia sem graça. — Você tem a pele macia... — elogiei e levantei a mão até o seu rosto e o toquei devagar, notei que ela ergueu a sobrancelha e não teve reação. — Desculpe, acho que te sujei de terra... — falei tentando limpar. — Ah, não tem problema! Sou acostumada a ficar suja! — disfarçou se afastando e já começou abrir um saco preto, grande. Coloquei o vaso numa mureta e a observei. — O que está fazendo? — ela colocou a mão dentro do saco de lixos, e fiquei espantado. — Preciso averiguar todos aqueles lá! — apontou para a quantidade exorbitante de sacos. — E, quando terminar, o meu tio vem com a carretinha e a gente sai coletar mais... Bom, no caso eu... — Caramba... e você precisa tocar nessas coisas? Não teria que usar uma luva? — Sim..., mas infelizmente o meu tio não compra... então eu me viro como dá. Olha... eu preciso separar o plástico, o papelão, ferro, e por assim vai. A lista de materiais é extensa e o que dá mais dinheiro é o cobre que encontramos nos motores que jogam fora, e também os metais danificados, principalmente aquelas torneiras velhas. — Então você tem um salário? — abaixou a cabeça, separando mais rápido. Vi que ela jogava os itens do saco plástico nos outros grandes, os separando. — Na teoria seria assim, mas... — cheguei bem perto dela e ergui o seu rosto. — O que foi? — O meu tio não me paga nada. — Isso não é justo! — A vida nunca é justa... — Vi uma lágrima escorrendo do seu rosto. — Pare! Solte esse lixo, ele não pode te obrigar! — empurrei o saco para longe dela e a abracei. — Eu não posso... — Ele te ameaça? Fez algo para você? — Senti o meu sangue ferver só de imaginar que ele possa ter a tocado. Ela olhou para cima para me olhar e ainda chorava. Parecia se lembrar de algo. — Não... — se afastou dos meus braços. — É que preciso trabalhar, se não, não teremos alimento... — disfarçou e puxou o saco novamente, voltando ao seu trabalho. Pegou uma torneira e deu um sorriso mentiroso. — Essa pode ser, metal! Nem todas são, precisamos esfregar no piso bruto ou passar uma faca e ver se a cor de baixo fica amarela. — disfarçou completamente. — Então, se ficar amarela é metal? — fui bem perto. — Sim... vou acelerar aqui, estou atrasada... — Vou te ajudar até dar o meu horário! — falei sem pensar e sem saber como fazer, mas agora já era... — Sério? Nossa, você é um fofo! — puxei outro saco e comecei a abrir. — Mas, não se incomode, o meu tio pode não gostar... — A hora que ele acordar eu pulo a mureta e vou embora, aposto que nem vai me ver! Falei animado. Ela sorriu, me explicou algumas coisas e fui devagar a ajudando. Quando um item curioso caiu no chão, ela correu juntar e como eu havia me abaixado, os nossos rostos ficaram muito próximos. Eu a ajudei a ficar em pé enquanto os nossos olhares se cruzavam. Senti vontade de beijá-la, ter o seu corpo junto ao meu, me aproximar... ela parece estar mais bonita a cada dia, e fico mais louco para que o dia do casamento chegue logo e eu possa fazê-la minha. Eu me aproximei para beijá-la e vi que fechou os olhos, ela me deixaria..., mas um barulho dentro da casa me chamou a atenção e me afastei. — Acho que ele acordou! — Eu vou embora! Me espere, amanhã! — respondi lhe dando um selinho e ela pareceu assustada, colocou a mão na boca e eu pulei a mureta. Antes de descer me escondi um pouquinho para ouvir como o tio dela a trataria, pois achei estranha aquela conversa, e mais ainda as frases que ouvi: — Sua vadia, trouxe outro homem pra cá? Eu já te falei sobre isso! Não quero ninguém te beijando pelos cantos, você já tem dono! — Ai, não me machuque! Eu não tive culpa! — Não vou machucar! Infelizmente você se casa com o rico em breve, não posso correr o risco dele te devolver! — EU NÃO QUERO AQUELE NOJENTO, VOCÊ SABE MUITO BEM! TENHO PAVOR DE OLHAR PRA ELE, NÃO O DEIXAREI SE APROXIMAR DE MIM! — fiquei enfurecido. Além dela ter costume de trazer homens aqui, ainda me detesta, sente nojo de mim? Encostei na mureta e desci pelo mato, pois não queria ouvir mais nada. Fiquei com uma revolta dentro de mim, e quando cheguei em casa fui tomar um banho, mas aquilo começou a aumentar e a doer o meu peito. Joguei a garrafa de Whisky na parede fazendo virar cacos. — Meu Deus! O que aconteceu com você? — Laura me perguntou, mas eu não estava a fim de responder. — Separe dois carros e seis soldados! Peça a governanta que separe alimentos e levem no endereço que vou passar! — ela ficou me olhando. Comecei a escrever o endereço num papel, e assim que terminei escrevi um bilhete: —”O nosso casamento foi agendado para o sábado, faltam três dias, então se apresse em arrumar as suas coisas, e mande seu documento pelos soldados! Espero que tenha me dito a verdade aquele dia, pois no sábado saberei se precisarei matar alguém!“ — O que é isso? — Laura questionou. — Não estou disposto a responder perguntas, vou treinar tiros! Virei as costas e peguei a minha arma indo do lado de fora atirar, aliviar o stress. Liguei na boate e pedi para trazerem a Susany, ela me fará tirar aquela ragazza maledeta da cabeça.CAPÍTULO 04 Fabiana Prass Eu não consegui afastar o jardineiro, mesmo sabendo que estou noiva daquele Don egoísta. Mas o meu tio viu o pequeno beijo e tive problemas, ele só não me bateu porque eu ficaria marcada, mas ficou repetindo as mesmas coisas por um bom tempo. — Acho que o teu noivo, chegou! Ainda bem que não viu aquela pouca-vergonha que você fez mais cedo! — tio Amador, falou. Olhei para baixo e vi dois carros caríssimos encostando, então suspirei irritada que teria que vê-lo de novo. Quando desci encontrei com uma moça bem bonita, que me entregou um bilhete. — Sou a Laura, a irmã do Don! Vim buscar o seu documento, mas se quiser aproveitar e irmos provar o vestido, daí não fica sem ajustes no sábado... — Sábado? Este sábado? — questionei e comecei a ler o bilhete, me trazendo uma raiva imensa daquele homem. — Parece que sim... — observei os homens tirando sacolas do carro e não entendi. — O que está acontecendo? — Eu
CAPÍTULO 5 Don Antony Strondda Sinto o vento gelado batendo no meu corpo e sei que já se passaram muitas horas. Passo a manga da camisa na minha testa e vejo o quanto estou suado, mas não quero parar. Ouço o barulho dos sapatos da minha irmã, mas não tenho coragem de olhar para ela. — Tony... está tudo bem! Venha tomar um banho, se vestir, pode ficar resfriado. — falou suavemente e neguei. — Eu sei que a terra te acalma, mas a sua noiva já está bem, está em segurança... — Ela nunca vai me perdoar, Laura! Eu perdi a cabeça outra vez... — juntei as pétalas soltas que caíram das rosas brancas. — Olha só, até as rosas estão tristes, Laura... Senti a mão dela tocando a minha, e a olhei. — Vai ficar tudo bem! Amanhã será um novo dia e você terá outra oportunidade de se redimir, ou se desculpar... — Tem razão! — lembrei que de manhã eu seria o jardineiro e ela não me olharia com os olhos que olhou hoje. Levantei e fui tomar um banho, nunca f
CAPÍTULO 06 Fabiana Prass Me senti livre, correndo entre os arbustos e segurando na mão do jardineiro, que até agora não me disse o seu nome. Então parei no meio do caminho, ainda meio ofegante e perguntei: — Qual o seu nome? Eu nunca me lembro de perguntar... — ele parou de andar e parecia pasmo. — O que foi? — questionei e sorri com o espanto dele. — Meu nome? — Sim. — É... Hélio! — respondeu sem graça e de repente voltou a andar, me puxando novamente, achei engraçado o jeito dele, deve ser tímido. Quando chegamos no jardim, ele conhecia um caminho secreto que dava acesso à área de dentro, e por mais preocupada que eu estava por desobedecer ao meu tio e entrar em terreno alheio, a emoção falava mais alto. — É lindo, aqui! Aquele rio parece de mentira, e olha quantas flores diferentes que tem! — comentei olhando tudo. Vi que ele tocava nas rosas com delicadeza. — Tem um banco especial, aqui! Vem ver? — Por que, especial
CAPÍTULO 07 Fabiana Prass Don Antony não veio no mesmo carro. Embora isso não tenha mudado o fato de que o meu coração esteja quase saindo pela boca. Eu não queria chorar, precisava ser forte, até porque a vida não me fez uma mulher fraca, tenho disposição e nunca deixo as circunstâncias me derrubarem, ao invés disso eu mesma as mudo ao meu favor. Por mais que agora eu não encontre uma saída, eu logo encontrarei, pois fugir não é uma solução pra mim, exceto se o jardineiro viesse me roubar, então aí, sim, eu teria um bom motivo para fuga, e ela valeria a pena. . Deslizo os dedos suados pelo vidro daquele carro que nem sei qual é, mas deve valer uma fortuna. Vejo que outro carro nos acompanha, pelo visto o Don não poupou esforços, veio mesmo disposto a causar uma guerra se eu me negasse a ir com ele, e sei muito bem que não posso recusar. Infelizmente não tenho dinheiro e condições para voltar para o Brasil. Mal tenho roupas, espero não ser
CAPÍTULO 8 Don Antony Strondda Precisei me controlar muito para não matar aquele figlio de puttana do tio da minha noiva. Mas eu vou investigar exatamente como ele a tratava, e se tiver tocado nela, não será poupado. A sorte foi que desconfiei e fui buscá-la, assim está segura na minha casa, e a partir de amanhã teremos muito o que tratar. Depois que saí de casa, fui para a minha despedida de solteiro na boate. Tem um show especial hoje, preparado pelo meu primo Enzo, e vou aproveitar a relaxar a minha cabeça, já que a minha ragazza só me atiçou com aqueles beijos, mais cedo. Hoje fugi da área VIP, não é segredo para ninguém que hoje é o meu dia de aproveitar a última noite como solteiro, e fui no meio de quem estava ali para curtir, irei beber e esquecer os problemas. Enzo trouxe puttanas de fora, elas estão entrando uma de cada vez no salão, cada uma fazendo um show diferente, com lingeries sexy e saltos altos. Todas tentam chamar
CAPÍTULO 9 Fabiana Prass Ouço vozes chamando pelo meu nome, mas estou num sono profundo e não consigo acordar. Sinto um cheiro forte de álcool e de repente tenho a impressão de ter aberto os olhos, mas estranhamente pareço estar sonhando. — Se sente melhor, cunhada? — Laura me perguntou e agora sinto que estou voltando a ter consciência, mas... — Estou meio confusa, acho que vi o jardineiro... — Virgem santíssima! Ela está delirando, meu irmão! — Ouço ela falar, mas nego. — Eu estou um pouco tonta, apenas isso. O que foi que aconteceu? — questionei tentando me levantar. — Laura, me deixe conversar com ela, em breve voltaremos para a sala, não se preocupe. — parei para ouvir melhor, aquela voz... será que estou ficando maluca? Percorri os meus olhos para encontrá-lo. — Não toque nela, Tony! Sabe das regras! — Que regras? O que está acontecendo, aqui? Estou tão perdida... — Sei muito bem, Laura... fique tranquila! — Santo Deus, é o jardineiro... ele se aproximou e sentou na cam
CAPÍTULO 10 Fabiana Prass Eu não queria ir... na minha cabeça estavam aparecendo imagens, vozes... os rostos da minha família no Brasil, o do meu tio me agredindo, e quando apareceu o jardineiro, com ele veio o Don e tudo parecia sem vida na minha mente. — Vem, querida! — Camila me tirou dos meus pensamentos, estendendo a sua mão, e eu fui. — É o seu buquê... O Tony que fez, colheu essa manhã! — me entregou rosas lindas, pareciam que estavam sendo regadas e cuidadas especialmente para isso, e me lembrou o jardineiro, mas eu precisaria esquecer isso, ele não existe. Haviam outras pessoas perto de mim, mas nem olhei. Entrei diretamente no carro e logo ergui o vidro até o final. Eu estava muito nervosa e as minhas mãos estavam trêmulas e geladas, segurando com força, naquele vestido tão bonito. O silêncio me deixava ainda mais apreensiva, mas agora não tinha volta, eu seria a dama da máfia italiana, e o pior... seria dele, pertenceria a ele, e isso eu entendo muito bem. Qualquer pe
CAPÍTULO 11 Fabiana Prass Eu até esqueci dos problemas, comendo aquelas coisas tão deliciosas. Havia muitas massas, com diferentes queijos e acompanhamentos. — Gostou da comida? — Don me pergunta, ao colocar a taça de vinho vazia na mesa. — Fazia muito tempo que eu não comia carne, e pratos quentes. — me olhou profundamente e desceu os olhos até o meu colo, observando. Fiquei um pouco inquieta, mas tentei não demonstrar, peguei a minha taça de vinho e percebi que era a melhor que eu já havia bebido, na verdade, nunca como tão bem. — Ok... — voltou a encher a sua taça, e percebi que ele bebe bastante, talvez esteja irritado com a festa. Eu terminei de almoçar e ignorei o restante. Não tinha docinhos de casamento na festa, mastinha mini tiramissu, mini panna cotta, mini torta de mousse de chocolate com framboesa, mini Apfelstrudel, cerejas, morangos, entre outras coisas, não achei que os docinhos tenham feito falta… O bolo era diferente, cobria a