CAPÍTULO 11
Fabiana Prass Eu até esqueci dos problemas, comendo aquelas coisas tão deliciosas. Havia muitas massas, com diferentes queijos e acompanhamentos. — Gostou da comida? — Don me pergunta, ao colocar a taça de vinho vazia na mesa. — Fazia muito tempo que eu não comia carne, e pratos quentes. — me olhou profundamente e desceu os olhos até o meu colo, observando. Fiquei um pouco inquieta, mas tentei não demonstrar, peguei a minha taça de vinho e percebi que era a melhor que eu já havia bebido, na verdade, nunca como tão bem. — Ok... — voltou a encher a sua taça, e percebi que ele bebe bastante, talvez esteja irritado com a festa. Eu terminei de almoçar e ignorei o restante. Não tinha docinhos de casamento na festa, mastinha mini tiramissu, mini panna cotta, mini torta de mousse de chocolate com framboesa, mini Apfelstrudel, cerejas, morangos, entre outras coisas, não achei que os docinhos tenham feito falta… O bolo era diferente, cobria a mesa toda, mas apenas com uma camada, e era aberto, com muitas frutas na parte de cima e estava maravilhoso. — Precisamos dar início à dança, venha comigo! — Don se levantou bem sério, e estendeu a mão, deixando bem claro que era uma ordem e eu me levantei. Eu não conseguia olhar nos olhos dele, deixei ele me conduzir na dança, mas permaneci séria e calada, seguindo passos sem me envolver. — Não vai olhar pra mim? — perguntou com uma voz aveludada. — Não... — E, por quê? — me girou na grama. — Não tenho vontade. — Eu acho que tem medo de voltar a se perder no meu olhar! — zombou. — Não se iluda! Eu beijei o jardineiro e não você,,... e, considerando que ele não existe, então... — senti as mãos dele apertando mais forte os meus braços. — Você é minha! Sabe muito bem que precisa me obedecer e se eu quiser te beijar a noite toda, tenho o direito, ninguém me impedirá! — E, faria isso? Pretende me obrigar a fazer essas coisas? — quando vi já tinha perguntado, o seu olhar predador e que me intimida veio com tudo, me deixando sem reação e até olhando nos seus olhos, agora. — Ainda não sei... depende o quanto eu estarei satisfeito depois da nossa primeira vez! Sabe que precisamos consumar isso, hoje, não sabe? — o olhei em pânico. — Eu não quero! — parei de dançar imediatamente, em desespero. — Depois conversaremos sobre isso, vamos nos despedir dos convidados que estou cansado! — Já? — me preocupei em ficar sozinha com ele... O que ele faria comigo? Como é a noite de núpcias? — Sim! — falou sério, e a minha cabeça ficou viajando, pensando no que ele me faria quando estivéssemos sozinhos... eu estava assustada, pensando no que eu faria se ele me obrigasse à alguma coisa. Ele foi cumprimentando as pessoas, e eu apenas assentia com o coração saltando pela boca. Quando passamos pela loira descolorida, ela fez questão de deixar claro que queria que eu ouvisse: — Me quer na sua casa, mais tarde? Ou me procura depois? — ele simplesmente me deixou ali sozinha e puxou a Susany num canto, então agora eu nem saberia a resposta. Mulher folgada... tomara que aquele cabelo horroroso pegue fogo depois! — encostei chateada numa mesa olhando para os dois, se pudesse eu mesma colocaria o fogo ali, mas infelizmente não dava. Eu vi quando ela deslizou a mão no braço dele e me olhou. Ele puxou o seu braço, mas todos viram a cena ridícula, o Don com a amante tendo D.R, e a sua mulher plantada aqui para quem quisesse ver, feito uma tonta que leva chifres na primeira oportunidade. — Cunhada, vou te entregar um celular antigo que tenho guardado. Eu o carreguei e salvei o meu número, então se precisar de ajuda me liga, ou manda uma mensagem! A minha mãe também sabe, salvei o número dela. Como o Antony já teve crises piores, tememos dele piorar dependendo de como será a convivência entre vocês. — Laura me entregou escondido. — Obrigada. Não tem carregador? — Eu terei que levar depois, esqueci! — Tudo bem! — Força, cunhada! Eu torço por vocês. — sorriu e me abraçou. — Não deveria... — comecei a falar e fui cortada. — Vamos, esposa! — eu não sabia exatamente como iria funcionar. Eu imagino que o casamento precise ser consumado, mas não faço a mínima questão de colaborar, principalmente se para isso ele precise me tocar intimamente. Entrei no carro dele, e vi que agora éramos apenas nós dois. Ele dirigiu sem dizer uma palavra, e eu mal sabia aonde colocar as mãos. Quando chegamos ele desceu do carro e logo vi que abriu a porta pra mim. — Essa é a nossa casa! Dispensei todos os funcionários, hoje... — Você é muito mentiroso! Como conseguiu me enganar me olhando nos olhos? Como? — Eu... — ele tentou falar, mas bati a porta do carro com força. — Me lembro muito bem que me trouxe aqui e disse que conhecia o dono! Me fez de idiota, Antony! — ele veio perto de mim com o mesmo olhar do Don que me comprou, e por instantes me arrependi de falar com ele daquela forma, ele poderia me agredir. — E, conheço o dono! — segurou o meu braço, não com força, mas firme. — Olha só... eu não estou com cabeça para conversar essas coisas hoje, só quero tomar um banho e consumar esse casamento! — É só isso que importa pra você não é? Quis me humilhar me escolhendo como esposa, e também irritar alguém do conselho, por puro capricho! — Não te interessa os meus motivos! Quero que cumpra com o seu dever. Vamos entrar no nosso quarto e vou tomar um banho... quando eu sair quero que esteja na cama, solte o cabelo e não tire o vestido, porque “eu” vou tirar! — comecei a tremer e escondi as mãos para que ele não visse, eu estava assustada demais. — Eu prefiro ser a sua empregada, a te deixar me tocar! — ele me olhou com raiva. — Se é assim que prefere, tudo bem! Eu estava disposto a tentar, mas se ainda sente nojo de mim, serei rápido na consumação! Prometo não te tocar, mas preciso consumar isso hoje. As regras mudaram no conselho e serei banido se não apresentar o lençol, amanhã! — as palavras dele me atingiram como uma flecha afiada e cheguei a amolecer o meu corpo. Me afastei devagar, pensando em como seria isso, tenho uma ideia do que seja, mas não, na prática, estou ficando cada segundo mais nervosa, então pensei que se eu bebesse seria mais fácil. — Tem vinho aqui? — Venha! Vou te mostrar a casa... — saiu andando na frente e eu precisei me controlar para conseguir acompanhá-lo, as minhas pernas estavam me traindo, o que está acontecendo comigo?CAPÍTULO 12 Fabiana Prass Era tarde para pensar em fugir, eu já estava casada. E, pior que isso, é o fato dele ter me comprado e agora querer estabelecer o seu domínio sobre mim. A casa era maravilhosa, embora ele tenha praticamente dito que posso ser a empregada, mas está tudo bem. O problema é o meu medo que a cada segundo se tornava maior, e aquele homem frio que me olhava tão profundamente. — Aqui estão os vinhos! Desse lado estão os que tem um nível mais baixo de álcool, e desse outro lado, os que têm um teor alcoólico mais alto. — falava sério. Don Antony pegou uma taça e pegou um vinho do lado com baixo teor, tomou um gole e me ofereceu a taça. O nosso olhar se encontrou e não vi a escuridão neles. — Será que um dia me olhará como olhava para ele? — perguntou com a voz mais baixa. — Não existe “ele”, aquilo foi uma mentira! Eu só vejo o homem que me comprou, agora! — falei tentando parecer forte, e ele tomou o restante do vinho d
CAPÍTULO 13 Don Antony Strondda Essa é a nossa noite de núpcias, e não entendo por que ela dificulta as coisas assim... os casamentos na máfia são todos nesses termos, ou pelo menos, deveriam ser. O máximo que acontece são acordos, como o meu pai, e eu estamos procurando para a Laura, nada muito longe disso. Tantas chatas querendo o seu lugar, e ela me rejeitando, ainda mais quando eu tenho certeza que desperto desejos dentro dela, e ela nega até o fim, isso me revolta, pois sei que os meus beijos mexem com ela. Eu jamais havia sentido isso antes, essa necessidade louca de possuir alguém, de sentir uma mulher em meus braços. Quero Fabiana com ímpeto, e uma tempestade parece seformar dentro de mim, capaz de devastar tudo que está à minha frente, caso eu não apossua. Eu deixei-lhe os lábios e beijei o seu pescoço macio, sentindo o perfume de floresdele. Nenhuma mulher tinha aquele aroma tão embriagador quanto o dela, mas ela rejeitou o meu beijo, nem m
CAPÍTULO 14 Fabiana Prass Strondda Fiquei parada feito uma boba, porque embora eu quisesse matar aquele Don sem vergonha, eu acabei me perdendo e o deixando me envolver com seu beijo. E o pior é que por alguns minutos, quem eu beijei não foi o jardineiro e sim o homem que me comprou, porque não visualizei nada, simplesmente gostei da maneira como se apoderou do meu corpo. Não vi nada do Jardineiro nele, pelo contrário... só que aquela prepotência toda mexeu com algo dentro de mim, e quando eu vi já estava gostando do beijo dele. Ainda bem que alguém chegou e eu pude voltar a respirar, porque vejamos e convenhamos, o maldito beija muito bem. Quando fui levar os utensílios de limpeza para dispensa, vi um carro de mulher que se aproximou do portão e logo estranhei as rodas dele serem na cor rosa. Eu não acreditei quando vi aquela descolorida descendo do carro, toda pomposa. Era só o que me faltava, aquela vadia vindo até aqui para me provocar. Ela desceu com
CAPÍTULO 15 Aquela ragazza está mesmo provando a minha paciência, me chamar de senhor, usar uniforme da área de serviço, cozinhar... — Caramba, onde aprendeu a cozinhar assim? — me surpreendeu a sua comida. — No Brasil. Sei fazer muitas coisas, se eu puder continuar... — Realmente é ótima, mas não precisa cozinhar, a cozinheira pode voltar quando eu pedir. — Mas, eu posso? — insistiu. — Tudo bem, mas não quero te ver o dia todo na cozinha! — decidi. — Claro... já posso vestir a camisa? — terminei a refeição e a olhei provocativo. — Pra quê? Está bem melhor assim! — Então posso ir ao jardim de sutiã? — levantou da cadeira, e fiquei louco, levantando no mesmo instante. Peguei a sua camisa e joguei em cima dela. — Não ouse me desafiar, ragazza! Se algum soldado te olhar assim, morre! Quer matar homens de bem? — estávamos frente a frente, e ela me encarou parecendo chateada. — Você é louco! — comecei a vestir a camisa nela e não parei até fechar o último botão, mas o leve contat
CAPÍTULO 16 Fabiana Prass Saí apressada daquele jardim, e nem olhei para trás. Ouvi ele me chamando baixo, mas ignorei e segui para a varanda. — Fabiana, espera! — ele segurou no meu pulso, já estávamos dentro de casa. — Eu cumpri o prometido, e você já quis coisas que não combinamos! — falei mais agressiva. — Eu só preciso que entenda, não sou nenhum puritano, e ficar sem sexo não dá! Você precisa colocar na sua cabeça que agora é a minha esposa, ou quer que eu arrume uma amante? — as palavras dele entraram como uma flecha na minha cabeça, e a minha mente automaticamente me lembrou da Susany, e falei apressada. — Não! Escuta aqui, Don Antony... — Fui para cima dele. — Você não ouse me trair com outra, não ouse! — apontei o dedo e ele arregalou os olhos. — Então não quer que eu tenha amante? Como acha que vou sobreviver? Por acaso vai me satisfazer? — veio bem perto me puxando para ele e me apavorei, me vendo numa sinuca de bico. Ele me encarava com aquele olhar prepotente de Do
CAPÍTULO 17 Don Antony Strondda Dios mio... aquela ragazza me deixa louco. Eu nem conseguia acreditar que ela veio por conta própria perto de mim. Eu deveria estar muito calmo, mas por incrível que pareça, estou muito mais alvoroçado. — O que está... fa... fazendo? — ela gemeu uma frase, ou eu estou tão excitado que fico ouvindo coisas? Aproveitei apalpar aqueles seios tão lindos, e nem me preocupei com algum pudor, a mulher é minha, e ela deixou, então... — Estou te lavando, e os seios parecem muito sujos! — sorri malicioso, delirando de prazer. Cheguei a abrir e fechar a boca, ao senti-la assim, tão perto de mim, e ainda encostando no meu pau. Seus seios são muito perfeitos e gostosos, nunca vi uma mulher com tantas qualidades juntas; ela é linda, um corpo perfeito, não abaixa a bola para os outros, e às vezes nem pra mim, até esse jeito medroso dela me excita. — Não parecem sujos! — comentou baixinho, mas não era uma reclamação, porque o seu tom de voz estava calmo demais, en
CAPÍTULO 18 Fabiana Prass O meu coração estava disparado, o que havia acontecido, ali? Um misto de emoções tomou conta de mim, e fiquei completamente perdida. No fundo, eu não queria parar, parecia intrigante tudo o que eu estava conhecendo, e no final das contas, ele é o meu marido. O problema é que parece errado, estranho... eu não tenho sentimentos pelo Don, e ainda tenho as imagens do jardineiro na minha mente, é como se eu estivesse me sabotando. Peguei uma lingerie e fui para os quartos dos funcionários, peguei um uniforme limpo e vesti. Fui até a cozinha e estava uma bagunça, então precisei organizar tudo e depois comecei a me divertir preparando o jantar. É tudo muito estranho, estar sozinha nesta casa tão grande com ele, e ainda sentir os olhos do Don queimando sobre mim. Quando eu cheguei no quarto vi que o Don estava quase dormindo, então trouxe uma bandeja com a sua comida na cama, e ele estranhou. — Fiz algo errado? — questionei.
CAPÍTULO 19 Don Antony Strondda Fui até a casa do tio da Fabiana logo cedo. Cheguei lá e havia virado uma zona, não havia mais nenhum bag arrumado ou material organizado para venda, estava tudo fora do lugar. Eu poderia jurar que vi as mesmas coisas no dia em que vim buscar a Fabiana aqui nessa casa e quebrei a cara desse velho maledeto. Me deu náuseas ao entrar e perceber o quanto estava sujo, e embora o caminhão já estivesse lá fora, e também, a máquina de prensa, ele não parecia preocupado em trabalhar. O arranquei do sofá pelo colarinho. — Seu maledeto! Figlio do diávolo! Eu deveria quebrar a tua cara por agredir a Fabiana, mas vou te dar outra chance! Só vou te deixar em paz depois que organizar essa zona! VAMOS! ESTOU ESPERANDO! — fiz o velho levantar e começar a arrumar aquela bagunça, porque sei o quanto é folgado, e também a Fabiana cuidava muito bem das coisas. Ele estava parcialmente bêbado, mas o fiz levantar a base de pontapés e organ