Como duas pessoas podem se odiar tanto sem nunca terem feito mal uma para outra, como eu e Romero? Nunca pensei na vida que existisse um homem tão ruim como ele, arrogante e prepotente, eu não irei aguentá-lo por muito tempo. Após as suas ameaças, a sua governanta, Lena, me acompanha até a minha antiga casa para ir buscar os meus pertences, a mando do Romero.
Ao entrar na minha antiga casa, começo a chorar, meu pai me fez tanto mal que às vezes me pergunto se valeu a pena tanto sacrifício da minha parte. — Nataly, vamos buscar logo as suas coisas antes que Romero ligue. — Lena fala. — Quero que o Romero vá para o inferno, não tenho medo dele. — Falo com raiva. Subi as escadas correndo e ela me acompanha com o troglodita do motorista, e em uma caixa ponho os meus livros da faculdade, guardo algumas roupas em uma mochila e os documentos necessários, e comigo trouxe a única lembrança da minha mãe que é uma foto preto e branco, Lena me olha. — Nataly, só vai levar essas coisas? — Lena pergunta. — Só essas mesmo, só vou levando roupas simples, caso aquele bandido queira me obrigar a sair com ele não terá roupas elegante para acompanhá-lo. — Não fale assim do seu futuro marido, Romero pode tudo, a hora que quer e como quer, Nataly, acho melhor você conhecer melhor ele. — Romero não será o meu marido, está ouvindo? Ao contrário do que falou, que todos morrem de medo dele, que tudo o que ele quer consegue. Romero não me terá. Busquei os documentos do meu pai e entreguei a Lena para deixar onde ele está morando agora. Tenho que fugir das garras desse bandido, mas sozinha não conseguirei, quero muito mostrar que não o temo, o meu sonho é me vingar e deixar Romero Montes desmoralizado perante a sociedade. Durante o caminho de volta para a casa, minha cabeça só pensa em como vou me livrar desse casamento. Os seguranças me ajudam a subir com as minhas coisas e Romero está sentado, faço de conta que não o vi. — Parada aí. — Romero fala vindo em minha direção com uma caixa na mão — Me entrega o antigo celular, agora! — Não irei te entregar nada. — Falo o ignorando totalmente. — Vai entregar, sim, aqui está o seu novo celular e com o número novo, quero também os seus documentos, não confio em você. Minha vontade era de respondê-lo, mas eu fiz pior, retirei os documentos da minha bolsa e o celular e joguei todos sobre ele o acertando. — Aí! O que está fazendo, garota insolente? — Você quer as minhas coisas, então está aí. — Falo e subo rapidamente as escadas sem olhar para trás. — Volta aqui, Nataly! — Romero grita vindo atrás de mim. Ele segura forte nos meus pulsos. — Você tem que aprender a me respeitar ou se não as coisas ficaram pior do que já estão para você. — Não tenho medo de você, já disse e vou repetir que prefiro morrer se for o caso, do que me entregar a você. — Ah! — Romero fala. Me olhando nos olhos, ele me prensou contra a parede colando o seu corpo musculoso no meu, abrindo as minhas pernas e se encaixando entre elas fazendo assim eu sentir a sua ereção, fecho os olhos temendo o que ele pode vir fazer. — Me solta, não vou me render a você. — Até que gosto desse joguinho, Nataly. — Romero fala cheirando e mordendo a minha orelha, a sua boca segue descendo pelo meu pescoço me beijando. — Quero só ver se você vai resistir a mim. Fecho os olhos, porque um calor se apossa do meu corpo, a pele arrepia, a minha intimidade começa a pulsar, nunca me entreguei a homem nenhum, mas conheço o meu corpo e sei que estou sentindo desejos pelo toque desse infeliz. — Me larga, seu covarde. — Falo devagar. Romero me cala com um beijo de língua, enquanto suas mãos soltam os meus pulsos e seguram a minha nuca, intensificando fortemente o beijo e o pior de tudo é que não consigo recusá-lo, me entrego naquele louco e devasso beijo e devagar ele vai parando, tento empurrá-lo e o mesmo fala quase sem fôlego. — Amanhã iremos juntos na casa dos meus pais, precisamos decidir a data do maldito casamento. — Romero ao falar isso, abre a minha mão, pondo o celular nela e sai, me deixando jogada naquela parede. Respiro fundo e tento me recompor do que acabou de acontecer. O que fiz? Deixei esse homem, com as mãos sujas de sangue, tocar em mim e o pior de tudo, eu estava gostando. Fui para o meu quarto na expectativa que chegue amanhã para ir à faculdade, preciso muito conversar com Lisa e Jhon pessoalmente, esse telefone deve estar hackeado, desbloqueio e o único número que tem é o dele. A minha vontade é de jogá-lo fora, sei que se fizer isso, só aumentará a sua ira sobre mim, tem que ter uma saída, não posso ficar sendo a submissa desse diabo em forma de gente.Me tranquei no escritório após discutir com Nataly e a cada palavra trocada com ela só mostra que não nos suportamos, tenho que concordar com o que Gian falou, tenho que me controlar, mas Nataly tem a língua maior que o corpo! Só basta vê-la que perco a razão, não sei como vai ser os meus dias debaixo do mesmo teto que ela. Providenciei o mais rápido possível a compra de um celular novo para Nataly, preciso estar atento a todas as ligações e mensagens que ela faz, com quem conversa. O meu celular toca e vejo que é o meu pai. — Alô, pai. — Amanhã, Romero, traga Nataly aqui em casa para marcarmos a data do casamento. — Como quiser. — Desligo o celular. Fico com vontade de quebrar o celular, mas respiro e penso que em breve irei me livrar dela. A raiva que estou do meu pai é maior que tudo, não vejo a hora de pôr as mãos em toda a riqueza dele e da mamãe, as coisas serão diferentes! Tomo uma bebida quente sentado, analisando as câmeras esperando a chegada de Nataly. Nataly e
Eu estava muito cansada, esgotada mentalmente, tomei um banho e me tranquei no quarto com medo do Romero, mas Lena vem até o quarto. — Senhora Nataly, por favor, abra a porta, sou eu! — Você está sozinha? — Pergunto preocupada. — Estou, trouxe o seu jantar, se não comer, ficará fraca e doente. Lena tem razão, eu preciso me alimentar se não ficarei doente e morrerei nas mãos desse monstro. — Vou abrir a porta. — Abri a porta devagar e a mesma está parada com uma bandeja de comida. — Senhora, vou por sua comida aqui, trouxe água também para a senhora não precisar descer para a cozinha. — Obrigada, Lena. A minha fome é tão grande que ao descobrir o meu prato, senti o cheiro do macarrão ao molho branco que só em ver sei que está delicioso, devorei o macarrão em minutos, ainda bem que Lena adivinhou que eu estava faminta, até a sobremesa estava uma delícia. Após o jantar, me deitei naquela cama macia e lembrei do que aconteceu naquele corredor entre mim e Romero, as suas g
Fui à empresa, mas sempre de olho em Nataly, recomendei o motorista que fique de olhos bem abertos nela. Sento-me na minha cadeira e Gian chega em seguida. — Bom dia, Romero. — Gian entra e senta-se à minha frente. — Para mim não está um bom dia, aliás desde o dia em que meu pai resolveu me juntar com Nataly não tive paz, toda hora é um problema que ela me causa, a Natasha minha irmã perde é feio para Nataly, ela é um inferno. — Você vai ter que aprender a lidar com ela, todo esse patrimônio está em jogo. — Jamais vou perder para meu pai, ele pensa que não sou capaz de aguentar a Nataly, pensando bem eu não entendi muito bem o que ele quer me juntando com aquela garota, porque se for esperando que eu goste dela, ele está enganado! Tenho vontade de matá-la todos os dias. — Falo e me levanto, ficando de costas para Gian, olhando a paisagem através da minha janela. — Com todo respeito a você, mas Nataly é uma linda mulher, conhecendo você vai ser impossível não a desejar. Fui
Romero olha-me da cabeça aos pés, foi impossível ele disfarçar o seu olhar de admiração do quanto estou linda, nem mesmo pisca os olhos, mas a sua frieza continuou durante a ida para a mansão. Ao chegarmos, lembro de como vim aqui a primeira vez e Romero pede que eu melhore a minha cara de enterro, disfarço o máximo que posso! Não sabia que um vestido vermelho atrai tantos olhares, toda a família do Romero está me olhando, parece que sou uma rainha e quando vi o meu pai no meio deles, o meu coração ficou mais calmo. — Romero, posso ir abraçar o meu pai? — Peço olhando para ele. — É desse jeito que eu quero você Nataly, obediente e falando manso como agora, vamos logo cumprimentar os meus pais e em seguida você conversa com ele. Resolvi engolir seco a sua provocação, fomos até onde estão os seus pais e a garota de cabelo liso que não sei quem ela é. — Que belo casal formam vocês dois, seja bem-vinda a nossa família Nataly. — Senhor Fausto fala beijando a minha mão. — Saiba
Não tenho saco para reuniões em família e o pior fingir que amo Nataly e que somos um casal apaixonado! Papai quer a todo custo encaixar Nataly na minha vida, mas não dá, não nos suportamos. Ainda bem que Gian veio para esse bendito jantar, assim posso desabafar com ele o quanto estou sufocado. Apresentei Nataly a toda a minha parentela como a mulher da minha vida e após isso a deixei conversando com o seu pai. O garçom serve-me uma bebida e fui fazer companhia a Gian, que se mantém longe de todos. — Que belo casal formam você e Nataly, parece algo real. — Gian, estou sufocado aqui, não vejo a hora de ir para casa, detesto ambiente cheio. — Falo virando um copo de bebida na boca de uma vez. — Eu também não gosto, mas vim marcar presença, tudo está perfeito. — Perfeito para você que está de fora. — Falo nervoso. Ao olhar para trás vejo Natasha conversando com Nataly, duas mulheres da língua grande, com certeza irão ser melhores amigas, combinam perfeitamente na rebeldia. —
A noite só não foi pior porque ganhei Natasha como a minha amiga, é tão bom quando encontramos pessoas com as mesmas metas que as suas. É uma pena que os nossos sonhos não valem nada para as nossas famílias e muito menos para Romero que me desilude, me fazendo voltar a essa realidade nua e crua. Chegamos na mansão juntos, ele ficou no bar bebendo e eu subi até o meu quarto, preciso tomar um banho e tentar descansar, amanhã espero ter novidades sobre a minha fuga desse inferno. Tranquei-me no quarto e pude tomar um banho em paz, me deitei debaixo do edredom e dormi apesar do medo que essa casa me transmite, tenho dormido em paz. No dia seguinte, alguém b**e à porta me chamando, é Lena, me levantei, e abri a porta rápido. — Bom dia, Lena. Aconteceu algo? — Bom dia, senhora, o senhor Romero saiu mais cedo e pediu para avisar que o motorista já está lhe esperando para levar a senhora à faculdade e que pela tarde tem provador de vestidos de noiva. — Tudo bem, Lena, obrigada po
Bebi até altas horas para tentar esquecer esse maldito dia, dia em que anunciei o meu casamento com uma desconhecida, liguei o celular e me pergunto se mando investigar a vida de Nataly, o que verdadeiramente aconteceu com a sua mãe, olho a foto preto e branco através da tela do celular e envio para um velho investigador que é um grande amigo, preciso saber quem é Nataly e a sua família, preciso saber quem passou por sua vida, se já se relacionou com alguém, ela ainda é um mistério para mim. Pensei em tanta coisa, que achei melhor subir para o meu quarto, dormir pouco, mas tive que acordar cedo, pois hoje é trabalho duplo, deixei somente o recado para Lena avisar Nataly que ela terá que provar o seu vestido de noiva aqui mesmo em casa, recomendei o segurança de revistar a mochila da Nataly. Fui primeiro para a empresa, até onde trabalhei até o fim da tarde, como já fui avisado que Nataly está em casa, ligo para o melhor joalheiro da minha cidade para levar as melhores alianças para
Acordei cedo demais, muito ansiosa para chegar na faculdade para pedir a Jhon conseguir cópias dessa chave, antes que Romero ou Lena deem falta. Arrumei a minha mochila como de costume. Ao me ver, Lena me deseja um bom dia e me serve o café da manhã, como é bom tomar café sozinha sem aquele olhar pesado do Romero sobre mim. Comi que nem uma esfomeada e o motorista já estava à minha espera, e nem sinal de Romero acordar, mas também depois do porre de ontem, ele irá acordar tarde. Ao chegar na faculdade, Jhon já me espera com uns envelopes nas mãos sorrindo. — Sua nova identidade está aqui, passaporte e tudo, senhorita Anne Brites. — Meu Deus, como você conseguiu isso garoto? Você disse que ficava pronto só na quinta. — Dei uma adiantada, Nataly. Você está certa do quer mesmo, minha amiga? — Estou, agora me consiga a cópia da chave do pequeno portão, é por lá que fugirei. — Falo e lhe dou a pequena chave. — Esse pequeno portão dá acesso a uma rua, irei lhe esperar lá na m