André Sai da casa de Arthur sem sequer olhar para os lados. Estava focado em meu objetivo, que desde o início sempre foi destruir o Victorio Grecco, e não voltaria atrás nesse pensamento de modo algum. Entro em um táxi, e sigo o meu caminho. Odiava quando isso acontecia, mas depois da tentativa de assassinato e ter meu carro destruido, era tudo o que me restava. Silencioso e pensativo sigo o meu caminho, as cartas foram lançadas e minha palavra foi dada, após concluir essa missão, desaparecerei de Palermo definitivamente sem sequer olhar para trás. Não há nada que me prenda à esse lugar, nem mesmo a minha família. Eliza já escolheu o seu destino e certamente não estou em seus planos. É duro, mas devo aceitar que pela primeira vez não alcançarei o maior dos meus objetivos, talvez o único que realmente valeu a pena em toda minha vida, ter a mulher que amo ao meu lado. Logo o que tanto desejei infelizmente tornou-se inviável e impossível de ser realizado, o que me causa muitas vezes um
André— Pronto! Quem fala? — falo impaciente— Isso é modo de tratar o teu tio André?— Donato? — sento na cama confuso com essa ligação — Eco! Eu mesmo! Pelo menos minha voz tu reconheces. — ele diz sarcástico como sempre— O que deseja Donato? Se estás à procura do babo, já adianto que ele não está. — falo áspero — Não é nada disso, André. Já soube que Marco está hospitalizado. — me surpreendo por ele está tão bem informado, pelo visto não é o mesmo imbecil de antes.— Nossa! Como os assuntos sobre nossa família chegaram até Veneza ou será Paris? Afinal Donato, onde ficava localizada a sua estadia durante esse último tempo? Ou melhor dizendo, onde esteve gastando todo o dinheiro que eu conquisto através de muito trabalho?— Que isso sobrinho! Quem o escuta imagina que sou um desocupado ou um gigolô.— Não me chame de sobrinho, pois não temos parentesco algum. O babo que sempre teve um bom coração considerando qualquer um como se fosse da família. E você durante todos esses anos nu
ElizaArthur não conseguia sequer imaginar como me feriu com suas atitudes e principalmente as palavras. Pelo visto todo aquele amor que dizia sentir acabou da noite para o dia, num estalar de dedos, mas isso já era de se esperar, pois em toda minha vida sempre me deparei com esse tipo de situações. Já estava mais do que na hora de retomar as rédeas da minha vida. Agora tenho alguém que precisa de mim e necessita da minha ajuda. Alguém pelo qual respiro, e preciso oferecer sempre o melhor de mim. Anna sempre foi a razão do meu viver, mesmo antes de saber os verdadeiros laços que nos ligavam, e hoje mais do que nunca, precisava da minha presença ao seu lado. Preciso dá um rumo na minha vida, meu ferimento já está praticamente cicatrizado e consigo caminhar vagarosamente. Abandonei tudo o que eu mais amo desde que coloquei os pés nesse lugar. Preciso voltar a ser a mulher obstinada e lutadora que sempre fui. Devo e irei erguer minha cabeça, a partir de agora voltarei a ser aquela Eliza
Me chamo Donato Santoro, e sou digamos que, um irmão postiço de Marco D'Angelis, ou seja, tio de André, Adriel e Arthur por assim dizer. Arthuzito sempre foi o meu preferido desde bambino, mas Marco com a idéia fixa de primogenitura, colocou André a frente dos negócios da família. Até que ele tem sido muito útil durante todos esses anos, pois tem pulso firme e sabe ganhar dinheiro assim como o "titio", além é claro de se esquivar sempre das autoridades de maneira sublime. Não posso negar, mas André era brilhante, e não negava o seu sangue, posso afirmar que teve a quem puxar. Porém nos últimos tempos, tive informações de que estava deixando muito a desejar por aqui, então eu que não sou bobo nem nada, decidi regressar para Palermo. Posso dizer que tenho somente uma filha de apenas dezenove anos chamada Donatella, que por sinal é a pedra, ou melhor dizendo, o diamante no meu sapato de couro egípcio. A minha princesinha nasceu por acaso, nada foi planejado, eu me relacionei com sua mã
André A reunião havia terminado, mas o maldito assunto continuou rondando a minha cabeça durante toda madrugada, eu estava a ponto de explodir por tanto pensar nas últimas palavras de Arthur. Parecia insano o que eu iria dizer, mas essa não era a melhor alternativa, não sei bem o que estava acontecendo comigo, mas durante algum tempo tenho tido alguns lapiços de sentimentalismo e preocupação com as pessoas em minha volta, o meu lado monstruoso ainda existia, mas o lado sentimental que eu sequer sabia que tinha estava aflorando cada vez mais, e isso me deixava assustado. Confesso que até estava gostando de tirar um pouco dessa carga e a couraça que haviam sido depositadas sobre as minhas costas durante esses longos trinta anos, mas por outro lado, sentia que todo esse sentimentalismo e preocupação poderiam me causar problemas futuros. Porém com tudo isso eu me preocuparia em outro momento, pois agora a única coisa que tinha real importância era destruir o maldito Grecco, e descobrir o
AndréDentro de minutos chegamos à empresa. Parei o carro e entreguei as chaves ao manobrista, segurando a minha pasta com firmeza, entrei no prédio indo em direção aos elevadores. Solicitamos e logo chegamos ao escritório. Como sempre, somos recebidos com todos aqueles falsos sorrisos, que eu odiava. Cumprimentei com um simples 'Bom Dia' e Adriel fez o mesmo. Olhei para Carlotta que se aproxima com uma pasta repleta de documentos e nos acompanha até a sala. — Bom Dia, Carlotta! Donato já chegou? — perguntei enquanto andava em direção a poltrona atrás da mesa— Bom Dia, senhor! Ainda não. Apenas ligou comunicando que atrasaria um pouco, pois teve um imprevisto em sua casa. Mas disse, ou melhor, a sua secretária me infotmou que dentro de pouco tempo estaria aqui na empresa.— É só o que me faltava, ele marca uma reunião alegando extrema urgência e ainda tenho que aguarda-lo. Pois bem, o que tenho para despachar Carlotta? Vamos adiantar todo o serviço de uma só vez. — falo e ela me ent
AndréDuas semanas depoisHoje completam exatamente quinze dias desde que Donatella aceitou a minha proposta de ir para o Brasil se passando por uma outra pessoa. Sinceramente jamais imaginei que ela aceitaria, mas para minha surpresa, concordou imediatamente. Perguntei o que ela desejava em troca por todo esse sacrifício, mas ela simplesmente respondeu que nada, disse que só o fato de esta longe do Donato e poder me agradecer por tudo o que havia feito por ela, já seria um grande privilégio. Pensei que fosse necessário um pouco mais de tempo ou até mesmo mais afinco de minha parte para convencê-la, mas o seu rancor pelo Donato é tão imenso, que ela não parou para pensar sequer uma vez antes de aceitar. Ainda não revelei o meu verdadeiro nome e muito menos contei nada à respeito do real motivo desse pedido, mas precisarei ser verdadeiro com ela antes de embarcamos para o Brasil, pois não é justo enganar alguém que já sofreu tantos abusos como Donatella. Algum tempo atrás eu não me imp
André — Sente-se aqui! Precisamos ter uma conversa muito séria, e se depois de tudo o que lhe disser você decidir se afastar, além de desistir da nossa viagem, irei aceitar sua decisão sem pestanejar. — disse segurando sua mão e sentando no sofá ficando frente à frente a Donatella, que me olhava desconfiada — Nossa Franco, quanto mistério! Fiquei até nervosa agora. — ela disse franzino a sobrancelha e sorrindo discretamente — É melhor começarmos por aí. Franco, não é o meu verdadeiro nome. Eu omiti a verdade para você. — ao dizer tais palavras noto seu olhar mudar, ela soltou as minhas mãos e se afastou automaticamente — Não é o seu nome? Como assim? — perguntou nervosa e com os olhos banhados em lágrimas — Me chamo André D'Angelis. Sou filho mais velho do Marco D'Angelis, amigo de seu pai Donato. — a cada palavra dita a sua decepção era ainda mais evidente, imaginei que isso não me atingiria tanto, mas agora diante da sua reação, constato que eu estava completamente equivo