Me chamo Donato Santoro, e sou digamos que, um irmão postiço de Marco D'Angelis, ou seja, tio de André, Adriel e Arthur por assim dizer. Arthuzito sempre foi o meu preferido desde bambino, mas Marco com a idéia fixa de primogenitura, colocou André a frente dos negócios da família. Até que ele tem sido muito útil durante todos esses anos, pois tem pulso firme e sabe ganhar dinheiro assim como o "titio", além é claro de se esquivar sempre das autoridades de maneira sublime. Não posso negar, mas André era brilhante, e não negava o seu sangue, posso afirmar que teve a quem puxar. Porém nos últimos tempos, tive informações de que estava deixando muito a desejar por aqui, então eu que não sou bobo nem nada, decidi regressar para Palermo. Posso dizer que tenho somente uma filha de apenas dezenove anos chamada Donatella, que por sinal é a pedra, ou melhor dizendo, o diamante no meu sapato de couro egípcio. A minha princesinha nasceu por acaso, nada foi planejado, eu me relacionei com sua mã
André A reunião havia terminado, mas o maldito assunto continuou rondando a minha cabeça durante toda madrugada, eu estava a ponto de explodir por tanto pensar nas últimas palavras de Arthur. Parecia insano o que eu iria dizer, mas essa não era a melhor alternativa, não sei bem o que estava acontecendo comigo, mas durante algum tempo tenho tido alguns lapiços de sentimentalismo e preocupação com as pessoas em minha volta, o meu lado monstruoso ainda existia, mas o lado sentimental que eu sequer sabia que tinha estava aflorando cada vez mais, e isso me deixava assustado. Confesso que até estava gostando de tirar um pouco dessa carga e a couraça que haviam sido depositadas sobre as minhas costas durante esses longos trinta anos, mas por outro lado, sentia que todo esse sentimentalismo e preocupação poderiam me causar problemas futuros. Porém com tudo isso eu me preocuparia em outro momento, pois agora a única coisa que tinha real importância era destruir o maldito Grecco, e descobrir o
AndréDentro de minutos chegamos à empresa. Parei o carro e entreguei as chaves ao manobrista, segurando a minha pasta com firmeza, entrei no prédio indo em direção aos elevadores. Solicitamos e logo chegamos ao escritório. Como sempre, somos recebidos com todos aqueles falsos sorrisos, que eu odiava. Cumprimentei com um simples 'Bom Dia' e Adriel fez o mesmo. Olhei para Carlotta que se aproxima com uma pasta repleta de documentos e nos acompanha até a sala. — Bom Dia, Carlotta! Donato já chegou? — perguntei enquanto andava em direção a poltrona atrás da mesa— Bom Dia, senhor! Ainda não. Apenas ligou comunicando que atrasaria um pouco, pois teve um imprevisto em sua casa. Mas disse, ou melhor, a sua secretária me infotmou que dentro de pouco tempo estaria aqui na empresa.— É só o que me faltava, ele marca uma reunião alegando extrema urgência e ainda tenho que aguarda-lo. Pois bem, o que tenho para despachar Carlotta? Vamos adiantar todo o serviço de uma só vez. — falo e ela me ent
AndréDuas semanas depoisHoje completam exatamente quinze dias desde que Donatella aceitou a minha proposta de ir para o Brasil se passando por uma outra pessoa. Sinceramente jamais imaginei que ela aceitaria, mas para minha surpresa, concordou imediatamente. Perguntei o que ela desejava em troca por todo esse sacrifício, mas ela simplesmente respondeu que nada, disse que só o fato de esta longe do Donato e poder me agradecer por tudo o que havia feito por ela, já seria um grande privilégio. Pensei que fosse necessário um pouco mais de tempo ou até mesmo mais afinco de minha parte para convencê-la, mas o seu rancor pelo Donato é tão imenso, que ela não parou para pensar sequer uma vez antes de aceitar. Ainda não revelei o meu verdadeiro nome e muito menos contei nada à respeito do real motivo desse pedido, mas precisarei ser verdadeiro com ela antes de embarcamos para o Brasil, pois não é justo enganar alguém que já sofreu tantos abusos como Donatella. Algum tempo atrás eu não me imp
André — Sente-se aqui! Precisamos ter uma conversa muito séria, e se depois de tudo o que lhe disser você decidir se afastar, além de desistir da nossa viagem, irei aceitar sua decisão sem pestanejar. — disse segurando sua mão e sentando no sofá ficando frente à frente a Donatella, que me olhava desconfiada — Nossa Franco, quanto mistério! Fiquei até nervosa agora. — ela disse franzino a sobrancelha e sorrindo discretamente — É melhor começarmos por aí. Franco, não é o meu verdadeiro nome. Eu omiti a verdade para você. — ao dizer tais palavras noto seu olhar mudar, ela soltou as minhas mãos e se afastou automaticamente — Não é o seu nome? Como assim? — perguntou nervosa e com os olhos banhados em lágrimas — Me chamo André D'Angelis. Sou filho mais velho do Marco D'Angelis, amigo de seu pai Donato. — a cada palavra dita a sua decepção era ainda mais evidente, imaginei que isso não me atingiria tanto, mas agora diante da sua reação, constato que eu estava completamente equivo
AndréDona e eu tivemos uma tarde maravilhosa juntos, com muitas risadas, carinhos e brincadeiras. Jamais poderia cogitar a ideia de ficar próximo a uma mulher sem tentar leva-la para a cama. Mas com Dona tudo tem sido muito diferente, algo único. Após aquele beijo ficamos apenas trocando carinhos e conversando por longas horas. E sem percebermos acabamos adormecendo no sofá. Despertei com o meu celular tocando desesperadamente e com uma baita dor na lombar. Olhei a tela do aparelho e haviam várias notificações. Levantei cuidadosamente deixando Donatella dormindo um pouco mais. Fui até o banheiro e enquanto fazia minhas higienes averiguei todas as mensagens. Muitas eram propagandas, convites, algumas de Donato e outras de Arthur.Às de Donato eram somente dizendo que estava em busca de pistas que o levassem a Donatella e tratei imediatamente de exclui-las. Arthur simplesmente dizia que um plano estava sendo executado hoje mesmo para destruir o Grecco. Liguei afim de obter mais detal
ArthurNunca imaginei que conseguiria reencontrar a minha Eliza depois de longos anos de procura, e muito menos cogitar que viveríamos uma vida juntos. Passaram-se mais de quinze dias após aquela discussão terrível que tivemos por conta da minha crise de possessividade, mas por fim estávamos novamente bem. Foi duro admitir, mas me tornei um homem possessivo ao extremo, após reencontra-la. Não sei dizer se é pelo medo de perde-la, ou pelo simples fato de ter um rival tão impetuoso quanto André, que me fez ficar assim. Apesar de estarmos bem e felizes, às vezes pego Eliza pensativa pelos cômodos da casa. Por diversas vezes a notei com algumas lágrimas rolando em seu rosto. Não sabia explicar os motivos, mas também preferi não questiona-la, e simplesmente deixar que ela mesma viesse até a mim quando sentisse confortável para tal.Conseguimos resolver o problema do seu irmão Pyetro com a transfusão sanguínea, Eliza era compatível e fez todo o procedimento necessário para que ele recebesse
ArthurChegamos em casa e Anna correu eufórica direto para o seu mini ateliê. Isso mesmo. Havíamos montado um mini ateliê no quartinho dos fundos e era onde nossa princesinha passava a maior parte do tempo. Lá ela desenhava, costurava e também aprontava muito. Havia conversado com Eliza à respeito de contratar professores particulares até que fosse possível matricular Anna numa escola física, mas pelo andamento das situações não será necessário tomarmos essa decisão, até porque a partir de hoje mesmo ou mais tardar amanhã Victorio Grecco desapareceria do mapa.Eliza permaneceu na sala e eu fui imediatamente para o escritório resolver todas as pendências. Enzo e Rick me acompanharam, pois eles estariam a frente de tudo. Eu apenas apareceria para finalizar a missão. Diferentemente de todas as nossas cobranças, às quais eu sempre ficava nos bastidores sem participar ou ser notado, dessa vez eu iria participar assiduamente do início ou fim. Victorio Grecco fez muito mal a todos nós e por