André — Sente-se aqui! Precisamos ter uma conversa muito séria, e se depois de tudo o que lhe disser você decidir se afastar, além de desistir da nossa viagem, irei aceitar sua decisão sem pestanejar. — disse segurando sua mão e sentando no sofá ficando frente à frente a Donatella, que me olhava desconfiada — Nossa Franco, quanto mistério! Fiquei até nervosa agora. — ela disse franzino a sobrancelha e sorrindo discretamente — É melhor começarmos por aí. Franco, não é o meu verdadeiro nome. Eu omiti a verdade para você. — ao dizer tais palavras noto seu olhar mudar, ela soltou as minhas mãos e se afastou automaticamente — Não é o seu nome? Como assim? — perguntou nervosa e com os olhos banhados em lágrimas — Me chamo André D'Angelis. Sou filho mais velho do Marco D'Angelis, amigo de seu pai Donato. — a cada palavra dita a sua decepção era ainda mais evidente, imaginei que isso não me atingiria tanto, mas agora diante da sua reação, constato que eu estava completamente equivo
AndréDona e eu tivemos uma tarde maravilhosa juntos, com muitas risadas, carinhos e brincadeiras. Jamais poderia cogitar a ideia de ficar próximo a uma mulher sem tentar leva-la para a cama. Mas com Dona tudo tem sido muito diferente, algo único. Após aquele beijo ficamos apenas trocando carinhos e conversando por longas horas. E sem percebermos acabamos adormecendo no sofá. Despertei com o meu celular tocando desesperadamente e com uma baita dor na lombar. Olhei a tela do aparelho e haviam várias notificações. Levantei cuidadosamente deixando Donatella dormindo um pouco mais. Fui até o banheiro e enquanto fazia minhas higienes averiguei todas as mensagens. Muitas eram propagandas, convites, algumas de Donato e outras de Arthur.Às de Donato eram somente dizendo que estava em busca de pistas que o levassem a Donatella e tratei imediatamente de exclui-las. Arthur simplesmente dizia que um plano estava sendo executado hoje mesmo para destruir o Grecco. Liguei afim de obter mais detal
ArthurNunca imaginei que conseguiria reencontrar a minha Eliza depois de longos anos de procura, e muito menos cogitar que viveríamos uma vida juntos. Passaram-se mais de quinze dias após aquela discussão terrível que tivemos por conta da minha crise de possessividade, mas por fim estávamos novamente bem. Foi duro admitir, mas me tornei um homem possessivo ao extremo, após reencontra-la. Não sei dizer se é pelo medo de perde-la, ou pelo simples fato de ter um rival tão impetuoso quanto André, que me fez ficar assim. Apesar de estarmos bem e felizes, às vezes pego Eliza pensativa pelos cômodos da casa. Por diversas vezes a notei com algumas lágrimas rolando em seu rosto. Não sabia explicar os motivos, mas também preferi não questiona-la, e simplesmente deixar que ela mesma viesse até a mim quando sentisse confortável para tal.Conseguimos resolver o problema do seu irmão Pyetro com a transfusão sanguínea, Eliza era compatível e fez todo o procedimento necessário para que ele recebesse
ArthurChegamos em casa e Anna correu eufórica direto para o seu mini ateliê. Isso mesmo. Havíamos montado um mini ateliê no quartinho dos fundos e era onde nossa princesinha passava a maior parte do tempo. Lá ela desenhava, costurava e também aprontava muito. Havia conversado com Eliza à respeito de contratar professores particulares até que fosse possível matricular Anna numa escola física, mas pelo andamento das situações não será necessário tomarmos essa decisão, até porque a partir de hoje mesmo ou mais tardar amanhã Victorio Grecco desapareceria do mapa.Eliza permaneceu na sala e eu fui imediatamente para o escritório resolver todas as pendências. Enzo e Rick me acompanharam, pois eles estariam a frente de tudo. Eu apenas apareceria para finalizar a missão. Diferentemente de todas as nossas cobranças, às quais eu sempre ficava nos bastidores sem participar ou ser notado, dessa vez eu iria participar assiduamente do início ou fim. Victorio Grecco fez muito mal a todos nós e por
ArthurEstava quase dormindo quando ouço um barulho vindo do corredor que dava acesso aos quartos. Levantei instantaneamente pegando imediatamente a arma que ficava guardada num fundo falso dentro na gaveta do criado mudo. Com a arma em punho vou em direção a porta e a abro imaginando que se tratava de algum inimigo ou até mesmo um animal perdido. Porém me deparo com a última pessoa que cogitaria está ali naquele horário e muito menos vestida daquela maneira. Fiquei tão surpreso que nem ao menos notei que estava somente de cueca e ainda por cima com uma arma nas mãos. Sem sequer pestanejar segurei Polyana pelo braço e a levei imediatamente para o seu quarto. Não poderia permitir que Eliza ou Anna a vissem nesses trajes. Entramos no quarto e ela estava com o semblante cabisbaixo, além de entristecido. Seu rosto corado por tamanha vergonha que estava sentindo. Fechei a porta e a sentei na cama. Puxei uma das poltronas que haviam por ali e sentei bem à sua frente. Fiquei aguardando ela
ArthurDeixei meus devaneios com relação a Polyana de lado e fui tratar de pôr em prática todos os meus planos. O dia já havia clareado faz tempo e nem sequer consegui fechar os olhos. Mas isso pouco importava, nesse momento tudo o que eu precisava era resolver definitivamente todos os nossos problemas o mais rápido possível, e era exatamente isso que iria fazer.Fui até o banheiro e tomei um banho demorado. Sai logo em sequência enrolado somente na toalha indo em direção ao closet. Peguei uma roupa simples e sem muitas frescuras. Quanto mais desapercebido estivesse hoje melhor seria. Terminei de me vestir e saio do quarto indo em direção ao escritório. Ao descer as escadas noto Rick se aproximando, gesticulo com a cabeça e ele me segue imediatamente até o escritório fechando a porta.— Acordado a essa hora Arthur? Ainda são apenas oito horas da manhã. — ele fala me observando — Esta até tarde para tudo o que temos para solucionar hoje. Tudo certo para a visita da mãe da Eliza no hos
Arthur Problemas e mais problemas. É somente isso que surge em nossas vidas. Se já não bastasse o maldito traficante de mulheres, ainda me surge esse tal de Medeiros. Esse sujeitinho tentará a todo custo descobrir os verdadeiros cabeças das organizações, mas essa pedra no meu sapato terei que eliminar o mais rápido possível, antes que comece a incomodar e me impedir de caminhar. Com essa escola de artes Eliza ficaria muito mais tempo com a mente ocupada e longe de puroblemas, e isso seria magnífico, porque agora eu preciso me preocupar somente emresolver a situação do babo, e também do maldito Victorio hoje ainda. Só assim poderíamos ter um pouco de paz, e esse tal policial, seria um problema que poderíamos resolver um pouco mais adiante. Terminei de ler o jornal e noto Polyana aparecer com uma valise em uma das mãos. A olho erguendo a sobrancelha e confuso falo: — O que está acontecendo por aqui? Vai viajar Polyana? — pergunto seriamente a olhando — Como pode ser sarcástico A
AndréEXAUTO! Essa era a única palavra que me definia naquele exato momento. Nunca fui um homem de viver aprisionado entre quatro paredes. Porém já completavam quase vinte dias que meu caminho se resumia ir ao banheiro, voltar para a cozinha, pedir comida, conversar com Dona e assistir séries ou filmes pela televisão. E para variar somente um pouco, hoje assistiria ao noticiário. Dona estava no banheiro e como sempre demoraria meio século para sair de lá. Então o que me restava seria assistir as novidades do nosso país. Ao ligar a televisão me deparo logo de cara com a informação de um veículo incendiado com vítimas fatais e os corpos estavam completamente carbonizados. Nem ao menos conseguiriam identifica-los. Somente através da arcada dentária que poderia ser realizada a identificação. Mas era óbvio que uma daquelas vítimas se tratava de Victorio Grecco. Esse tipo de ação é muito típica da máfia realizar. Arquitetam tudo de uma maneira que não deixam sequer vestígios. É... Arthur