André D'Angelis— ARTHURRRRR? — abismado e sem me importar com nada falo alto, meu tom áspero ecoou por todo o salão, e ficou mais potente pelo silêncio que tomava todo o ambiente. Ao se aproximar, Arthur me encara com altivez e repleto de sarcástico fala: — Olá irmão! Por que a surpresa? Achava que só você era o todo poderoso e tinha cartas na manga por aqui? — ele disse num tom irônico — De onde vai tirar todo esse dinheiro para arcar com a sua atitude insana? — falo alterado o encarando— Existem muitas coisas sobre mim que você desconhece, querido irmão. E pelo que pôde perceber, não lhe devo nenhuma satisfação sobre os meus atos, portanto saia da minha frente, pois tenho assuntos muito mais importantes para tratar. — ele disse olhando para a mascarada de uma maneira fixa e pretensiosa, como se a conhecesse de algum lugar— Você não vai a lugar nenhum Arthur. Jamais você passará por cima de mim. OUVIU MOLEQUE? — disse segurando no seu punho e indo pra cima dele— Me poupe das s
ArthurNão acredito que André fez uma estupidez dessas, eu não queria, mas vou ter que começar a agir. Muitos pensam que sou um merdinha, um otário que não tem reação alguma diante do irmão mais velho, mas é isso que desejo que todos à minha volta pensem sobre mim, que realmente sou um estúpido, um fraco... Vive todos esses anos afastado da minha família para não decepcionar ou entristecer meus pais, pois a convivência com André havia se tornado insuportável desde que completei dezoito anos de idade. Após nosso pai ter me dado dez por cento das ações da empresa, ele não suportando o fato de eu fazer parte dos negócios da família, passou a criar conflitos diários em nossa casa. Muitas vezes ouvi meus pais discutindo e a mama entristecida pelos cantos daquela imensa mansão. Sempre fui muito apegado à família, mas infelizmente fui obrigado pelas circunstâncias, a me ausentar por todos esses anos. Enquanto todos pensavam que eu vivia em farras ou badernas todos esses anos, eu estava con
Eliza Eu não sabia nem ao menos onde estávamos ou o que iria acontecer comigo. Me sentia atraída e ao mesmo tempo aterrorizada com a sua presença. Meu corpo estava completamente arrepiado somente com o cheiro amadeirado do seu perfume que preenchia todo o ambiente. O que eu sabia à seu respeito?Nada além do seu nome André, ou melhor, André D'Angelis. O poderoso e temido senhor D'Angelis como fora chamado.Mas o que estava encoberto por trás desse olhar sombrio e ao mesmo tempo devastador?Ele me fazia tremer por inteiro somente com o seu olhar. Quando ele segurou meu braço no salão ordenando que fosse junto à ele eu sentia que o medo me preenchia por inteiro, mas ao mesmo tempo era como se existisse uma força magnética entre nós, que nos conectava sem fazermos esforço algum. De um lado existia ele e do outro Arthur. Ele trazia consigo a tempestade e Arthur a sua mansidão. Tinha muitas dúvidas rondando a minha mente, principalmente, de onde conheço o Arthur. Tinha quase certeza qu
Eliza— ME SOLTA! Esta me machucando. O que pretende? — inutilmente eu gritava desesperadaEle fingia não me ouvir, e continuava segurando meu braço com força, e me puxando por toda a escada. Só parou quando entramos em um quarto que ficava no final do corredor. Ele segurou meus braços e me jogou com toda força sobre a cama. Sentou numa poltrona antiga toda branca que estava bem em frente a porta, abriu a garrafa de vinho e deu um longo gole no próprio gargalho. Eu estava assustada, mas preparada para reagir a qualquer atitude que ele viesse ter. Até que ele bebeu mais um pouco, colocou a garrafa em cima da mesa e veio ao meu encontro com seu olhar sombrio. Mesmo assustada, não baixei a cabeça para ele, em nenhum momento. — O que você quer de mim? — eu disse tentando sentar na cama— Infelizmente o que desejo, dessa vez, não poderei ter. — ele disse subindo na cama e posicionando suas pernas em volta do meu corpoEle inclina o seu corpo sobre o meu, encostou sua barba cerrada no m
ElizaSaí, ou melhor, fui obrigada por Arthur a acompanha-lo sei lá pra onde. O olhava e percebia seu semblante sombrio causado pelo rancor, mas ao mesmo tempo, noto que existia uma tristeza em seu olhar. Não conseguia tirar André dos meus pensamentos. Aquele homem já havia mexido demais comigo desde o primeiro momento em que o vi naquela estrada, e depois de tudo o que aconteceu entre nós, era praticamente impossível tira-lo da minha memória. Principalmente sabendo que ele estava ferido e sem ninguém para ajudá-lo.Arthur me segurava pelo braço sem dizer absolutamente nenhuma palavra. Eu tentava a todo custo me desvencilhar dele, mas além de ser mais forte, ele era bastante habilidoso no modo como me segurava. Logo não pude sequer usar meus conhecimentos de defesa pessoal, pois ele sabia exatamente como agir, me impedindo de qualquer tentativa de fulga.Ele me colocou com cuidado dentro do carro e em seguida deu partida. Saiu em alta velocidade sem pronunciar uma palavra sequer. Em m
ElizaDepois daquele beijo nos sentamos em um dos bancos que havia ao redor do parque e ficamos conversando por um longo tempo. Nos dávamos muito bem, nosso entrosamento era incrível. Nunca conheci um homem que me arrancasse tantas risadas tão facilmente como Arthur. Ele contou sobre sua vida, sua infância e as diversas viagens que fez no decorrer de todos esses anos. Mas em todos os momentos ele se referia a família com uma certa nostalgia em seu olhar. Era como se em sua vida existisse uma lacuna, um espaço vazio, necessitando urgentemente ser preenchido. Em nenhum momento ele questionou o motivo da minha presença naquele clube e muito menos o que eu fazia para sobreviver. Realmente ele era um sonho de homem, um verdadeiro anjo.— Depois daquele dia que nos conhecemos durante bastante tempo eu pensei em você. Mas até hoje não compreendo porque não poderíamos ser amigos. — falo olhando para o jardim a nossa volta— Eu lembrei de você a minha vida inteira. Te procurei por todos os lug
Valentina D'Angelis— Ai meu Deus! Meu filho, o que fizeram com você?Comecei a gritar por ajuda e logo Marco aparece, em seguida Adriel descendo as pressas vindo em nossa direção. — Dio mio, André? — Marco fala agitado enquanto colocava o dedo na jugular de André e percebe que ele ainda respirava. — Ele está respirando. Acalme-se Valentina. Nervosismo e lágrimas não adiantam nada nesses momentos. Precisamos manter a calma e pensar na melhor maneira de agir. — Ele está completamente bêbado e com certeza nem deve lembrar do que ouve. — Adriel dizia enquanto o colocava deitado no sofá com ajuda dos seguranças — Ele levou um tiro no ombro, mas foi de raspão. Ligue pro seu tio Francesco e peça para ele vir aqui urgente. — Marco ordena— Sim, babo. — Adriel disse pegando o celular no bolso e discando o número — Ai meu Deus! Por que você age desse jeito tão inconsequente, meu filho? — falo sentando ao seu lado e deitando seu corpo em meu colo— Com certeza isso foi obra dos malditos Gre
ElizaArthur e eu conversamos tanto que nem percebemos todo o movimento sendo formado ao nosso redor. Já havia amanhecido e muitas pessoas estavam inďo e vindo pelas ruas da cidade. Nos levantamos e Arthur envolveu seu braço no meu ombro, me oferecendo um abraço suave e protetor. Logo retribui tal carinho sem pensar sequer duas vezes. Eu adorava a sua companhia e sua presença me trazia conforto, além de uma sensação de proteção. Não que teríamos algum romance ou algo do tipo, pois eu estava longe de querer isso, mas ele definitivamente era a paz que eu tanto procurava. Caminhamos por um curto período e ele me levou até o carro. Abriu a porta e apenas entrei. Não questionei em momento algum suas intenções, somente confiei.. isso mesmo, confiei em meus instintos e simplesmente de deixei guiar por eles. Enquanto ele dirigia colocou a sua mão sobre a minha dando um beijo e em seguida entrelaçando nossos dedos. Acariciei o seu cabelo e ele sorriu sedutoramente. Permanecemos assim por um l