ElizaSaí, ou melhor, fui obrigada por Arthur a acompanha-lo sei lá pra onde. O olhava e percebia seu semblante sombrio causado pelo rancor, mas ao mesmo tempo, noto que existia uma tristeza em seu olhar. Não conseguia tirar André dos meus pensamentos. Aquele homem já havia mexido demais comigo desde o primeiro momento em que o vi naquela estrada, e depois de tudo o que aconteceu entre nós, era praticamente impossível tira-lo da minha memória. Principalmente sabendo que ele estava ferido e sem ninguém para ajudá-lo.Arthur me segurava pelo braço sem dizer absolutamente nenhuma palavra. Eu tentava a todo custo me desvencilhar dele, mas além de ser mais forte, ele era bastante habilidoso no modo como me segurava. Logo não pude sequer usar meus conhecimentos de defesa pessoal, pois ele sabia exatamente como agir, me impedindo de qualquer tentativa de fulga.Ele me colocou com cuidado dentro do carro e em seguida deu partida. Saiu em alta velocidade sem pronunciar uma palavra sequer. Em m
ElizaDepois daquele beijo nos sentamos em um dos bancos que havia ao redor do parque e ficamos conversando por um longo tempo. Nos dávamos muito bem, nosso entrosamento era incrível. Nunca conheci um homem que me arrancasse tantas risadas tão facilmente como Arthur. Ele contou sobre sua vida, sua infância e as diversas viagens que fez no decorrer de todos esses anos. Mas em todos os momentos ele se referia a família com uma certa nostalgia em seu olhar. Era como se em sua vida existisse uma lacuna, um espaço vazio, necessitando urgentemente ser preenchido. Em nenhum momento ele questionou o motivo da minha presença naquele clube e muito menos o que eu fazia para sobreviver. Realmente ele era um sonho de homem, um verdadeiro anjo.— Depois daquele dia que nos conhecemos durante bastante tempo eu pensei em você. Mas até hoje não compreendo porque não poderíamos ser amigos. — falo olhando para o jardim a nossa volta— Eu lembrei de você a minha vida inteira. Te procurei por todos os lug
Valentina D'Angelis— Ai meu Deus! Meu filho, o que fizeram com você?Comecei a gritar por ajuda e logo Marco aparece, em seguida Adriel descendo as pressas vindo em nossa direção. — Dio mio, André? — Marco fala agitado enquanto colocava o dedo na jugular de André e percebe que ele ainda respirava. — Ele está respirando. Acalme-se Valentina. Nervosismo e lágrimas não adiantam nada nesses momentos. Precisamos manter a calma e pensar na melhor maneira de agir. — Ele está completamente bêbado e com certeza nem deve lembrar do que ouve. — Adriel dizia enquanto o colocava deitado no sofá com ajuda dos seguranças — Ele levou um tiro no ombro, mas foi de raspão. Ligue pro seu tio Francesco e peça para ele vir aqui urgente. — Marco ordena— Sim, babo. — Adriel disse pegando o celular no bolso e discando o número — Ai meu Deus! Por que você age desse jeito tão inconsequente, meu filho? — falo sentando ao seu lado e deitando seu corpo em meu colo— Com certeza isso foi obra dos malditos Gre
ElizaArthur e eu conversamos tanto que nem percebemos todo o movimento sendo formado ao nosso redor. Já havia amanhecido e muitas pessoas estavam inďo e vindo pelas ruas da cidade. Nos levantamos e Arthur envolveu seu braço no meu ombro, me oferecendo um abraço suave e protetor. Logo retribui tal carinho sem pensar sequer duas vezes. Eu adorava a sua companhia e sua presença me trazia conforto, além de uma sensação de proteção. Não que teríamos algum romance ou algo do tipo, pois eu estava longe de querer isso, mas ele definitivamente era a paz que eu tanto procurava. Caminhamos por um curto período e ele me levou até o carro. Abriu a porta e apenas entrei. Não questionei em momento algum suas intenções, somente confiei.. isso mesmo, confiei em meus instintos e simplesmente de deixei guiar por eles. Enquanto ele dirigia colocou a sua mão sobre a minha dando um beijo e em seguida entrelaçando nossos dedos. Acariciei o seu cabelo e ele sorriu sedutoramente. Permanecemos assim por um l
Eliza— Bella, esse foi o nome que tive que usar para tentar esconder minha identidade, tudo por culpa da minha própria família. Pois, foi melhor ter sido dada como morta, do que ser submetida a um casamento arranjado.— Casamento arranjado? — Arthur se assusta — Isso mesmo. Mas o noivo morreu antes de realizarmos o casamento. Foi aí que eu tive que fugir do meu primeiro carrasco, ninguém menos do que Victorio Grecco, meu próprio pai. — sinto meus olhos marejados a cada palavra dita — É inacreditável que em pleno século XXI ainda existam esse tipo de situações. E por que seu pai te odeia tanto assim? — Arthur fala e percebo seus olhos escurecendo — É isso que vim descobrir. Mas, antes disso, preciso me livrar do maldito Hyago.— Hyago? Quem é esse? — Arthur pergunta — Ele é um dos donos daquele bordel disfarçado de clube. Por culpa de Sophie, mãe da Anna, contrai uma dívida de jogo feita por ela. E para evitar que ela morresse tomei a dívida como se fosse minha e até hoje fui obr
ArthurEstou completamente apaixonado pela Eliza e pensei que ela talvez pudesse sentir o mesmo por mim, mas pelo visto, tudo não passou de uma ilusão de criança, pois sem querer ela acabou deixando bastante claro quem é o seu preferido. Novamente o André tem que estar um passo a frente de tudo e tentando atrapalhar o meu caminho. Se já não bastasse a família agora a Eliza. Por hora vou resolver todas as pendências que ela tem com o maldito do Hyago. Ele tem uma dívida grande comigo e agora chegou a hora dele pagar. Ele tem duas opções, libertar a Eliza dessa dívida ridícula, ou ser exterminado como uma ratazana. Permaneci do lado de fora da cabana aguardando ela sair. Estava um pouco decepcionado com sua atitude e isso não vou negar, mas nada que o tempo não resolva. Vou deixá-la no seu apartamento e em seguida vou para casa. Estou exausto e necessito descansar um pouco a mente para planejar muito bem os meus próximos passos. Ainda preciso conversar com Juan para tratar da negociata
ArthurAo deixar a Eliza naquele lugar senti meu coração gelar. Não queria que ninguém a fizesse mal e tinha certeza que ali não seria o melhor lugar para mantê -la em segurança. Mas eu precisava tomar todas as decisões calmamente para que nada de ruim acontecesse à ela e muito menos a Anna. Ela já havia sofrido muito durante todos esses anos. Como o próprio pai foi capaz de maltratar tanto assim a própria filha? Algo de errado estava envolvido nisso tudo e eu precisava descobrir.Eliza, Eliza Grecco... seu sobrenome carrega muitos sentimentos ruins... medo, ódio, inveja, vingança, morte.... por culpa de sua família perdi os meus queridos avós. Tudo por culpa de uma guerra maldita e descabida em busca de poder. Eu estava cansado de tudo isso. Pensava que ao encontra-la alcançaria a paz e o conforto que tanto almeijei por esses longos quinze anos, mas infelizmente, tudo não passou de mera ilusão. A única coisa que eu encontrei nesse lugar e ao seu lado foi desilusão, decepção e um des
ElizaArthur me deixou naquele maldito apartamento sem sequer olhar para trás, e outra vez me senti solitária e completamente perdida. Nunca imaginei que pudesse dizer algo assim, mas em poucas horas ele conseguiu conquistar a minha confiança de uma maneira inexplicável. Agora mais do que nunca, tenho certeza de que se não tivessem nos afastado na infância, teríamos sido grandes amigos. Mas essa maldita desavença entre nossas famílias só tem nos causado dor e sofrimento, e o pior de tudo, é que até hoje não sei a verdade sobre essa rivalidade que dura décadas. Mas posso afirmar que o grande culpado são a família Grecco. Por que digo isso? Porque já tive o desprazer de sentir na própria pele até onde a maldade de um Grecco é capaz de chegar, exilar a própria filha e ainda a entregar para um homem que sequer conhecia. Sério, ainda não consigo acreditar que fugi daquele maldito casamento arranjado com aquele filho dos Delfine, mas tudo isso devo ao Enzo, que logo após me abandonou sem