Grécia antiga, milhares de anos antes de Cristo
O corpo dela se arrastava pela beirada do penhasco.
Por um minuto ela não teve forças para continuar, não queria. Na verdade, ela apenas queria morrer ali.
Reviveu as últimas horas e lágrimas escorriam por seu rosto. Seu corpo doía de tantas maneiras, que ela não conseguia sequer pensar. As violações cometidas contra ela, eram tão grotescas que não conseguia contabilizar em seus pensamentos, ainda mais por quem haviam sido feitas. Por algum tempo ela se permitiu chorar.
Atrás dela, a ilha mítica pegava fogo em caos e destruição. Como ela havia sido destruída. De tantas formas, que agonizava em pequenos soluços de desespero.
Mas, poderia suportar, alguns metros. Só mais um pouquinho, repetia em sua mente. Ela então tocou a beira do precipício que se abria para o mar Egeu. O corpo deixava uma trilha de sangue para trás, porém pouco se importava. Ela queria somente acabar com aquilo de uma vez. Nada na vida valia a pena agora. Tudo fora tirado dela de um jeito que era inominável.
Em um último impulso de força, com o pouco poder sobrenatural que lhe restava, jogou-se para o mar. Fechou os olhos e esperou a morte vir buscá-la. Só que diferente do que ela pensava, quando as ondas furiosas a abraçaram, um tipo de ser diferente apareceu e ela sabia quem era, antes mesmo que conseguisse abrir os olhos em meio a escuridão daquela água.
Por que você fez isso? a voz sombriamente calma, sussurrou através dos redemoinhos de água que tocavam seu rosto.
Sua mente ainda estava completamente clara, lúcida e sem precisar abrir os lábios, ele absorveu seus pensamentos mais rápido do que se tivesse dito. E ela sentiu a fúria devastadora que tomava conta dele.
Eu vou tomar cada alma que te tocou, vou matar um por um daqueles que um dia amei, para vingá-la, meu amor. Como minha consorte, lhe tornarei minha igual, com um pedaço de minha alma e você viverá para sempre, como a minha deusa do mar.
Ela abriu os olhos e o que viu, mudaria completamente a existência dela pelos próximos milênios. O feixe de luz incandescente se tornava cada vez maior e mais denso naquela escuridão do mar. As chamas bruxuleantes de um fogo dourado a tocou, fazendo com que gritasse.
Grécia antiga, milhares de anos antes de CristoO corpo dela se arrastava pela beirada do penhasco.Por um minuto ela não teve forças para continuar, não queria. Na verdade, ela apenas queria morrer ali.Reviveu as últimas horas e lágrimas escorriam por seu rosto. Seu corpo doía de tantas maneiras, que ela não conseguia sequer pensar. As violações cometidas contra ela, eram tão grotescas que não conseguia contabilizar em seus pensamentos, ainda mais por quem haviam sido feitas. Por algum tempo ela se permitiu chorar.Atrás dela, a ilha mítica pegava
Eu estava derivando… Seria eu espuma? Seria eu ondas?Onde meu corpo se encontrava?Claro, oh sim! Eu era parte dela. Ela era parte de mim. E nessa vida escura, infinita e maravilhosa. Nós éramos mar. Calmaria. Vente e tormenta.Acordei sobressaltada e quase caí da cama.Respirei fundo e percebi que meu coração estava sobressaltado. Como se eu tivesse corrido uma maratona toda. Sentei e tentei acalmar meu coração. Por um momento eu tive a sensação de estar submersa na água, seja no mar ou em algum lago. Ainda conseguia sentir a corrente me jogando para todos os lugares. Mas, deveria ser só o suor. Estava quente demais e ali era Fernando de No
Passarinhos cantavam lá fora.Abri meus olhos e estava em meu quarto de hotel. As lembranças da noite passada inundaram minha mente e sorri, eu estava completamente encantada com Hália. Com seu sorriso, com sua presença tão dominante, mas tão gentil. Ela conseguia me fazer rir, me divertir e sentir um prazer absurdo apenas com as pontas dos dedos. Achei que poderia ser estranho. Que nós talvez não fossemos nos entender tanto, afinal aquela mulher era maravilhosa, poderia ter a mulher que quisesse, alguém cem porcento certa de sua sexualidade. Mas, por algum motivo ela tinha gostado de mim, e eu dela.Me levantei e caminhei para o banheiro tomar uma ducha. Tomei um banho rápido e minha pele estava tremendamente sensível depois daquele orgasmo incrível que eu havia tid
Hália passou os braços ao meu redor, colocando a mão sob meu queixo e segurando meu cabelo pela nuca. Sua língua tocou a minha e senti meu corpo oscilar com a descarga elétrica que me envolveu. Me apertei à ela e pressionei meu corpo contra o seu. Nós nos beijamos com mais intensidade e então ela me soltou, para me levar ao patamar que dava acesso ao barco. De joelhos, ela me encarou, mais alta que eu, Hália passou delicadamente seus dedos por meu rosto, seus olhos eram do mais claro de castanho dourado ao sol, assim como os cabelos cor de mel, me devoravam.Sua boca voltou para a minha e ela me beijou com vontade.As mãos dela agarraram minha bunda e gemi em sua boca. Hália apertava minha pele, seus lábios percorreram meu rosto, sua respiração alta faz
Acordei com um toque alto em minha porta. Batidas frenéticas e incessantes.- Você só pode estar de brincadeira comigo… - murmurei.Me sentei na cama, tirando o cabelo ressecado e enrolado em um grande nó. Sai indo até o banheiro vestir o roupão e notei que estava sozinha no quarto. Hália deveria ter ido para casa. Pelo menos um bilhete teria sido bom. Revirei os olhos e fui atender a porta que ainda fazia barulhos. Jesus, eram nove horas da manhã.Assim que abri a porta, tentei fechar, mas dois braços masculinos a seguraram e forçaram a entrada.- Me deixe entrar, Elescia! - a voz grossa disse.Rugi de raiva e quase bati
Sob o sol escaldante, deitada em uma espreguiçadeira, ouvi meu celular tocando o barulhinho de mensagens. Fazia um bom tempo que eu não dava atenção para ele. Precisava mandar alguns emails e tentar decidir por onde começaria quando voltasse.Quando você volta, piranha?Dei risada ao me deparar com a primeira mensagem, que era de Mateo, meu melhor amigo, praticamente irmão.Pode ser que eu demore mais alguns dias.Ele respondeu no mesmo instante.Algum homem tem haver com isso?Se ele soub
O sol despertou no horizonte e encarei areia de mãos dadas com Hália.Como um alarme, milhões de tartaruguinhas abriram caminho para o mar que quebrava na praia. Hália apertou minha mão e beijou meu cabelo.Confiante, cada tartaruguinha seguia seu rumo e lutando com a areia granulosa, atingindo a água espumante que desabrochava. Observei fascinada elas entrarem uma a uma no mar e não saí de meu lugar, na área de preservação que Hália havia me trazido e bebi direto do gargalo do espumante de ouro. Eu estava completamente bêbada e muito louca, depois da noite incrível que tinha tido. Regada a danças, comida e muito sexo, Hália tinha me levado para além do meu limite conhecido e me sentia drenada de forças física, mas sent
Bertran Conai me encarou e bateu sua caneta em seus papéis, nós dois nos encarando sem conseguir entender como resolver tudo aquilo.- Você ia se casar com Jasper, ele foi até você em Fernando de Noronha e lá você se casou com uma mulher chamada… - ele olhou a cópia que havia conseguido pelo sistema de cartório do país. - Hália Kouris. Isso é grego? - ele indagou, surpreso e assenti. - Então, Jasper ia liquidar as dívidas da empresa e colocar os salários em dia. Mas, provavelmente para tirar algum lucro da editora, teria que vender e começar praticamente do zero.Fechei meus olhos e respirei fundo. Fazia três dias que tinha voltado de viagem e o estresse tinha voltado como um monstro devorando minha cabeça, meu corpo e min