Bertran Conai me encarou e bateu sua caneta em seus papéis, nós dois nos encarando sem conseguir entender como resolver tudo aquilo.
- Você ia se casar com Jasper, ele foi até você em Fernando de Noronha e lá você se casou com uma mulher chamada… - ele olhou a cópia que havia conseguido pelo sistema de cartório do país. - Hália Kouris. Isso é grego? - ele indagou, surpreso e assenti. - Então, Jasper ia liquidar as dívidas da empresa e colocar os salários em dia. Mas, provavelmente para tirar algum lucro da editora, teria que vender e começar praticamente do zero.
Fechei meus olhos e respirei fundo. Fazia três dias que tinha voltado de viagem e o estresse tinha voltado como um monstro devorando minha cabeça, meu corpo e min
Encarei Hália até o último funcionário sair da sala. Bertran ao ver minha expressão também havia ido embora e salientando que precisávamos nos encontrar para almoçar naquela semana novamente. Ela fechou a porta e me olhou, colocando os braços para trás. Ainda não havíamos trocado uma palavra desde o brinde, e mesmo após uma hora ainda não tinha conseguido assimilar sua presença tão marcante, mas que naquele momento estava me dando raiva.Hália colocou algumas taças no lugar, arrumando e sabia que estava protelando.- O que você acha de levarmos alguns relatórios para a sala de reuniões e lá poderemos conversar mais à vontade? - ela sugeriu. HáliaDobrei o pescoço e estiquei os braços, me alongando no chão de minha sala de estar. Olhei para os milhares de papéis à minha frente e me servi de mais uma dose de conhaque. Eu não ficava bêbada tão fácil, mas de estômago vazio e cansada como estava, me sentia levemente alterada. Mas, nã10. ALÉM DA RAZÃO
Hália- Você a ama? - a voz de Gretta sussurrou perto do meu ouvido.Nós estávamos deitadas sob a cama antiga, da minha casa da Grécia há tantos milênios antes.Parei alguns segundos para pensar.- Mais do que a mim mesma. - respondi sabendo que eu tinha certeza.Ela enrolou uma mecha de meu cabelo entre os dedos.- Por que com ela é tão diferente? - ela indagou.Diferente de Elescia, Gretta era extrema
Passei a mão em Orfeu e olhei a Hália caminhando de um lado para o outro, falando ao telefone e Orfeu e eu, estávamos deitados no sofá do apartamento dela, vendo-a andar impaciente para lá e pra cá, falando ao telefone ou às vezes, gritando.Ela desligou irritada e pensei em insistir em como ela não havia sido atingida pelas balas, mas os dois seguranças estavam na cozinha com um notebook, que parecia do exército e conversavam baixo. Hália ainda vestia as mesmas roupas rasgadas e não tinha parado um minuto desde que havíamos chegado.- Senhora. - um deles chamou da cozinha e eu ainda não tinha ideia de quem era quem.Hália levantou o rosto e foi até lá.
- Já posso tirar? - perguntei, curiosa.Eu odiava surpresas, porque estava ansiosa o suficiente para não ter a paciência de esperar.Ouvi o riso de Hália. Pois, ver era meio difícil pela faixa que cobria meus olhos. Ela estava dirigindo para algum lugar e havia colocado antes de sairmos de casa para que a surpresa fosse completa - palavras dela - e eu pudesse ter um impacto maior. Ouvia a voz do GPS e batia os pés nervosos.Estava de camiseta do meu seriado favorito, calças boyfriend e o all star roubado de Hália. O cabelo solto e bagunçado ao natural. Um look bem de domingo e fosse para onde Hália estava planejando me levar, eu me sentiria confortável. Até porque ela não tinha deixado que demora
O alívio foi se assentar no meu peito após perceber que Hália estava completamente certa.Jasper foi preso e isso repercutiu em vários canais de informação, concedi algumas entrevistas rápidas, mas Bertran e os advogados dela haviam cuidado de tudo. Mas, nesse meio, a única coisa que não estava certa era a opinião do meu pai sobre isso. Pois, desde que havia acordado, recusava veemente qualquer visita minha e quem cuidava diretamente de seus cuidados pessoais e quaisquer necessidade era Bertram, que ficava indignado pela posição de meu pai, mas em nada poderia fazer. Hália também não gostava nada disso, ficava inconformada com esse comportamento, porém não falava.No entanto, eu sabia que uma hora meu pai cairia em si e que
Abri os olhos e a primeira coisa que senti foi dor. Muita dor. Rolei na cama e gemi.- Pode levar um pouco de tempo para passar esse incômodo. Coloquei alguns remédios que podem ajudar. - B1 disse sentado em uma poltrona e apontou para a mesinha de cabeceira, onde haviam vários comprimidos e um copo de água.Olhei para ele e eu estava em minha cama, no quarto de hotel. Minhas roupas haviam sido trocadas e conseguia sentir um emplastro em minha nuca. Minhas costelas também doíam bastante, mas não estavam quebradas. Porém, ficariam roxas até o mês seguinte.- Não toquei na senhora enquanto dava três pontos em seu corte. A garota me ajudou a fazer os curativos e a vestiu. Garota esperta ela. - ele observou e abriu
HáliaMeu inferno pessoal começou há dois dias atrás quando Annie havia lembrado a Elescia da viagem que fariam.Eu não era sob nenhuma hipótese tão ciumenta e controladora assim, muito menos tão possessiva, porém estar com ameaças pairando em sua cabeça, remetiam as coisas para outro sentido. E não eram vindas apenas de um lado só. Mas, em vários. E eu cuidava todos os dias para que nada acontecesse com ela. Não conseguia suportar a ideia de algum perigo rondá-la e isso me apavorava muito. Não sabia o que aquele monstro poderia fazer com ela, que tipo de criminosos eram aqueles que o pai havia se envolvido ou se aquele idiota preso, poderia sair e cometer algum ato terrível.