Abri os olhos e a primeira coisa que senti foi dor. Muita dor. Rolei na cama e gemi.
- Pode levar um pouco de tempo para passar esse incômodo. Coloquei alguns remédios que podem ajudar. - B1 disse sentado em uma poltrona e apontou para a mesinha de cabeceira, onde haviam vários comprimidos e um copo de água.
Olhei para ele e eu estava em minha cama, no quarto de hotel. Minhas roupas haviam sido trocadas e conseguia sentir um emplastro em minha nuca. Minhas costelas também doíam bastante, mas não estavam quebradas. Porém, ficariam roxas até o mês seguinte.
- Não toquei na senhora enquanto dava três pontos em seu corte. A garota me ajudou a fazer os curativos e a vestiu. Garota esperta ela. - ele observou e abriu
HáliaMeu inferno pessoal começou há dois dias atrás quando Annie havia lembrado a Elescia da viagem que fariam.Eu não era sob nenhuma hipótese tão ciumenta e controladora assim, muito menos tão possessiva, porém estar com ameaças pairando em sua cabeça, remetiam as coisas para outro sentido. E não eram vindas apenas de um lado só. Mas, em vários. E eu cuidava todos os dias para que nada acontecesse com ela. Não conseguia suportar a ideia de algum perigo rondá-la e isso me apavorava muito. Não sabia o que aquele monstro poderia fazer com ela, que tipo de criminosos eram aqueles que o pai havia se envolvido ou se aquele idiota preso, poderia sair e cometer algum ato terrível.
HáliaFiquei parada durante longos minutos encarando Gretta, tentando entender se minha mente tão velha, não estava pregando uma peça. O vento balançava os cabelos mais longos do que eu já vira nela e ela me puxou do chão, passando os braços por mim e era tão real quanto eu, que estava completamente confusa. Envolvi sua cintura e apertei seu corpo, ainda sem entender como aquilo estava acontecendo. Ela afundou o rosto em meu pescoço e beijou minha pele. Seu cheiro era tão fresco e natural como o orvalho. Uma das coisas que mais me atraia nela era a pureza como fachada, mas a fúria interior. Ela era destemida, havia morrido por tentar me defender e ela tentou de todas as maneiras fugir comigo.- Você não sabe como é dif&iacut
Durante os cinco meses que se seguiram foi um período de adaptação onde metade do tempo, me dedicava ao trabalho, as tarefas de casa, as crianças e tentava praticar qualquer coisa que ocupasse a minha mente, luta e estande de tiro eram as minhas atividades favoritas. Mas, na outra metade trabalhava a cabeça para conseguir esquecer Hália e tudo que eu tinha passado.Foram longas noites chorando, desesperada tentando entender onde é que eu tinha errado, se ela me amava tanto assim, como conseguia ter feito aquilo comigo? A dor é algo cruel. Que te corrói até não sobrar mais nada. Fiquei vazia, como uma casca sem conteúdo. Uma embalagem estragada, inútil e sem sentido. Me sentia assim todos os dias e não era fácil. Minha sorte foi algo chamado Madeleine e Oliver. HáliaFechei um olho e mirei pelo pequeno vão da janela velha e quebrada. Com o silenciador não teria alarde sobre o alvo em potencial, que andava de um lado para o outro, apontando a arma para as pequenas crianças vítimas de tráfico humano. Por três segundos observei duas, das muitas crianças que estavam encolhidas e chorando quase que mudas pelas ameaças constantes.A menina tinha o cabelo um pouco mais liso… Mas, a cor dos olhos um pouco mais claros. O menino tinha o mesmo tamanho. O cabelo é só um pouco maior.Fechei os olhos e respirei fundo. Não poderia falhar agora. Tínhamos passado meses em busca dessas crianças. Engoli a saliva seca do deserto do Sud&19. UM NOVO ALVO
Jasper me encarava parecendo dez anos mais velho desde que eu o tinha visto.A respiração ficou presa em minha garganta e apenas o que veio à minha cabeça foram os meus filhos lá em cima ainda dormindo ou o pequeno ser que agitava agora em minha barriga. Segurei a Taurus para baixo, colocando-a de lado, para que ele não visse.- Jasper, o que está fazendo aqui? - tentei soar o mais leve possível.Ele se levantou de onde estava e tranquilamente andou, percorrendo a cozinha lentamente e notei o volume em sua cintura. Ou seja, também carregava uma arma consigo. Ele me encarou profundamente, absorvendo minhas mudanças físicas e não pareceu se surpreender quando viu o volume mediano em minha barriga.
Acelerei pela estrada de terra e me xinguei mentalmente.Com tanta insistência de Annie vir nessa viagem, me ofereci no lugar para conseguir distrair a cabeça do que havia acontecido há três dias.Tinha deixado as crianças com Mateo no fim de semana e eles amavam o tio. Meu melhor amigo e quase irmão, havia brigado para que eu pedisse para alguém ir comigo e não ir dirigindo. Mas, dirigir me fazia focar em outras coisas e relaxar. Ainda mais o Civic. Nem tanto, apenas por lembrar das coisas que havia feito com a Hália dentro desse carro. E pensar nela, em tudo que nós havíamos vivido estava mais à tona depois de ver que meus seguranças eram demônios, o que eu só poderia pensar o pior.Mal tinha dor
HáliaErgui as sobrancelhas e o ar dentro de mim se esvaiu. A perplexidade em meu rosto, que encarou o ventre avantajado de Elescia.- Explique. - pedi em um fio de voz.Ela suspirou e arrumou o cabelo, que estava ligeiramente mais claro nas pontas, acendendo seus olhos verdes cor de jade. Redonda e de vestido, ela era encantadora. A persona de feminilidade e beleza. Mas, isso não fez com que eu me acalmasse. Meu coração trovejava em meus ouvidos.- Há mais ou menos seis meses, a nossa ginecologista entrou em contato para me dizer que os seus óvulos estavam se deteriorando. Pois, você havia congelado em uma decisão depois que ela comentou sobre a possibilid
Abri os olhos e um bipe chato soava muito próximo de meus ouvidos. Encarei o quarto claro demais, o sol aquecendo a pele dos meus braços. Mãos seguravam as minhas e Hália dormia, curvada em uma cadeira, o rosto apoiado na beirada da cama, meio de lado, provavelmente sendo terrivelmente desconfortável.Olhei para o amor da minha vida e quis chorar. Ver Mateo atacando-a daquele jeito, tinha me feito ficar nervosa, entre defender Mateo, concordar com ele algumas partes, mas sabia que nada era resolvido daquela forma, e defender Hália, também entendendo completamente seu lado. Eu sabia de seu instinto como uma mãe galinha super protetora. Ela iria me defender com unhas e dentes, tinha visto isso várias vezes em sua expressão e rezei a Deus agradecendo por ela não ter arrancado o pescoço dele. Não acho que deveria s