Hália
- Você a ama? - a voz de Gretta sussurrou perto do meu ouvido.
Nós estávamos deitadas sob a cama antiga, da minha casa da Grécia há tantos milênios antes.
Parei alguns segundos para pensar.
- Mais do que a mim mesma. - respondi sabendo que eu tinha certeza.
Ela enrolou uma mecha de meu cabelo entre os dedos.
- Por que com ela é tão diferente? - ela indagou.
Diferente de Elescia, Gretta era extrema
Passei a mão em Orfeu e olhei a Hália caminhando de um lado para o outro, falando ao telefone e Orfeu e eu, estávamos deitados no sofá do apartamento dela, vendo-a andar impaciente para lá e pra cá, falando ao telefone ou às vezes, gritando.Ela desligou irritada e pensei em insistir em como ela não havia sido atingida pelas balas, mas os dois seguranças estavam na cozinha com um notebook, que parecia do exército e conversavam baixo. Hália ainda vestia as mesmas roupas rasgadas e não tinha parado um minuto desde que havíamos chegado.- Senhora. - um deles chamou da cozinha e eu ainda não tinha ideia de quem era quem.Hália levantou o rosto e foi até lá.
- Já posso tirar? - perguntei, curiosa.Eu odiava surpresas, porque estava ansiosa o suficiente para não ter a paciência de esperar.Ouvi o riso de Hália. Pois, ver era meio difícil pela faixa que cobria meus olhos. Ela estava dirigindo para algum lugar e havia colocado antes de sairmos de casa para que a surpresa fosse completa - palavras dela - e eu pudesse ter um impacto maior. Ouvia a voz do GPS e batia os pés nervosos.Estava de camiseta do meu seriado favorito, calças boyfriend e o all star roubado de Hália. O cabelo solto e bagunçado ao natural. Um look bem de domingo e fosse para onde Hália estava planejando me levar, eu me sentiria confortável. Até porque ela não tinha deixado que demora
O alívio foi se assentar no meu peito após perceber que Hália estava completamente certa.Jasper foi preso e isso repercutiu em vários canais de informação, concedi algumas entrevistas rápidas, mas Bertran e os advogados dela haviam cuidado de tudo. Mas, nesse meio, a única coisa que não estava certa era a opinião do meu pai sobre isso. Pois, desde que havia acordado, recusava veemente qualquer visita minha e quem cuidava diretamente de seus cuidados pessoais e quaisquer necessidade era Bertram, que ficava indignado pela posição de meu pai, mas em nada poderia fazer. Hália também não gostava nada disso, ficava inconformada com esse comportamento, porém não falava.No entanto, eu sabia que uma hora meu pai cairia em si e que
Abri os olhos e a primeira coisa que senti foi dor. Muita dor. Rolei na cama e gemi.- Pode levar um pouco de tempo para passar esse incômodo. Coloquei alguns remédios que podem ajudar. - B1 disse sentado em uma poltrona e apontou para a mesinha de cabeceira, onde haviam vários comprimidos e um copo de água.Olhei para ele e eu estava em minha cama, no quarto de hotel. Minhas roupas haviam sido trocadas e conseguia sentir um emplastro em minha nuca. Minhas costelas também doíam bastante, mas não estavam quebradas. Porém, ficariam roxas até o mês seguinte.- Não toquei na senhora enquanto dava três pontos em seu corte. A garota me ajudou a fazer os curativos e a vestiu. Garota esperta ela. - ele observou e abriu
HáliaMeu inferno pessoal começou há dois dias atrás quando Annie havia lembrado a Elescia da viagem que fariam.Eu não era sob nenhuma hipótese tão ciumenta e controladora assim, muito menos tão possessiva, porém estar com ameaças pairando em sua cabeça, remetiam as coisas para outro sentido. E não eram vindas apenas de um lado só. Mas, em vários. E eu cuidava todos os dias para que nada acontecesse com ela. Não conseguia suportar a ideia de algum perigo rondá-la e isso me apavorava muito. Não sabia o que aquele monstro poderia fazer com ela, que tipo de criminosos eram aqueles que o pai havia se envolvido ou se aquele idiota preso, poderia sair e cometer algum ato terrível.
HáliaFiquei parada durante longos minutos encarando Gretta, tentando entender se minha mente tão velha, não estava pregando uma peça. O vento balançava os cabelos mais longos do que eu já vira nela e ela me puxou do chão, passando os braços por mim e era tão real quanto eu, que estava completamente confusa. Envolvi sua cintura e apertei seu corpo, ainda sem entender como aquilo estava acontecendo. Ela afundou o rosto em meu pescoço e beijou minha pele. Seu cheiro era tão fresco e natural como o orvalho. Uma das coisas que mais me atraia nela era a pureza como fachada, mas a fúria interior. Ela era destemida, havia morrido por tentar me defender e ela tentou de todas as maneiras fugir comigo.- Você não sabe como é dif&iacut
Durante os cinco meses que se seguiram foi um período de adaptação onde metade do tempo, me dedicava ao trabalho, as tarefas de casa, as crianças e tentava praticar qualquer coisa que ocupasse a minha mente, luta e estande de tiro eram as minhas atividades favoritas. Mas, na outra metade trabalhava a cabeça para conseguir esquecer Hália e tudo que eu tinha passado.Foram longas noites chorando, desesperada tentando entender onde é que eu tinha errado, se ela me amava tanto assim, como conseguia ter feito aquilo comigo? A dor é algo cruel. Que te corrói até não sobrar mais nada. Fiquei vazia, como uma casca sem conteúdo. Uma embalagem estragada, inútil e sem sentido. Me sentia assim todos os dias e não era fácil. Minha sorte foi algo chamado Madeleine e Oliver. HáliaFechei um olho e mirei pelo pequeno vão da janela velha e quebrada. Com o silenciador não teria alarde sobre o alvo em potencial, que andava de um lado para o outro, apontando a arma para as pequenas crianças vítimas de tráfico humano. Por três segundos observei duas, das muitas crianças que estavam encolhidas e chorando quase que mudas pelas ameaças constantes.A menina tinha o cabelo um pouco mais liso… Mas, a cor dos olhos um pouco mais claros. O menino tinha o mesmo tamanho. O cabelo é só um pouco maior.Fechei os olhos e respirei fundo. Não poderia falhar agora. Tínhamos passado meses em busca dessas crianças. Engoli a saliva seca do deserto do Sud&19. UM NOVO ALVO