Acordei com um toque alto em minha porta. Batidas frenéticas e incessantes.
- Você só pode estar de brincadeira comigo… - murmurei.
Me sentei na cama, tirando o cabelo ressecado e enrolado em um grande nó. Sai indo até o banheiro vestir o roupão e notei que estava sozinha no quarto. Hália deveria ter ido para casa. Pelo menos um bilhete teria sido bom. Revirei os olhos e fui atender a porta que ainda fazia barulhos. Jesus, eram nove horas da manhã.
Assim que abri a porta, tentei fechar, mas dois braços masculinos a seguraram e forçaram a entrada.
- Me deixe entrar, Elescia! - a voz grossa disse.
Rugi de raiva e quase bati
Sob o sol escaldante, deitada em uma espreguiçadeira, ouvi meu celular tocando o barulhinho de mensagens. Fazia um bom tempo que eu não dava atenção para ele. Precisava mandar alguns emails e tentar decidir por onde começaria quando voltasse.Quando você volta, piranha?Dei risada ao me deparar com a primeira mensagem, que era de Mateo, meu melhor amigo, praticamente irmão.Pode ser que eu demore mais alguns dias.Ele respondeu no mesmo instante.Algum homem tem haver com isso?Se ele soub
O sol despertou no horizonte e encarei areia de mãos dadas com Hália.Como um alarme, milhões de tartaruguinhas abriram caminho para o mar que quebrava na praia. Hália apertou minha mão e beijou meu cabelo.Confiante, cada tartaruguinha seguia seu rumo e lutando com a areia granulosa, atingindo a água espumante que desabrochava. Observei fascinada elas entrarem uma a uma no mar e não saí de meu lugar, na área de preservação que Hália havia me trazido e bebi direto do gargalo do espumante de ouro. Eu estava completamente bêbada e muito louca, depois da noite incrível que tinha tido. Regada a danças, comida e muito sexo, Hália tinha me levado para além do meu limite conhecido e me sentia drenada de forças física, mas sent
Bertran Conai me encarou e bateu sua caneta em seus papéis, nós dois nos encarando sem conseguir entender como resolver tudo aquilo.- Você ia se casar com Jasper, ele foi até você em Fernando de Noronha e lá você se casou com uma mulher chamada… - ele olhou a cópia que havia conseguido pelo sistema de cartório do país. - Hália Kouris. Isso é grego? - ele indagou, surpreso e assenti. - Então, Jasper ia liquidar as dívidas da empresa e colocar os salários em dia. Mas, provavelmente para tirar algum lucro da editora, teria que vender e começar praticamente do zero.Fechei meus olhos e respirei fundo. Fazia três dias que tinha voltado de viagem e o estresse tinha voltado como um monstro devorando minha cabeça, meu corpo e min
Encarei Hália até o último funcionário sair da sala. Bertran ao ver minha expressão também havia ido embora e salientando que precisávamos nos encontrar para almoçar naquela semana novamente. Ela fechou a porta e me olhou, colocando os braços para trás. Ainda não havíamos trocado uma palavra desde o brinde, e mesmo após uma hora ainda não tinha conseguido assimilar sua presença tão marcante, mas que naquele momento estava me dando raiva.Hália colocou algumas taças no lugar, arrumando e sabia que estava protelando.- O que você acha de levarmos alguns relatórios para a sala de reuniões e lá poderemos conversar mais à vontade? - ela sugeriu. HáliaDobrei o pescoço e estiquei os braços, me alongando no chão de minha sala de estar. Olhei para os milhares de papéis à minha frente e me servi de mais uma dose de conhaque. Eu não ficava bêbada tão fácil, mas de estômago vazio e cansada como estava, me sentia levemente alterada. Mas, nã10. ALÉM DA RAZÃO
Hália- Você a ama? - a voz de Gretta sussurrou perto do meu ouvido.Nós estávamos deitadas sob a cama antiga, da minha casa da Grécia há tantos milênios antes.Parei alguns segundos para pensar.- Mais do que a mim mesma. - respondi sabendo que eu tinha certeza.Ela enrolou uma mecha de meu cabelo entre os dedos.- Por que com ela é tão diferente? - ela indagou.Diferente de Elescia, Gretta era extrema
Passei a mão em Orfeu e olhei a Hália caminhando de um lado para o outro, falando ao telefone e Orfeu e eu, estávamos deitados no sofá do apartamento dela, vendo-a andar impaciente para lá e pra cá, falando ao telefone ou às vezes, gritando.Ela desligou irritada e pensei em insistir em como ela não havia sido atingida pelas balas, mas os dois seguranças estavam na cozinha com um notebook, que parecia do exército e conversavam baixo. Hália ainda vestia as mesmas roupas rasgadas e não tinha parado um minuto desde que havíamos chegado.- Senhora. - um deles chamou da cozinha e eu ainda não tinha ideia de quem era quem.Hália levantou o rosto e foi até lá.
- Já posso tirar? - perguntei, curiosa.Eu odiava surpresas, porque estava ansiosa o suficiente para não ter a paciência de esperar.Ouvi o riso de Hália. Pois, ver era meio difícil pela faixa que cobria meus olhos. Ela estava dirigindo para algum lugar e havia colocado antes de sairmos de casa para que a surpresa fosse completa - palavras dela - e eu pudesse ter um impacto maior. Ouvia a voz do GPS e batia os pés nervosos.Estava de camiseta do meu seriado favorito, calças boyfriend e o all star roubado de Hália. O cabelo solto e bagunçado ao natural. Um look bem de domingo e fosse para onde Hália estava planejando me levar, eu me sentiria confortável. Até porque ela não tinha deixado que demora