Em casa de novo

Melinda Shwast, quem sabe a jovem mais querida e simpática da pequena cidade Islamorada, com seus vinte anos vivendo com a avó. Uma jovem loira, olhos verdes, cabelos compridos, um sorriso que ilumina um ambiente, seus pais morreram quando Linda tinha penas três anos, ela viveu sua infância brincando na praia e na praça de sua cidadezinha, estudou nos melhores colégios e seu ensino superior na melhor faculdade da Flórida, voltou à sua cidade para cuidar da avó e dirigir uma empresa de empreendimentos da família. Ela não está mais acostumada com uma cidade pequena, pouco mais de 6.000 habitantes. Ainda acredita que correr de noite na praia ou na praça é seguro. Logo ela descobrirá que sua vida irá mudar muito...

- Onde foi, vovó? Não consigo achar e já estão me esperando lá na lanchonete!

- Querida, eu disse que está no sofá...

- Só um pouco velhinha, vou atender o telefone, só um pouquinho! Não saia daí.

- Oi, Fil!

- Você vem?

- Sim, estou procurando o óculos de assistir TV da vovó!

- Está na estante, eu coloquei hoje de tarde quando fui vê-la, prima!

- Obrigada, já estou indo, primo, pede um do mesmo que você irá comer sem cebola!

- Sim, capitã!

Ela desligou o telefone e voltou para a sala.

- Vovó, não disse que o Filipe esteve aqui! Eu teria lembrando onde ele guarda seu óculos, querida!

- Ai, filha, desculpa eu esqueci que ele veio almoçar comigo, ele trouxe marisco!

- Hum, que delícia! - Linda odeia marisco. – Vou descer, irei pedir para Maggy vir cuidar de você até eu chegar. Não saia do lugar antes dela chegar. Amo você, velhinha!

- Cuidado, criança!

A vovó Sarah, está lúcida, porém têm alguns lapsos de memória, ela está com setenta e dois anos e tem um problema de paralisia parcial nas pernas. Então Melinda paga para Maggy, uma vizinha, cuidar da vovó... Levar no banheiro, colocá-la no banho, fazer comida, colocá-la para dormir, coisas básicas!

Linda entrou na lanchonete e todos fizeram uma festa, fazia tempo que eles não se juntavam, quase todos os formandos do ensino médio, resumidos naqueles que não foram embora ou morreram, a maioria de overdose, mais exatamente treze de vinte e dois jovens...

- Pedi um hambúrguer para nós.

Pediram uma cerveja para cada e brindaram a volta de Melinda. Fernanda, irmã mais nova de Filipe estava junto. Eles comeram e beberam mais um pouco, depois foram passear na praça que eles costumavam matar aula... Abriram o porta-malas do carro de Guilherme e tiraram uma mala térmica, sentaram e ficaram bebendo, Linda deitou nas pernas de Henrique que ficou brincando nos seus cabelos.

- Lembra aquela vez que eu amarrei seus cabelos com um pedaço de folha de coqueiro?

- Lembro aquela gosma grudou no meu cabelo e eu não conseguia tirar... - Ela levantou rápido. - Não está fazendo de novo, né?

Henrique a segurou e acomodou-a em suas pernas novamente. – Não sou mais tão infantil, Lindinha!

Eles começaram a relembrar o passado. Grandes histórias e muitas alegrias.

- Quem irá dirigir o carro do Gui?

Todos se olharam e começaram a rir. Melinda realmente não os conhece mais, ou os conhecia e não estava enxergando.

- Eu deixo ele aqui, vamos de táxi, amanhã eu pego depois do trabalho.

- Perfeito, gente eu vou embora, a vovó deve estar dormindo!

- Posso te levar, Linda?

- Não! Você irá para o outro lado, Rique!

- Nós vamos com ela. –Disse Filipe.

- Ai, eu vou pela praia, a lua está linda.

- Nós vamos junto até chegarmos no nosso prédio, depois você vai até seu prédio!

- Feito, tchau pessoas...

Os três, Felipe, sua irmã, Fernanda, e Melinda foram brincado até o prédio que os primos moravam, ela seguiu o caminho até chegar ao seu prédio, a noite estava clara e estava cheio de pessoas na praia. Melinda sentou na areia e ficou olhando a lua pensando em como sua vida estava mudando rápido, passou um tempo ali e lembrou que sua avó estava sozinha, olhou no relógio, “Deus! Como me perdi no horário assim? Não tem mais ninguém na praia”, ela levantou, subiu correndo e foi ver sua avó que já estava dormindo. Tomou um banho e foi deitar. Ficou pensando quem era o rapaz que ela encontrou na entrada do seu prédio. “Deve ser turista, essa praia só serve para isso nessa época do ano.” Ela foi acordada dos seus pensamentos por uma mensagem.

- Boa noite, Linda!

- Já chegou, Gui?

- Não, mas antes que durma, quis dar boa noite! Senti muito sua falta do meu lado!

- Boa noite, senti sua falta também! Senti falta do seu abraço.

- Estarei sempre pronto quando quiser um. Durma bem!

- Você também!

Melinda ficou pensando onde Guilherme estava que não havia chegado em casa ainda... Voltou a pensar no rapaz e logo adormeceu.

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