Brian Müller O nível de loucura que atingi naqueles últimos meses, exigiam internação em ala psiquiátrica. Sempre confiei em minha esposa, Lyra nunca me deu qualquer motivo para desconfiar dela. Uma mulher maravilhosa, determinada, inteligente e independente, o problema era o malditö italiano. O desgraçado parecia um cachorro salivando no rastro dela. O malditö era um capo, enquanto eu nunca tinha segurado uma arma na mão. Sempre disse a Lian que não nasci pra isso e nunca tive vergonha em admitir isso. Vergonha tem que ter esses vermes que não respeitam as leis e tomam para si o que querem na força. Cansei de acordar no meio da madrugada suado com pesadelos insanos dele me tomando ela e ainda me enterrando vivo. Eu estava enlouquecendo e nos últimos meses, Lyra não parecia melhor do que eu. Lian, como sempre tentava me acalmar, garantindo que Matteo Romano não era doido, que sabia que se tocasse em Lyra estaria comprando briga diretamente com ele, mas eu não confiava
Janne di Santis Olho para o espelho do quarto de Dulce, uma semana depois de toda a confusão com dona Geovana e me vejo dentro de um vestido de noiva. Agora já não existia mais nenhuma dúvida de que eu era maluca. _ Eu não consigo acreditar que você está casando de mentirinha – Dulce diz me olhando como se estivesse enfeitiçada._ Você não acreditar, tudo bem, mas vê se não fica repetindo isso em voz alta – Bato nas saias do vestido, dando uma última olhada antes da campainha tocar. Meu coração imediatamente acelerou. Caramba! Senti até um nó na garganta._ Chegou a hora – Falei e Dulce se apressou em abrir a porta. Agora, a cada passo que eu dava, meu coração parecia cada vez mais estrangulado. Como é que eu iria me casar com alguém que eu mal tinha trocado meia dúzia de palavras? A situação seria no mínimo desconfortável. Diana não aceitava mais que eu a chamasse de dona. Ela me demitiu formalmente do emprego ao perceber que eu não tinha intensão de sair e disse que ag
Janne di Santis Um carro preto comprido e luxuoso estava parado na frente do apartamento de Dulce e todos que estavam na rua olhavam pra mim e cochichavam. A rua estava bem mais cheia que o habitual. A fofoca de que eu estava grávida, agora iria criar pernas, cabeças e braços. A minha sorte era que ninguém pagava as minhas contas. Entrei no carro e Fabricio fechou a porta, autorizando o motorista a partir. Arrumei o véu que pinicava meus braços e senti o estômago embrulhar. Drogä! Se eu não me acalmasse, acho que teria um treco. Juntando o que tinha acontecido com meus pais e a tal festa de casamento de mentirinha, eu sinceramente já estava transpirando como um peru dentro do forno. Apertei as mãos suadas. Era isso, agora não tinha mais volta. Eu era uma mulher adulta e tinha tomado minha decisão. Ficaria casada com Matteo por dois anos, depois iria embora da Itália com Dulce. Depois de tudo o que aconteceu, meu pai nunca me perdoaria e eu também não iria mendi
Matteo Romano(Três dias após o retorno de Lyra para Nova York)_ Levanta desse sofá – A voz de Fabrizio mastiga meu juízo já fodidö._ Se tiver algo para resolver, fale com Luigi – Aviso sem tirar o braço dos olhos._ Você pelo menos tomou banho? Esse lugar está fedendo! – Ele reclama abrindo as janelas._ Merdä – Bufo contrariado, sentindo o vento sacudir as cortinas derrubando objetos do escritório antes silencioso._ Só me deixa na minha – Peço irritado. Eu estava na fosso. Não conseguia aceitar que Lyra tinha me descartado como se fosse um pedaço de merdä._ Isso já está ficando feio – Fabrizio reclama parado no meio da sala, ainda olhando pra mim inconformado – Você levou um pé na bundä, tudo bem, admito que isso não é divertido, mas ficar jogado desse jeito como um pedaço de lixö a troco de nada. Fala sério. Isso a gente faz quando quer chamar a atenção da garota, mas Lyra está do outro lado do pacífico sem se quer lembrar da sua existência._ Fodä-se onde ela está ou o que ela
Janne di Santis Olho para Matteo sem entender ao certo o que ele quer dizer com a história de não ir para o infernö. O que isso significava exatamente? Ele não podia estar me propondo um casamento de verdade, podia? – A pergunta revirou meu estômago ao avesso. Ele abriu a porta do carro e me estendeu a mão. Saí do carro sem segurar a mão dele. Por algum motivo, estava com medo de chegar perto dele. Eu estava em estado de puro pânico. Depois de ter assinado o contrato, se a gente conversou três vezes, foi muito e em quase todas as vezes, Fabrizio estava conosco. Eu não podia me casar de verdade por mil e um motivos, desde o fato dele ser um mafioso até o fato de eu nunca ter beijado na boca. - Você está bem? – Ele sussurrou a pergunta perto de meu ouvido, com uma tranquilidade assombrosa, colocando sua mão em minhas costas. Estampei um sorriso que nem sabia que tinha, enquanto parte dos convidados nos observavam, outros estacionavam seus carros. Dei um passo à frente, ten
Matteo Romano Estávamos no final das felicitações quando Fabrizio disse que precisava me mostrar algo. Deixei Janne e fui ver do que se tratava. Fabrizio não teria me chamado se o assunto não fosse de meu interesse. Entramos no carro e seguimos para o casarão, onde geralmente torturávamos criminosos._ Achamos o responsável pela brincadeira com sua esposa – Disse Fabrizio – Advinha? – Olho pra ele curioso._ Tadeu._ Ex- namorado?_ Primo dela. Digamos que ela tem uma família complicada. A tia berrou que ela está grávida e o pai a rejeitou por causa disso._ Por que não me falou nada disso antes?_ Aconteceu um pouco antes da festa. Mandei buscar os pais dela na tal vila e quando chegaram, parece que ela não tinha contado nada sobre o casamento._ Vamos ter que dar um jeito de contornar essa situação._ Pra depois ela sair fugida do marido? Talvez seja melhor deixar as coisas como estão._ Isso não será mais necessário._ E o acordo?_ Vou fazer uma proposta diferente pra ela.
Janis de Santis Retornei para o banheiro com o vestido aberto, me olhei no espelho e tampei a boca para não gritar. Eu era louca. Louca. Completamente pirada. Não conseguia acreditar que tinha deixado Matteo ver meus seiös. O que aquilo significava? – Não, não tinha restado nenhuma dúvida. Ele queria mais que um casamento de mentirinha. Mas o que tinha mudado? O que tinha acontecido pra ele querer mais? Ou será que estava apenas querendo se aproveitar da situação favorável. Dulce disse que tinha que ser menos neurótica, que precisava ser mais resolvida em minha vida amorosa. Matteo não era homem pra casar, mas era o homem ideal para perder a virgindade e me divertir um pouco. Disse que se eu não me aproveitasse dessa chance, com toda certeza me arrependeria depois e acho que ela está certa. Tomei um banho rápido e vesti a roupa que Diana separou pra mim. Para o infernö se ele ia se aproveitar de mim, eu também iria me aproveitar dele. Dulce estava certa, a vida era
Matteo Romano Minha esposa reprovou em todos os testes de ser uma boa menina. Aceitou a proposta de um mafioso, concordando em forjar um falso matrimônio, depois quase chorou ao mentir para o padre, em seguida cogitou a possibilidade de sair com meu dinheiro sem ter prestado qualquer serviço, acreditando apenas em minha boa vontade ou em seu sorriso bonito. Saio do carro conferindo a pista de voo e quando fui buscar Janne, ela já estava de pé ao lado do carro me esperando. _ Nunca saia do carro antes que eu abra a porta – Avisei perto de seu ouvido, por causa do barulho das hélices – Pode ser perigoso. _ Ah, certo, desculpa – Ela se encolhe um tanto tímida – É que eu... – Ela tentou se desculpar, mesmo não havendo necessidade. Nós dois não nos parecíamos muito, ela era muito espontânea e isso me deixava em estado de alerta, era como se o tempo todo estivesse preparada para fazer algo errado e pedir desculpas. Eu nem consigo me lembrar quando foi que saí com uma mulh