Joseph
Olho para o corpo se erguendo da cama lentamente.
A mulher esfrega os olhos e põe um sorriso doce no rosto, mas tudo o que consigo ver é o quanto é ardilosa por trás dele. Mesmo que olhe bastante tudo o que consigo ver são péssimas intenções prontas para me devorar.
— Você já está saindo? — Me pergunta, ergue-se deixando que o lençol exiba os seios fartos e põe uma nova expressão sorridente na face.
— Tenho muito o que fazer hoje com a festa da empresa — profiro, apesar de não necessitar me explicar.
Acho que há hábitos que não é possível conter, mesmo que tente bastante.
Quanto tempo faz que comecei a agir dessa maneira?
— Recebi um dos convites, seria incrível se pudéssemos nos encontrar de novo — articula e quando nota que a observo através do espelho onde verifico como está o nó da minha gravata decide calar-se antes que eu me sinta mais irritado.
— Você sabe como funciona — profiro, esperando que esta não seja uma das vezes em que tenho que agir grosseiramente.
Este é um dos problemas da minha atual forma de viver: a separação no dia seguinte. Por mais que digam que entendam que não tenho nenhum interesse em fazer com que meus relacionamentos sejam algo além de uma foda, há quem queira tentar mudar o que penso.
— É claro — murmura a contragosto, mas eu não poderia me importar menos com o que pensa. Não estou procurando alguém a quem dar meu coração.
***
Passo os dedos por meus cabelos tirando um pouco da frustração que sinto através desse movimento. Ainda não entendo porque o meu irmão achou que seria uma ideia incrível fazer uma festa a fantasia, entretanto, como ele não costuma ter ideias ruins permiti que seguisse com a organização dela, contudo, claramente não faz o meu estilo.
— Você está com uma cara horrorosa — anuncia meu irmão mais novo quando se aproxima. Tem em mão um copo colorido com uma bebida de cor verde, quase neon, e me preocupo um pouco com o que pode haver dentro dela.
— Não deveria estar aqui — profiro, Peyton revira os olhos sem se incomodar para como me sinto.
— É parte do seu trabalho estar aqui — atesta, não liga mesmo para eu destoar muito das pessoas aqui. — Você poderia estar com uma roupa diferente — alega, observa o meu terno feito sob medidas com um olhar desgostoso.
— Sou um CEO — falo.
— Todo mundo sabe disso — reclama, apoia a mão contra a cintura e sou aquele analisando o que veste. Está em uma roupa verde de super-herói que eu não reconheço, mas ele, como um bom fã, poderia discorrer muito sobre o que gosta nele. — Poderia ter deixado que te arranjasse uma roupa.
— Prefiro beber esse troço radioativo — digo e meu irmão me critica outra vez com olhos acusatórios. — Está vestido de quê? Shrek?
— Foda-se, Joseph — xinga. — Sou o Lanterna Verde. Como você não sabe disso?
— Não temos os mesmos gostos — recordo a ele.
— Tente ser um irmão melhor — reclama bebendo o troço verde que deve ter álcool o bastante para fazer o seu coração acelerar. — Podemos não ter gostos parecidos para filmes, mas olhe aquilo — pede fazendo um balanço com a cabeça.
Apesar de não ter uma curiosidade grandiosa para aquilo que chamou a sua atenção me viro e sorrindo bastante uma mulher loira arrasta uma amiga pelo braço. Ambas estão vestindo fantasias de coelhinhas, entretanto, claramente uma está mais confortável do que a outra com as vestimentas de couro e meia-arrastão.
— Gostei do sorriso dela — anuncia Peyton.
— Vou fazer com que ela fique sozinha — aviso.
— Isto é para que te perdoe por não reconhecer a minha fantasia?
— Cala a boca — mando me afastando dele e apesar da distância ainda escuto a sua gargalhada como se estivéssemos perto um do outro. Como pode me acusar de ser um péssimo irmão quando costumo ajudá-lo?
Vou na direção do bar e as duas coelhinhas estão empoleiradas exibindo o rabo fofo que há na fantasia, e por mais que esteja pensando somente em ajudar meu irmão a ter um momento para conversar com a loira, também posso aproveitar para ver quão interessante é a companhia dela.
— Uma dose de uísque puro — peço para o homem quando ele se aproxima imediatamente por me reconhecer, afinal, diferente da maioria das pessoas dançando agitadamente não estou usando uma máscara.
Faço um meneio quando me entrega o meu pedido e tento ouvir apesar do barulho o que as duas mulheres conversam. Na maioria das vezes apenas me aproximo, entretanto, minha intenção é um pouco diferente dessa vez.
— Você precisa seguir com o que me disse, encontre um cara com quem foder — fala a loira e meus ouvidos acabam ficando um pouco mais atentos para sua sentença.
Parece que não sou o único com intenções aqui.
— Retirei minhas palavras — declara a mulher com os cabelos castanhos escuros deslizando sobre as costas e, quando a cascata se finaliza, noto que a parte de trás da roupa delas é diferente.
A dela é aberta exibindo uma tatuagem imensa de uma fênix, contudo, pela distância não posso apreciar todos os detalhes. Ela apoia os cotovelos na madeira e muda o peso do seu corpo.
Não era a minha intenção, contudo, devido a meu interesse na tatuagem em suas costas, acabei não cortando o contato visual com ela rapidamente. Isto nos levou a nos encarar sem parar por tempo o suficiente para que a loira se virasse para averiguar o que tomou a atenção de sua amiga.
Noto que passei um pouco do ponto por conta disso, assim, sem intenção de recuar, faço um pequeno cumprimento, erguendo o meu copo quase vazio. A loira muda a posição de seu corpo, dá um sorriso e repete o cumprimento antes de voltar-se para sua amiga.
— Irei procurar a minha foda — anuncia ela bem mais alto. A loira quer que eu a escute. — Mantenha o celular por perto.
— Está na minha calcinha — zomba a tatuada com seus olhos erguendo-se até se encontrarem com os meus de novo.
Devo ficar feliz de conseguir o que queria, não é?
TherasiaEu devia saber que Iliana iria correr assim que avistasse o primeiro homem que faz o meu tipo, porém, não imaginei que isto aconteceria antes dos cinco primeiros minutos após chegarmos a festa.Ainda nem mesmo vi Reese apesar de ela ter nos dado o convite. É provável que esteja ocupada, já que é uma das atrizes da empresa. Deve estar mostrando o seu rosto bonito por aí na intenção de fazer com que saibam que está aqui.Agradeço quando as bebidas são entregues, mas Iliana nem mesmo considerou esperar por seu pedido, somente me deixou aqui com um homem que parece estar arrancando todas as peças dessa roupa que só usei por a amar demais.Queria roupas combinando e eu acatei o seu pedido.— Talvez eu não devesse ter saído do meu quarto — murmuro tomando um gole grandioso da minha bebida, mas é tão doce que acaba travando no meio da minha garganta.Por que Iliana recomendou que tomasse isso? Nossos gostos podem ser diferentes para bebidas, mas essa é um pouco demais, mesmo para mi
JosephEu não pensei que as coisas fluiriam tão bem.Entretanto, a coelhinha se mostrou muito travessa nos minutos seguintes de nossa conversa e foi aquela a dizer que deveríamos aproveitar um dos quartos do hotel. Pela primeira vez agradeci por Peyton ter decidido fazer sua festa em um lugar como esse.O hotel não é ruim, contudo, suas intenções estavam explicitas.Às vezes, por mais que você ache uma pessoa interessante, quando as bocas se encontram, elas não se encaixam tão bem, mas não foi o caso com ela. Assim que minha língua se encontrou com a sua, me vi mais ansioso para tirar as peças de roupa pequenas cobrindo o seu corpo.Não era o único impaciente, dado que ela também mostrou o seu interesse, repuxando com facilidade a minha gravata. Nunca vi uma mulher que a tirasse com tanta precisão.Contudo, esse pensamento se manteve por pouco tempo em minha mente, já que quando suas costas foram de encontro com o colchão ela passou suas pernas em minha cintura arrastando-me para fica
JosephQuando Elsie me apressou não pensei que teria que ficar esperando na frente do quarto do meu irmão por ele não ter conseguido se desprender da sua foda da noite. Claro, o conheço bem, contudo, ainda tive um estalo de surpresa por ver a loira saindo antes dele do cômodo com a máscara idêntica à da sua amiga nas mãos.— Ah! Olá — cumprimenta ligeiro, com um sorriso grande. — Ele está saindo — avisa e vira-se para ir embora balançando a mão para dar tchau.Ao que parece as duas amigas não são problemáticas quando se trata de fodas casuais, entretanto, ela ainda espera para uma despedida no começo do dia, diferente da coelha fujona.— A Iliana já saiu? — Pergunta meu irmão ajustando o terno. Deve ter pedido que alguém o trouxesse. — Eu disse que a levaria em casa — comenta. — Nem vestiu algo diferente.— Ela é uma mulher adulta que sabe o que faz — pontuo, contudo, noto que eu não cheguei a perguntar em momento nenhum qual era o nome da coelhinha. Ela se foi sem me dizer ou pergunt
Therasia— Você está indo muito bem — fala o homem e gostaria que não houvesse esse sorriso na sua face. Faz com que o veja de um modo ainda pior. Com muitos anos, você se acostuma a entender o que os homens querem quando têm você em vista.— Obrigada — respondo, porque acredito que não dizer nada pode dar a ele a impressão de que quero que continue a me elogiar e tudo o que desejo é sair daqui ligeiro para correr até o meu trabalho.Se não fosse esse trabalho em grupo poderia conseguir algumas horas extras.Descarto a ideia. Iliana me mataria. Já vive falando sem parar que estou trabalhando demais e que em algum momento o meu corpo cobrará o preço por todo esse exagero.Mas o que posso fazer?Meu pai se encheu de dívidas na tentativa de abrir um negócio e depois sumiu no mundo, deixando para os agiotas somente o meu número. Com eles não tem negociação. Querem o que devo no dia certo e, se eu não tiver como pagar, bom, eles têm muitas ideias sobre o que querem fazer comigo caso eu não
Therasia“Isso não pode estar acontecendo”.As palavras pesam em minha cabeça como um tijolo.A porta escancarada é indicada por minha vizinha. Parece um pouco preocupada, talvez por ter medo de que seja a próxima vítima, contudo, não consigo pensar nela agora.Olho para as coisas reviradas ainda da porta e mordo o lábio com força.Ando apressadamente e nem mesmo escuto as informações dadas por minha vizinha, porque eu não tenho nada de valor a ser roubado, quer dizer, há somente uma coisa e é o que procuro agora, já que o notebook velho que demora três horas para ligar pesa em minha mochila.Agacho-me no meio das roupas jogadas no chão do pequeno quarto que mal cabe a cama e a cômoda e procuro em todos os locais pela caixinha vermelha que deixei escondida no meio das minhas calcinhas.A carne de meu lábio se rompe quando concluo que não poderei encontrá-la.Eles a acharam. O único pertence que ainda tinha da minha mãe foi levado.O colar que minha mãe mais amava e me presenteou quand
JosephO homem continua mantendo a cabeça baixa.Sabe que não cumpriu com sua tarefa, por esse motivo não consegue me encarar como deveria. Não é uma missão impossível, tudo o que tinha que fazer era trazer a mulher para podermos conversar.— O que ela disse? — Pergunto. Não foi difícil encontrar informações sobre ela.Iliana, a amiga que está fazendo com que meu irmão sorria mais, é uma modelo agenciada por um conhecido meu. É a galinha de ovos de ouro dele, e mesmo que não tenha visto interações delas naquela noite.Reese Cobb, uma das atrizes favoritas da minha irmã, é amiga delas, aquela que disponibilizou o convite para que pudessem entrar, por ser um evento fechado.— Senti que ela me bateria se continuasse falando — articula o sujeito e não parece estar brincando. — Aconteceu um incidente, por isso entendo a irritação dela.— Que tipo de incidente? — Questiona o meu irmão, que estava contendo a sua risadinha o máximo que podia.Se não fosse aquela notícia absurda chegando a nos
Therasia— Cara, é a segunda vez que você aparece na minha frente, na terceira vou jogar óleo quente na sua bela face — aviso, o encurralando no beco do lado do prédio. — Não fui clara?— Está trabalhando e eu sinto muito te incomodar, mas eu também estou trabalhando e o meu chefe quer se encontrar com você — fala, e talvez por saber como chefes podem ser pés no saco, que podem demitir quem quiserem somente por estarem irritados, me compadeço um pouco do que diz.— Quem diabos é o seu chefe? — Inquiro. Tenho certeza de que não ouvi falar sobre alguém que usaria um segurança que demonstra educação para se aproximar de mim.Os agiotas preferem xingamentos e puxões.Tudo que mostre o quanto podem passar dos limites se o dinheiro não cair em suas contas.— Joseph Armvtz, CEO da Arms entertainement — diz e puxa um cartão de visitas de seu bolso. O entrega a mim mantendo uma distância, quem sabe por ter medo de que eu aja grosseiramente depois da minha ameaça.— Eu realmente não o conheço —
Therasia— Você está suspirando mais do que o normal hoje — me fala o homem com quem trabalho há algum tempo. Temos uma boa sincronia, pois consegue fazer toda a sua parte sem incomodar ninguém.— Nem sei como tenho tempo para isso, Josh — digo, ele sorri, como se não pudesse acreditar que consigo soltar piadas como essa. Sabe um pouco da minha situação.— Pode tirar a sua pausa daqui a dez minutos — me avisa, e o movimento está bem tranquilo para que não me sinta incomodada em deixá-lo sozinho. — Tente tirar um cochilo, te fará bem.— Se eu dormir agora, talvez só acorde de manhã — brinco, reparando em como a sua expressão muda quando olha para frente. Se estivéssemos em outro lugar, diria que ele vê um fantasma e pondera sobre correr ou não.Decidida a verificar o que incomoda Josh, observo a pessoa na frente do balcão e sinto que talvez devesse procurar por alguém que leia a minha sorte. O sujeito diante de mim é alguém reconhecível, dado que não faz tanto tempo assim que nos encont