Uma noite com o CEO
Uma noite com o CEO
Por: L. S. Santos
01. Plano em funcionamento

Joseph

Olho para o corpo se erguendo da cama lentamente.

A mulher esfrega os olhos e põe um sorriso doce no rosto, mas tudo o que consigo ver é o quanto é ardilosa por trás dele. Mesmo que olhe bastante tudo o que consigo ver são péssimas intenções prontas para me devorar.

— Você já está saindo? — Me pergunta, ergue-se deixando que o lençol exiba os seios fartos e põe uma nova expressão sorridente na face.

— Tenho muito o que fazer hoje com a festa da empresa — profiro, apesar de não necessitar me explicar.

Acho que há hábitos que não é possível conter, mesmo que tente bastante.

Quanto tempo faz que comecei a agir dessa maneira?

— Recebi um dos convites, seria incrível se pudéssemos nos encontrar de novo — articula e quando nota que a observo através do espelho onde verifico como está o nó da minha gravata decide calar-se antes que eu me sinta mais irritado.

— Você sabe como funciona — profiro, esperando que esta não seja uma das vezes em que tenho que agir grosseiramente.

Este é um dos problemas da minha atual forma de viver: a separação no dia seguinte. Por mais que digam que entendam que não tenho nenhum interesse em fazer com que meus relacionamentos sejam algo além de uma foda, há quem queira tentar mudar o que penso.

— É claro — murmura a contragosto, mas eu não poderia me importar menos com o que pensa. Não estou procurando alguém a quem dar meu coração.

***

Passo os dedos por meus cabelos tirando um pouco da frustração que sinto através desse movimento. Ainda não entendo porque o meu irmão achou que seria uma ideia incrível fazer uma festa a fantasia, entretanto, como ele não costuma ter ideias ruins permiti que seguisse com a organização dela, contudo, claramente não faz o meu estilo.

— Você está com uma cara horrorosa — anuncia meu irmão mais novo quando se aproxima. Tem em mão um copo colorido com uma bebida de cor verde, quase neon, e me preocupo um pouco com o que pode haver dentro dela.

— Não deveria estar aqui — profiro, Peyton revira os olhos sem se incomodar para como me sinto.

— É parte do seu trabalho estar aqui — atesta, não liga mesmo para eu destoar muito das pessoas aqui. — Você poderia estar com uma roupa diferente — alega, observa o meu terno feito sob medidas com um olhar desgostoso.

— Sou um CEO — falo.

— Todo mundo sabe disso — reclama, apoia a mão contra a cintura e sou aquele analisando o que veste. Está em uma roupa verde de super-herói que eu não reconheço, mas ele, como um bom fã, poderia discorrer muito sobre o que gosta nele. — Poderia ter deixado que te arranjasse uma roupa.

— Prefiro beber esse troço radioativo — digo e meu irmão me critica outra vez com olhos acusatórios. — Está vestido de quê? Shrek?

— Foda-se, Joseph — xinga. — Sou o Lanterna Verde. Como você não sabe disso?

— Não temos os mesmos gostos — recordo a ele.

— Tente ser um irmão melhor — reclama bebendo o troço verde que deve ter álcool o bastante para fazer o seu coração acelerar. — Podemos não ter gostos parecidos para filmes, mas olhe aquilo — pede fazendo um balanço com a cabeça.

Apesar de não ter uma curiosidade grandiosa para aquilo que chamou a sua atenção me viro e sorrindo bastante uma mulher loira arrasta uma amiga pelo braço. Ambas estão vestindo fantasias de coelhinhas, entretanto, claramente uma está mais confortável do que a outra com as vestimentas de couro e meia-arrastão.

— Gostei do sorriso dela — anuncia Peyton.

— Vou fazer com que ela fique sozinha — aviso.

— Isto é para que te perdoe por não reconhecer a minha fantasia?

— Cala a boca — mando me afastando dele e apesar da distância ainda escuto a sua gargalhada como se estivéssemos perto um do outro. Como pode me acusar de ser um péssimo irmão quando costumo ajudá-lo?

Vou na direção do bar e as duas coelhinhas estão empoleiradas exibindo o rabo fofo que há na fantasia, e por mais que esteja pensando somente em ajudar meu irmão a ter um momento para conversar com a loira, também posso aproveitar para ver quão interessante é a companhia dela.

— Uma dose de uísque puro — peço para o homem quando ele se aproxima imediatamente por me reconhecer, afinal, diferente da maioria das pessoas dançando agitadamente não estou usando uma máscara.

Faço um meneio quando me entrega o meu pedido e tento ouvir apesar do barulho o que as duas mulheres conversam. Na maioria das vezes apenas me aproximo, entretanto, minha intenção é um pouco diferente dessa vez.

— Você precisa seguir com o que me disse, encontre um cara com quem foder — fala a loira e meus ouvidos acabam ficando um pouco mais atentos para sua sentença.

Parece que não sou o único com intenções aqui.

— Retirei minhas palavras — declara a mulher com os cabelos castanhos escuros deslizando sobre as costas e, quando a cascata se finaliza, noto que a parte de trás da roupa delas é diferente.

A dela é aberta exibindo uma tatuagem imensa de uma fênix, contudo, pela distância não posso apreciar todos os detalhes. Ela apoia os cotovelos na madeira e muda o peso do seu corpo.

Não era a minha intenção, contudo, devido a meu interesse na tatuagem em suas costas, acabei não cortando o contato visual com ela rapidamente. Isto nos levou a nos encarar sem parar por tempo o suficiente para que a loira se virasse para averiguar o que tomou a atenção de sua amiga.

Noto que passei um pouco do ponto por conta disso, assim, sem intenção de recuar, faço um pequeno cumprimento, erguendo o meu copo quase vazio. A loira muda a posição de seu corpo, dá um sorriso e repete o cumprimento antes de voltar-se para sua amiga.

— Irei procurar a minha foda — anuncia ela bem mais alto. A loira quer que eu a escute. — Mantenha o celular por perto.

— Está na minha calcinha — zomba a tatuada com seus olhos erguendo-se até se encontrarem com os meus de novo.

Devo ficar feliz de conseguir o que queria, não é?

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