Archer não falou nada, ele não conseguia. A mente dele estava embolada com possibilidades de coisas ruins acontecendo com Eve. Se aquele homem estava ali se aproveitando dela, e ele quem a levou… — Não adianta ficar com essa cara de Amélia arrependida, Archer. — Lennon falou sem emoção, mais frio do que nunca quando o carro estacionou. — Anda, vamos logo! Shannon, você fica aqui? — Sim. Miron já deve estar chegando. — Ela falou e Lennon assentiu. — Só leva a chave do carro e não esquece de trancar, quando sair. — Tá. Lennon saiu do veículo e ele e Archer entraram na delegacia. Miron não demorou nem cinco minutos para chegar e, em pouco, os quatro falavam com a delegada. — Sabe me dizer mais ou menos a hora que ela pode ter sido retirada dali? — Milana perguntou. “Parece que os Galloway vivem encrencados!”, ela suspirou internamente. “E a pobre da Senhora Galloway é um alvo!”. — Eu saí do hospital era umas dez da manhã. Por aí. Dez e meia. Precisava tomar um banho e ela estava
ATENÇÃO, ESSE CAPÍTULO PODE CONTER CONTEÚDO SENSÍVEL!*FLASHBACK*Eve estava no carro com Cameron. Eles dois tinham se encontrado, como ele planejou, perto de uma árvore caída que era referência ali. Ela estava se preparando mentalmente para quando pudesse correr para longe de Cameron, para longe de todos aqueles que só queriam machucá-la. Ela tinha que ir embora! — Sabe, eu achei que você não fosse aparecer. — Cameron começou a falar e sorriu, arriscando um olhar na direção de Eve, antes de voltar-se para a estrada à frente. Eve apenas sorriu de leve, fraco. Quanto menos ela falasse, melhor seria. O carro parou e ela olhou em volta. Não havia nada ao redor. Eles já não estavam numa estrada com iluminação. Apenas o breu os cercava. Enquanto olhava pela janela, sentiu o braço de Cameron perto do dela. — Agora nós vamos ficar juntos e ninguém vai atrapalhar. — Ele disse, chegando mais perto de Eve, até que o rosto dele estivesse quase tocando-lhe o pescoço. — A gente tem que casar,
ESTE CAPÍTULO PODE CONTER CONTEÚDO SENSÍVEL!Cameron mandou Eve para o banheiro e abriu a porta. Charlie o empurrou para o lado e escaneou o quarto. — Cadê aquela vadia? — Ele perguntou e virou-se para Cameron, segurando a camisa do filho e o chacoalhando. — Cadê?! — Eu não sei! — Cameron falou e empurrou o pai. — Nem sei de qual vadia você tá falando! Charlie levantou o dedo indicador. — Não se faça de engraçadinho, Cameron! Eu sei muito bem que você anda fodendo aquela putinha! — Eu fodo muitas putinhas. A bofetada não foi leve, mas Cameron apenas sorriu, passando a língua pelo canto da boca. — Sabe muito bem que eu estou falando da sua irmã. — Ela NÃO É minha irmã! — É, sim! — Você por acaso é o pai dela? Biológico? Porque eu sei que não sou filho daquela mulher! Charlie torceu a boca. — Você praticamente cresceu com ela! — Ah… — Cameron soltou uma gargalhada de deboche. — Por essa lógica, o senhor não deveria vê-la como… filha? Ou por acaso gosta de praticar incesto?
Eve não tinha mais muito a perder. Antes, ela tinha medo de Cameron. Depois, tinha esperanças de se ver livre dele. Agora, com tudo desmoronado, o que mais ele poderia fazer? Cameron não poupou em mostrar a Eve que Archer e Deborah estavam juntos. Ele fez questão de contar cada uma das fofocas. Sem mais, Eve mordeu a língua de Cameron, quando o deixou entrar na boca dela. O homem urrou e, claro, bateu nela, para que o soltasse. — Sua desgraçada! — Cameron chutou Eve, que escorregou para o chão, e continuou a bater nela, até que Eve ficou quieta. Ele verificou se ela estava viva e se sentou ao lado. — Droga, Eve! Por que você tem que me deixar assim? Por que não pode ser boazinha? Eu só quero… ficar com você. Ele estreitou os olhos. — É tudo culpa daquele maldito, não é? — Cameron fez uma careta de desgosto. — O maldito do Archer Galloway! Você fugiu de mim e foi ficar com ele! E aquela fedelha… Os olhos de Cameron, então, se iluminaram. Ele não tinha visto muito da criança, apen
Deborah chegou ao restaurante, que mais parecia um bar, para ela, e torceu o nariz. “Nem mesmo me buscar aquele cretino foi!”, ela reclamou e se sentou a um canto, sorrindo falsamente para o garçom e pedindo uma água, com canudo. Deborah pegou o espelho da bolsa e deu uma olhada, para ver se o batom estava no lugar, bem como a maquiagem nos olhos. Ao levantar a cabeça, ela viu Archer entrando. Ele vestia um terno e a expressão no rosto dele era muito séria. Ele se sentou e Deborah abriu um sorriso, que logo murchou ao notar que outro homem se sentou com eles. — O que é isso? — Ela perguntou e Archer olhou para Lennon e de volta para Deborah. — Este é o senhor Dodson. Ele veio comigo para que evitemos mal-entendidos com a mídia. — Archer respondeu friamente. — Agora, comece a falar. Deborah se remexeu desconfortavelmente na cadeira. Ela olhou para Lennon e levantou a sobrancelha. “Ele é bem gostoso, também. Dodson… Lennon Dodson, eu acho,” ela refletiu, buscando as informações n
— E por que ele faria isso? Quer dizer, eu sei que ele tem interesse na Eve, isso é evidente. Mas o cara não tá sumido. — Isso é. Com tudo, eu me esqueci completamente que o Ryan me chamou pra falar sobre o plano da Deborah. Lembrava de ter me afastado dela para falar com ele, só não lembrava o motivo. — Lennon levantou uma sobancelha e deu um tapa atrás da cabeça de Archer. – Ouch! — Como assim você esqueceu, Archer? Temos que levar isso à delegada! Lennon pisou no acelerador e cortou os carros, até chegarem à delegacia. Milana estava saindo dali quando Lennon chamou por ela. — Senhor Dodson? — Melina colocou as chaves do carro dentro da bolsa novamente. — Delegada Casey, desculpe… chamá-la assim! — Lennon se desculpou. — Lembrei de uma informação importante. — Archer interrompeu. — Desculpa, eu fiquei ansioso. Milana estava exausta, porém, ela não iria arriscar a vida de uma pessoa por estar cansada demais para ouvir o que o marido da vítima, e também suspeito, tinha a dizer.
Milana concordava. Porém, como ela ainda suspeitava da tentativa de Deborah de drogar Archer, mesmo que nada tenha sido provado, ela achou melhor não alertar a mulher. — Eu vou resolver isso. Mas, por favor, eu peço que não fale nada com ela. — Sim, senhora. — Gabriel respondeu, após alguns segundos. Ele não concordava, mas pelo rosto da delegada, a mulher não parecia estar brincando. — Obrigada. E obrigada por falar comigo essa noite, senhor Ryan. Está liberado. Gabriel mordeu a bochecha por dentro. — A senhora vai pra casa agora? Ela franziu a testa. — Por que a pergunta? — Eu posso levá-la. — Gabriel sorriu e Milana estalou a língua e sorriu de maneira falsa. — Obrigada. Eu não vou embora agora. Além disso, tenho carro, mas obrigada pela oferta. Pode ir, senhor Ryan. Gabriel não sabia o motivo, mas queria ficar ali mais um pouco. Ele queria conversar mais um pouco com Milana, saber dela. Aquela mulher era misteriosa e tão “durona”, meio inalcançável. “Qual o seu problema
*ESTE CAPÍTULO PODE TER CONTEÚDO SENSÍVEL*— Você não pode me denunciar para a polícia, porque você vai afundar junto comigo! — Cameron retrucou, mais confiante. — Ah, por favor! Tente, se quiser! Além disso, eu tenho um trunfo que, não importa o quê, eu duvido muito que Archer vá permitir que eu fique presa. Cameron estreitou os olhos. — Não me interessa o que você faz ou deixa de fazer, Deborah Harmon, mas se vier atrás de mim, ou de Eve, eu acabo com você. E ele desligou o telefone. Deborah soltou um grito de frustração, porque não conseguia aceitar que Cameron se atrevesse a tratá-la daquele jeito. Quem ele pensava que era? — Uma versão não tão perfeita do Archer! — Deborah cruzou os braços na frente do peito. Ela não era cega. Cameron era muito bonito e, se tivesse crescido em meio a riqueza, com certeza seria um daqueles homens super desejados pelas mulheres. Isso é, até elas verem o tipo de lixo que ele era. — Maluco… — Deborah soltou e se deitou no sofá. Cameron coloco