Eve não tinha mais muito a perder. Antes, ela tinha medo de Cameron. Depois, tinha esperanças de se ver livre dele. Agora, com tudo desmoronado, o que mais ele poderia fazer? Cameron não poupou em mostrar a Eve que Archer e Deborah estavam juntos. Ele fez questão de contar cada uma das fofocas. Sem mais, Eve mordeu a língua de Cameron, quando o deixou entrar na boca dela. O homem urrou e, claro, bateu nela, para que o soltasse. — Sua desgraçada! — Cameron chutou Eve, que escorregou para o chão, e continuou a bater nela, até que Eve ficou quieta. Ele verificou se ela estava viva e se sentou ao lado. — Droga, Eve! Por que você tem que me deixar assim? Por que não pode ser boazinha? Eu só quero… ficar com você. Ele estreitou os olhos. — É tudo culpa daquele maldito, não é? — Cameron fez uma careta de desgosto. — O maldito do Archer Galloway! Você fugiu de mim e foi ficar com ele! E aquela fedelha… Os olhos de Cameron, então, se iluminaram. Ele não tinha visto muito da criança, apen
Deborah chegou ao restaurante, que mais parecia um bar, para ela, e torceu o nariz. “Nem mesmo me buscar aquele cretino foi!”, ela reclamou e se sentou a um canto, sorrindo falsamente para o garçom e pedindo uma água, com canudo. Deborah pegou o espelho da bolsa e deu uma olhada, para ver se o batom estava no lugar, bem como a maquiagem nos olhos. Ao levantar a cabeça, ela viu Archer entrando. Ele vestia um terno e a expressão no rosto dele era muito séria. Ele se sentou e Deborah abriu um sorriso, que logo murchou ao notar que outro homem se sentou com eles. — O que é isso? — Ela perguntou e Archer olhou para Lennon e de volta para Deborah. — Este é o senhor Dodson. Ele veio comigo para que evitemos mal-entendidos com a mídia. — Archer respondeu friamente. — Agora, comece a falar. Deborah se remexeu desconfortavelmente na cadeira. Ela olhou para Lennon e levantou a sobrancelha. “Ele é bem gostoso, também. Dodson… Lennon Dodson, eu acho,” ela refletiu, buscando as informações n
— E por que ele faria isso? Quer dizer, eu sei que ele tem interesse na Eve, isso é evidente. Mas o cara não tá sumido. — Isso é. Com tudo, eu me esqueci completamente que o Ryan me chamou pra falar sobre o plano da Deborah. Lembrava de ter me afastado dela para falar com ele, só não lembrava o motivo. — Lennon levantou uma sobancelha e deu um tapa atrás da cabeça de Archer. – Ouch! — Como assim você esqueceu, Archer? Temos que levar isso à delegada! Lennon pisou no acelerador e cortou os carros, até chegarem à delegacia. Milana estava saindo dali quando Lennon chamou por ela. — Senhor Dodson? — Melina colocou as chaves do carro dentro da bolsa novamente. — Delegada Casey, desculpe… chamá-la assim! — Lennon se desculpou. — Lembrei de uma informação importante. — Archer interrompeu. — Desculpa, eu fiquei ansioso. Milana estava exausta, porém, ela não iria arriscar a vida de uma pessoa por estar cansada demais para ouvir o que o marido da vítima, e também suspeito, tinha a dizer.
Milana concordava. Porém, como ela ainda suspeitava da tentativa de Deborah de drogar Archer, mesmo que nada tenha sido provado, ela achou melhor não alertar a mulher. — Eu vou resolver isso. Mas, por favor, eu peço que não fale nada com ela. — Sim, senhora. — Gabriel respondeu, após alguns segundos. Ele não concordava, mas pelo rosto da delegada, a mulher não parecia estar brincando. — Obrigada. E obrigada por falar comigo essa noite, senhor Ryan. Está liberado. Gabriel mordeu a bochecha por dentro. — A senhora vai pra casa agora? Ela franziu a testa. — Por que a pergunta? — Eu posso levá-la. — Gabriel sorriu e Milana estalou a língua e sorriu de maneira falsa. — Obrigada. Eu não vou embora agora. Além disso, tenho carro, mas obrigada pela oferta. Pode ir, senhor Ryan. Gabriel não sabia o motivo, mas queria ficar ali mais um pouco. Ele queria conversar mais um pouco com Milana, saber dela. Aquela mulher era misteriosa e tão “durona”, meio inalcançável. “Qual o seu problema
*ESTE CAPÍTULO PODE TER CONTEÚDO SENSÍVEL*— Você não pode me denunciar para a polícia, porque você vai afundar junto comigo! — Cameron retrucou, mais confiante. — Ah, por favor! Tente, se quiser! Além disso, eu tenho um trunfo que, não importa o quê, eu duvido muito que Archer vá permitir que eu fique presa. Cameron estreitou os olhos. — Não me interessa o que você faz ou deixa de fazer, Deborah Harmon, mas se vier atrás de mim, ou de Eve, eu acabo com você. E ele desligou o telefone. Deborah soltou um grito de frustração, porque não conseguia aceitar que Cameron se atrevesse a tratá-la daquele jeito. Quem ele pensava que era? — Uma versão não tão perfeita do Archer! — Deborah cruzou os braços na frente do peito. Ela não era cega. Cameron era muito bonito e, se tivesse crescido em meio a riqueza, com certeza seria um daqueles homens super desejados pelas mulheres. Isso é, até elas verem o tipo de lixo que ele era. — Maluco… — Deborah soltou e se deitou no sofá. Cameron coloco
— Coloque as mãos para o alto, onde possamos ver! — A voz feminina soou no megafone. — Cameron Villin, entregue-se pacificamente! A área está cercada. — Desgraçados! —Cameron falou e olhou para Eve, que estava apavorada. — Eu sei que não foi você que os chamou. Mas vou ter que te usar de escudo, amor. A gente tem que meter o pé daqui!Mas ele não conseguia pensar em nada. Se entrasse no carro, eles furariam os pneus. “Não vão encher o carro de bala com a Eve dentro…”Ele arredou o banco de Eve para trás, a fim de poder passar por cima dela. — Eu rasgo a garganta dela se vocês se aproximarem! — Ele gritou, sentindo-se encurralado. — Afastem-se e nos deixem ir embora!— Solte a prisioneira e renda-se! Sua pena será menor se não a machucar!— Não vou deixá-la pra trás… não viva! — os olhos dele estavam injetados. — Se não for minha, Eve, não será de outro. Menos ainda daquele maldito do Galloway!Cameron esticou o pescoço, mas sem sair da segurança da lataria que o carro proporcionava
O som do “beep-beep” era constante e foi a primeira coisa que Eve escutou ao começar a se dar conta do ambiente ao redor dela. O som de uma porta abrindo e fechando, e, depois, passos se aproximando, antes de mãos quentes tomarem a mão dela. — Meu amor! “Archer?”, ela queria perguntar, mas tudo estava pesado demais. — Senhor Galloway, por favor, espere lá fora, precisamos verificar o estado da senhora Galloway! E o calor contra a pele de Eve sumiu abruptamente. Ela sentiu mãos a tocando de maneira leve e impessoal. Uma luz nos olhos quando estes tiveram as pálpebras abertas. — Pode me escutar, senhora Galloway? — uma voz masculina perguntou. — Tente mexer um dedo, se pode me ouvir. Eve tentou e tentou. Ela não sabia se tinha conseguido, porque não tinha controle algum sobre o próprio corpo. — Ela precisa de descanso. Vou pedir alguns exames… E as vozes sumiram. Eve não sabia quanto tempo ficou desacordada, até que voltou a ouvir sons ao redor dela e, finalmente, foi como se
Milana visitou Eve no dia seguinte, juntamente com outro policial, que ficou na porta, com Archer. — Como se sente, senhora Galloway? Eve inspirou fundo e tentou sorrir de leve. — Melhor do que antes. — Eve olhou para as próprias mãos e voltou a levantar a cabeça. — A senhora veio por conta do pai do Cameron, Charlie? A delegada estava com um pequeno caderno na mão, bem como a caneta. Ela colocou um gravador em cima da mesinha ao lado da cama de Eve. — Isso também. — Ela deu o “play”. — Eu vou fazer algumas perguntas e deixarei também que me conte as coisas, do seu jeito. Tudo bem? Eve concordou com a cabeça. Milana perguntou o nome de Eve, de onde ela era, sobre os pais, a família, a relação dela com Cameron e, claro, com Charlie. — E a sua mãe? — Eu não sei. Não entrei em contato com ela depois que fugi das mãos dos Villin. — Ela sabia o que vinha acontecendo com você? Eve engoliu em seco. — Acho que ela ficava em negação. Eu tentei contar, sabe? Mas bastava ela sentir qu