— Coloque as mãos para o alto, onde possamos ver! — A voz feminina soou no megafone. — Cameron Villin, entregue-se pacificamente! A área está cercada. — Desgraçados! —Cameron falou e olhou para Eve, que estava apavorada. — Eu sei que não foi você que os chamou. Mas vou ter que te usar de escudo, amor. A gente tem que meter o pé daqui!Mas ele não conseguia pensar em nada. Se entrasse no carro, eles furariam os pneus. “Não vão encher o carro de bala com a Eve dentro…”Ele arredou o banco de Eve para trás, a fim de poder passar por cima dela. — Eu rasgo a garganta dela se vocês se aproximarem! — Ele gritou, sentindo-se encurralado. — Afastem-se e nos deixem ir embora!— Solte a prisioneira e renda-se! Sua pena será menor se não a machucar!— Não vou deixá-la pra trás… não viva! — os olhos dele estavam injetados. — Se não for minha, Eve, não será de outro. Menos ainda daquele maldito do Galloway!Cameron esticou o pescoço, mas sem sair da segurança da lataria que o carro proporcionava
O som do “beep-beep” era constante e foi a primeira coisa que Eve escutou ao começar a se dar conta do ambiente ao redor dela. O som de uma porta abrindo e fechando, e, depois, passos se aproximando, antes de mãos quentes tomarem a mão dela. — Meu amor! “Archer?”, ela queria perguntar, mas tudo estava pesado demais. — Senhor Galloway, por favor, espere lá fora, precisamos verificar o estado da senhora Galloway! E o calor contra a pele de Eve sumiu abruptamente. Ela sentiu mãos a tocando de maneira leve e impessoal. Uma luz nos olhos quando estes tiveram as pálpebras abertas. — Pode me escutar, senhora Galloway? — uma voz masculina perguntou. — Tente mexer um dedo, se pode me ouvir. Eve tentou e tentou. Ela não sabia se tinha conseguido, porque não tinha controle algum sobre o próprio corpo. — Ela precisa de descanso. Vou pedir alguns exames… E as vozes sumiram. Eve não sabia quanto tempo ficou desacordada, até que voltou a ouvir sons ao redor dela e, finalmente, foi como se
Milana visitou Eve no dia seguinte, juntamente com outro policial, que ficou na porta, com Archer. — Como se sente, senhora Galloway? Eve inspirou fundo e tentou sorrir de leve. — Melhor do que antes. — Eve olhou para as próprias mãos e voltou a levantar a cabeça. — A senhora veio por conta do pai do Cameron, Charlie? A delegada estava com um pequeno caderno na mão, bem como a caneta. Ela colocou um gravador em cima da mesinha ao lado da cama de Eve. — Isso também. — Ela deu o “play”. — Eu vou fazer algumas perguntas e deixarei também que me conte as coisas, do seu jeito. Tudo bem? Eve concordou com a cabeça. Milana perguntou o nome de Eve, de onde ela era, sobre os pais, a família, a relação dela com Cameron e, claro, com Charlie. — E a sua mãe? — Eu não sei. Não entrei em contato com ela depois que fugi das mãos dos Villin. — Ela sabia o que vinha acontecendo com você? Eve engoliu em seco. — Acho que ela ficava em negação. Eu tentei contar, sabe? Mas bastava ela sentir qu
— Por que me bateu? — Deborah perguntou, magoada. Yvonne sempre foi carinhosa com ela! — E você ainda tem o descaramento de me perguntar? — Yvonne estava irada. — Deborah, eu criei você com amor e carinho, e pensei que tivesse lhe dado educação suficiente para que não se metesse no casamento alheio, como uma intrusa, uma amante! Yvoonne entrou no apartamento de Deborah e olhou ao redor. — Tia, como pode falar assim comigo? Eu não estou me metendo em nada! — Deborah fechou a porta atrás dela, porque a última coisa que ela precisava era de os vizinhos ouvirem qualquer coisa. — Não? — Yvonne se virou e encarou a sobrinha. — Eu sei muito bem o que você andou aprontando, Deborah. — Archer é meu! Eu cheguei primeiro! As sobrancelhas de Yvonne se franziram. — Eu não estava me referindo exatamente ao senhor Galloway, mas sim ao senhor Teresiades! — Os olhos de Yvonne ficaram mais intensos. — Você foi para a Europa pra viajar com o seu amante! Pensou que ele faria de você a esposa, não
Deborah ficou parada, sem saber o que fazer. Quando viu o sangue contrastando com o porcelanato, ela sentiu o pavor tomando conta dela. — Tia? — Deborah cutucou a mulher com a ponta do sapato. — Tia, não brinque comigo! Tia! Sem resposta. E agora? O que ela faria? Archer estava com Eve, finalmente em casa, quando o celular dele tocou. Ele colocou no viva-voz. — A-alô? — Senhorita Harmon, em que posso ajudar? — Archer perguntou e olhou para Eve. — Hmm, você pode se encontrar comigo? Tipo, agora? Eu… eu preciso muito falar uma coisa super importante. A voz de Deborah estava falha, tremendo e Eve franziu o cenho, tentando imaginar o que poderia estar acontecendo. “Será que ela tá fingindo estar em perigo pro Archer ir lá salvar e aí ser mais uma armadilha?” — Onde? — Archer perguntou. — Eu vou mandar o endereço. Obrigada! E ela desligou. Archer olhou para o aparelho e, então, para a esposa. — O que será que ela quer? Ela parecia estranha, não? — Sim. — Eve segurou a mão de
— Que merda tá rolando aqui? — Lennon perguntou. — Você engravidou essa mulher? — Eu… — Archer nem conseguia mais pensar. Deborah se virou para Lennon e segurou na mão dele, que deu um passo para trás. — Lennon, você é quase um tio da minha filha. Me ajuda! — Ei, me solta! — Por favor! — Ela praticamente se grudou em Lennon, que olhou para Archer sem saber o que fazer. — Eu preciso de ajuda. Eu não sei o que houve… eu… Lennon notou que a mulher estava fora de si e surtando. Ele tentou falar calmamente. — Senhorita, o que precisa? — Ele perguntou e olhou ao redor. Algumas pessoas estavam paradas olhando a resolução da situação. — Estamos atraindo atenção. Deborah olhou em volta e não gostou daquilo. Ela se afastou de Lennon e passou a mão pelos cabelos. — Podem vir os dois. Por favor. — A voz dela saiu mais baixa. — Lennon, se quiser pode ir com ela. Eu não tenho… não… Deborah estava chorando e Lennon se amaldiçoou por ser fraco. — Tá! Eu vou. Archer, eu vou pedir que o mo
Lennon levou um susto e colocou a mão na boca de Deborah. — Ficou doida?! Ela o empurrou. — Me solta! — Qual é o seu problema? Heim? Se acalma! — Ele olhou um pouco mais para tras da porta e viu o corpo de Yvonne. — Caralho! Deborah continuou a gritar e não demorou até alguém bater na porta. — Ei! Isso são horas! Parem com essa gritaria! Eu vou chamar a polícia! — Pode chamar! — Ela gritou. — Me ajuda! Lennon então se deu conta de que Deborah ia sim jogar a culpa nele! Ele a largou imediatamente. — Você é maluca, porra! — Ele abriu a porta do apartamento e o vizinho, um senhor, viu Lennon e a marca no rosto de Deborah. Então, o sangue no chão. — Calma aí, meu camarada! Eu tô chamando a polícia! — Pois chame! Porque essa mulher é doida! — Senhor Simpson, esse homem me atacou! O idoso não acreditava que Deborah pudesse mentir. — De quem é esse sangue? — Ele perguntou, já com o telefone no ouvido. — Ela matou a tia dela! — Lennon soltou e Deborah balançou a cabeça. — Foi
Na delegacia, Deborah estava com os pensamentos nublados. Ela não deveria ter gritado com Lennon, mas era evidente que ele não ajudaria! E Archer… Archer precisava aparecer. “Eu vou soltar aos quatro ventos que eu sou a mãe da pequena. E que eles me afastaram dela… mas como?”— Consigo ouvir as engrenagens do seu cérebro daqui. — Uma voz masculina falou e Deborah levantou a cabeça. Era o legista. — O que faz aqui? — Deborah olhou ao redor. Como era noite, a delegacia estava bem vazia, mas ainda assim! — Não achei que você mataria alguém…— Cala a boca! Foi um acidente! — E por que não…— Eu não tenho que me explicar pra você! — Deborah engoliu os insultos que apareceram na ponta da língua dela. — Dirk, eu preciso que você diga que aquela velha morreu quando Lennon estava lá no apartamento! — E o que eu ganho com isso? — ele perguntou. — O que quiser. Menos casamento. Dirk a olhou de cima a baixo e sorriu de lado. — Eu vou cobrar, Deborah. — E eu vou dar o que você quiser. Ele