Milana concordava. Porém, como ela ainda suspeitava da tentativa de Deborah de drogar Archer, mesmo que nada tenha sido provado, ela achou melhor não alertar a mulher. — Eu vou resolver isso. Mas, por favor, eu peço que não fale nada com ela. — Sim, senhora. — Gabriel respondeu, após alguns segundos. Ele não concordava, mas pelo rosto da delegada, a mulher não parecia estar brincando. — Obrigada. E obrigada por falar comigo essa noite, senhor Ryan. Está liberado. Gabriel mordeu a bochecha por dentro. — A senhora vai pra casa agora? Ela franziu a testa. — Por que a pergunta? — Eu posso levá-la. — Gabriel sorriu e Milana estalou a língua e sorriu de maneira falsa. — Obrigada. Eu não vou embora agora. Além disso, tenho carro, mas obrigada pela oferta. Pode ir, senhor Ryan. Gabriel não sabia o motivo, mas queria ficar ali mais um pouco. Ele queria conversar mais um pouco com Milana, saber dela. Aquela mulher era misteriosa e tão “durona”, meio inalcançável. “Qual o seu problema
*ESTE CAPÍTULO PODE TER CONTEÚDO SENSÍVEL*— Você não pode me denunciar para a polícia, porque você vai afundar junto comigo! — Cameron retrucou, mais confiante. — Ah, por favor! Tente, se quiser! Além disso, eu tenho um trunfo que, não importa o quê, eu duvido muito que Archer vá permitir que eu fique presa. Cameron estreitou os olhos. — Não me interessa o que você faz ou deixa de fazer, Deborah Harmon, mas se vier atrás de mim, ou de Eve, eu acabo com você. E ele desligou o telefone. Deborah soltou um grito de frustração, porque não conseguia aceitar que Cameron se atrevesse a tratá-la daquele jeito. Quem ele pensava que era? — Uma versão não tão perfeita do Archer! — Deborah cruzou os braços na frente do peito. Ela não era cega. Cameron era muito bonito e, se tivesse crescido em meio a riqueza, com certeza seria um daqueles homens super desejados pelas mulheres. Isso é, até elas verem o tipo de lixo que ele era. — Maluco… — Deborah soltou e se deitou no sofá. Cameron coloco
— Coloque as mãos para o alto, onde possamos ver! — A voz feminina soou no megafone. — Cameron Villin, entregue-se pacificamente! A área está cercada. — Desgraçados! —Cameron falou e olhou para Eve, que estava apavorada. — Eu sei que não foi você que os chamou. Mas vou ter que te usar de escudo, amor. A gente tem que meter o pé daqui!Mas ele não conseguia pensar em nada. Se entrasse no carro, eles furariam os pneus. “Não vão encher o carro de bala com a Eve dentro…”Ele arredou o banco de Eve para trás, a fim de poder passar por cima dela. — Eu rasgo a garganta dela se vocês se aproximarem! — Ele gritou, sentindo-se encurralado. — Afastem-se e nos deixem ir embora!— Solte a prisioneira e renda-se! Sua pena será menor se não a machucar!— Não vou deixá-la pra trás… não viva! — os olhos dele estavam injetados. — Se não for minha, Eve, não será de outro. Menos ainda daquele maldito do Galloway!Cameron esticou o pescoço, mas sem sair da segurança da lataria que o carro proporcionava
O som do “beep-beep” era constante e foi a primeira coisa que Eve escutou ao começar a se dar conta do ambiente ao redor dela. O som de uma porta abrindo e fechando, e, depois, passos se aproximando, antes de mãos quentes tomarem a mão dela. — Meu amor! “Archer?”, ela queria perguntar, mas tudo estava pesado demais. — Senhor Galloway, por favor, espere lá fora, precisamos verificar o estado da senhora Galloway! E o calor contra a pele de Eve sumiu abruptamente. Ela sentiu mãos a tocando de maneira leve e impessoal. Uma luz nos olhos quando estes tiveram as pálpebras abertas. — Pode me escutar, senhora Galloway? — uma voz masculina perguntou. — Tente mexer um dedo, se pode me ouvir. Eve tentou e tentou. Ela não sabia se tinha conseguido, porque não tinha controle algum sobre o próprio corpo. — Ela precisa de descanso. Vou pedir alguns exames… E as vozes sumiram. Eve não sabia quanto tempo ficou desacordada, até que voltou a ouvir sons ao redor dela e, finalmente, foi como se
Milana visitou Eve no dia seguinte, juntamente com outro policial, que ficou na porta, com Archer. — Como se sente, senhora Galloway? Eve inspirou fundo e tentou sorrir de leve. — Melhor do que antes. — Eve olhou para as próprias mãos e voltou a levantar a cabeça. — A senhora veio por conta do pai do Cameron, Charlie? A delegada estava com um pequeno caderno na mão, bem como a caneta. Ela colocou um gravador em cima da mesinha ao lado da cama de Eve. — Isso também. — Ela deu o “play”. — Eu vou fazer algumas perguntas e deixarei também que me conte as coisas, do seu jeito. Tudo bem? Eve concordou com a cabeça. Milana perguntou o nome de Eve, de onde ela era, sobre os pais, a família, a relação dela com Cameron e, claro, com Charlie. — E a sua mãe? — Eu não sei. Não entrei em contato com ela depois que fugi das mãos dos Villin. — Ela sabia o que vinha acontecendo com você? Eve engoliu em seco. — Acho que ela ficava em negação. Eu tentei contar, sabe? Mas bastava ela sentir qu
— Por que me bateu? — Deborah perguntou, magoada. Yvonne sempre foi carinhosa com ela! — E você ainda tem o descaramento de me perguntar? — Yvonne estava irada. — Deborah, eu criei você com amor e carinho, e pensei que tivesse lhe dado educação suficiente para que não se metesse no casamento alheio, como uma intrusa, uma amante! Yvoonne entrou no apartamento de Deborah e olhou ao redor. — Tia, como pode falar assim comigo? Eu não estou me metendo em nada! — Deborah fechou a porta atrás dela, porque a última coisa que ela precisava era de os vizinhos ouvirem qualquer coisa. — Não? — Yvonne se virou e encarou a sobrinha. — Eu sei muito bem o que você andou aprontando, Deborah. — Archer é meu! Eu cheguei primeiro! As sobrancelhas de Yvonne se franziram. — Eu não estava me referindo exatamente ao senhor Galloway, mas sim ao senhor Teresiades! — Os olhos de Yvonne ficaram mais intensos. — Você foi para a Europa pra viajar com o seu amante! Pensou que ele faria de você a esposa, não
Deborah ficou parada, sem saber o que fazer. Quando viu o sangue contrastando com o porcelanato, ela sentiu o pavor tomando conta dela. — Tia? — Deborah cutucou a mulher com a ponta do sapato. — Tia, não brinque comigo! Tia! Sem resposta. E agora? O que ela faria? Archer estava com Eve, finalmente em casa, quando o celular dele tocou. Ele colocou no viva-voz. — A-alô? — Senhorita Harmon, em que posso ajudar? — Archer perguntou e olhou para Eve. — Hmm, você pode se encontrar comigo? Tipo, agora? Eu… eu preciso muito falar uma coisa super importante. A voz de Deborah estava falha, tremendo e Eve franziu o cenho, tentando imaginar o que poderia estar acontecendo. “Será que ela tá fingindo estar em perigo pro Archer ir lá salvar e aí ser mais uma armadilha?” — Onde? — Archer perguntou. — Eu vou mandar o endereço. Obrigada! E ela desligou. Archer olhou para o aparelho e, então, para a esposa. — O que será que ela quer? Ela parecia estranha, não? — Sim. — Eve segurou a mão de
— Que merda tá rolando aqui? — Lennon perguntou. — Você engravidou essa mulher? — Eu… — Archer nem conseguia mais pensar. Deborah se virou para Lennon e segurou na mão dele, que deu um passo para trás. — Lennon, você é quase um tio da minha filha. Me ajuda! — Ei, me solta! — Por favor! — Ela praticamente se grudou em Lennon, que olhou para Archer sem saber o que fazer. — Eu preciso de ajuda. Eu não sei o que houve… eu… Lennon notou que a mulher estava fora de si e surtando. Ele tentou falar calmamente. — Senhorita, o que precisa? — Ele perguntou e olhou ao redor. Algumas pessoas estavam paradas olhando a resolução da situação. — Estamos atraindo atenção. Deborah olhou em volta e não gostou daquilo. Ela se afastou de Lennon e passou a mão pelos cabelos. — Podem vir os dois. Por favor. — A voz dela saiu mais baixa. — Lennon, se quiser pode ir com ela. Eu não tenho… não… Deborah estava chorando e Lennon se amaldiçoou por ser fraco. — Tá! Eu vou. Archer, eu vou pedir que o mo