O dia amanheceu e Eve olhou para a cama ao lado dela, vazia. Archer não tinha voltado e nem o celular dele estava disponível. Ao perguntar ao motorista, ele disse que viu o patrão e, como um dos seguranças foi falar com ele para ver a credencial dele para estar ali, ao olhar novamente, Archer já não estava por perto. Jimmy tinha esperado, tentado ligar, porém, não conseguiu falar com o patrão. Eve não podia ainda fazer uma queixa de desaparecimento, porém, agora que estava de dia, ela esperaria apenas até a hora do almoço. Se Archer não retornasse, ela iria a polícia, afinal, ele não tinha o costume de dormir fora e muito menos de ficar incomunicável. Porém, enquanto a TV estava ligada na cozinha e Eve resolveu ir até lá com Rose, ela viu uma notícia que a deixou de boca aberta e o coração na mão. Eram imagens de Archer com Deborah segurando no braço dele, dentro da festa. Depois, ela e ele entrando em um carro. — O senhor Galloway e a senhorita Harmon foram vistos entrando no Gran
Quando a polícia chegou, Deborah estava chorosa a um canto e, pelo estado dela, ainda enrolada no lençol. Ela desistiu de se vestir, para parecer mais uma vítima de abuso do que de fato o que ela era: a abusadora. — Senhorita, acalme-se. — O policial falou de maneira calma e Archer se sentiu indignado. — O senhor policial entende que fui eu quem os chamou aqui, não é? Essa mulher… Eu quero um exame. Quero saber se fui drogado! — O senhor Galloway quer apenas usar essa desculpa pra justificar os atos dele! — Deborah fez que chorava, cobrindo o rosto com as mãos. — Os meus atos? Eu estava indo para o meu carro, e me senti péssimo Não lembro como eu vim parar aqui! Como assim: os meus atos? O policial, ao ouvir aquilo, compreendeu o possível cenário, ali: Archer Galloway foi vítima de um “Boa noite, Cinderella”. Só havia uma dúvida: aquela mulher foi quem o drogou, ou ela foi outra vítima? — Senhorita, por favor, vista-se. Precisamos ir para a delegacia. — O policial informou Debor
Archer foi chamado novamente e, quando perguntaram novamente a relação dele com Deborah, ele não compreendeu. — Vocês já me perguntaram isso. Eu não tenho relação com ela. Essa mulher é sobrinha da artista de sapatos que tutora a minha esposa. E, inclusive, essa moça foi muito hostil com Eve. — Ele balançou a cabeça e suspirou. — Por sinal, eu não consegui falar com ela. Com Everleigh. — Nós conseguimos. Archer se levantou, porém, mandaram que ele voltasse a se sentar. — Eu preciso falar com ela! — Ele disse. Enquanto estava indo para o corredor, em direção ao banheiro, ele ouviu a notícia na TV e alguns policiais rindo. Aquilo o encheu de raiva. — Quando for possível, o senhor falará. Por enquanto, ela está conversando com uma policial. — Eve passou há pouco por um grave problema. Um trauma. — Ele estava preocupado. Não só com Eve não acreditar nele, afinal, ele foi encontrado num hotel com outra mulher, mas sim de a morena estar desconfortável com a ida à delegacia. Pelo que Ar
Maryah abriu a porta e um Lennon furioso estava parado ali. — Senhor Dodson! — O sorriso de Maryah falhou quando ela viu a expressão escura na face de Lennon. — Oi, Maryah. — Ela deu um passo para o lado a fim de permitir que Lennon entrasse. Ele o fez e imediatamente viu Archer. Ao não avistar Rose por perto, Lennon não pensou duas vezes e andou a passos largos. — Lenn…! — Archer caiu pra trás com o soco que levou de Lennon, que ainda lhe segurava pelo colarinho da camisa, e lhe acertou outro. — Senhor Dodson! — Maryah gritou, apavorada. Hollie olhou para a sala e rapidamente impediu que Rose, que estava na varanda, visse o que estava acontecendo. Os olhos de Lennon se encontraram com os de Hollie, e ele soltou Archer ao ver o quanto ela parecia horrorizada. Archer aproveitou para se afastar. Eve, que anteriormente estava arrumando as coisas no quarto, demorou até ouvir a comoção e desceu as escadas. Lennon já estava longe de Archer, que limpava o rosto com um pano dado por Mary
— Hollie, espera um pouquinho. — Lennon pediu e a moça o encarou. Ela mordeu os lábios nervosamente, afinal, estava sozinha no carro com um homem. — Primeiro de tudo, pode ficar calma. Eu só preciso te perguntar uma coisa. Ela sorriu de leve e engoliu em seco. Durante o trajeto, ela tentou não olhar para Lennon. Não que ele não fosse muito bonito, com os cabelos escuros baixos e os olhos escuros, profundos, a pele levemente bronzeada e um sorriso cativante, principalmente quando as covinhas nas bochechas apareciam. Porém, ela se sentia estranha, como se estivesse a ponto de tocar e ver se ele era mesmo real. Agora, ele estava mais próximo ainda, mesmo que não demais. O bom de ela ter sentado no banco de trás com Maryah, pois se estivesse no banco da frente… — Pode perguntar. — A voz dela saiu baixa e os olhos de Lennon observaram o movimento dos lábios de Hollie quando ela falava. “Como é que pode ser tão sexy assim?” Lennon limpou a garganta. — Hollie, você tem namorado? A mor
Gabriel olhava para Deborah, sentada em frente a ele, desfrutando do vinho caro que ela havia pedido — e que ele iria pagar. — A senhorita me chamou aqui para me contar algo sério ou apenas para que eu phe pagasse um jantar? Deborah soltou uma risadinha, uma que Gabriel achou extremamente enjoada e irritante. Ele não gostava daquela mulher e nem conseguia entender como ela podia ser sobrinha de Yvonne. Claro, sangue não se escolhe, mas a artista praticamente criou Deborah! “Tem gente que não tem jeito, mesmo…”, ele pensou e olhou para a mulher com desgosto. “Tão bonita, mas não vale nada.”— Na verdade, eu vim aqui porque quero propor uma aliança. — Deborah falou, com o tom melodico dela. — Aliança? Ela bebeu mais um gole do vinho e colocou a taça em cima da mesa, sorrindo para Gabriel, antes de levantar os olhos e encará-lo. — O senhor tem interesse em Everleigh Jonhson, ou melhor, Galloway. — Ela falou o sobrenome com um certo rancor. — E eu quero Archer para mim. Podemos traba
Eve ainda estava no colo de Archer, respirando pesado, enquanto ele segurava a cintura dela. — Ah, Eve… olha só o que você faz comigo. Ela soltou uma risada. — Eu? Você que fica me tentando! As mãos de Archer subiram e cobriram os seios de Eve. — É impossível não querer você mais e mais. — Ele a beijou, porém, antes que o clima esquentasse novamente, Eve saiu de cima dele. — Ei! — Nada disso! Aqui tem câmeras! — Eve coobriu o rosto com as mãos. — Já imaginou se alguém viu esse carro balançar? — Tirando o fato de que você fica com vergonha, eu não ligo. Você é a minha esposa, Eve. Nos casamos há pouco tempo… Creio que as pessoas conseguem compreender. Ela colocou o vestido e passou a mão pelos cabelos. — Vamos subir e, quando a Rose dormir, nós podemos continuar. Os olhos de Archer brilharam. Enquanto estavam no elevador, ele pensou que seria muito bom se eles casassem novamente. Sem ser por “contrato”, mas de verdade. Aquilo ali não era mais um negócio, ele amava Eve e não
— Você tá bem? — Archer perguntou, quando eles estavam indo para o banheiro. — Parece… distante. O normal de Eve, agora, era praticamente pular no colo de Archer e eles já iam assim para o banheiro. No entanto, ela parecia aérea. “Será o pesadelo?” Eve engoliu em seco e sorriu. — Não precisa se preocupar. Só ando pensativa com as minhas coisas. Estudo e tal. Archer não engoliu as desculpas, mas também não iria pressionar Eve. — Tudo bem, amor. Por mais ocupado que eu esteja, saiba que você é a minha prioridade. Qualquer coisa, você pode me contar. A culpa recaiu sobre os ombros de Eve, invadindo-a, como um veneno. — Se eu precisar de ajuda, pode deixar que vou pedir. — Eve ficou na ponta dos pés e se apoiou nos ombros de Archer. — Um beijo, por exemplo, já me ajuda muito. O dia seguinte foi outro dia cheio para Archer, bem como o próximo e o depois desse. Mesmo nos fins de semana, ele parecia esgotado. Eve não recebeu outra mensagem e acabou tomando aquilo como alguma piada.