O restaurante não ficava longe dali, por isso, Milana não iria de carro, mas resolveu que talvez andar um pouco fosse uma boa ideia. Ela estava se sentindo um pouco confinada e respirar ar fresco — não tão fresco na cidade, mas enfim — seria bom. — Senhorita, senhorita! — uma moça com os cabelos desgrenhados a abordou e Milana instintivamente se afastou do toque, porém, logo entrou no modo profissional. — O que houve? — ela perguntou calmamente. A mulher olhou para trás e era evidente o nervosismo dela. — Meu bebê… por favor, me ajude! — ela pediu e Milana franziu o cenho. — Onde está a sua criança? — O pai… está com o pai! — a respiração da mulher era rápida e os olhos estavam enchendo-se de lágrimas. — Por favor, venha. Normalmente, Milana não seguiria uma civil, no entanto, a mulher estava nervosa e começou a se afastar. A delegada não podia ignorar, mas também não teria tempo de esperar que ninguém viesse ao encontro dela. Sendo assim, ela seguiu a mulher, mas enviou uma ch
Quando Milana acordou, ela sentiu imediatamente que estava amarrada. As costas dela doíam e o cheiro de sujeira era insuportável, fazendo-a querer vomitar. “Merda…”, ela sentia a cabeça latejando e isso dificultava o pensamento. Se antes, com a falta de comida, já estava complicado, agora era muito pior! O som de passos fez Milana ficar em alerta, o melhor que ela podia, e, com o “crack” da porta se abrindo, a delegada precisou semicerrar os olhos. Click-clack, click-clack.Salto alto. A pessoa que tinha entrado usava salto alto. Milana olhou pela penumbra e viu uma figura alta, esguia, com um vestido brilhante. — A vadia acordou! — a mulher disse e soltou uma risada alta. Milana reconheceu aquela voz. Como não? A voz da mulher com quem Gabriel teve o suposto caso fake. — O que você quer? — Milana tentou não soar desafiadora, mas também não tão fraca a ponto de verem como ela era um alvo fácil naquele momento. Um tapa forte a atingiu e o rosto de Milana ardeu, bem como a cabeça
Gabriel cobriu a tela do telefone e Wayne o olhou com o cenho franzido. — O que pensa que tá fazendo? — Apenas me certificando de que nenhum detalhe será deixado de fora — Wayne falou e Gabriel viu ali o homem implacável que diziam que ele era. — Tio, isso não vai piorar as coisas? — Gabriel normalmente não tinha medo, porém, ele estava receoso que, se de alguma forma os homens de Wayne alertassem Bree, Milana e o bebê estariam em risco. — Está me chamando de inconpetente? O olhar frio de Wayne fez Gabriel balançar a cabeça de um lado para o outro. — De forma alguma — ele disse e suspirou, olhando em volta. — Bree Gardner vai pagar por isso! — Ah, disso você pode ter certeza, sobrinho! Wayne não era um homem dado a violências, ou vinganças. No entanto, ele era muito fiel àqueles que amava. Milana podia não ser mulher dele, mas antes de tudo, era uma amiga querida. E a criança, bom, Wayne já gostava dela desde o início! — Eu vou fazer uma ligação, já volto — Wayne disse e Gabr
A voz de Gabriel foi a última coisa que Milana ouviu antes de perder a consciência. Gabriel a tomou nos braços, enquanto os policiais renderam aquele homem e os outros do local. Wayne havia compartilhado informações para que não houvesse problemas mais tarde, mas Milana fosse salva. Uma ambulância chegou. Ela se aproximou com as sirenes desligadas, claro, para não alarmar os bandidos. Dentro do veículo Milana acordava e voltava a cair na escuridão. Ela foi sedada. — Bree não estava lá, é óbvio — Wayne disse, enquanto eles esperavam Milana ser atendida. — Mas não se preocupe. Aqueles homens vão abrir o bico. Gabriel tinha os olhos vermelhos. — E se não abrirem? E se não tiver provas suficientes? — Daí ela vai pagar para a nossa Justiça — por um momento, Gabriel viu ali algo muito perigoso nos olhos do tio. No fim, ele deu de ombros, porque não sentiria pena de alguém que deliberadamente fez aquele mal à Milana. Alguns momentos depois, um médico saiu da sala e se aproximou deles.
Eram dois policiais e eles, ao verem Milana na cama, ficaram imediatamente tristes, mas também aliviados. Antes ali do que em um chão sujo, desaparecida do mundo, sendo maltratada. — Delegada, viemos tomar o seu depoimento. Milana sorriu. — Obrigada. Claro — ela falou e olhou para Gabriel, que se levantou. — Eu já volto, amor — ele beijou a testa dela e sorriu, fazendo então um leve aceno com a cabeça para os policiais e se retirou do quarto de hospital. Assim que ficou sozinha com os policiais, Milana deu todos os detalhes que podia se lembrar e deixou claro que Bree Gardner estava envolvida. Quando a loira foi abordada, ela negou, obviamente, e afirmou que eles não poderia prendê-la simplesmente por ser a ex-namorada de Gabriel Ryan. — E no depoimento absurdo da atual ciumenta! — ela falou. Bree pegou o celular e abriu uma live, expondo a situação. Claro que as pessoas que a seguiam rapidamente tomaram o partido dela e começaram a atacar as empresas do grupo Ryan, bem como a
— Hey! — Eve reclamou ao ver um homem entrando na frente dela, na fila. Ele não se moveu e ela o cutucou nas costas, chamando-lhe a atenção. — Não pode fazer isso. Com licença! O homem se virou e, para Eve, parecia que o tempo se movia em câmera lenta. Por um segundo, ela ficou embasbacada com a visão: alto, olhos verdes, cabelos escuros perfeitamente penteados, traços que ela considerou muito harmoniosos, como uma estrela de Hollywood. Mas o encanto durou apenas até que ele abrisse a boca. — Por que está me cutucando? Qual o seu problema? — A frieza não só na voz, como no olhar, deixaram Eve com ainda mais raiva. O homem claramente era rico, pelo terno feito sob-medida, mas sem um pingo de educação!— Eu quem pergunto! O senhor furou a fila! — Ela olhou para trás, com uma das mãos na cintura, e viu que não tinha mais ninguém além dela. Ao se voltar para a frente, o homem já estava com as costas para ela. Eve ajeitou os óculos no rosto e o cutucou novamente. — O senhor ouviu? Ele
"Ele deve ser o pai da Rose, Archer Galloway!", ela pensou, já que aquele homem tinha os mesmos olhos do bebê que ela cuidaria de agora em diante. "Como eu não me dei conta disso antes?" Eve queria muito dizer uns bons desaforos para aquele homem, porém, se ele era mesmo o pai da criança, poderia demiti-la. E, naquele momento, Eve precisa muito de um emprego. Ela respirou fundo. — Eu sou Everleigh Johnson, senhor. — Ela lançou um sorriso caloroso para ele e ofereceu a mão, mas a carranca dele aumentou.— Está me seguindo, é isso? Como entrou aqui?! — Ele praticamente rosnou. — Quer saber? Eu vou chamar a polícia, agora mesmo! O sangue de Eve congelou nas veias. Polícia? Ela não podia ter problemas com a polícia! — Senhor, eu… Eu sou apenas a…Archer segurou ferozmente o braço de Eve, que choramingou. Ele afrouxou um pouco o aperto, mas não a soltou, arrastando-a para fora do quarto. Eles desceram as escadas e Shannon, que estava antes saltitando de felicidade, murchou assim que v
Eve deu um passo para trás e colocou a mão na cabeça da criança, como se a consolasse após ouvir aquelas palavras horríveis. “Esse homem não merece esse neném lindo!”, Eve ficou chorosa. Ela não compreendia como um pai podia falar daquele jeito. — O que você quer dizer com isso? — Shannon questionou. — Tem um apartamento. Roselyn vai ficar lá com a babá, eu as manterei com tudo o que for necessário. — Menos a sua presença. — Shannon parecia chorar. — Eu não posso, ok? Ainda não consigo digerir isso.— Se não saísse por aí com mulheres aleatórias, em vez de se casar de uma vez, isso não teria acontecido!”— Não vou discutir! — Archer falou e o som dele se afastando foi ouvido por Eve.Eve retornou para dentro do quarto e fez a criança dormir. Quando já estava para sair, Shannon estava na sala, esperando por ela. — Você nem jantou! — Ela disse. — Não tem problema. Vou comer em casa. — Eve respondeu e sorriu fraco. — Até amanhã, sra. Ballilis.— Eve… Eu tenho que te dizer uma cois