Lennon ficou parado por alguns segundos, digerindo as palavras da mãe, então, ele soltou uma gargalhada, como se aquela fosse a piada do século! — Isso é… isso é brincadeira, certo? — ele perguntou e com o silêncio de Nia, Lennon sabia que não era. — Não, não é. Mãe, pode esquecer. — Lennon, eu estou pedindo apenas que tentemos! — Mãe, eu sou um homem casado! Talvez com um bebê à caminho! E a senhora quer que eu coloque a mulher que tem intenções de me conquistar, o que não vai acontecer, e que ainda por cima machucou Hollie? — ele riu de novo. — Sem chance. — Não entendo como pode ser tão… você foi enfeitiçado, é isso! — Nia disse, andando de um lado para o outro. — Chelsea… — Eu a detesto. Com ou sem Hollie, Chelsea é um grande e absoluto “não” pra mim, mãe. Pode desistir. A senhora pode ser cega quanto a verdadeira natureza dela, mas eu não sou — Lennon se recostou na cadeira. — E não a quero perto da empresa. Ela é problema. Não confio nela. Nia olhou para Chelsea, que esta
— Olá, Milana — ele falou e ela olhou em volta, como se alguém pudesse aparecer ali, assumindo uma expressão mais séria. — O que foi? — Por favor, senhor Ryan, não somos íntimos para que me chame pelo primeiro nome. Gabriel estreitou os olhos e se aproximou mais de Milana.— Não somos? — ele perguntou e ela inspirou fundo. — O que quer, aqui? — Almoçar com você — Gabriel falou, sem rodeios. Milana negou com um balançar da cabeça. — Qual é, Milana! — Podemos conversar depois sobre isso. Eu estou no trabalho! — se tinha uma coisa que Milana não gostava, era chamar atenção negativa, menos ainda no ambiente de trabalho. Ela levava a vida profissional muito a sério! — Só vamos almoçar! Vai me dizer que tão te escravizando aqui? Ela apertou os lábios e segurou a borda da mesa. — Jantar. Depois que eu sair daqui. Não estarei de uniforme. Um sorriso apareceu no rosto de Gabriel e ele mordeu o lábio, tamborilando no tampo da mesa. — Jantar, então! Eu passo e te pego em casa? — Não.
Milana empurrou Gabriel e ele a olhou cheio de desejo. — O que foi? Vergonha de transar no estacionamento? A delegada soltou o ar e passou a mão pelo cabelo. — Nós íamos jantar e conversar, certo? — Milana perguntou e Gabriel estreitou os olhos, mas preferiu seguir as regras dela, por enquanto. Ele não queria que ela simplesmente o chutasse para fora do carro e fosse embora. — Sim, claro. Ele sorriu e desceu do carro, indo abrir a porta para Milana, mas ela já estava até saindo do veículo. Gabriel soltou um suspiro e ofereceu o braço. Milana olhou para o braço, para o rosto de Gabriel e decidiu aceitar. Os dois caminharam para o elevador. Milana não se sentiu surpresa ao ver Gabriel colocar o elevador para a cobertura. — Você não tem nenhuma alergia, não é? — ele perguntou e Milana negou. — Uffa! — Deveria ter perguntado isso antes, não acha? — Você está absolutamente correta! — Gabriel falou e se virou, ficando na frente de Milana. Ele colocou os braços acima da cabeça dela
Milana o encarou, ainda com a impressão de que tinha ouvido errado. Gabriel Ryan não disse “quero namorar com você”, ele disse “preciso que namore comigo”. Eram duas coisas muito diferentes. — Explique-se — ela cruzou as pernas, bem como os braços, enquanto encarava o belo homem à frente dela. — Você sabe que eu sou produtor de TV, e… bom, temos um lançamento vindo. Sobre relacionamentos e tudo. Só que já tem um tempo que venho sofrendo pressão da mídia e dos outros executivos para que eu apareça como um homem… mais sério, coloquemos assim. Gabriel estava nervoso, porque aquela não era uma mulher qualquer. E nem era o fato de ela ser delegada e poder dar um tiro nele se ele fosse desrespeitoso demais. Milana o deixava nervoso, o deixava diferente. — E aí, eu sempre disse não, só que com esse novo programa, as coisas estão complicadas — Gabriel soltou o ar e olhou para Milana, sorrindo. — Agora, as coisas são diferentes. — Diferentes como? — ela perguntou imediatamente, sem tirar
HOLLIEEu sabia que a mulher estava tentando arrumar confusão comigo pelo tom de voz e pela postura. — Eu vou buscar, um momento — eu falei e me levantei. Um sorriso brincou nos lábios da mulher e eu me segurei. Eu não me importava de servir, desde que fosse respeitada. — Alguém tem alguma alergia ou preferência? Ela pegou a caneta em cima da minha mesa, pegou uma das folhas da impressora e entregou para mim. — Anote — a mulher falou numa voz provocativa e eu peguei a caneta. Era meu primeiro dia e eu não queria que Lennon tivesse problemas. Depois de anotar uma lista que parecia infinita e cheia de detalhes, eu peguei a minha bolsa e fui para o elevador. Lennon tinha me dado um cartão para uso, porém, eu não queria usar. Só que eu não tinha dinheiro para aquele monte de café! Desci e tive que dar uma andada, porque a tal cafeteria não era “bem ali” como aquela mulher falou, mas sim três quarteirões dali! E quarteirões longos. Meus pés estavam me matando quando cheguei lá, pois n
Hollie não conseguia acreditar que estava ali, na delegacia, sendo acusada de algo que não tinha feito. E pra piorar: ela ainda tentou ajudar! “Que ingratidão!”, ela pensou, irritadiça. Chelsea agora estava ali, com cara de coitada, fingindo ser a vítima. Mas o que mais doeu em Hollie foi que a mãe de Chelsea, depois de ser atacada pela própria filha, preferiu acusar a defensora dela. “Isso é o que eu ganho!”Ela estava se achando realmente ridícula. Lennon não demorou a chegar e, ao ver a esposa ali, esperando para ser ouvida pela delegada, correu até ela. — Amor, o que aconteceu? — Eu fui acusada do que não fiz! — Hollie respondeu e os olhos dela estavam cheios de lágrimas. — Chelsea foi arrumar confusão comigo, ela acabou atacando a própria mãe, eu defendi e ainda fui acusada! Lennon inspirou fundo. A delegada se aproximou e ela parecia cansada, com olheiras. — Delegada Casey! “Minha nossa, sempre tem um drama com essas pessoas,” Milana pensou. Desde que ela tinha sido design
*ANOS ANTES*Simone olhava com rancor para a irmã. A mulher tinha tudo o que ela queria: pais amorosos e compreensivos, amigos e um namorado afetuoso e bonito, além de rico. Não lhe parecia justo, afinal, Simone não era inferior em absolutamente nada! Ela era bonita, inteligente e muito bem educada. Por que, então, ela não conseguia se igualar a Martha? — Vamos, querida — Marcel falou para Marth, que lhe sorria carinhosamente. Os olhos deles refletiam o amor de um pelo outro, o que aumentava ainda mais a raiva de Simone. O casamento de Marcel com Martha seria em um mês e Simone estava andando em seu próprio quarto, de um lado para o outro, pensando como impedir que aquilo viesse a acontecer. Ela não podia simplesmente deixar que aqueles dois ficassem juntos! Todas as vezes que ela se insinuava para Marcel, ele a rejeitava. No início, ele parecia não compreender, depois, quando ela foi mais incisiva e direta, ele disse com todas as letras que amava Martha e não teria olhos para outr
— Senhora Calhoun? — Milana a chamou, o que fez Simone piscar algumas vezes e voltar a si. Ela agora estava sentada em uma cadeira e olhou em volta. Não tinha sinal de Hollie. — Onde… onde está aquela garota? — ela perguntou, levantando-se. O marido dela estava chegando naquele momento e o coração de Simone disparou. — M-Marcel! Ele chegou até ela em passadas rápidas. — O que houve, Simone? — ele perguntou. — Onde está Chelsea? Marcel já tinha presenciado um momento de fúria de Chelsea, antes, por isso, quando contaram a ele o que tinha acontecido, ele olhou significativamente para a esposa e a levou para o carro, agradecendo. Milana achou estranho que Simone não tivesse insistido em ficar ali, como já que Chelsea ainda não tinha sido liberada. A mulher parecia nervosa e impaciente para tirar o marido da delegacia, ainda olhando em volta. “Algo tem!”, a delegada pensou e torceu a boca. “Essa versão dessas duas… não me convenceu.”Milana notou como Simone, mesmo tentando parecer