— Está… duvidando da minha palavra? — Nia levou a mão ao peito. — Eu sou a sua mãe, como pode dizer isso? Como… você acredita mais na palavra dessa mulher, uma estranha, do que na da sua mãe? Lennon ouviu alguns cochichos. Ele sabia que aquele era o objetivo de Nia. — Bom, o que melhor do que as câmeras para provar que a senhora está certa, mãe? — ele disse e apertou a mão de Hollie, querendo dizer “por favor, entenda!”— Isso é verdade, senhora Dodson. Assim, não terá como o senhor Dodson não ver o que realmente aconteceu — falou uma pessoa que, claramente, não estava ali na hora que a confusão começou. À contra-gosto, Nia teve que aceitar. — Mas apenas nós, afinal, isso não deixa de ser um assunto de família — ela disse e Lennon estreitou os olhos. — Eu faço questão que outras pessoas vejam, já que esse assunto não foi tratado dentro das paredes das nossas residências, mas sim na companhia. Não queremos que um mal entendido acabe tomando proporções gigantescas, não é mesmo? O
Lennon ficou parado por alguns segundos, digerindo as palavras da mãe, então, ele soltou uma gargalhada, como se aquela fosse a piada do século! — Isso é… isso é brincadeira, certo? — ele perguntou e com o silêncio de Nia, Lennon sabia que não era. — Não, não é. Mãe, pode esquecer. — Lennon, eu estou pedindo apenas que tentemos! — Mãe, eu sou um homem casado! Talvez com um bebê à caminho! E a senhora quer que eu coloque a mulher que tem intenções de me conquistar, o que não vai acontecer, e que ainda por cima machucou Hollie? — ele riu de novo. — Sem chance. — Não entendo como pode ser tão… você foi enfeitiçado, é isso! — Nia disse, andando de um lado para o outro. — Chelsea… — Eu a detesto. Com ou sem Hollie, Chelsea é um grande e absoluto “não” pra mim, mãe. Pode desistir. A senhora pode ser cega quanto a verdadeira natureza dela, mas eu não sou — Lennon se recostou na cadeira. — E não a quero perto da empresa. Ela é problema. Não confio nela. Nia olhou para Chelsea, que esta
— Olá, Milana — ele falou e ela olhou em volta, como se alguém pudesse aparecer ali, assumindo uma expressão mais séria. — O que foi? — Por favor, senhor Ryan, não somos íntimos para que me chame pelo primeiro nome. Gabriel estreitou os olhos e se aproximou mais de Milana.— Não somos? — ele perguntou e ela inspirou fundo. — O que quer, aqui? — Almoçar com você — Gabriel falou, sem rodeios. Milana negou com um balançar da cabeça. — Qual é, Milana! — Podemos conversar depois sobre isso. Eu estou no trabalho! — se tinha uma coisa que Milana não gostava, era chamar atenção negativa, menos ainda no ambiente de trabalho. Ela levava a vida profissional muito a sério! — Só vamos almoçar! Vai me dizer que tão te escravizando aqui? Ela apertou os lábios e segurou a borda da mesa. — Jantar. Depois que eu sair daqui. Não estarei de uniforme. Um sorriso apareceu no rosto de Gabriel e ele mordeu o lábio, tamborilando no tampo da mesa. — Jantar, então! Eu passo e te pego em casa? — Não.
Milana empurrou Gabriel e ele a olhou cheio de desejo. — O que foi? Vergonha de transar no estacionamento? A delegada soltou o ar e passou a mão pelo cabelo. — Nós íamos jantar e conversar, certo? — Milana perguntou e Gabriel estreitou os olhos, mas preferiu seguir as regras dela, por enquanto. Ele não queria que ela simplesmente o chutasse para fora do carro e fosse embora. — Sim, claro. Ele sorriu e desceu do carro, indo abrir a porta para Milana, mas ela já estava até saindo do veículo. Gabriel soltou um suspiro e ofereceu o braço. Milana olhou para o braço, para o rosto de Gabriel e decidiu aceitar. Os dois caminharam para o elevador. Milana não se sentiu surpresa ao ver Gabriel colocar o elevador para a cobertura. — Você não tem nenhuma alergia, não é? — ele perguntou e Milana negou. — Uffa! — Deveria ter perguntado isso antes, não acha? — Você está absolutamente correta! — Gabriel falou e se virou, ficando na frente de Milana. Ele colocou os braços acima da cabeça dela
Milana o encarou, ainda com a impressão de que tinha ouvido errado. Gabriel Ryan não disse “quero namorar com você”, ele disse “preciso que namore comigo”. Eram duas coisas muito diferentes. — Explique-se — ela cruzou as pernas, bem como os braços, enquanto encarava o belo homem à frente dela. — Você sabe que eu sou produtor de TV, e… bom, temos um lançamento vindo. Sobre relacionamentos e tudo. Só que já tem um tempo que venho sofrendo pressão da mídia e dos outros executivos para que eu apareça como um homem… mais sério, coloquemos assim. Gabriel estava nervoso, porque aquela não era uma mulher qualquer. E nem era o fato de ela ser delegada e poder dar um tiro nele se ele fosse desrespeitoso demais. Milana o deixava nervoso, o deixava diferente. — E aí, eu sempre disse não, só que com esse novo programa, as coisas estão complicadas — Gabriel soltou o ar e olhou para Milana, sorrindo. — Agora, as coisas são diferentes. — Diferentes como? — ela perguntou imediatamente, sem tirar
HOLLIEEu sabia que a mulher estava tentando arrumar confusão comigo pelo tom de voz e pela postura. — Eu vou buscar, um momento — eu falei e me levantei. Um sorriso brincou nos lábios da mulher e eu me segurei. Eu não me importava de servir, desde que fosse respeitada. — Alguém tem alguma alergia ou preferência? Ela pegou a caneta em cima da minha mesa, pegou uma das folhas da impressora e entregou para mim. — Anote — a mulher falou numa voz provocativa e eu peguei a caneta. Era meu primeiro dia e eu não queria que Lennon tivesse problemas. Depois de anotar uma lista que parecia infinita e cheia de detalhes, eu peguei a minha bolsa e fui para o elevador. Lennon tinha me dado um cartão para uso, porém, eu não queria usar. Só que eu não tinha dinheiro para aquele monte de café! Desci e tive que dar uma andada, porque a tal cafeteria não era “bem ali” como aquela mulher falou, mas sim três quarteirões dali! E quarteirões longos. Meus pés estavam me matando quando cheguei lá, pois n
Hollie não conseguia acreditar que estava ali, na delegacia, sendo acusada de algo que não tinha feito. E pra piorar: ela ainda tentou ajudar! “Que ingratidão!”, ela pensou, irritadiça. Chelsea agora estava ali, com cara de coitada, fingindo ser a vítima. Mas o que mais doeu em Hollie foi que a mãe de Chelsea, depois de ser atacada pela própria filha, preferiu acusar a defensora dela. “Isso é o que eu ganho!”Ela estava se achando realmente ridícula. Lennon não demorou a chegar e, ao ver a esposa ali, esperando para ser ouvida pela delegada, correu até ela. — Amor, o que aconteceu? — Eu fui acusada do que não fiz! — Hollie respondeu e os olhos dela estavam cheios de lágrimas. — Chelsea foi arrumar confusão comigo, ela acabou atacando a própria mãe, eu defendi e ainda fui acusada! Lennon inspirou fundo. A delegada se aproximou e ela parecia cansada, com olheiras. — Delegada Casey! “Minha nossa, sempre tem um drama com essas pessoas,” Milana pensou. Desde que ela tinha sido design
*ANOS ANTES*Simone olhava com rancor para a irmã. A mulher tinha tudo o que ela queria: pais amorosos e compreensivos, amigos e um namorado afetuoso e bonito, além de rico. Não lhe parecia justo, afinal, Simone não era inferior em absolutamente nada! Ela era bonita, inteligente e muito bem educada. Por que, então, ela não conseguia se igualar a Martha? — Vamos, querida — Marcel falou para Marth, que lhe sorria carinhosamente. Os olhos deles refletiam o amor de um pelo outro, o que aumentava ainda mais a raiva de Simone. O casamento de Marcel com Martha seria em um mês e Simone estava andando em seu próprio quarto, de um lado para o outro, pensando como impedir que aquilo viesse a acontecer. Ela não podia simplesmente deixar que aqueles dois ficassem juntos! Todas as vezes que ela se insinuava para Marcel, ele a rejeitava. No início, ele parecia não compreender, depois, quando ela foi mais incisiva e direta, ele disse com todas as letras que amava Martha e não teria olhos para outr